Angel Of Mine escrita por Milaa-07


Capítulo 4
Matando aula




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Katharine nunca acordou com tanta pouca vontade de ir para a escola. Seu rosto ainda estava vermelho da pancada de ontem, e provavelmente teria que agüentar as chacotas no colégio. Mas matar aula em casa não era exatamente o plano perfeito, já que Soraya estaria lá, e a obrigaria a ir ao colégio nem que fosse de quatro.

Pegou suas coisas e se arrumou como se fosse para a escola. Mas para onde iria? Só Deus sabia. Quando chegou próxima a escola, desviou o caminho para uma rua qualquer, que nem conhecia.

Alex já estava no portão da escola esperando que a Katharine chegasse. Não podia perder aquela menina de vista, quando viu um vulto trajando um casaco escuro de cabelos loiros desviando o caminho da escola. Mas o que essa menina está fazendo?, perguntou-se. Ele caminhou até ela discretamente, para que ninguém reparasse e fosse falar na direção que dois alunos estavam cabulando aula.

Ela estava indo pela aquela rua, quando viu que tinha vários homens bebendo e fumando, e a olhando maliciosamente, então se virou para ir por outro caminho, e se depara com Alex. Ele pegou no seu pulso, e a trouxe para um lugar longe daqueles bêbados.

- O que você tá fazendo aqui? Deveria estar na escola? – disse ele a fitando , mas aí seus  olhos foram parar nas maçãs de seu rosto – O que é isso? – perguntou, tocando de leve nelas. Katharine recuou o toque mesmo que de leve causou dor.

- Nada. E você não tem nada a ver com isso! – ela não sabia o quanto ele tinha haver com o que acontecia com ela, desde que o mesmo entrara em sua vida.

- Se não tivesse nada a ver, não estaria perguntando. E o que você pensa que está fazendo matando aula?

- Já lhe disse que isso não é da sua conta. Então faça favor de cuidar da sua vida! – disse ela, empurrando ele com o ombro e caminhando o mais longe possível do mesmo. Ah... se ela soubesse.

Por mais que ela caminhasse, ele iria seguir ela por onde quer que fosse.

Aquilo já estava frustrando Katharine, mas já tinha percebido que ele iria a seguir por onde quer que fosse então desistiu e sentou no meio fio olhando para a rua. Ele fez o mesmo, mas não olhou para a rua, e sim para ela.

- Sabe você pode contar comigo para qualquer coisa. – disse ele pressionando para que ela contasse quem havia feito aquilo com ela.

- Para quê você quer tanto saber? Isso vai fazer diferença para você? – disse ainda olhando os carros que passavam.

- Para mim não, para você. Sabe, tem pessoas que ficam loucas por não compartilharem seus sentimentos com as pessoas.

- E por que eu deveria dividir eles com você?

- Talvez eu seja a pessoa mais apropriada para isso. Eu te escutaria sem fazer comentários, te ajudaria, você pode ter certeza que as outras pessoas não fariam isso.

- Talvez.

- Vai ter um dia que você vai me contar. – elas sempre contam, pensou.

Ela bufou. Como ele podia ser tão convencido.

- Você matou aula para ficar olhando os carros? Sabe, para mim essa não é lá uma atividade muito interessante.

- Não estou te obrigando a ficar aqui. Mate aula do jeito que você quiser.

- Matando aula, hem? Vocês dois não deveriam estar na escola? – Disse uma voz grave atrás deles. Os dois viraram, e viram um guarda os olhando de cima. – Podem ir se explicando.

Eles se levantaram. Katharine não tinha nenhuma explicação, porém Alex procurava alguma coisa dentro da mochila. Tirou de lá sua carteira e mostrou para o guarda, que olhou para ela acenou afirmadamente com a cabeça e devolveu-a de volta a ele.

- E ela? Também? – perguntou o guarda.

- Sim, ela também.

- Vou deixar passar essa, mas se isso acontecer novamente levarei vocês dois para responder por isso.

- Ok, Seu Guarda. – disse Alex, e o guarda  foi embora para terminar sua ronda.

- O que você mostrou para ele? – perguntou mais que curiosa Katharine. Ele não respondeu se respondesse teria mais perguntas que ele não tinha como responder, e não podia mentir.

Os dois saíram de lá, e começaram a andar pelo comércio da quadra.

- Sabe, você poderia me agradecer, te salvei de uma fria.

- Muito obrigada. – disse sem vontade, ele ainda não tinha respondido o que ela queria.

- Estamos tendo um bom começo. Agora você poderia me responder a pergunta que te fiz mais cedo.

- Por que eu tenho que responder e você não?

- É você que importa, não eu. – Aquela conversa estava a deixando com raiva, era sempre a mesma coisa. Desde quando ele tem haver com a vida dela?

 

Já estava quase na hora do almoço, e ela não tinha nenhum dinheiro para comer, sua madrasta tinha confiscado ele.

Alex via como ela estava com fome, Katharine olhava para um cachorro de rua que estava pegando sua comida no lixo, como se quisesse comer aquilo também.

- Você tá com fome, não é?

- Não. – mentiu.

- Claro que está. Vamos.

Ele caminhou até o seu apartamento onde daria comida para ela. Não podia deixar ela morrer de fome, era seu dever protegê-la.

Katharine achou muito estranho aquele apartamento. Era para pelo menos uma pessoa morar, era pequeno de mais para uma família de pelo menos um casal e um filho.

- Cadê seus pais? – perguntou ela, mesmo sabendo que ele não responderia a pergunta.

- Você quer um Hambúrguer? – perguntou Alex fugindo da pergunta.

- Pode ser. – só dele ter falado “Hambúrguer” a boca dela se encheu de água e ela se esqueceu do que tinha acabado de perguntar.

Ele fritou as carnes e colocou alface e queijo no meio dos pães que ele estava preparando para eles comerem.

- Quer dizer que você mora aqui sozinho? – perguntou Katharine depois de ter comido tudo e terminado mais rápido do que Alex.

- Sim. – respondeu somente, isso pelo menos iria fazer ela cessar um pouco com as perguntas.

- Hum... Acho melhor eu já ir indo. – ela ia se levantando da mesa e pagando suas coisas para ir embora. Soraya não podia saber que não tinha ido ao colégio, tinha que chegar lá a tempo.

- Espera, eu vou com você. – disse e colocou todo o resto do pão na boca.

Aquilo já estava a incomodando. Aonde quer que ela fosse ele ia junto, parecia um guarda-costas. Ele deviria ter uma vida para cuidar também, por que não deixar a dela em paz?

Quando chegaram na frente da casa dela, Katharine podia ver a madrasta espreitando da janela.

- Eu tenho que ir. – disse e correu para entrar pela porta.

 

 

 

 


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