Angel Of Mine escrita por Milaa-07


Capítulo 14
Revelações




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Dois meses depois...

Dois meses poderia ser um tempo não muito longo. Mas não para Katharine. Nunca para ela. Há dois meses, quando dormiu na casa de Alex, seu pai a esperava na frente do colégio no dia seguinte, e então, descobriu onde a menina estava dormindo esse tempo. Agora o mesmo, não aceitava qualquer relação entre os dois. Eles apenas se viam no colégio, decidiram não arriscar mais. Pelo menos, Katharine convenceu a Alex não arriscar, por enquanto.

Mas naquele dia era diferente.

Naquela noite em especial, ninguém estava em casa. Era um sábado e duas horas da manhã. Razão: Soraya estava ganhando seu bebê naquele instante. E apesar dela dizer a si mesma e a Alex todos os dias, que estava tudo bem, ela mesma não acreditava mais em suas palavras. Sua madrasta estava tornando sua vida um inferno.

Seu pai, apesar de não viajar mais, fica agora muito tempo fora, cuidando da sua empresa, e claro, Soraya aproveita esse tempo para atormentá-la. Sua mascara de frágil mulher grávida, desaparecia quando a porta se fechava atrás do seu pai, e ele ia embora. Agora, Katharine não temia mais por si, e sim por seu filho que iria nascer.

Ela recolheu suas coisas, e as colocou em uma bolsa grande. Estava frio lá fora, e parecia que iria chover. Trovoadas aconteciam a todo tempo, mas ela não estava nem aí.

Desceu as escadas, e saiu pela porta, descobrindo o frio que havia lá fora. Se abraçou, procurando mais calo, e prosseguiu.

Ela andava olhando para o chão. As ruas estavam desertas pela a hora, os mendigos dormiam encolhidos no chão em volta de uma coberta desgastada pelo tempo, não havia muito com o que se preocupar, até o momento que ela esbarrou em um corpo masculino.

- Se lembra de mim, doçura? – Claro que ela lembraria, pergunta estúpida. A garota recuou com medo. – Não se lembra da linda noite que tivemos?

- Saia de perto de mim! – gritou.

- Chegaram notícias lá no inferno, de que você está grávida... Não deveria tratar assim o pai do seu filho. – ele disse sacarticamente, passando  os dedos no rosto de Katharine, ela a afastou com nojo.

- O filho não é seu!

- Teremos que esperar para ver. Não é, doçura?

- Saia de perto dela! – disse uma voz feminina detrás de Katharine.

- Vejam se não é a anjinha!

- Cala essa sua boca! Saia da minha frente agora antes que eu faça coisas piores. Você sabe muito bem o que eu posso fazer...

Ele fez uma cara de ódio para a mulher, e evaporou como uma fumaça negra, deixando um corpo desacordado no chão. Katharine olhou sem entender para aquilo. Quem era aquelea garota que supostamente a salvara? E que o homem a chamava de “anjinha”? E o que o homem quis dizer com “chegaram notícias lá do inferno”? Confusa, ela olhou para atrás onde a mulher permanecia.

- O que você pensa andando por aí sozinha? Vamos, você tem que voltar para casa. – a moça pelou seu pulso, e começou a puxá-la na direção oposta a casa de Ales, mas ela protestou.  – Ah... Mas é claro! Você quer ir para a casa do Alexander.

E então ela a guiou, sem soltar seu pulso até a casa dele. Katharine a seguiu sem muito entender.

Chegando lá, a mulher andou a passos firmes até chegar à porta dele, e a abrir sem quase nem encostá-la. Katharine se sentiu mais confusa e assustada com isso.

- Alexander! – gritou ela, com a porta se fechando atrás das duas, sem nenhuma das duas usar um músculo para fechá-la.

Então Alex apareceu, apenas com um short de dormir do quarto.

- Sabe quem estava andando por aí a essa hora da noite sozinha? – ele olhou para mim. – E agora adivinha quem apareceu?

- Ele...?

- Sim, o demônio. O que você tem na cabeça para deixar que ela fique andando sozinha pelas ruas à uma hora dessas?

Alex ia começar a falar, mas Katharine interrompeu.

- Não foi ele que pediu que eu viesse aqui à uma hora dessas, fui eu que quis. E será que vocês poderiam me falar o que está acontecendo aqui? Ou pararem de falar em códigos? – Ela não entendeu muito quando falou “demônio”.

- É claro! Alexander ainda não te contou. Vou esperar.

- O que você não me contou? – disse ela já um pouco perturbada com o que seria.

- Vem aqui, Katharine. – disse ele a levando para o quarto, e fechando a porta.

Ele começou a andar de um lado para o outro. Não sabia exatamente por onde começar. Ele sabia que já deveria ter contado a ela.

- Katharine, você já freqüentou a igreja?

- Sim. – ela se lembrou de quando sua mãe ainda estava viva.

- Não sei exatamente como começar... Mas, você sabe que Deus criou céu e inferno, bem e o mal, yin e yang, anjos e demônio... E assim vai. Cada coisa tem seu oposto.

- E aonde você se encaixa nisso?

- E se eu te contasse que eu sou um anjo? – disse ele tudo de um vez.

- Claro que você é um anjo! O meu anjo. – disse a garota.

- Você não está entendendo. Eu sou um anjo. De verdade. E eu tinha vindo aqui, inicialmente, apenas para tentar te salvar.

Então, nesse momento, Alex mostrou suas asas para Katharine. Elas começaram a se desdobrar bem devagar, até que estarem completamente expostas.

A garota ficou mais do que maravilhada com as asas. Elas eram incrivelmente brancas, e com um brilho prata emergindo delas. Ela levou suas mãos até elas, eram macias como veludo. Talvez até mais.

- São lindas. – disse distraída.

- Obrigada. Mas ainda não te contei toda a história.

“Eu não vim aqui somente porque você parecia correr perigo. Eu não era exatamente o que se poderia considerar um anjo que não falhava e que sempre fazia as coisas certas. Eu falhava, e muito. E isso sempre se convertia a uma coisa muito mais grave. E então eles me mandaram para aqui, uma missão aparentemente ‘fácil’. Mas então aconteceu uma coisa que não devria acontecer. Eu me apaixonei por você. E eu não posso...”

- Por que não? – ela escutou toda a história em silêncio, até o momento.

- Porque não podemos. Veja bem. É um sentimento humano. As pessoas quando estão muito apaixonadas fazem qualquer coisa por ela. As colocam em primeiro lugar. Mesmo se souberem que a coisa não é certa, mas se for por essa pessoa eles farão. Como matar. Eu sou humano novamente com você.

“E outro erro meu, foi te engravidar. Não deveria. Essa criança vai ser poderosa de mais...”

- Alex, - ela o interrompeu – quando eu encontrei com ele, ele disse que o bebê era dele. Diga para mim que isso não é verdade! Eu não quero ter um filho dele!

Ela já estava quase chorando. Alex a abraçou forte. Ela não teria um filho daquele monstro. E não tinha como o demônio saber.

- Teremos que esperar para ver. Vamos voltar para a sala. A Victória está nos esperando.

Eles voltaram para a sala, onde a anja estava sentada no sofá, os esperando.

- Ela também é uma? – perguntou Katharine, baixinho para Alex.

- Sim.

- Então, pelo visto você já contou a ela. – disse Victória. – Mas ainda sim, não acho que seja seguro para ela ficar aqui.

- Por quê? – perguntou Alex.

- O pai dela provavelmente vai ficar preocupado, e ele pode descobrir onde você está morando. Não vai ser exatamente uma coisa legal para Katharine. Entendo que você não queira voltar, mas...

- Se você entende, deve saber o que ela sofre todos os dias naquela casa! Como você pode pedir para ela voltar para lá?! – gritou Alex.

- Eu só estou querendo certificar de que você não irá fazer nenhuma bobagem enquanto ela estiver junto de você.

- Será que dá para você dois pararem de discutir. Quem deve escolher entre ficar aqui, ou não, sou eu. Esqueceram-se de que eu estou aqui, e que vocês estão falando exatamente de mim? Não sou mais uma criança.

- Que seja. Então você quer ficar aqui, é claro.

- Sim.

- Então eu também vou ficar aqui. – disse ela.

- Por quê? Você pode muito bem ir para outro lugar. Não precisa ficar no meu pé.

- Para falar a verdade precisa sim. Você quer que eu conte aos outros, o que está acontecendo aqui? O que você fez?

- Não.

- Então irei ficar. Podem voltar a dormir. Eu fico com o sofá da sala.

Alex pegou a mão de Katharine e a levou direto para seu quarto, e fechou a porta bem forte atrás de si.

- Tudo bem Alex? – perguntou a garota ao vê-lo um pouco alterado.

- Tudo ótimo. Desculpe-me.

- Tudo bem. Eu te amo. – disse ela abraçando o pescoço do anjo.

- Eu também te amo. – falou, logo depois beijando os lábios delicados da garota.


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Notas finais do capítulo

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