Duas semanas Depois...

Katharine acordou naquela manhã de segunda-feira um pouco estranha. Era como se ela tivesse esperando algo, ou tivesse que fazer algo há muito tempo, mas tivesse esquecido.

Ela se levantou, e arrastou-se até o banheiro. Apesar de ter dormido a noite toda, ela se sentia sonolenta, como nunca se sentiu antes. Despiu-se lentamente, e entrou de baixo do chuveiro, onde caia uma água quente para ver se a despertava.

Ela ainda permanecia de castigo. Não falava mais com o seu pai, que a propósito, nunca mais viajou, agora ficava praticamente trabalhando em casa, e cuidando daquela vaca.

Quando ela se vestiu, penteou os cabelos, e pegou sua bolsa com os livros para a escola. Desceu as escadas, e felizmente, não tinha ninguém, então ela aproveitou para pegar um dinheiro dentro que tinha dentro de um pote que ficava em cima da geladeira, iria comer algo na escola.

Katharine, quando chegou à escola, logo viu Alex no portão a esperando, como sempre. O sinal já tinha batido, então não tinha quase ninguém lá na frente, exceto os retardatários, como ela, e Alex que a esperava.

- Bom dia. – disse ele enlaçando seus braços na cintura da jovem, que parecia prestes a cair no chão de tanto sono. – Você dormiu ontem à noite?

- Sim. Mas eu me sinto estranha... Eu dormi a noite toda, mas estou com muito sono, e estou com muita fome.

- Não que voltar para casa?

- Não! Eu tenho que assistir à aula. Vamos.

Apesar da insegurança de Alex em deixá-la assistir a aula, ele a acompanhou até a sala de  Química, atento a cada movimento dela, e segurando muito firme sua cintura para que aquela garota tão frágil não caísse.

Ao entrarem na sala, o professor já estava dando aula, e não gostou muito de ser interrompido pelo casal, que apesar de entrar o mais sorrateiramente possível, foi o centro da atenção até se sentarem em suas carteiras.

- Da próxima vez que, um dos dois chegarem atrasados irão direto para a direção. Estamos entendidos?

Então ele começou a dar a aula novamente, mas Katharine, apesar de querer ouvir o que ele estava falando, e prestar atenção, pelo menos um pouco na aula, ela não conseguia, ela simplesmente fechou os olhos instantaneamente e dormiu.

Katharine só acordou quando o sinal indicando que o primeiro tempo tinha acabado. Sua barriga roncava de tanta fome.

Ela dormiu as duas aulas seguintes também. E quando bateu o sinal do intervalo, foi direto até a cantina, comprar qualquer coisa para se alimentar. Optou por duas pizzas, e uma latinha de coca-cola.

Alex, desta vez se sentou junto com Katharine e Evangelina, ele estava achando o comportamento dela muito estranho, então decidiu ficar de olho.

Katharine tomou a coca-cola, e devorou as pizzas muito rápidas. Os dois a olhavam perplexos.

- Quero mais uma...

- Katharine, eu acho que você já comeu de mais. Acho que você nem mastigou aquilo. – comentou Alex.

- Tanto faz. Não tenho dinheiro para comprar mesmo.

O sinal tocou, e todos começaram a se encaminhar para suas salas. Katharine e Alex estavam caminhando até a sua sala de origem, quando a jovem vomita no corredor. Tudo o que ela comeu naquele momento, foi jogado fora. Alex segurava seus cabelos, e sua cintura para que a mesma não se desequilibrasse ou se sujasse muito.

Muitas pessoas que estavam vindo na mesma direção que os dois, saíram de perto, e quando a professora de artes chegou e viu a bagunça, disse:

- Alex, por favor, leve a sua amiga para a enfermaria, eu vou pedir para alguém limpar isso aqui.

- Claro. – disse a pegando no colo.

Os dois caminharam até o corredor da enfermaria, onde a enfermeira estava lixando as suas unhas, e quase não percebeu os dois entrarem. Alex pigarreou, e ela voltou sua atenção para os dois.

- O que aconteceu?

- Ela vomitou no corredor, e vêm se comportando de um jeito diferente esses dias.

- Ponha ela na maca. Que tipo de comportamento?

- Há alguns dias, ela estava meio que introvertida, não falava muito com a amiga dela, e hoje, ela estava com muito sono, e comeu muito mais e muito rápido, e depois vomitou.

- Mudanças de humor?

- Não que eu tenha percebido.

- Bem, o vomito pode ter sido causado por ela ter ingerido muito rápido do alimento... Qual o nome dela?

- Katharine.

- Katharine, você dormiu bem ontem a noite?

- Sim, dormi a noite toda.

- Qual foi à última vez que você menstruou?

- Acho que... Há um mês e uma semana. Ah não!

Agora ela podia entender tudo aquilo que estava acontecendo, e no que poderia resultar. E apesar dela querer muito que esse filho fosse do Alex, ela não podia afirmar esse fato.

- Eu não posso saber se isso é verdade ou não. Acho melhor você fazer um daqueles testes de gravidez. Mas você sabe quem é o pai, não é?

- Sim.

- Então espero que ele não seja um total idiota. Vou dar um passe para vocês dois saírem. E você – disse se virando para Alex – é melhor cuidar bem dela.

- Sim senhora.

Ele pegou a mochila dela e dele, e as jogou nas costas, e logo em seguida foi ajudar Katharine a levantar. Alex ia pegá-la no colo, mas ela protestou. Então os dois saíram da enfermaria, e foram para o portão da escola onde apresentaram os passes, e o porteiro os deixaram sair.

- Vamos passar em uma farmácia, primeiro, está bem?

- Alex, eu já estou grávida, ok? Isso não vai mudar muita coisa.

- Mas ainda acho melhor a gente fazer esse teste. Talvez você tenha tomado algum remédio...

- Eu não tomo remédios, Alex. E minha menstruação não atrasa uma semana. Mas se você está tão assustado porque talvez o filho seja seu, então pode deixar que eu vou dar conta de tudo sozinha!

“... Talvez o filho seja seu...” Essa frase ficou rondando na cabeça de Alex, enquanto Katharine se afastava com raiva dele. E se o filho não fosse dele? Seria bom ou ruim? Será que aquele infeliz iria voltar? Será que ele iria a deixar viver naquele ambiente que ela chamava de casa?

Não.

Mesmo se o filho não fosse dele, a coisa mais errada era deixar sua pequena garotinha voltar para aquela casa. O que a madrasta dela faria se ficasse sabendo que ela estava grávida? E seu pai?

Ele correu até ela, e a abraçou o mais forte possível. Não a deixaria ir embora.

- Desculpa. Não era isso que eu queria dizer. Não vou ser um pai idiota.

- Acho bom.

- Mas ainda sim, acho melhor comprarmos o teste. Talvez só seja uma coincidência.

- Tá bom.

Eles passaram em uma farmácia próxima, e compraram o teste de gravidez.

- Eu faço o teste em casa, e amanhã eu te falo o resultado, ok?

- Katharine, eu realmente não queria que você voltasse para a sua casa...

- Meu pai tá em casa. Eu não quero dar a ele um motivo para brigar comigo de novo. Acredite, eu também não queria voltar para lá.

- Tem certeza que você consegue voltar andando para casa.

- Claro. Tchau. – dando o leve beijo nos lábios de Alex ela se foi para sua casa.

Chegando lá, seu pai estava trabalhando em seu computador, e a perguntou o do porque de ter chegado tão cedo, ela disse que tinha passado mal e subiu as escadas rapidamente, trancando a porta atrás de si.

Foi até o banheiro, e fez o teste como dizia nas instruções. Quando foi olhar o resultado: positivo. Ela estava grávida.