Parei na praça, aquela praça, a de sempre. Sentei-me e pus-me a chorar cerca de alguns minutos. Estava nos primeiros bancos onde podia ter uma larga vista do lugar, que era muito belo por sinal. Mantinha a cabeça baixa de forma que sentia vergonha daquilo que tinha acabado de ocorrer. E o que mais me preocupava era o simples fato de não querer ver o Gerard novamente, apesar de tudo, prezava sua amizade assim como a dos outros, porém ele me forçou a pensar o contrário.

- Oi, Kemper. – disse uma suave voz que chegava ao meu lado, ali naquele banco.

- Oi... – levantei meu rosto e vi uma garota linda, de cabelos negros e encaracolados, sua fisionomia era séria e vestia um lindo vestido azul. O brilho do sol refletia sua imagem o que a deixava com uma aparência angelical.

- Não tá lembrada de mim? Sou Julia, estudo na sua sala. – sorriu.

- Ah, me desculpa Julia. Imagina... claro que me lembro de você! É que... Como você pode ver não estou em um bom estado. – olhei para baixo ao mesmo tempo em que ela me abraçou e sorriu novamente.

- Pode contar comigo Victoria, ficaria feliz em te ajudar.

- Obrigada. Muito obrigada. – sorri.

  

Julia era delicada e falava de forma sutil. Ela me passava confiança e ao mesmo tempo conforto. Fomos em direção a uma lanchonete e nos servimos com um café quente, conversamos até o sol se pôr. Contei tudo pra ela, ou pelo menos quase tudo, mas senti que dali uma forte amizade surgiria. Me animei, afinal de contas ao menos uma amizade feminina é indispensável na vida de qualquer garota, e além disso, Julia era uma ótima pessoa.

  

A quarta-feira amanhecera e eu tinha acabado de sair de casa quando escutei a buzina de um carro.

- Vem Vicky!

- Julia! Você por aqui? Espera um pouco. – corri e peguei minha mochila.

- Bom dia!

- Bom dia! – respondi.

- Esse aqui é meu pai. – disse Julia ao mesmo tempo em que eu entrava no carro do seu pai.

- Oi pai da Julia. – acenei.

- Oi Vicky, amiga da Julia, que tem belos olhos azuis.

- Hehehe, obrigada. – assim como a filha, o pai da Julia era super gentil.

  

E assim, fomos para escola, como sempre, mas dessa vez, mais amigas do que nunca. Aquilo tudo que tinha acontecido comigo foi um pretexto para me unir a Julia, o que me deixou bastante feliz. Seguimos em direção a nossa sala, eu sorria como nunca, entretanto, a imagem que tive dos meus ‘companheiros’ não era a mesma...

CAPÍTULO 7 - FIM