Sonhadora escrita por AnnaHeimer
- Então. Está satisfeita agora? Eu realmente gostava de Lucy.
- Estou com pena.
- O que você quer? – ele me perguntou, recuando.
- Quero que fique longe de mim e de Gustav. Se quiser ficar vivo terá que aprender a nos respeitar.
Ele andou apressadamente ao seu quarto e eu gargalhei. Gustav me cutucou e me olhou assustado.
- Acabou de acontecer tudo o que você sonhou. – falou arregalando os olhos.
Parei de rir e pensei. Era verdade.
- Vamos ao meu quarto. – murmurei.
Ele me seguiu e então sentamos na cama para que eu pensasse com ele.
-... Isso quer dizer que o que você sonha acontece? – supôs Gustav – Eu nunca tinha visto esse poder. Você pode “prever” o que irá acontecer no dia seguinte. – disse ele e sorriu. – É legal para alguém que acabou de se incluir no grupo.
Levantei da cama e olhei para o relógio. Era três e meia. Eu tinha ainda uma hora e meia antes de ir ao meu encontro com Gustav.
- Aonde vai? – perguntou ele quando me levantei para sair do quarto.
- Vou andar. Talvez isso me faça esquecer Joe.
- Ele machucou você? – perguntou Gustav andando até mim.
- Não. – e voltei a chorar.
Corri nos braços de Gustav e chorei muito. Ele me abraçou e beijou minha testa.
- Tente não pensar nisso. Vamos ter um encontro daqui a uma hora e não vai ser muito legal se você estiver chorando.
- É verdade. – interrompi minhas lágrimas e sequei-as. – Vou andar.
Saímos do quarto e notei que meu irmão não estava em casa. Dei de ombros. Aquilo não era problema meu.
- Sabe, você até que está lidando bem com a notícia. – admirou-se Gustav.
Corremos em volta do parque umas sete vezes e rimos bastante. Fiquei cansada e precisei voltar para casa.
- Até que você é bem engraçada. – falou.
- Você conseguiu pegar o período mais alegre da minha vida. Está com sorte.
Tomei banho primeiro e ele depois. Arrumei-me no quarto e quanto fiquei pronta ele me elogiou.
- Ficou bonita nesse vestido azul. – falou ele e acariciou minha bochecha rosada.
Eram seis horas e ponto quando saímos de casa. Consegui evitar encontra minha tia no caminho e tudo parecia perfeito até meu irmão chegar e atrapalhar tudo.
- O casal perfeito está chegando – gritou ele, nos seguindo.
- Cale a boca!
- O que é? Nenhum beijinho?
- Não estamos namorando. Somos apenas amigos. – falei, irritada – Vamos Gustav. – pedi e entramos no cinema – Que filme nós vamos olhar? Uma comédia? – sugeri
- Aquela que acabou de lançar. Aquela é legal. – falou. – Fique aí que vou comprar os ingressos e já volto.
Assenti e fiquei olhando em volta. Muitas pessoas passavam pelas ruas. Um homem passou por mim e seu rosto piscou na minha cabeça como um flash. Eu o conhecia. Ele sorriu pra mim e eu fui atrás dele.
- Ei! – chamei-o – Espere. Eu te conheço. - gritei
Mas ele se foi. Aquilo era estranho. Ouvi meu nome sendo chamado.
- Jenny! Jenny! – era Gustav
- Estou aqui
- A onde estava?
- Encontrei um homem que acho que conheço.
- Ah. Isso sempre vai acontecer. São pessoas que você conheceu na sua vida passada.
Comecei a rir.
- Quer saber? Vamos entrar logo nesse cinema. – puxei-o para sala da seção.
Sentamos em uma das fileiras mais distantes da tela para melhorar a visualização. Nas primeiras cenas do filme já deu para rir bastante. Saímos da sala no final da seção ainda rindo um pouco.
- O que achou? – perguntei
- Gostei de sair com você. – falou – Eu nunca me diverti tanto assim com uma humana antes.
- Não sou humana. – observei
- É verdade. Mas é meio humana ainda. – discutiu
Concordei e andamos novamente para casa. Mas algo despertou minha atenção. O homem do qual tinha visto antes no cinema estava andando na nossa frente.
- É esse homem – sussurrei a Gustav e apontei o homem moreno à nossa frente.
- Ele se chama Kel. É do departamento.
- Que departamento?
- Ele é quem escolhe quem vai virar espírito – explicou, fazendo uma careta quando eu quase gritei.
- Ele me escolheu? – perguntei irritada
Gustav apenas assentiu.
- Vamos. – pediu ele me puxando para dentro de casa.
Ele ficou invisível e minha tia chata veio me questionar.
- A onde você estava?
- No cinema com um amigo.
- Ele ainda está ali fora? Quero conhecê-lo.
Engoli em seco. Ele estava aqui comigo. Quando ela abriu a porta ele saiu e apareceu na frente da porta. Ela olhou-o e sorriu.
- Olá. Sou a tia de Jenny. Prazer. – falou ela – Seu nome?
- Ah, desculpa. Não me apresentei. Sou Gustav. – respondeu, educadamente.
- Prazer em conhece-lo. – falou e quando se despediu dele, se virou para mim - Vocês estão namorando?
- Não. – respondi e Gustav apareceu no meu lado novamente, invisível.
- É uma pena. Um garoto bonito e educado. – disse ela e foi para a cozinha lavar a louça.
Fiquei vermelha quando Gustav olhou para mim e sorriu com o comentário da minha tia. Fui ao meu quarto e ele me seguiu. Enfiei-me embaixo das cobertas, de vergonha e Gustav foi me ver.
- Ei, que foi? – perguntou
Levantei-me e nos olhamos.
- Sua tia tem razão. Você também é uma garota bonita e inteligente. – falou ele se aproximando de mim, lentamente.
- Vai me beijar?
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