Irresistível Presença escrita por M-Duda


Capítulo 17
Capítulo XVII - Mudanças de Humor




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Capítulo XVII

 

Lua-de-Mel? Eu não devia ter escutado bem.

- O que disse? – perguntei hesitante.

- Que viajaremos em lua-de-mel. – respondeu sem pestanejar – Se quiser, é claro.

Franzi o cenho, desconfiando que ele não soubesse ao certo o que significava aquilo. Se soubesse não estaria me propondo tal viagem. Estaria? Só se...

Interrompi o pensamento sentindo um estalo na cabeça. Edward estaria me pedindo em casamento? Não podia ser. Arregalei os olhos e vi que Edward observava as minhas reações, e parece ter notado meu entendimento assim que parei de respirar; pois na mesma hora ele escorregou do sofá até ficar de joelhos entre minhas pernas.

- Bella... – ele segurou minha mão esquerda entre as suas e me encarou com...devoção? – Sei que fui estupidamente cruel hoje. Mas acredite...você é tudo para mim! - não tinha como duvidar da sinceridade contida em suas palavras – Me desculpe por ser um egoísta covarde. – Edward agora se mostrava desconfortável. Era evidente seu embaraço por revelar algo que julgava tão constrangedor.

- Egoísta covarde? – perguntei soltando o ar ruidosamente, me esquecendo um pouco do motivo que me levou a prender a respiração. Ele assentiu desanimado.

- Quando desliguei o telefone, depois de falar com Elizabeth, só conseguia me lembrar de tudo o que meu pai foi capaz de fazer em nome do “amor” que dizia sentir por ela – se explicou franzindo a testa - Eu não queria ser fraco como ele, Bella. Mas sua voz foi como um tapa em minha cara. Mostrando-me que eu faria pior se assim você quisesse. – me encarou – Por que eu estou completamente em suas mãos.

- Edward! – não tentei disfarçar a emoção em minha voz. Ao mesmo tempo em que me senti feliz com aquela declaração, fiquei triste também. Levei a mão direita ao seu rosto – Você tentou se livrar de mim, por achar que eu poderia te machucar?

- Eu disse que sou um egoísta covarde. – retrucou com amargura.

- Não. Não é. – afirmei convictamente – Um egoísta covarde não se desculparia e não entregaria seus pontos-fracos como está fazendo agora.

- Meu ponto fraco é você. – ele disse.

- Então é uma troca justa – repliquei mordendo o lábio inferior iniciando um sorriso – Já que o meu ponto fraco é você. – ele também sorriu e quando vi Edward estava me puxando pelo pescoço para um beijo apaixonado.

- Mas e agora? – perguntei cautelosa – Está tudo bem? Digo...você não vai tentar me afastar novamente, vai?

Ele estreitou os olhos me estudando por alguns segundos e depois me lançou aquele sorriso torto que só o deixava ainda mais lindo.

- Não. – respondeu retirando uma caixinha preta de dentro do bolso do seu casaco, me fazendo lembrar da conversa sobre lua-de-mel.

Quando Edward abriu a embalagem, contemplei o brilho do mais lindo anel que já havia visto na vida. Um delicado aro de ouro branco que sustentava uma forma ovalada cravejada de diamantes. Senti que minha hora havia chegado. Duvidava ser forte suficiente para sobreviver a um pedido daqueles.

- Isabella Swan, prometo te amar por todos os dias da minha vida. – eu não enxergava mais, pois minha visão estava embaçada pelas lágrimas que se formavam em meus olhos. – Quer se casar comigo? – mais uma vez parei de respirar. O que não foi boa idéia para uma pessoa que já tinha desmaiado e sofrido diferentes emoções em um único dia. Tive que fechar os olhos e me concentrar em inspirar e expirar para que a vertigem não piorasse.

Quando voltei a encará-lo, Edward parecia preocupado.

- Está tudo bem? – quis saber tocando minha face.

- Sim. – respondi rapidamente, permitindo que as lágrimas de alegria escorressem à vontade pelo rosto.

- Não entendi... – ele falou - Isso foi um “sim” está tudo bem, ou “sim” aceito me casar com você?

- Sim, está tudo bem; e sim, aceito me casar com você! – meu sorriso devia estar enorme.

Edward suspirou satisfeito e colocou o anel no meu dedo anelar, depois de tê-lo beijado e então, levantou-se do chão me puxando também para ficar em pé com ele e beijou minha boca. A princípio nossos lábios se uniram com ternura, e assim que o calor ficou insuportável, nossas línguas dançaram num ritmo perverso, produzindo gemidos voluptuosos tanto em mim quanto em Edward. Nossas mãos não estavam comportadas, mostrando que o desejo de um era proporcional ao do outro.

- O que acha de comemorarmos uma vez em teu quarto antes de voltarmos para casa? – sussurrou em meu ouvido, passeando a língua em minha orelha. Estremeci.

- Acho...uma ótima...idéia – concordei entre arfadas.

Seguimos pelo corredor na mesma disposição, entre beijos, pegadas e gemidos, e quando Edward me girou para dentro do quarto, senti novamente uma estranha vertigem. O movimento definitivamente não me fizera bem. Minhas pernas fraquejaram e meu corpo pesou nos braços de Edward. Dessa vez não desmaiei, mas perdi todas as forças.

- Bella? – ele soou apreensivo enquanto me sentava na cama.

- Não sei o que aconteceu. – e lá estava eu, com dificuldades para me explicar à Edward devido minha falta de voz. - Acho que fiquei emocionada.

- Hum, sei. – ele não parecia convencido. Tentei desviar o rumo das atenções.

Observei o dedo que agora carregava um lindo anel de noivado e iniciei minha investigação:

- Você não comprou este anel a caminho da minha casa. – apontei, retirando-o de seus próprios pensamentos.

- Não. – disse distante, sentando-se ao meu lado.

- Quando comprou? – indaguei curiosa.

- Quando estive em Londres.

- Mesmo? – não acreditava que Edward já pensasse em casamento na época em que eu sofria por acreditar que aquele fosse o tipo de sonho inalcançável. - E por que não me entregou antes? – epa! Ele deve ter me achado uma desesperada.

- Esperava por um momento apropriado. – respondeu sem zombar da minha cara - Não sei. Pensei que pudesse me achar precipitado. – precipitado? Porém, antes que eu pudesse perguntar ele estreitou os olhos e foi mais rápido no interrogatório – Você está doente, Bella?

- Não. - agora foi minha vez de ficar confusa - Por quê?

- Você me diria se estivesse? – Edward parecia perturbado com a idéia.

- Diria. Mas não estou. – pestanejei – Pelo menos, não que eu saiba. – me arrependi pelo comentário, pois Edward arregalou os olhos para em seguida fechar o semblante.

- Vou te levar a um médico agora mesmo. – levantou-se agitado.

- Não. – repliquei rapidamente, agarrando-o pela cintura, fazendo com que ele se sentasse novamente ao meu lado. Edward praticamente caiu na cama com o meu puxão – Já estou ótima. Pode confiar. – em seus olhos percebi que ele não confiava nem um pouco, então eu melhoraria meus argumentos – Prometo que se voltar a sentir qualquer coisa parecida eu irei a um médico. – meu estômago embrulhou só com a idéia. Mas sabia que nada mais se repetiria, visto que aquelas demonstrações de fraqueza eram apenas o resultado das minhas emoções abaladas.

- Confio na sua promessa. – garantiu depois de um tempo me estudando.

- Mas agora, mudando um pouco de assunto – falei e Edward arqueou uma sobrancelha – Fiquei pensando... – olhei-o cuidadosamente, com receio de prosseguir – Não me leve a mal, mas estou curiosa...

- Então pergunte. – ele me incentivou.

- No fundo, no fundo... – coloquei minha mão em seu peito, na altura do coração. Edward me fitava atento – Não se pergunta o motivo que levou Elizabeth a te procurar? – ele suspirou ruidosamente e fez uma careta de desagrado – Me desculpe. Não vamos falar mais disso. – me apressei em demonstrar que ele não tinha com o quê se preocupar.

- Está tudo bem, Bella – murmurou suavemente e segurou meu rosto com as duas mãos – Você pode falar o que quiser comigo, não precisa se desculpar. – acariciou minhas bochechas com seus polegares – A verdade é que no fundo, no fundo... – sorriu sem vontade – Acho que o único motivo de Elizabeth seja o meu dinheiro.

- Ou talvez o seu perdão. – soltei sem hesitar.

- Você é muito inocente e altruísta – meneou a cabeça - Mas não me importa o motivo, porque nada me faria atender Elizabeth novamente. – percebi que ali era o ponto final da conversa, mas também notei que, por mais que ele negasse, Edward ainda pensaria muito no retorno inesperado de sua mãe. Não queria que ele se martirizasse, muito menos que se sentisse sozinho.

- Estarei sempre ao seu lado. – beijei seu rosto e sussurrei em seu ouvido – Sempre. – ele me abraçou com carinho e amor.

- Eu sei. – depois beijou o alto da minha cabeça.

Ficamos alguns minutos em silêncio, aproveitando a presença e o calor um do outro. Como era bom ter os braços de Edward envolvendo-me e prendendo-me junto a seu corpo. Como era bom sentir a delicadeza de suas mãos, fortes, ao acariciarem meus cabelos e minha face.

- E a data? – sobressaltei-me quando a voz masculina, que tanto amava, interrompeu meus devaneios. Ele riu achando graça – Já estava dormindo?

- Não. – respondi sorrindo – Mas estava sonhando.

- Hum...Sonhando acordada? – debochou – Sei bem como é. Mas e então? Já pensou em uma data para o nosso casamento? – pressionou entusiasmado.

- Ainda não tive tempo para isso, Sr. Cullen. – brinquei – Mas aceito sugestões.

- Por mim, iríamos agora mesmo a Las Vegas e nos casaríamos nesse fim de semana. – revelou sem traço de ironia, me deixando incrédula – Mas acho que seria melhor se a tua família me conhecesse primeiro.

Ele não podia estar falando sério. Não podia estar tão apressado para nossa união conjugal! Mas obviamente, a segunda sugestão fora sensata; meus pais não ficariam felizes se eu me casasse na correria com um homem que, por mais que eu afirmasse ser perfeito, ainda não conheciam pessoalmente.

- Sempre falo de você para os meus pais. – estranho nunca ter comentado aquilo antes.

- Mesmo? – ele ficou satisfeito – E o que você fala? – perguntou me encarando com olhos estreitos e um sorriso maroto nos lábios.

- Que eu te amo muito! – me aproximei encostando nossas bocas em um estalinho rápido – E que você é a pessoa mais linda e especial que existe na minha vida! - ele prendeu minha cabeça, impedindo que me afastasse e então intensificou o beijo invadindo-me com sua língua.

Quando um som prazeroso escapou de minha garganta, Edward rosnou e me afastou pelos ombros. Protestei mas ele me segurou ainda mais forte, de modo que não me mexesse muito.

- Fique quietinha por um segundo, Isabella. – pediu arfante, de olhos fechados. – Estou tentando me controlar.

- Não precisa se controlar. – afirmei, fazendo-o abrir os olhos e me fitar duvidoso.

- Preciso sim. Não quero que desmaie três vezes no mesmo dia.

- Não vou desmaiar. – tentei diminuir o espaço entre nossos rostos, mas ele não permitiu.

- Quieta. – seu tom implacável me fez desistir.

- Ah! – fiz bico, cruzando os braços derrotada. Sabia que estava parecendo uma criança mimada, mas na verdade me sentia frustrada. Queria Edward a todo custo.

Ele riu diante minha rendição e relaxou percebendo que eu não tentaria agarrá-lo.

- Agora... – começou colocando uma mão no bolso de sua calça, retirando de lá a chave que tinha deixado mais cedo na mesa de seu apartamento. – Acho que isso pode voltar para a verdadeira dona. – entregou-me a pequena peça.

- Teus bolsos são melhores do que saco de Papai Noel – brinquei e Edward gargalhou. Mas aquilo não deixava de ser verdade. Ora um anel, ora uma chave de apartamento...estava ficando mal acostumada.

- Vamos voltar para nossa casa? – seu semblante ainda estava divertido pelas gargalhadas, mas sua pergunta foi séria.

- Nossa casa? – repeti experimentando as palavras.

- Sim, nossa. – Edward assegurou – Não preciso de papéis assinados para considerá-la minha mulher – sorriu - Portanto, futura Sra. Cullen, acho bom acostumar-se com a realidade de que aquele sim, é o seu verdadeiro lar. – “Sra. Cullen”. Gostei de como soou.

- Não deixe Alice te escutar dizendo isso. – falei baixo fingindo que aquele era um assunto perigoso.

- Eu não seria louco. – sussurrou entrando na brincadeira.

 

No outro dia, fomos almoçar em um restaurante, para comemorar e brindar entre amigos o nosso noivado.

Todos ficaram boquiabertos quando Edward anunciou nosso noivado e eu mostrei minha mão com a aliança, com exceção de Emmett; que mesmo feliz não parecia muito surpreso. Desconfiava que Edward já tivesse revelado suas intenções de casamento para o primo. 

- Ao casal! – Emmett levantou sua taça de Champanhe, fazendo com que todos repetissem o gesto.

- E a data? Já decidiram? – Rosalie mal se continha de alegria.

- Ainda não. – respondeu Edward - Gostaria que os pais de Bella me conhecessem primeiro.

- Então eles ainda não estão sabendo? – Alice quis saber.

- Sabendo estão. – garanti – Liguei ontem para os dois e contei sobre o pedido.

- E o que eles acharam da novidade? – Jasper não escondia o contentamento.

- Por incrível que pareça não estranharam. Mesmo sendo recente o meu namoro com Edward, meus pais disseram que já imaginavam que isso aconteceria. – recordei-me de meu pai dizendo que me achava muito madura e que por esse motivo não se preocuparia com minha decisão: “confio em você, Bella. Tenho certeza de que não se relacionaria com uma pessoa que não a merecesse. Desde a primeira vez que você comentou sobre esse rapaz, eu soube que não seria um namorinho sem futuro.” - E também, ficaram muito aliviados em saber que Edward gostaria de conhecê-los antes de marcarmos uma data oficial. – na verdade minha mãe virara sua fã: “que maravilha! Fico muito satisfeita em saber que meu futuro genro não ignora a sogrinha aqui.” Ela deve ter sido mãe de Alice em outra encarnação.

- Como assim, data oficial? – Emmett não deixou passar. – Vocês já decidiram pelo menos o mês?

- Sim. – falei – Em Julho do ano que vem, após a minha formatura. - “Por favor, não se case antes de se formar, filha!” minha mãe pediu. Ela achava que pessoas inteligentes não se casavam antes de terminarem seus cursos superiores. Não discutiria dizendo que Edward já não era mais um universitário, então cedi, sabendo que assim não a decepcionaria, afinal, aquilo tinha sido a única coisa que ela me pedira na vida.  

- Por mim, nos casaríamos hoje mesmo. – Edward declarou me lançando um sorriso de tirar o fôlego – Mas entendo e respeito a preocupação de Renée.

O almoço estava ótimo, mas não estava me sentindo bem. Depois de umas três garfadas percebi que tudo poderia voltar se continuasse comendo. Remexi a comida, pensando que se fizesse barulho com os talheres e me mantivesse atenta ao prato talvez ninguém percebesse.

- Algum problema? – doce ilusão. Devia ter imaginado que nada passaria ao olhar atento de Edward. Corei por ter sido pega em flagrante.

- Não. – sorri mordendo o lábio inferior, disfarçando o mal estar. – Só não estou com muita fome. Acho que comi muito no café da manhã. – ele franziu o cenho desconfiado. Sabia bem o porquê. Eu não tinha comido quase nada mais cedo, o que também não deve ter passado despercebido por ele. 

- Edward? – santo Emmett me salvou em boa hora. - Imagine a felicidade de meus pais quando souberem de seu casamento! – disse satisfeito – Eles já amavam Bella antes disso. Agora, então...vão tratá-la como uma rainha. – ri e tentei prolongar aquele assunto.

- Quando irei conhecê-los? – evitei encarar meu noivo.

- Quando quiser. – Emmett parecia feliz com o meu interesse.

- Eles são ótimos, Bella. – Rose afirmou – Você irá amá-los.

- Ah! – Alice bufou fingindo estar zangada – Só a mim que ninguém quer conhecer? – com essa todos rimos, inclusive Edward. Soube apenas porque escutei sua gargalhada, pois ainda evitava seu olhar meticuloso.

- Pobre, Alice! – Rose brincou – Posso te emprestar a minha sogra também. Aposto que cabe mais uma nora postiça naquele grande coração. – Rose brincou se referindo a mim como nora postiça. Edward não se abalaria com aquele comentário, afinal ele não considerava Elizabeth como uma mãe. Mas quis ver com meus próprios olhos que aquilo não o afetara de maneira alguma, enquanto Jazz, entrando na brincadeira da irmã, dizia que Alice deveria estar grata por não ter sogra, já que nenhuma parecia se dar bem com as noras.

Erro cruel. Edward não me olhava. Ele me encarava. Desviei os olhos voltando minha atenção para a conversa que já nem ouvia mais. Remexi despreocupadamente a comida. Sabia que se não comesse ele me levaria a um médico, sendo assim, me esforçaria ao máximo para me livrar de seus planos diabólicos. Não estava doente.

- Bella? – ele sussurrou tocando em meu braço, enquanto eu mastigava com uma lentidão exagerada meu filé de peixe – O que está acontecendo? Você prometeu me dizer se não se sentisse bem.

- É só o meu estômago. Não se preocupe. – murmurei já com a boca vazia – Acho que não foi boa idéia comer tantos ovos essa semana. – tive vontade de vomitar só em lembrar, mas aquilo eu não diria em voz alta.

- Tem certeza? – indagou angustiado.

- Claro – sorri.

- Então, beba bastante água gelada – falou entregando-me um copo cheio do liquido mencionado.

O restante do almoço foi bem tranquilo, meu estômago deu uma acalmada, melhorando assim a tensão de Edward, que relaxou e aproveitou a nossa comemoração com os amigos. Mas quando entramos no elevador de seu prédio e um cheiro forte de perfume, que infestava o ambiente, veio com toda força em meu nariz, pensei que não aguentaria chegar a um banheiro a tempo, tamanha náusea. Senti o sangue fugir do meu rosto. Tampei a boca e o nariz com uma mão reprimindo o pior. Não sei o que Edward pensou, nem como era sua expressão já que eu apertava os olhos evitando que lágrimas saíssem dos mesmos, mas ele deve ter percebido minha aflição, pois não perdeu tempo me questionando e assim que saímos do elevador, se apressou em destrancar a porta do apartamento. Pelo visto já previa o que estava por vir.  

Voei para o banheiro e agachei diante o vaso sanitário, vomitando horrores. Estava muito mole e fraca para tentar impedir que Edward permanecesse às minhas costas, segurando meus ombros enquanto assistia aquela terrível cena.

Quando terminei o show, fechei rapidamente a tampa da privada e dei descarga. Levantei direto para a pia e lavei minha boca. Escovei os dentes umas três vezes, com Edward me firmando em pé.

- Já está limpa, Bella. Não precisa enxaguar a boca mil vezes. – assenti e me sobressaltei quando percebi que Edward me pegava no colo.

- Edward? – tentei protestar.

- Quieta. – falou me levando para a cama. Acariciou minha face depois que me recostou nos travesseiros. Ele estava muito perturbado, mas também, cuidadoso. – Como se sente?

- Bem. – respondi mais por força do hábito e Edward gemeu em protesto.

- Tem que dizer a verdade, Isabella – certo. Ele parecia um pouco bravo.

- Ah, Edward! – choraminguei – Não quero que me leve ao hospital. Isso é apenas uma indisposição.

- Como pode saber? Ontem foram desmaios, hoje vômito...você precisa sim de um médico. E não reclame. – acrescentou quando abri a boca para argumentar.

- Então espere mais um instante – pedi contrariada – Não quero sair agora.

- Certo. Mas não pense que irá me enrolar. – ele garantiu. Tive vontade de mostrar a língua, mas resisti bravamente.

Depois de uns quarenta minutos aproximadamente, Edward me chamou:

- Sei que não está dormindo, Bella! – sua voz de veludo pela primeira vez me irritou. Como ele sabia que estava fingindo para não ir ao hospital? – Hora de irmos.

- Não. Por favor. – inacreditavelmente, surpreendendo a mim mesma, comecei a chorar. Nunca gostei de hospitais, mas também nunca havia chorado por isso. Definitivamente, Edward com todos os seus mimos, estava me deixando muito mal acostumada.

- Bella? – ele ficou angustiado vendo minhas copiosas lágrimas. – Por que está chorando?

- Por que não quero ir a hospital nenhum. – quem era aquela pessoa? Quem me visse pensaria que eu já havia sido torturada em um leito hospitalar. – Eu detesto aquele cheiro...e todas aquelas pessoas vestidas de branco. – falei descontroladamente, entre soluços pelo pranto.

- Calma. – ele me abraçou, aninhando meu rosto em seu peito, tentando me transmitir conforto. Já devia estar arrependido por ter me pedido em casamento. – Calma. Não iremos, se isso te assusta tanto.

- Promete? – pedi em um fio de voz, molhando sua camisa.

- Prometo.

- Tudo bem, então! – murmurei já mais controlada.

Edward me fez dormir com suas carícias e quando acordei ele ainda estava lá, deitado ao meu lado. Espreguicei-me lançando-lhe um sorriso, o qual foi retribuído. Como ele podia ser tão lindo?

- Melhor? – perguntou.

- Hum, hum – assenti balançando a cabeça. Corei com as lembranças do meu ataque de maluca, o que amarelou o meu sorriso. – Ai Edward! – cobri o rosto com as mãos – Me desculpe pela ceninha patética. Não sei por que me descontrolei tanto.

- Não tem problema, meu amor! – ele disse puxando minhas mãos. – Não me prive de ver o seu rosto, por favor - pediu gentilmente – Não irei obrigá-la a ir ao hospital, mas também não posso deixá-la doente. Por isso liguei para um médico, amigo de Carlisle. Dentro de pouco tempo ele estará aqui.

Estremeci. Mas se o médico não quisesse me internar, então a idéia não teria sido ruim.

- Você é impossível. – apontei franzindo a testa e ele sorriu aliviado por eu não ter dado mais algum tipo de show.

- Ótimo. – aprovou em voz alta – Está com fome?

Até que antes de perguntar eu não me sentia com fome, não. Mas quando uma imagem, nada convencional, de ovo mexido com leite condensado passou pela minha cabeça, senti minha boca salivar. Comecei a rir imaginando a cara que Edward faria quando descobrisse que sua noiva além de louca, era estranha. O engraçado é que eu nunca comera nada estranho antes.

- Edward... – falei entre gargalhadas, parecendo uma histérica. Ele parecia chocado. Isso porque ainda não sabia o que eu estava para pedir. Aquilo até parecia desejo de... - EPA! – quase gritei, sentando-me rapidamente na cama, um tanto preocupada. Não estava mais vendo motivos para rir.  

- O que foi? – Edward me segurou pelos ombros. Encarei-o com olhos arregalados. – Pelo amor de Deus, Bella. O que foi agora? Você está querendo me matar? Me diz o que são essas mudanças de humor.

Mudanças de humor. Eu estava com a sensibilidade à flor da pele. Como não havia pensado naquilo antes? Como pude ter sido tão estúpida?

Além dos choros e gargalhadas, tiveram também os desmaios e as náuseas. Essas começaram primeiro e há mais tempo, porém eu pensava que era tensão provocada pela correria na faculdade. E minha menstruação? Céus! Fiquei completamente perdida com as contas depois daquele rolo da minha queda na escada. Mas mesmo antes daquilo, Edward e eu já havíamos feito sexo sem proteção. Levei a mão na boca sabendo que ele me odiaria. A culpa era minha, toda minha, afinal ele não sabia que eu não fazia uso de anticoncepcional.

Obviamente não tomava as pílulas. Minha vida sexual não era tão ativa antes de Edward. Não tinha motivos para alterar o funcionamento dos meus hormônios por causa de algumas esporádicas saídas com James. Não adiantaria explicar que estava só aguardando a próxima menstruação para iniciar o uso do contraceptivo, o filho ao que tudo indicava, já estava feito.

Estremeci tentando adivinhar a reação de Edward. Sabia que estávamos noivos, mas ele ainda era para mim uma caixinha de surpresas. E na minha cabeça ele poderia tanto gostar da novidade, quanto também repudiá-la. Se passasse por sua cabeça que aquilo fora algum tipo de armadilha para forçá-lo a se casar comigo, certamente me odiaria.

Comecei a chorar. Ele não podia me odiar; eu não suportaria viver sabendo de seu ódio por mim. Aquilo seria pior do que indiferença.

- Fale, Bella! – chacoalhou meus braços com firmeza.

- Ed-ward...nós não...usamos preservativos. - fitei-o atormentada.

Edward mudou a expressão de inquietação para uma de confusão, e logo em seguida de desconfiança.

- Está querendo me dizer que está grávida? – perguntou sério, olhando profundamente em meus olhos. Assenti temerosa e Edward não disse mais nada.

 


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Notas finais do capítulo

Oi, amores...
Aí está mais um capítulo!! Viram como fui super rápida? ;)
Mas e então...qual será a reação do nosso Ed TudoDeBom? Algum palpite? *-*

Ahhh...será que alguém poderia me explicar por que ainda não consigo visualizar as minhas estatísticas? Tipo...gostaria de, pelo menos, saber quantas pessoas já leram a fic! :/
Não sei muito como funciona este site, ainda!! [sorrisoamarelo]

Obrigada por todos os comentários, amores...obrigada por acompanharem a fic!!

Beijão e até logo! ;)
Duda