Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 2
Capítulo 2 - O infortúnio


Notas iniciais do capítulo

Olá minna-san! Consegui uma brechinha de tempo para postar...



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“Certas coisas são difíceis de entender”.

- Só você mesmo para me divertir Sakura-chan – era o que dizia Tokigawa Mineko, ou melhor, Mineko-chan, era mais baixa do que eu e tinha um corpo bem mais desenvolvido para uma menina de treze anos. Éramos amigas desde o tempo do primário.

- Mas isso não tem graça Mineko-chan, ou melhor, é muito fácil achar engraçado, pois não é você que sofre com as artimanhas de um menino frívolo na sua cola. É simplesmente incrível! Desde o primeiro momento em que nos vimos ele faz essas coisas comigo!

- Vai ver – disse Mineko-chan – Li-kun tem alguma fixação por você, talvez depois ele se canse e procure outro “brinquedo”.

- Mas já tem quase um ano! – é nós a esta altura  já estávamos em março terminando o  primeiro ano do ginásio. Logo eu completaria os meus 14 anos.

Muita coisa havia se passado desde o fatídico dia em que Li Syaoran havia entrado para a minha turma. Ele conseguiu me atormentar durante todo esse tempo e eu sequer consegui dar o troco. Tinha raiva de mim mesma por ser tão ingênua e passiva. E Li-kun, nele nem se fale. O guri é um tremendo crânio! Em pouco tempo ele passo a rasteira em todos os CDFs da minha sala. O que me deixava com mais raiva dele ainda. Pelos menos eu ainda podia ser a melhor nos cem metros rasos.

Passei por todo tipo tortura que nenhuma garota no mundo iria querer passar: chiclete no cabelo, insetos na mochila (de baratas a todo tipo de imundice que imaginarem). Certa vez Li-kun colocou ovos na minha cadeira, eu só havia descoberto, por senti-los quando eu sentei em cima deles. Assustava-me com muita freqüência e havia treinado o seu cachorro, agora grande, para urinar em mim sempre que me visse. Era humilhada em público. Ou terminavam na detenção da escola. Minha vida escolar era um tremendo “inferno”. 

Bom, eu não tenho nada de agradável a pensar a respeito dele, mas devo admitir que sua mãe seja simplesmente maravilhosa e muito atenciosa comigo. Às vezes me pergunto é que aquele garoto pode ser filho dela? E até aonde sei, a Sra. Li é viúva há alguns anos.

- Acho muito difícil que ele largue assim de mim tão rápido – soltei um suspiro desanimado – Eu oro a Deus todos os dias para que ele dê um sumiço no Li-kun, mas pelo jeito, talvez ele seja alguma provação, castigo ou algum tipo de fardo que eu tenha que carregar.

- Engraçado – disse Mineko-chan de forma reflexiva – de certa forma penso que toda essa coisa que o Li-kun faz com você gire em torno de algum sentimento. Já imaginou isso?

-   É, provavelmente ele é algum tipo de sádico.

- Eu não diria sádico. Na verdade penso que seria algo a mais.

- Pense o que quiser, pois o que mais quero agora é comer – eu respondi enquanto abria o meu bento* a fim de saborear o meu almoço. Uma sombra passou por mim e quando vi era Li-kun caminhando tranquilamente com seu lanche até a arvore mais próxima.  

Ele pareceu não ter nos notado – embora eu soubesse que ele sabia que estava ali -, ficou quieto comendo a sua refeição, melhor assim, então eu voltei a comer a minha comida, junto com Mineko-chan. Não sei o por quê, mais comecei a comer rapidamente, tanto que acabei me engasgando.

- Nossa Sakura-chan! Não acha que comeu rápido demais?

- Não... não ... eu só engasguei – falei com muita dificuldade, meus estava lacrimejando e meu rosto com aspecto vermelho.

- Ela está bem? – não reparei como o Li-kun foi parar do meu lado.

- Eu ... estou ... ótima...

- Até parece, se for levar em conta a forma como você come, perece mais uma leoa faminta – ele disse aquelas palavras como se fosse a coisa mais natural do mundo. Arrogante!

Eu pude apenas o fuzilar com os olhos, já que se eu me alterasse, com certeza eu iria ter outra crise de tosse.

- Toma um pouco do meu suco – ele me ofereceu um pouco do suco em lata que ele tinha nas mãos – vai se sentir melhor – terminou com um sorriso gentil no rosto.

Outra coisa que eu detestava nele, essa capacidade de parecer a “Madre Tereza de Calcutá”, a falsa bondade que me acertou em cheio. A contragosto, aceitei a latinha de suco. Na hora de virá-la para beber... Uma descoberta! Ele me deu a lata de suco vazia. Diante da situação constrangedora vi o seu rosto se contorcer aos poucos e ele começou a rir de mim.         

-

Aquilo foi muito engraçado, eu simplesmente comecei a rir da cara dela,  aquela garota era única, não vi ninguém que caísse tanto nas minhas travessuras como Kinomoto Sakura-san, minha colega, vizinha e brinquedo de estimação.

            Minha vida ficou mais interessante quando nos conhecemos, aqueles olhos translúcidos e pálidos e esverdeados ficam ainda mais divertidos quando ela se infla de raiva. Não que eu seja um menino mal, acho até que pego leve com ela.

            Por pouco ela não me acerta com a lata na cabeça, alarguei ainda mais o sorriso, o que a deixou mais frustrada. É, depois das minhas artimanhas ela me bate, chuta, me pega pelo colarinho e briga comigo, adoro vê-la irritada, mas graça mesmo de tudo isso é que eu consigo chamar a sua atenção, pois de alguma forma eu quero ser algo inesquecível para ela, mesmo que seja o seu colega infernal – embora eu não saiba o motivo disso. 

- Gomen ne  Sakura-chan – eu falei com falsa culpa – eu não sabia que o suco havia acabado... Mas a cena foi impagável! – ri de novo.

- Qual o seu problema Li-kun? – ela finalmente se levantou e foi até mim, pude fitar de perto aqueles olhos verdes – Por que não deixa em paz!

- Aí você ta pedindo muito... eu não quero e não vou te deixar em paz se é isso que você quer saber.

Aos poucos vi seu rosto se transformar, a respiração ficou mais rápida e suas bochechas mais avermelhadas. Pude ver adagas saindo de seus olhos, senti um pouquinho de medo, eu confesso.

- Eu te odeio te odeio tanto que você seria a ultima pessoa no mundo que eu iria querer por perto!

As palavras às vezes se voltam contra quem as proferiu.

- Só queria te relembrar princesa, que eu estou perto, seja você querendo ou não – eu a cortei frio, ah, ela não conseguia me derrubar, nem isso ela sabia fazer.

- SaKura-chan, é melhor irmos – a amiga dela se preocupou em dizer – o sinal da aula já vai tocar.

Ela olhou para a amiga e depois olhou de volta para mim.

- É Sakura-chan, se eu fosse você eu ouviria a sua amiga, vai pra sala. Mas de qualquer  forma a gente vai se ver lá mesmo.

- Vamos Mineko-chan – ela disse com cenho franzido passando por mim e me dando um empurrão – não vou perder mais tempo com esse idiota!

E as duas saíram, ficando apenas eu no campo.

No final da tarde eu já estava a caminho de casa, eu andava pensando em muitas coisas, e uma dessas coisas tinha nome: Sakura. Um ano já se havia passado, e o que perecia um simples joguinho pra mim acabou se tornando um vicio. Por quê? Eu não conseguia entender... mas gostava daquilo.

Muitas coisas aconteceram comigo, minha família saiu de Hong Kong, minha mãe assumiu a empresa do meu pai, por falar nele, faz três anos que ele se fora...

A coisa ficou diferente depois que nos mudamos para Sapporo, mas apesar disso eu ainda tenho saudades de Papá.

Agora estou com quase 14 anos, e ainda não cresci muito, até a Sakura é um pouco mais alta do que eu – não muita coisa – além disso, eu aparento ter 12 anos perto de outros colegas da escola, o que me favorece ainda mais na minha postura de “moleque”.

Quando finalmente cheguei a casa, caminhei até a porta e ouvi alguns burburinhos, eram minhas irmãs.

- Tadaima! – disse assim que tirei os sapatos e pendurei a mochila.

Não obtive resposta.

E novamente ouvi o barulho dos burburinhos, vinha do andar de cima, curioso subi as escadas, o barulho vinha do quarto de Futie e Shiefa, as gêmeas mais novas. Sorrateiramente eu me aproximei por detrás delas para ver o que estavam olhando, eram varias pilhas de fotos dentre as quais uma que Futie segurava, a qual me chamou a atenção e que me deixou em pânico. Uma foto minha bastante comprometedora.

- Ei! Futie! Dá-me essa foto! – tentei arrancar dela.

- Desde quando você chegou Syaoran – falou Shiefa com humor sardônico – e nem pense em pedir essa foto, ela pode nos ser muito útil.

- Um tipo de chantagem – Futie fugia de mim enquanto eu a cercava, eu fui mas pra cima até ficamos um pouco perto da janela. Um vento forte veio e arrancou a foto da mão dela, voando para fora da janela.

- Ops!

Sem pensar duas vezes eu sai do quarto e desci as escadas.

-

Eu já estava perto de casa, andava com certo desanimo, meu ano escolar se tornou chato e enfadonho, teria eu outro motivo para comemorar? Passei na frente da casa dela olhei brevemente e continuei andando... até ser surpreendida por um papel que voou certeiro na minha cara. Assustada, tirei-o bruscamente do rosto e quando eu vi...

Era uma foto “comprometedora” do Li-kun.

Uma foto que de alguma maneira foi enviada dos céus para me ajudar. Finalmente Deus havia ouvido as minhas orações. Dei um largo sorriso e guardei a foto no bolso.

- Sakura-chan! – ouvi uma porta sendo aberta, era Li-kun, ele parecia assustado ia me dizer alguma coisa, mas não disse e voltou para dentro.

Sem me importar, caminhei saltitante para minha casa, sorrindo de orelha a orelha.

O império do Li-kun estava prestes a ruir. Eu daria a volta por cima.

Era a hora da minha vingança.                                         


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Notas finais do capítulo

Uh! O outro capítulo promete !!!!!!!!!!!!!

mas peço a vcs um pouquinho de paciencia ta? :')