Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 1
Capítulo 1 - O vizinho


Notas iniciais do capítulo

”Quero viver em cada momento em seu louvor, hei de espalhar meu canto e rir meu riso e derramar meu pranto ao seu pesar ou seu contentamento”.
(Vinicius de Moraes)

Tradução do título: Ao seu lado



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Parte 1 - Primeiras impressões

 

Cap.1 – O vizinho

 

 

“As aparências muitas vezes enganam”.

 

 

Sapporo, província de Hokkaido, Japão.

 

- Li-kun! – sai gritando pelo corredor atrás do infeliz ser que havia me pregado mais uma peça. Mais uma vez. É isso já tinha seis meses. Desde o dia em que a família dele se mudou para casa ao lado da minha.

 

Parece até que foi ontem.

 

Foi em meados de abril, eu estava começando a primeira série do período ginasial*. Tinha acabado de voltar da escola.

 

- Tadaima* - Eu havia acabado de abrir a porta e  tirei os meus sapatos do colégio. Mal eu pus os pés na sala e sou logo surpreendida por Yuuto, meu irmão mais novo de 5 anos, vinha saltitante em minha direção.

 

- Onee-chan* ! Você não sabe da ultima! – ele falava enquanto mexia seus pequenos braços rapidamente – Vai vir gente nova pra morar na casa do lado.

 

- É mesmo? – eu falei, já mostrando algum interesse inicial. Yuuto se referia a casa ao lado da nossa que estava à venda há alguns meses – Quem te contou?

 

- Eu vi quando estava voltando da escola junto com okaasan*, e nós cumprimentamos a vizinha nova, ela é bem bonita!

 

- Então quer dizer que já compraram a casa... – eu falei pensativa, antes de deixar meu irmão caçula falando sozinho.

 

Depois de alguns minutos eu fui ao banheiro, a fim de tomar um bom banho. Deixei-me relaxar na banheira de água quente e os assuntos a cerca dos possíveis vizinhos se dissipou de minha mente rapidamente.  

 

No domingo seguinte pela manhã, eu estava dormindo tranquilamente, até ouvir o barulho de pessoas e coisas sendo carregadas. Soltei um resmungo em sinal de aborrecimento, afinal meu precioso sono de domingo fora prejudicado.

 

Mas apesar disso, eu me levantei da cama. Curiosa, fui até a janela do quarto e vi do lado de fora, um enorme caminhão de mudanças. Havia vários homens retirando caixas de dentro dele. Dando mais uma observada, vi logo atrás do caminhão, um carro de grande porte, um pouco semelhante a uma van estacionado.

Uma de suas portas se abriu revelando uma mulher que aparentava ter perto de uns quarenta anos, cabelos negros presos em um belo rabo de cavalo, ela era bonita e tinha um rosto alvo e oval. Das outras duas portas saíram quatro jovens, deviam ter entre 18 e 16 anos e por ultimo um garoto que saiu segurando um cachorrinho no colo, devia ter a minha idade, seus cabelos eram castanhos escuros e desalinhados. Não sei o que aconteceu, pois pareceu perceber que estava sendo observado, pois olhou exatamente na direção da minha janela. Envergonhada, eu rapidamente me abaixei ficando embaixo da janela. Suspirei aliviada, pois ele não havia me visto. 

 

Algum tempo depois, eu estava descendo as escadas para ir até a cozinha tomar um café.

 

- Ohayô*! – dei meu costumeiro cumprimento.

 

- Acordou dorminhoca? – ah, esse aí é Touya, meu irmão mais velho, esta cursando o 3º ano de medicina na Hokkudai*, é raro vê-lo em casa.

 

- Ohayô pra você também onii-chan* - respondi tentando ignorar a sua brincadeira de mau gosto, em seguida apareceu meus pais e Yuuto para se ajuntarem à mesa.

 

- Itadakimasu* – dissemos em coro antes comer o café da manhã.

 

Era tradição na família Kinomoto tomar café juntos todos os dias. Depois ficamos conversando sobre assuntos corriqueiros. Após o café, meu pai foi dar uma volta junto com Yuuto, Touya também teve que sair, pois teria que acompanhar um plantão no hospital – só voltaria e noite provavelmente.

Só ficamos eu e mamãe em casa, ajudei-a a arruma a mesa e lavar a louça do café. Sorte que eu não precisaria fazer faxina, já que minha mãe não trabalhava, ela largou o trabalho para se dedicar aos filhos e ao lar, enquanto meu pai trabalho como engenheiro de sistemas. 

 

- Sakura-chan – disse minha mãe, enquanto terminávamos de arrumar a sala – o que acha de irmos dar as boas-vindas aos vizinhos?

 

- Será que não haverá problema de importuná-los? Eles devem está ocupados arrumando as coisas – na verdade eu no fundo não estava a fim de cumprimentá-los, por vergonha talvez.

 

- Acredito-me que não será nenhum incomodo, pelo contrario, eles precisam de receptividade! Iremos lá assim que terminarmos aqui – ela disse com seu costumeiro sorriso.  

 

Eu apenas concordei e continuei minha arrumação. Algum tempo depois nós duas estávamos na frente da casa dos vizinhos. Em relação a nossa casa, a deles era demasiadamente grande. Soava até contrastante.

 

Minha mãe tocou a campanhia e após alguns a porta se abriu revelando a mesma mulher que eu havia visto saindo de dentro do carro pela manhã. De perto ela era bem mais bonita, embora sua idade já demonstrasse seu amadurecimento. 

 

- Ohayô guzaimassu – disse minha mãe -  Sou Kinomoto Kaho e esta é minha filha Kinomoto Sakura, somos vizinhas da casa aqui ao lado. Gostaríamos de lhe as excelentes bem-vindas – nisso, nós duas nos curvamos de maneira polida.

 

- Arigatô*. Ficou muito lisonjeada, prazer em conhecê-las, sou Li Ielan – pode nota que ela tinha um estranho sotaque enquanto falava.

 

- O prazer é todo nosso.

 

- Mama, quem são elas? – aquele garoto que eu havia visto pela manhã, apareceu de repente, ficando ao lado da mãe.

 

- São nossas vizinhas Syaoran. Por que não as cumprimenta?

 

Ele prontamente saiu de perto dela e foi até nós e nos cumprimentou educadamente.

 

-  Hajime mashite*, me chamo Li Syaoran – ao ver aquele garoto de perto pude notar o quanto ele era bem apessoado, tinha os olhos castanho dourados e brilhantes e a combinação do rosto era bem harmoniosa. Seria um bonito rapaz daqui alguns anos... Mas por que eu estaria imaginando isso?

 

- Como você se chama menina? – ele perguntou sem tirar o seu pequeno sorriso.

 

- Kinomoto Sakura.

 

- Posso chamá-la de Sakura-san?

 

- Claro! – “Que menino simpático”.

 

- Sakura-san – ele me olhou de repente – O que houve com seus olhos? Parecem duas pedras!

 

- Syaoran! – a mãe dele soltou uma exclamação.

 

- Tudo bem Ielan-san – eu disse sem me importar com aquela pergunta, não era a primeira vez que aquilo acontecia – meus olhos são desse jeito mesmo, é uma herança de família, são poucas pessoas no Japão inteiro que tem essa cor de olho.

 

Na verdade, meus olhos são um pouco diferentes, translúcidos e esverdeados, mas algumas vezes na luz do sol ficam azuis. Lembro de que quando eu nasci meus pais  achavam que eu tinha alguma doença, mas o medico havia dito que se tratava apenas de uma característica genética muito rara.

 

- Gomen ne*, não quis ser mal educado, é que eu quis dizer que pareciam duas pedras verdes – ele falou enquanto olhava de soslaio para a mãe dele.

 

- Tudo bem – eu respondi.

 

Ouvimos um estrondo dentro da casa e ficamos um pouco assustadas.

 

- Não se preocupem, são apenas as minhas filhas mais velhas. Pensem o que é ter filhas gêmeas duas vezes seguidas!

 

- Sugoi*, elas são todas gêmeas?

 

- Oh sim Sakura-san. São Fanrei e Feimei de 18 e Futie e Shiefa de 16. As duas mais velhas foram transferidas para estudar na Hokkudai*. Mas mudando de assunto, não aceitariam tomar um chá conosco?

 

Nós aceitamos e ficamos conversando até o horário do almoço. Quando eu estava indo para casa ouvi a voz de Li.

 

- Sakura-san! – ele veio até mim, a única coisa que nos separava era a cerca de gramado que dividia a área das duas casas.

 

- Ah, Li-kun. O que foi?

 

- Gostei de te conhecer – ele falou sorridente – espero que a gente se dê muito bem.

 

- Eu também – respondi contagiada pela alegria dele.

 

- Opa! Sakura-san – do nada seu sorriso se tornou travesso – eu acho que tem alguma coisa molhando a sua perna.

 

- Hum? – quando olhei para baixo vi o cachorrinho dele urinando em cima do meu pé! – Aahhhh!

 

O cachorrinho rapidamente saiu correndo, passando por dentro do arbusto, e quando olhei para cima de novo, Li-kun estava na porta da casa dele olhando para mim e... rindo!

- Vai ser muito divertido mesmo Nee Sakura-san! – e logo ele pegou o seu cachorrinho e entrou em casa, e eu nem mesmo conseguir ter uma reação.

 

Apenas fiquei olhando estarrecida para o meu pé sujo de xixi de cachorro.

 

 

- Ah! Eu te pego seu moleque atrevido! – eu ainda corria atrás do Li-kun, pelo corredor, droga ele era muito rápido. Hora e meia ele virava a cara pra mim e me mostrava a língua. Como eu odiava aquele garoto.

 

- Você não me pega Sakura-baka*! – a minha raiva inflama a cada careta, palavra, deboche ou até mesmo quando aquele fedelho apenas abria a boca para respirar. Aumentei o passo e o alcancei, puxando pelo colarinho. Nós dois caímos no chão rolando feito um monte de batatas. Ao fundo algumas risadas de outros colegas. Fiquei por cima dele ele dando um empurrão mais forte nele contra o chão, ele me olha nos olhos... rindo demasiadamente debochado. Como odiava aquele sorrisinho dele.

 

- Escuta aqui... – eu falei apontando o dedo bem no meio do nariz dele – eu já to de saco cheio de você! Deixa-me em paz!

 

- Oh, a Sakura-chan que eu a deixe em paz – ele falou de forma melodramática. Irada o empurrei de novo com mais força – Ai! Ta bom eu paro ta legal. Gomen...

 

Eu o olhei desconfiada e me relaxei um pouco. Nem vi quando ele agilmente me derrubou ficando agora por cima de mim.

 

- Ta achando que eu vou dar xarope é? Esqueceu-se que agora você é o meu brinquedinho favorito?     

 

- Me solta! Eu já disse que eu não sou seu brinquedinho?! – isso mesmo, eu era o seu brinquedinho. Essa era a nossa fama na escola, os alunos diziam que eu era o brinquedo do akuma*, pode não parecer, mas nós dois freqüentamos a mesma igreja luterana, lá ele parece estar bem longe de parecer um akuma, de tão “angelical” que é.

 

- Mas o que está acontecendo aqui? – Putz! A coordenadora não! – Li e Kinomoto! Levantem-se os dois agora!

 

Nós ficamos de pé. Eu com minha cara de animal prestes a ser abatido e ele com a cara mais tranqüila da face da terra. Isso realmente só iria parar em um único lugar.

 

A diretoria.

 


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, pois é essa é mais uma história que eu estou fazendo e que surgiu rescentemente. Espero que tenham gostado, só queria avisá-los que como eu estou com muita coisa pra fazer, as minhas outras fics (seven days e noivado) estão paralisadas, não por desistência mas por causa dos trabalhos da facul mesmo. Isso também vale pra essa fic.

Bjs e até lá!