Distrações, perna quebrada e revelação.

Quando a aula acabou fomos para o ginásio, o treinado me esperava lá, junto com uma moça. Acho que era a mulher que estava treinando as lideres de torcida.

Troquei-me e amarrei meu cabelo e prendendo minha franja. A moça me mandou fazer os saltos e eu fui fazendo enquanto o treinador anotava algumas coisas na prancheta.

- Acabou – disse Monique (a treinadora de Lideres de torcida) – você foi muito bem não posso negar isso. Olhei a sua ficha escolar e me surpreendi que você fizesse patinação artística e ganhou medalhas por isso e por ginástica artística também. Mas não temos mais lugar na ginástica. Então você pode escolher ser líder de torcida ou patinadora... Você terá um parceiro de patinação e pode ate dar auxilio á professora de patinação, ela não esta dando conta dos alunos novos do jardim de infância... A escolha é sua – disse ela

- Bom eu... Vou ficar com a patinação mesmo, quando eu começo?

- Hoje mesmo. A próxima aula é a da professora Catrinya, a que da aula de patinação. Ela vai te dar as instruções. Um conselho. Compre suas coisas agora. Aqui esta a lista, a loja da escola é no... Ah! Kamily leve-a até lá?! – perguntou a Sra. Monique 

- Claro, vamos Sam. – a treinadora me deu um papel e a lista do que eu tinha que comprar. Liguei pro meu pai pra avisar e ele ficou muito feliz. Mandei uma mensagem pro JB dizendo:

“JB não passei no teste de ginasta L mas vou fazer patinação J. Beijos, um chute na buzanfa. Sam”

Logo ele respondeu

“Ah. Que pena! Mas mesmo assim estou feliz que esteja na patinação... Boa sorte. JB”

Fui pra aula de patinação e amanha depois das aulas eu iria ficar com a aula da tarde com as crianças do primário.

Voltei pra casa exausta. Tomei um banho e nem comi pra dormir.

A semana se passou rápido. E logo se passaram três meses, eu JB éramos melhores amigos. Na ultima semana eu não o vi direito. Porque quando ele tinha tempo eu estava coma minha turma de patinação. Foi quando surgiu nossa primeira briga depois de meses que éramos BFF.

Enquanto eu patinava lembrei-me disso e não prestei atenção no que estava fazendo. Acabei caindo e quebrando a perna e o pé. Ótimo! Agora não poderia mais patinar, nem quando melhorasse. Aquela fissura acabou com a minha carreira de patinadora...

Eu fiquei muito triste, muito mesmo. Justin me ajudava com as coisas. Acompanhava-me por todo canto e ficamos mais próximos como ele queria... Mas eu não poderia mais fazer o que eu gostava. A cada dia que eu chorava ele me consolava. Na primeira semana ele dormiu comigo, quer dizer... Na cama auxiliar, mas foi no meu quarto então...

Mas tinha algo estranho, não sei, eu estava com um pressentimento de que algo iria acontecer, mas não algo ruim, mas sim algo bom! Estava no meio da noite, eu estava no twitter e ele estava fuçando no celular dele. Ele me chamou...

- Hey, precisa de alguma coisa Sam? – perguntou gentilmente

- Não... Pode deixar que eu me viro, você esta cansado... Vai dormir! – disse á ele – E você quer alguma coisa?

- Quero – ele parou fitando-me – Quero que você me ame da mesma forma que eu te amo! – disse ele olhando pra baixo depois de um tempo. Eu estava com a cara meio que assim: o.O’. Eu não sabia o que dizer – Quer saber deixa pra lá... Tenho que dormir. – disse ele se deitando e virando de lado.

Rolei na cama e cai em cima dele. Ele deu um berro comigo que eu me assustei...

- O QUE VOCE TEM DE ERRADO GAROTA? ACABEI DE ME HUMILHAR PRA VOCE E VOCE SE JOGA EM CIMA DE MIM?! EU JÁ ENTENDI QUE VOCE NÃO QUER NADA COMIGO. NÃO PRECISA ME MACHUCAR! – berrou ele saindo debaixo de mim. Fiquei olhando seria pra ele sem falar nada, ate que aquilo já estava chegando ao ponto mais ridículo de todos.

- Eu é que me pergunto o que você tem JB. Na hora que você se “humilhou” eu apenas fiquei surpresa, mas não te desprezei, eu não acho que foi humilhação. Eu não disse que não quero nada com você. Mas se é assim que você quer, só sinto muito se te machuquei. Boa noite – eu disse levantando de cima dele, peguei minha coberta, meu travesseiro e meu celular e sai mancando por causa da perna quebrada. Ele só me olhava enquanto eu saia. Quando fechei a porta, perdi totalmente as esperanças de que ele me queria verdadeiramente, devia ser só momento... Fui pro quarto de hospedes e ele ficou no meu quarto. Quando deitei na cama chorei muito, eu estava confusa, não sei se realmente amava ele como algo mais que melhor amigo.

Eu devia estar louca, só pode... Não sei algo me dizia que era algo bom e não o fim de uma amizade. Com certeza ele não vai querer mais falar comigo... Bateram na porta do quarto, devia ser ele...

- entra – eu disse com a voz rouca por causa do choro

- Posso falar com você? – ele perguntou quase num sussurro.

Dei ombros e ele acendeu o abajur que estava do lado da cama e sentou ao meu lado. Fiquei de cabeça baixa, ele não tinha coragem pra falar, então eu falei.

- Se veio me consolar, ou falar que tá tudo bem, vamos continuar melhores amigos e fingir que não aconteceu nada porque foi só momento, desista. Eu não voltaria atrás. Não quero ser apenas uma amiga. E se for me dar um fora, nem precisa me falar nada só saia, e não olhe pra trás. – disse quase num sussurro também. Ele apenas se levantou e saiu sem falar nada. Então era isso. Ele não me queria mesmo.

Encostei-me na cabeceira da cama e apaguei o abajur e fiquei enrolada no cobertor, sozinha e chorando silenciosamente. Ele entrou no quarto de novo. Dessa vez eu só fiquei encarando ele, as lagrimas desciam sem minha permissão. Ele andou ate mim, se sentou ao meu lado na cama de casal, e limpou minhas lagrimas.

- Como você pode duvidar que á amo? – perguntou baixinho – Eu te amo bobinha, só quero saber se sente o mesmo por mim. – disse ele me fitando apaixonadamente.

- Sim, amo muito. Ate mais que você possa imaginar. – disse á ele.

- Ótimo, é só o que eu precisava saber. – disse ele e me beijou. Eu de começo não correspondi, mas depois fui ao mesmo ritmo desesperadamente apaixonado que ele.  Em pouco tempo estávamos ofegantes e com as nossas testas coladas uma na outra.

- Eu te amo, muito, muito e muito. – disse á ele – por favor, não me abandone aqui sozinha.

- Não vou te abandonar, é impossível. Eu te amo muito, quer namorar comigo? – perguntou ele estendendo uma caixinha de veludo com duas alianças dentro.

- Sim. – disse abraçando-o mais ainda.

Ele colocou uma das alianças no meu dedo anelar, e eu coloquei a outra nele. Ficamos abraçados curtindo o momento. Depois ele me pegou no colo e levou-me para meu quarto. Saiu e trouxe minhas coisas de lá. Eu estava deitada na cama de cima.

Ele pegou o colchão da cama auxiliar e colocou no chão, pediu para que eu levantasse e colocou meu colchão lá também. Arrumou tudo muito fofinho e se deitou lá. Deu duas batinhas do lado em que estava vazio e eu praticamente me joguei em cima da cama improvisada. Ficamos deitados lá, dormindo como anjos. Estava tudo perfeito. Finalmente tinha achado uma pessoa que me amasse verdadeiramente.