Sem Barreiras escrita por Arlequina


Capítulo 4
O Casamento


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei de escrever a idéia original do capitulo, e caramba, o resultado final, depois da revisão do Alchem ficou muito mais compeleto, totalmente sem comentários ^^

É isso ai, aproveitem mais um capítulo, e continuem acompanhando a fic ^^
Chuva de arroz XD



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O casamento é a data mais importante na vida de uma jovem. Não se trata de ser um evento, apenas. Não é como um aniversário. É certamente muito, muito mais do que apenas uma festa.

Trata-se de algo que demanda uma decisão realmente séria, profunda e ponderada de ambas as partes. Afinal de contas, é como um portal que atravessamos, após o qual não cabe mais volta... A não ser que estejamos dispostos a pagar o preço. Um alto e doloroso preço, pelo resto dos nossos dias.

E o preço que se tem a pagar, nesse caso, talvez seja o mais doloroso de todos. O preço de uma destruição. Porque toda vez que um casamento acaba, não é apenas, pura e simplesmente cada um indo para o seu lado, com ou sem seus respectivos bens e pertences. Não! Vai muito além disso.

É como se um mundo inteiro viesse abaixo em poucos segundos, tal como acontece quando um prédio é implodido. É quando todo o esmero e detalhes que foram arduamente preparados durante semanas, meses ou mesmo anos de convivência passassem a não valer mais nada.

Como se tudo fosse deixado às traças, lançado ao profundo dos mares, tais quais as pessoas que tiveram o imenso azar de desaparecerem nas águas que cercam o lendário Triângulo das Bermudas.

Contudo, mesmo quando tal acontece, não devemos perder as esperanças. É possível sim, com a ajuda Daquele que a nós inspirou tal ato, a reconstruir a relação perdida, embora eu não ache ser realmente possível voltar ao que era antes.

Isso tudo parece demonstrar que o casamento é algo realmente sagrado, de tão especial que é.

Acho que seja por isso também que se dá muita importância ao evento. Todo o cuidado com os preparativos, os convidados, a escolha do padre, a igreja, a cerimônia, enfim... Todo o cuidado parece pouco. Muito pouco.

E isso se torna ainda mais evidente quando o que está em jogo aqui é, simplesmente, a parte mais importante disso tudo: o noivo.

Sim, o noivo. Era algo que estava a faltar para completar os preparativos para uma nova jornada. Uma jornada da qual me sentia insegura.

Naquele dia eu não estava apenas nervosa. Sentia como se tudo fosse ruir.

Por que eu pensava assim? Porque só veria meu noivo na hora da cerimônia.

- Dr. Nikolai, só posso ter enlouquecido no momento em que aceitei me casar com um desconhecido. Não tenho nem mesmo um retrato dele!

- Não se atemorize. Quanto a isso, digo que George é um cavalheiro, e não existe homem tão belo e culto como ele. Além disso, as damas russas suspiram por ele, elas caem aos seus pés.

- Niko, é certo que beleza conta em partes mas... Me refiro ao caráter, à personalidade, ao jeito de ser dele e... Não sei, quais serão os seus gostos? Seus costumes?

- Ei, ei, menina, vocês terão tempo suficiente pra se descobrirem.

Nikolai para por um instante e prossegue:

- Eu lhe dou minha palavra, menina, que se George fosse um tipo detestável, desagradável, eu jamais o teria preparado para você. Esse casamento será a união de nossas famílias.

Nikolai, ou Niko. Ele havia preparado tudo de antemão. Tudo, desde o assassinato de meus pais até meu casamento com George.

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*No dia do casamento*

Nikolai veio me buscar. Eu estava no salão da Alice, era realmente o mais conhecido da cidade e, também, o mais caro. Fui levada lá para o que se chama de "o dia da noiva"; uma sessão especial de tratamentos e preparação. Ele me deixou lá no meio da manhã e veio me buscar quase ao fim da tarde.

Ah! E ele mesmo fez questão de bancar todas as despesas. Afinal de contas, ele tinha que me apresentar prefeita para o noivo.

Na hora em que eu estava pronta, Niko veio me buscar. Ele estava comigo, e seria ele mesmo a me acompanhar na hora da entrada. Ele veio me buscar no carro dele, um Alfa Romeo 164. Algo me dizia que logo, logo, estaríamos à porta da igreja.

Finalmente, havia chegado o dia de saber quem seria meu marido.

* Na igreja*

- Aqui. Chegamos.

Ele tratou de sair do carro, entregando-o ao manobrista, pedindo para que aguardasse segunda ordem. Daí, ele contornou o carro. Eu ainda estava no automóvel, quando Niko abriu a porta e me estendeu a mão.

- Eugenee, chegou a hora.

- Sim, vamos.

Assim, fui levada até a porta da igreja, de onde muitos aguardavam a chegada da noiva. No caso, eu.

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Esperava minha noiva há vinte minutos. Claro que esses atrasos costumam acontecer em se tratando das noivas, mas francamente, isso me tira do sério, pensava George.

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Um pouco mais tranquila, entrei na igreja. E assim, passei meus olhos por todos os convidados, para o pianista, a decoração... Foi aí que meus olhos encontraram com uma figura que se destacava dentre os demais. Pela posição em que estava, pelo lugar que ocupava a frente do altar, tive a certeza de que só poderia ser o George.

Nikolai estava certo. Certamente, não havia homem tão belo quanto ele.

George me olhava, mas eu não conseguia ver expressão alguma de surpresa em seus olhos. Nada, além de um simples sorriso.

Por algum tempo, como reza o costume, adentramos ao templo, o Niko e eu. E, uma vez ali, vencemos, passo a passo, a distância que separava a porta do altar. E isso, entre olhares e mais olhares. Pois todos se voltaram a mim, posto que era a noiva, a aguardada.

Quando chegamos ao altar, Niko 'entrega' minha mão a George. Então, sinto ser é chegado o momento.

- Você, George Leminski, aceita Eugenee Bartholamei como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la em todo o tempo, desde agora até que a morte os separe?

- Aceito.

- Você, Eugenee Bartholamei, aceita George Leminski como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo em todo o tempo, desde agora até que a morte os separe?

- Aceito.

- Então, pelo poder e pela graça que a mim foram concedidos por Aquele que vive para todo o sempre, eu vos declaro marido e mulher.

Quando todas as costumeiras falas e dizeres tiveram o seu fim, uma dama de honra, adequada e ricamente vestida para o evento, nos encontra ali; ela trouxe consigo uma pequena almofada branca, em mãos, rendada.

Após a bênção do sacerdote, George apanhou uma das alianças que ali se encontravam, e a pôs na minha mão. Depois, foi a minha vez de repetir o gesto, pondo a outra aliança na mão dele. Depois disso, George beijou a minha testa.

Assim, o olhei encantada. Seguimos de mãos dadas até o carro que nos aguardava. Junto à saída, conforme o costume, convidados nos presenteavam com o ato (cuja razão não saberia precisar bem) de lançar ao alto, grãos de arroz.

George estava muito calmo na cerimônia, não entendi o porquê de ele ter se portado assim.

Depois disso, conversamos durante o percurso que nos levaria ao salão de festas.

- Quando Nikolai me contou que minha noiva era demasiado jovem demais, não imaginava que seria tanto. Quantos anos você tem?

- Obrigada, completei 18 anos faz um mês.

- Imagino que você também queira saber minha idade.

- Sim... Eu quero.

- Não fique tão nervosa, somos casados agora, é natural que saibamos quem é quem.

- Certo, tudo bem... Quantos anos você tem?

- Está vendo, não foi tão ruim. Tenho 25 anos.

-... De onde você conhece o Niko?

- Fala do Dr. Nikolai?

- Sim.

- Eu fui criado por ele até meus 18 anos, meus pais morreram durante uma guerra.

- Sinto muito...

- Não se incomode, isso já passou.

- Tudo bem, e... Qual foi a sua reação ao saber que se casaria com uma desconhecida?

- Pra dizer a verdade não me preocupei. Confio minha vida ao Nikolai. Veja, chegamos.

Os convidados já nos aguardavam no salão. Tudo já estava pronto: o lugar, o Buffet, a música... Não demorou muito, começamos então a dançar ao som de uma bela valsa. A propósito, George dançava muito bem.

Eis aí o contrato de morte. Com amor e com mentira foi selado.

Agora, seus tempos de provação, doce Eugenee, apenas tiveram seu início...

Lamento isto... Ah! Como quisera eu ter o poder de tê-lo impedido...

Certamente, não conheço os desígnios d?Aquele que a nós criou, e que vive para todo o sempre.

Todavia, isto eu sei: Suas misericórdias não nos deixarão ser consumidos. Disso estou certo.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que dizem desse casamento?