(pov. Sakura)

- o que é que deu nele Sakura?

- não sei Chouji, mas ele nunca se deu muito bem com o Sasuke mesmo não é?

-é.

Ai aquele bobo, o meu bobo, sempre me protegia, acho que não vai ter jeito nunca.

Eu ainda não tava acreditando que ele tinha terminado com a Hinata, fiquei mais tranquila ao vê-lo voltar. Todo orgulhoso.

- viu Sakura-chan, eu te disse que iria te proteger...

- é, eu vi_ ri dele ao lembrar o susto que deu em Moegi achando que era outra pessoa..._ eu vi sim, obrigada.

Dei um selinho nele, ficamos lá na boate até umas duas e meia. Afinal eu estudava e precisava descansar.

- Naruto... Vamos, meu trabalho aqui acabou.

- claro... E eu também to morrendo de sono.

Peguei meu casaco, me despedi das meninas e fui com ele embora. Chegamos à minha casa, tava tudo apagado.

- obrigada.

- eu te acompanho.

Ele me acompanhou até o portão. Eu o puxei pra dentro e fechei o portão.

Segurei seu rosto e colei meus lábios nos dele. Ele estava um pouco hesitante, mas logo isso passou.

Ele enlaçou a minha cintura com uma mão e colocou a outra em minha nuca, tirando as xuxinhas.

Entramos em casa sem fazer barulho. Ele fechou a porta da sala e depois me pegou no colo subindo as escadas até o meu quarto.

Ele me colocou na cama e fechou a porta. Então cobriu meu corpo com o dele e me beijou....

Ah, como foi bom sentir aquilo, ele desamarrou o espartilho e o jogou em um canto qualquer do quarto, enquanto despia-o de seu casaco e de sua camiseta.

Fiquei corada quando retirou minha blusa fitando meu busto, ao que me parece ele gostou do que viu dando um sorriso um tanto malicioso.

Por enquanto só estava com sutiã e meu short, quando de repente ouvimos minha mãe me chamando,

- Sakura? É você?

Ele ficou em silêncio, afinal os seus lábios estavam ocupados demais em meu pescoço, era difícil eu me concentrar em responder minha mãe daquele jeito. Mas respondi com dificuldade.

-sim mãe. Por quê?

- é que eu ouvi um barulho vindo do seu quarto. Ta tudo bem?

- sim eu só estou trocando de roupa.

- então está bem, boa noite.

Ouvimos ela trancar a porta do quarto. Então ele me olhou nos olhos.

- é melhor pararmos aqui Sakura-chan?

- é_ dei um sorrisinho_ é melhor. Eu também não to muito preparada pra isso sabe...

- não é o que parece...

Dei um leve empurrão nele, mas não conseguia afastá-lo de jeito nenhum. Ele me envolveu com seus braços e ficamos deitados na cama, ele nos cobriu e deixou a janela um pouco aberta, por onde passava uma leve brisa, essa foi a melhor sensação que tive.

Acordamos 05h50min, pegamos as roupas do chão e o acompanhei até a porta, fiquei olhando ele ir embora, o relógio apitou seis horas, minha mãe havia ido ao banheiro primeiro, resolvi beber água.

Subi, e arrumei a minha cama.

Quando Moegi e eu chegamos à escola estava uma placa de greve e muitos alunos do lado de fora... Dei uma olhadela e encontrei Shikamaru.

-ei, Shikamaru, o que ta acontecendo?

- entraram de greve sem nos avisarem. Eu disse, vai ser problemático...

- Aí o preguiçoso, parece que só sabe falar isso._ disse Ino agarrada em Sai, ele mal falava, não sei o que ela viu nele; apesar de ser bonito e muito parecido com Sasuke, ele era bem calado.

- Ei, quem deixou você falar assim com meu namorado?

- seu namorado? Quem é você?

- Temari, e não gostei de você.

A Temari não segurava nada, falava tudo. Era a garota mais briguenta que tinha na escola, encarava até rapazes; acho que foi por isso que Shikamaru gamou nela.

Às vezes até eu tinha medo dela.

Era uma tortura ter que ficar ali ouvindo as duas discutirem. Acho que nunca vi Sai tão nervoso assim com a Ino.

- Ino, já chega, vamos embora.

- espera Sai, eu ainda não terminei.

-eu já disse _ falou com uma cara tão assombrosa que fez Ino parar de brigar com Temari e prestar-lhe atenção_ vamos embora.

Ele a segurou pelo braço e saiu da frente da escola.

Tive pena da Ino naquele momento. Apesar de Sai ser legal, tinha seus limites, e pelo visto havia chegado em péssima hora. Bem no vuco-vuco da escola.

Ali era o caos, ao vivo e a cores.

Estava muito difícil sair do meio daquela multidão, para entrar foi fácil, afinal precisava me informar com alguém conhecido, mas pra sair... Era só pelo amor do Senhor.

Peguei o celular, mas topei com alguém e o deixei cair sem querer.

- Droga. Desculpe-me eu não...

Abaixei-me para pegar o celular e ligar pra Moegi que havia se perdido no meio do povo.

- não precisa se desculpar Sakura.

Reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

-Ero-sennin?

O velho Jiraya me olhou nervoso, com cara de quem se sente ofendido, mas não se deixa abalar.

- é impressão minha ou você está andando demais com o Naruto?

Sorri em resposta, ele logo percebeu e devolveu o sorriso.

- bom acho que não é impressão Sr. Jiraya.

-vamos sair daqui para conversarmos melhor?

- claro.

Ele me guiou por um caminho mais fácil de sair do meio daquela multidão, assim que avistei a rua (finalmente) vi seu carro e notei que tinha alguém lá dentro. Pedi que ele esperasse um momento.

Liguei para Moegi e avisei a ela para que fosse embora, pois não poderia ir com ela.

Desliguei o celular e fui com Jiraya até seu carro.

-cara, o ero-senin demora demais.

Ouvi alguém reclamando dentro do carro, logo reconheci a voz de Naruto.

-Não reclama te trouxe companhia.

Ele colocou a cabeça para fora do carro e me viu; logo abriu aquele sorriso maravilhoso que só ele tem.

-Sakura-chan.

Ele abriu a porta do carro, saiu e parou em minha frente.

-oi Naruto_ enrubesci na hora em que o olhei, lembrando-me do que quase aconteceu entre nós dois._ Tudo bem com você? Por que não foi à escola?

-não fui... Só isso...

Dei um pequeno sorriso e logo senti seus lábios roçarem os meus pedindo por selarmos isso de uma vez. Mas recuei.

-ele sabe que terminou com a Hinata?

- sabe; a propósito, ela vai sair do Hospital depois de amanhã. Tem algum problema eu ir buscá-la no hospital?

Não disse nada sobre a conversa que Hinata e eu tivemos no Hospital para Naruto, e além do mais, um relacionamento é baseado em confiança e amor mútuos; sem isso não há relacionamento que agüente, afinal, hoje em dia os casamentos são “até que a primeira briga feia os separe”.

Apenas neguei com a cabeça, dizendo que não haveria problema algum, desde que ela não tentasse nada com ele. Por que se ela tentasse algo eu viraria o bicho.

Ele sorriu e abriu a porta do carro para que entrasse.

Jiraya estava um tanto estranho, meio com pressa; ele nunca foi de ficar apressado, desde que o conheço.

E por que ele disse a Naruto que foi buscar companhia para ele?

Essas perguntas não saíam da minha cabeça.

Logo chegamos à nova casa dos dois.

Eles não voltaram mais àquela antiga casa em que moravam. Parece que havia sido doada para uma instituição.

Fiquei triste por saber que não teria mais ele como vizinho de frente, afinal quando perdíamos o sono ficávamos conversando uma boa parte da noite.

Como eu suspeitava, Jiraya nos deixou sozinhos e foi resolver alguns assuntos da empresa.

Não havia muito que fazer na casa do Naruto, então lhe contei o que aconteceu mais cedo na escola, sobre a briga de Temari e Ino e o quanto Sai ficou enciumado em ver a namorada brigando por outro cara.

Ele ficou ouvindo tudo com atenção, não parecia estar surpreso com o que falei.

Ele disse que Ino ligou para lhe falar sobre o assunto, e disse que ela e Sai tinham dado um tempo e que era pra ele me avisar, pois saí de lá tão rápido que ela não me encontrou depois.

Fiquei triste com a Notícia, afinal é como eu disse antes:

“até que a primeira briga feia os separe”.

Dito e feito.

Logo ouvimos a campainha tocar, Naruto se levantou e foi atender, mas quando chegou à frente do portão não viu ninguém.

Olhou a caixa de envelopes, talvez tenha sido o carteiro. Não tinha nada lá também; ao olhar para uma coisa que tinha pisado no chão viu uma carta sem remetente.

Pegou-a com cuidado e a levou para dentro.

Levantei e fui até ele.

- o que é?

- não sei._ respondeu com sinceridade, mas dava pra ver que estava atormentado, provavelmente já tinha recebido mais dessas cartas._ e nem quero saber.

Jogou a carta em cima da mesinha que havia no meio da sala e se sentou no sofá.

Decidi ver o conteúdo da carta, mas quando ia pegar a mesma, ele segurou minha mão e pediu que eu não lesse.

- vai ficar aí parado com medo? Você é um homem ou um rato?

-um rato.

Uma gota enorme se formou em minha cabeça. Alguém que era tão valente em expulsar Sasuke Uchiha da minha casa há alguns anos não era corajoso o suficiente para abrir uma carta sem remetente?

-ora vamos; eu não vou ler em voz alta, prometo!

- a curiosidade matou o gato sabia? E nesse caso o gato que vai morrer é o gato que está alertando o outro gato a não ser curioso. Então por favor, deixe isso aí.

Fiquei olhando nervosa para ele, que mantinha sua postura séria que faz qualquer um rir.

Não resisti e me sentei ao lado dele. Pedindo, suplicando, depois de muita lágrima de crocodilo ele deixou que eu lesse. Como prometido não a li em voz alta.

“Naruto, meu pai vai falar com seu avô sobre as investigações. Vou sondar meu pai e ver se consigo alguma informação. Creio que é só levar ele para um churrasco aqui perto. E mais uma coisa, o investigador que seu avô contratou já trabalhou para Orochimaru, e sabe varias coisas sobre ele que podem ser úteis nas investigações. Afinal de contas, ele também quis fechar um acordo com Minato.

Espero que a gente consiga. Shikamaru também está vendo com o pai dele se ele sabe de alguma coisa a mais, se ele conseguir vai falar com você um dia desses.

Cara, isso ta tomando um rumo muito diferente do que esperávamos. Parece que seu avô tem umas cartas escondidas que incriminam tanto Orochimaru quanto o outro cara que era sócio dele. Mas eu acho que você já sabe disso. E se você sabe, o cara que quer te matar também sabe. Afinal de contas, tem tanta gente que não se pode confiar.

Abraços;

Chouji.”

Após ler a carta de Chouji, me sentei.

-A carta era do Chouji, Naruto!

Ele me olhou um pouco surpreso.

- do Chouji? Por que não me falou antes?

- por que você pediu pra eu não falar BAKA!

- ta bom Sakura-chan, desculpa, é que eu recebi tantas dessa que eu nem imaginei que fosse do Chouji. Mas por que ele não entrou e falou comigo? Por que mandou uma carta?

- eu não sei, mas o pior já passou não é Sr. Medroso?

-e-é Sakura.

Ele estava todo envergonhado por ficar com medo de uma carta que era de seu amigo.

O dia passou rápido sem ter muito que fazer.

Nós não tínhamos pique nem pra conversar.

Estava ficando um pouco chato, até que ele pulou do sofá e começou a falar abobrinha.

-Sakura, você vai ficar brava se eu te disser uma coisa?

- depende da coisa.

-não primeiro promete.

-se for coisa idiota eu não sei se vou segurar o soco e você sabe disso né?

-é eu sei, mas é que é importante.

-então ta.... fala.

Ele tomou coragem; inspirou profundamente e expirou muitas vezes ate ficar numa postura de gente realmente séria. Quando queria conseguia esse milagre.

- Seu pai era advogado não era?

Eu fiquei surpresa com a pergunta e um tanto triste, não queria lembrar que ele traiu minha mãe.

- ele é Advogado sim, mas vamos por favor, mudar de assunto?

- Sakura eu não terminei; o seu pai é o investigador.

-o-oque?