Já sentiu aquela sensação de que está sozinho no mundo inteiro?

Aquela melancolia sem fim te corroendo por dentro, sem ter ninguém com quem compartilhar?

Bom, estou me sentindo assim agora.

Eu não sei... É... Como se algo que não sei o que é, me incomodasse. E muito.

Isso é muito irritante!

Eu não sei por que nem o que. Mas algo me incomoda.

Eu sei que poderia compartilhar isso com Alice, Jasper ou Edward, mas não... Tenho coragem.

Eu disse mesmo que, enturmada, poderia me virar melhor nessa vida?

Disse cedo demais.

Não, ainda tem algo que me incomoda.

O “pessoal” estava percebendo isso. Principalmente Jasper, é claro. Já que ele pode sentir o... Nervosismo á minha volta. Mas quando ele abriu a boca para dizer alguma coisa eu lhe disse que não queria conversar á respeito.

E quanto a Alice... Não sei se Jasper comentou que eu tava “estranha”, como dissera, ou se ela percebeu isso sozinha. Mas ela também perguntou se eu estava bem. Eu apenas respondi “Sim...”, então ela comentou “Está meio estranha ultimamente.” Tudo o que consegui responder foi “Não quero falar sobre isso”. Então ela mudou de assunto.

Edward também percebeu alguma coisa.

Certo dia ele perguntou se eu estava bem e respondi “Sim. Como sempre. Por que não estaria?”, mas acho que não o convenci.

Suspirei, meio desanimada. Eu sempre tivera medo de perder a vontade de viver. Mas acho que isso não importava. Eu não estou viva.

Não sei o que era. Mas realmente havia algo me perturbando.

Ouvi Edward suspirar, como se estivesse triste.

Franzi a testa.

- O que foi? –perguntei.

Ele balançou a cabeça.

- Você pergunta isso para mim?

- Como assim?

- Você está bem, Bella? Parece abalada, ou, pelo menos, mais abalada que o normal. Ou mais do que deveria estar á essa altura.

- O quê?

- Nada.

Suspirei.

- Eu estou bem, Edward. Já disse! –respondi, meio zangada.

- Tudo bem, então. Desculpe. Só estou perguntando por que me preocupo com você.

   O olhei.

- Obrigado pela preocupação, mas eu estou bem. É sério.

- Tudo bem. Mas sabe que pode me contar.

- É. Mas eu prefiro ficar quieta.

Ele me olhou, os olhos tristes.

- Não quero que me odeie para sempre, Bella.

O olhei de testa franzida, meio confusa.

- Mas eu não te odeio. Claro, gostaria mais de você se não tivesse me transformado em vampira. Bom, assim não nos conheceríamos, mas... Ah! Você entendeu o que eu quis dizer.

Ele riu um pouco.

- Acho que sim.

- O que quis dizer com “Não quero que me odeie para sempre”?

- Bella, eu te considero uma amiga e queria que você me considerasse como um amigo também. Eu não sei se você se sentia mal ou não, mas se era isso, conseguia disfarçar. O que significa que era algo mais fraco. Você obviamente está pior do que “nunca”, Bella. Achou que eu não ia perceber? Eu quero saber por que.

- Depois eu que sou curiosa... –resmunguei. –Eu não sei por que, Edward. E eu te considero um amigo também.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Não sabe por que?

Suspirei.

- Não. Vê se pode: eu tô, sim, meio abalada. Mas nem eu sei por que.

- Como uma pessoa pose nem saber o que a incomoda?

- Queria eu saber. –disse, balançando a cabeça.

- E eu não devo desconfiar nem um pouco dessa resposta?

Bufei.

- Não!

- Você não queria me contar.

- O que você está insinuando?

Ele riu.

- Nada. Eu só tava brincando. Sabe, é preciso descontrair um pouco.

- É. Acho que tem razão.

- Me considera mesmo um amigo?

- Sim.

Ele estendeu a mão.

- Amigos, então?

Sorri e concordei com a cabeça.

- Amigos. –concordei, estendendo a mão e o cumprimentando.

...