My Alternative Ending escrita por Laradith


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

6º capitulo, enjoy!



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Eu não sabia como Mason tinha entrado no território da Academia, e dentro das wards. O primeiro pensamento que me ocorreu foi que as defesas que mantinham os strigoi lá fora tinham sido derrubadas – de novo. Mas eu não sentia nenhum fantasma ao meu redor, somente Mason, como se ele fosse a única alma aqui. E sério, eu comecei a pensar que era isso o que estava acontecendo.

 

- Mason? – perguntei de novo. – Como?

 

Sua personalidade era tão desastrosa e triste quanto antes, mas ele parecia um pouco ansioso. Sua boca estava apertada em uma linha rígida. Subitamente, eu entendi o que estava acontecendo. Eu até podia sentir o que estava acontecendo.

 

- Você... Vai embora, não vai? Chegou a hora... Por isso você conseguiu atravessar as wards. – Eu disse, e ele assentiu. Mason estava aqui para uma... Despedida, ou encontro. Tudo o que eu sabia era que a alma dele estava pronta para passar para o outro lado, seja céu ou inferno. Mas isso não podia acontecer. Não agora, de qualquer maneira. Precisava de Mason para chegar até Viktoria, ou toda a missão na Rússia seria desperdiçada, e Dimitri não me deixaria ir com ele. Eu não podia deixar isso acontecer, não agora. Não quando estávamos tão próximos da liberdade. Sabia que era mesquinho da minha parte, mas a única coisa que podia pensar era por que agora? Ele podia ficar um pouco mais.

 

- Eu... Preciso da sua ajuda antes de você ir embora. É importante. – As palavras foram desajeitadas por causa da culpa, mas ele concordou comigo. – Você sabe tudo? Digo, você pode me dizer alguma coisa que aconteça do outro lado do mundo? – Outro aceno. Suspirei fundo, e continuei. – Eu sei que vai parecer muito louco, mas será que você poderia... Hmm... Procurar uma pessoa para mim? Ela está desaparecida, na Rússia. – Mason pareceu confuso, então tentei explicar o melhor que pude. – O nome dela é Viktoria Belikov, e ela é a irmã de Dimitri. Vamos em uma missão para ajudar ela e outra Academia.

 

Mason franziu a testa por alguns momentos, em concentração, e balançou a cabeça de um lado para o outro. Ele queria me dizer alguma coisa, alguma coisa que eu não conseguia identificar.

 

- O que é? – Mason balançou seu indicador várias vezes, e apontou para mim. Repetiu o gesto por mais alguns segundos, e eu fiquei mais perdida ainda. – Mason, você não pode me falar?

 

Ele negou freneticamente, e algo na sua expressão mudou. Ela pareceu um pouco arrependida, e eu lhe dei um pequeno sorriso. Quando isso aconteceu, a forma de Mason começou a tremeluzir, como se alguém estivesse apagando-o com uma borracha. É agora, eu pensei. Ele está finalmente em paz.

 

Seu rosto se suavizou, e pela primeira vez depois do incidente de Spokane, ele não parecia angustiado, nem triste e nem aparentava estar sofrendo. Mason estava em paz. Se despedir de um amigo nunca é fácil. Se despedir do fantasma de um amigo é mais difícil ainda, e eu senti lágrimas encharcando meus olhos, e descendo pelas minhas bochechas. Não fiz nenhum esforço para pará-las. Sorri uma última vez para ele, relembrando todos nossos momentos juntos. Todos os seus flertes, que sempre resultavam em uma tirada minha. Todas as piadas. Todas as vezes que ele me confortou, e jurou ser meu amigo. Quando nos beijamos, e eu o machuquei. Ele voltando para a casa onde eu estava lutando com Isaiah e Elena. Seu pescoço quebrado. A dor que senti quando ele foi morto. Tudo voltou como um furacão.

 

Eu quis que Mase fosse embora, que ele ficasse em paz. Tinha sido uma pessoa tão boa quando viva, e merecia a mesma coisa agora. Independente de para onde ele iria – eu estava certa de que seria um lugar bom – sempre sentiria falta dele. Sempre. Ter seu fantasma perto tinha criado a ilusão de que Mason ainda estava aqui comigo, que ele não tinha morrido. Mas agora eu teria que me separar. Teria que deixá-lo ir, ou minha ignorância e arrogância o deixaria infeliz pela eternidade.

 

Então, relutantemente, andei até Mason, cuidadosamente para não tocar sua forma já muito transparente. As lágrimas caiam sem parar.

 

- Descanse em paz, Mase. – Sussurrei, e levantei minha mão até seu rosto. Um sorriso brincou nos seus lábios antes dele fechar seus olhos.

 

E, bem assim, Mason se foi, deixando em mim a lembrança de uma amizade eterna.

 

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Chorando descontroladamente, eu corri pelos corredores da Academia, os scarpin doendo nos meus pés. Mas nada importava. A dor – emocional, e não física -  que eu sentia agora quase me impedia de respirar. Meu peito doía, eu mal conseguia ver através das lágrimas, e minha mente só processava uma coisa. Ele se foi. Nunca tinha pensado verdadeiramente em como sofrera sem Mason do meu lado. Ele era um grande amigo, e eu admito, quase se tornou algo mais, se não fosse pelo meu amor por Dimitri. Imaginar nunca mais tocá-lo... Nunca mais falar com ele... Doía mais do que pensava. Toda aquela depressão pós-morte voltou. Eu sentia toda aquela tristeza que tinha sentido depois de Spokane, uma que fez com todos ao meu redor ficarem com pena de mim, se preocuparem, de tão depressiva que eu estava.

 

E falando sério? Estava pior agora. Muito pior.

 

Estava chegando perto do meu dormitório, sem perceber que estava indo para lá, e esbarrei em alguém, quase derrubando-o. Eddie.

 

- Wow, Rose, por que- Suas palavras morreram nos seus lábios quando viu meu rosto. Imediatamente, sua postura ficou preocupada. – Você está bem?

 

- Eu... Eu... – Não conseguia pronunciar uma frase. Ele me segurou pelos ombros, tentando me passar conforto. – Não. – Finalmente disse.

 

Os braços fortes de Eddie estavam ao meu redor, me abraçando, antes que eu tivesse uma reação. Enterrei minha cabeça em seu peito, e por um segundo, queria que tudo passasse. Queria ser confortada por alguém, e sabia que Eddie era esse alguém. Desde que Mason tinha morrido, Eddie tinha se preocupado comigo como uma irmã para ele, e eu sentia o mesmo. Esse sentimento de fraternidade estava vindo à tona agora, e eu estava mais do que feliz em aceitá-lo.

 

- O que houve? – Ele perguntou, enquanto me levava para a biblioteca, o lugar mais próximo de onde estávamos. Estava vazia, e eu presumi que todo mundo devia estar triste o bastante para ir dormir o mais rápido possível. Eddie me levou até a última mesa, e me sentou lá, esperando alguma reação minha. Tudo o que fiz foi chorar mais e mais.

 

Estava ciente de que parte dessa depressão era culpa dos efeitos colaterais do Espírito, e os eventos de hoje à noite – o luto de Lissa, principalmente – tinha me enviado mais escuridão. Desde quando as coisas tinham ficado tão estranhas?

 

Eddie me abraçou de novo, e não disse nada enquanto eu colocava tudo para fora, e me afundava mais na minha angústia. Senti ele tirando seu celular do bolso, e levantei olhos curiosos para seu rosto.

 

- Estou ligando para Lissa. – Ele me informou. – Não sei o que aconteceu, Rose, mas você não está bem, e precisa de ajuda. – Eu balancei minha cabeça, e ele suspirou. – Para Belikov, então. Ele é seu mentor, e vai saber o que fazer. – Neguei mais avidamente. O que eu menos precisava era Dimitri preocupado comigo. Ele já tinha coisas demais na cabeça.

 

- Não... Eu estou bem, Eddie... E-eu juro. Só me deixe... Só me deixe... desabafar... – Ele assentiu e tomou a posição de irmão protetor de novo. Eu me sentia segura com ele, e no momento, era o único a quem eu podia recorrer. Não estava em condições de procurar Liss, e Eddie ligando para ela no meio da noite iria assustá-la. Dimitri iria enlouquecer e cancelaria minha participação no plano da Rússia. Adrian... Não era tão legal para abraçar e despejar lágrimas. Então, só restava Eddie.

 

Não sei quanto tempo passou até que parei de chorar. Podem ter sido minutos ou horas. Eu não estava ciente do tempo, até que Eddie me pegou no colo e começou a se dirigir ao dormitório.

 

- O que você está fazendo? – perguntei.

 

- Estou te levando para a cama. Amanhã, você vai estar melhor, e poderemos conversar mais.

 

Ele me deixou na cama, e me cobriu, fechando a porta com cuidado atrás de si. Fiquei me revirando por algumas horas, até que finalmente peguei no sono.

 

=^.^=

 

- Lissa? Posso falar com você?

 

Estava no refeitório, de braços cruzados – em uma posição protetora – e olhando Lissa diretamente nos olhos. Ela percebeu minha inquietação e pediu licença discretamente do grupo que estava sentada, vindo na minha direção.

 

- Está tudo bem? – Ela me perguntou, com uma linha de preocupação entre seus olhos.

 

- Sim, só preciso falar com você sobre uma coisa. – Lissa não me disse mais nada enquanto eu a levava para o meu quarto, mas eu sentia a curiosidade através do laço. Algumas pessoas paravam para me olhar, e eu deduzi que minha explosão emocional não tinha sido tão secreta, afinal de contas. Elas deviam pensar que eu era alguma sem noção. Triste em um minuto, explodindo no outro.

 

Quando chegamos, ela se sentou de lado na minha cama, e eu fiquei de frente para ela, insegurança tomando conta de mim. Como contar sobre Mason? Sobre os efeitos do espírito, que podia ajudar tantas pessoas? Lissa e eu tínhamos sido amigas desde o jardim de infância, mas isso não tornava as coisas mais fáceis para mim.

 

- Rose, desembucha. – Ela disse, sorrindo para mim. E eu fiz. Contei tudo para ela, até de Dimitri. Nosso primeiro dia, nossos treinamentos, que sempre acabavam em situações constrangedoras. Na enfermaria, quando quase nos beijamos, depois do shopping. O feitiço de luxúria, e como ele quebrou meu coração quando disse que não estava interessado em mim. Nessa parte da história, meu peito pesou uma tonelada, mesmo sabendo que aquilo era um blefe. Contei sobre Victor, sobre nossas escapadas. Os efeitos de ser shadowkissed.. A cabana. O ataque, e finalmente, contei sobre Mason, e só no final percebi que estava chorando de novo. Desabafar tudo que aconteceu comigo por tanto tempo era bom, mas Lissa não disse nada nesse tempo todo. Ela somente ficou lá, escutando, uma linha rígida no seu rosto. De certo modo, eu queria que ela explodisse comigo. Eu tinha mantido muitas coisas dela, muitos segredos, e ela nunca tinha feito isso comigo. Era meio impossível, se considerar o laço que compartilhávamos. Mas agora? Eu tinha escondido um relacionamento com o meu mentor, o fantasma do meu amigo, efeitos de um elemento que ela usava. Efeitos que podiam me enlouquecer, e várias outras coisas. Eu estava me preparando para o pior. Gritos, acusações ou qualquer outra coisa que significasse traição da minha parte. Mas a única coisa que eu conseguia identificar pela laço era tristeza e pena.

 

- Oh, Rose... – Ela estendeu seus braços, e eu entrei no abraço dela, afundando a cabeça no seu ombro. Ela afagou meu cabelo. – Não sabia que você estava passando por tanta coisa... Por que você não me falou antes? – Ela ficou me segurando por mais uns minutos, então me soltou, e soltou uma risadinha. – Você e Dimitri? Meu deus! Quem imaginaria?

 

Não perdi meu tempo pedindo para ela não contar a ninguém, porque não era necessário. Lissa nunca me denunciaria, e muito menos Dimitri. Então eu sorri de volta, tristemente, e assenti. – Nós nos amamos, Liss.

 

- Eu percebi! Isso é tão fofo! – Ela me deu um soco no braço, de brincadeira, e eu não devolvi. A pior parte já tinha passado, mas ainda tinha outra coisa.

 

A viagem até a Rússia.

 

- Bem... Tem outra coisa. – Ela parou de brincar e me deu um olhar questionador. – Liss... Eu estou indo embora. – Ela abriu a boca para falar, mas eu a interrompi. – Eu vou para a Rússia, com ele. Uma Academia atacada, e os padrões são os mesmos, eles levaram alunos, e bem... Eu sou a única que pode ajudar.

 

- O que? Mas Rose... Tem dezenas de guardiões mais qualificados que você!

 

- É, mas nenhum desses guardiões tem a capacidade de conversar com fantasmas. Eu posso perguntar para eles onde os reféns estão, como fiz aqui. Eu sou a única chance deles, Lissa.

 

- E se acontecer alguma coisa com você? Você acha que eu vou ficar aqui, nessa bagunça, enquanto você vai para a Rússia com Dimitri caçar strigoi? Desculpe, Rose, mas isso não vai acontecer. A não ser que você me leve junto. – Ela cruzou seus braços, e eu levei alguns segundos para processar o que ela tinha me proposto.

 

- Não, absolutamente não. – Era loucura, para dizer o mínimo. Eu nunca iria levar um moroi – um moroi da realeza – para caçar strigoi. Mesmo eu aceitando, o que eu morreria, mas não faria, Kirova surtaria assim que soubesse. Lissa teria que usar compulsão, e um ataque de loucura era a última coisa que eu queria no momento.

 

- Só pode ser brincadeira. Eu sou a sua melhor amiga, Rose. Você realmente vai me abandonar desse jeito? – A voz dela tinha uma ponta de agonia, mas eu sabia que ela estava bancando a amiga magoada para eu a deixar ir. – Eu preciso ir, também. Vamos, me deixe ir, Rose. Nós dividimos um laço. Você sabe que é o certo a fazer, não é? – E então, eu percebi como estava sendo estúpida. O que ela estava propondo era aceitável... Muito aceitável. E certo, também, porque eu a amava muito, e não queria me separar dela. Ficar na Academia não faria bem nenhum a ela, e nem era mais seguro, de qualquer jeito. Então, por que ficar aqui? Por que não ir para a Rússia e me ajudar a matar os que tinham nos ameaçado tanto? Afinal, era o certo e-

 

- Pare! – Eu gritei, e ela recuou com a minha súbita explosão, uma expressão de medo em seu rosto. Eu respirei fundo, e tentei falar mais suavemente, colocando de lado a minha raiva. – Lissa, eu tenho que fazer isso. Não é sobre ser amigas ou abandono... Isso é sério. Você sabe o quanto eu te amo, mas tem dezenas de pessoas sofrendo no outro lado do mundo, e eu estou aqui, tomando chocolate quente. Lissa, isso é o mundo real, e mais cedo ou mais tarde, nós vamos ter que enfrentá-lo. A única diferença é que eu vou fazer isso mais cedo.

 

- Você não tem que fazer nada que não queria, Rose.

 

- Esse é o problema. Eu quero fazer isso, e eu vou. Sinto muito se te machuca, mas... Vai ser breve. – Não tinha certeza do quanto eu ficaria fora, então não dei detalhes.

 

- Breve? Dois dias? Duas semanas? Dois meses? Breve quanto, Rose? Por que eu não vou suportar esse lugar sem você por muito tempo. – Ela soava machucada, agora, e muito triste. Meu coração doeu por ela, mas isso era preciso, e eu já sabia o que falar.

 

- Você vai sobreviver. Além disso, eu ligo quando puder, e prometo checar você todo dia. – Dei a ela um sorriso confiante, mas Lissa manteve sua expressão cuidadosamente controlada. Mesmo com a fachada, eu via o medo em seus olhos. Medo de me perder. – Ei, vai ficar tudo bem, Liss. Um bando de strigoi não vai ser o suficiente para acabar com Rose Hathaway.

 

- É, mas quase foi. E se eu te perder... – Eu balancei a cabeça, negando o pensamento. Ela começou a chorar de novo, e me pegou em um abraço de urso, quase esmagando minhas costelas. – Se eu te perder, Rose, eu juro que te mato.

 

- Ui, me deixou com medo agora. – Tremi teatralmente, e ela sorriu suavemente. Com o clima mais leve, as coisas ficaram mais fáceis, e eu terminei meu discurso, contando exatamente o que Kirova tinha me dito, com o máximo possível de detalhes, e as minhas teorias sobre uma conspiração contra as Academias. Fiz uma nota mental para perguntar a Dimitri sua opinião, mais tarde. Ele manteria uma mente aberta sobre as minhas loucuras. Bem, não seria a primeira vez.

 

Quando acabei tudo, foi como se trezentas toneladas tivessem sido tiradas de cima de mim, porque pela primeira vez, não tinham segredos entre nós. E sinceramente, isso era muito bom. E me ocorreu que era como se eu estivesse contando tudo, como algum tipo de... Seguro? Espantei o pensamento rapidamente, sem tentar elaborar mais coisas.

 

- Rose, eu prometi me encontrar com Christian daqui a pouco, e eu tenho que me arrumar... Se você quiser, eu posso cancelar e-

 

- Não, Liss... Vá fazer... O que quer que vocês façam naquela igreja. – Eu sabia exatamente o que eles faziam naquela igreja, por causa do maldito laço que podia ser tão inconveniente às vezes. Meus pesadelos eram sempre relacionados às mesmas coisas: Spokane, Mason, e as escapadas românticas de Lissa, que sempre acabavam em sexo. Mesmo nunca ficando até o final, eu sempre experimentava a sensação das mãos de Christian passando pelo meu corpo, e era como ser violentada pela webcam.

 

Lissa abriu um sorriso deslumbrante, que deixava suas presas à mostra. Ela raramente fazia isso, e eu achei que era porque eles tinham alguma coisa a mais planejada para hoje à noite. – Ok, - ela disse. – Eu vou me arrumar. Você me ajuda?

 

- Uhh, na verdade, Liss, eu preciso encontrar Dimitri. – Ela levantou uma sobrancelha, com o divertimento se espalhando pelas suas feições. Não me permiti ser incomodada por isso. -  Olha, eu preciso ter certeza que você não vai contar para ninguém sobre nós dois. Nem para Christian. Eu sei que ele é o seu namorado, - eu disse, - mas quanto mais pessoas souberem, maior é o risco de isso se tornar público. E só Deus sabe o que fariam se descobrissem sobre nosso relacionamento. – Ela abriu a boca para falar, e eu levantei um dedo para impedi-la. – É serio, Lissa. Prometa.

 

- Eu prometo. – Ela disse solenemente, como se fazendo um juramento, e soltou uma risadinha. – Você e Dimitri... Deus, acho que nunca vou me acostumar com isso. – Eu revirei meus olhos, e reprimi a vontade de socá-la. – Ok, agora você me ajuda a me arrumar, porque eu quero ficar linda.

 

- Você já é linda, Lissa. – Disse preguiçosamente e fui em direção ao guarda roupa dela. Tirei de dentro um vestido de seda rosa bebê que tornava as poucas curvas de Lissa ainda mais delicadas, e uma sapatilha de couro branca. Ela se vestiu, e eu arrumei seu cabelo, enrolando-o nas pontas em cachinhos perfeitos. Quase não apliquei nenhuma maquiagem, porque o rosto dela já era bonito só com um pouco de blush nas maçãs e um gloss bem leve nos lábios. Ela se virou, e eu fiz um som aprovador. Eu ficaria totalmente estranha numa roupa dessa, mas os olhos verdes de Lissa, a pele pálida e o corpo delicado ficavam perfeitos.

 

Nós nos despedimos, e ela foi em direção a igreja, me deixando sem nada para fazer. Bom, eu queria procurar Dimitri e perguntar a ele sobre sua família, e como todos estavam. Definitivamente era melhor do que presenciar sexo. Definitivamente. Fui até o prédio dos guardiões, e a primeira pessoa que vi foi Stan. Ele parecia meio abatido, mas estava melhor, com seus cortes e arranhões quase totalmente curados. Ele me deu um aceno, e continuou seu caminho, mas eu o segui, mantendo uma distancia entre nós.

 

- Stan? Você sabe onde Dimitri está? – Perguntei, tentando ser o mais educada possível. Nosso histórico não era muito bom, se você considerar que eu já fiz muitas coisas erradas nos treinamentos dele. Sem mencionar o fato de que ele tinha me humilhado quando Dimitri me trouxe de volta. Ou seja, nem relacionamento de aluno e professor nós tínhamos.

 

- Não. – A resposta foi curta e grossa, e o aviso Não enche estava bem explícito.

 

- Obrigada.

 

- De nada.

 

Eu suspirei e fui procurar Dimitri por conta própria. Ia ser mais fácil do que tirar a resposta da Stan; o seu humor não estava ajudando muito. Demorei quase uma hora para achá-lo, já que estava surpreendentemente lenta, e por que ficava parando para admirar a paisagem da Academia, e as pessoas trabalhando para reconstruí-la. Ver o lugar que eu chamava de Casa praticamente destruído fazia meu peito mais pesado que chumbo.

 

A primavera estava quase chegando, faltavam poucos dias para o inverno acabar, mas o vento gelado ainda mandava calafrios pelo meu corpo. Uma lembrança veio à minha mente, quando Dimitri e eu tínhamos nos beijado antes do resgate. As palavras dele tinham sido tão doces e poderosas que me firmaram no meio da destruição deixada pelos strigoi. Mesmo assim, não consegui parar de encarar e perceber como todos tinham mudado. Estavam exatamente como eu tinha estado depois de Spokane. Era depressivo, e ao mesmo tempo, encorajador. Eu mantinha em mente que era por essas pessoas que eu iria até a Rússia, e pelo homem que amava, porque não correria o risco de perdê-lo de novo. Não depois de tudo que passamos. Dessa vez, ficaríamos juntos de uma vez por todas.

 

Finalmente, eu o encontrei com a minha mãe. Eles estavam conversando – ou melhor, ele só estava ouvindo.

 

E ela estava gritando.


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? mais ou menos?
BOm, o capítulo está pequeno, mas eu estava em semana de provas bimestrais, entao miiiilll desculpas!

os capitulos vao ser maiores, também, prometo!
Bjooos!
e me digam o que vcs acham que vai acontecer no proximo capitulo =D