My Alternative Ending escrita por Laradith


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Ooiie! Quarto capítulo, enjoy!

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Os dias que se passaram depois do ataque continuaram quase a mesma coisa. Os alunos, tanto Moroi quanto Dhampirs, não voltaram a aula por 3 dias. Segundo Alberta, eram medidas necessárias para que a Academia se estabilizasse de novo, e para que o choque passasse. Mesmo a missão de resgate sendo um sucesso, tínhamos perdido muitas pessoas, e um funeral geral ia ser feito em memória dos falecidos, onde todos compartilhariam a dor. Somente depois disso, a rotina voltaria ao normal, com os treinamentos e aulas habituais.

A cerimônia molnija ia ser realizada três dias depois do funeral, e eu fiquei com um frio na barriga somente de imaginar a pequena marca Zvezda na minha nuca. Essa tatuagem, diferentemente da molnija, só era feita quando um guardião participava de uma batalha, e matava muitos strigoi. Pensei em falar com Kirova para que Christian recebesse uma, também. Afinal, se não fosse pelo controle e uso sobre seu elemento, todos aqueles que matamos estariam vivos. Eu tinha certeza que ouviria a velha rabugenta berrar na minha orelha por mais de 10 minutos, dando um discurso sobre como isso transformaria ele em um alvo ambulante, e como era horrível da minha parte por propor tal coisa. Por causa dessa reação – que eu estava certa que ia acontecer – mantive minha boca fechada.

A Academia não era a única que tinha mudado com o ataque. As pessoas também estavam nitidamente diferentes, e em algumas eu pude ver aquelas mudanças que aconteceram comigo quando Mason morreu. Elas estavam mais sombrias e sérias, sem brincadeiras ou piadinhas estúpidas. Alguns nunca mudavam, é claro; e eu percebi isso observando Jesse. Mesmo estando abalado com a morte de Ralf, ele simplesmente decidiu arranjar outro amiguinho e aliviar o luto criando mais intriguinhas ridículas. Uma delas aconteceu comigo – ele não parecia ter ficado com muito medo de mim depois que quase o matei.

 

- Ei, Rose! Descobrimos que você saiu correndo para os braços do strigoi, é verdade? – ele gritou, do outro lado da mesa da cafeteria. Fechei minhas mãos em punhos.

 

- Eu não sei, Jesse, por que você não volta até lá para ter certeza? – Rebati.

 

- Ah, seria um desperdício me matar. Além disso, você é a única que quer virar um strigoi aqui – Ele zombou, dando uma risadinha para seu novo amigo. Me segurei para não batê-lo de novo.

 

- Cale a boca, Jesse. Você não sabe do que está falando. – Ouvi uma voz. Adrian tinha entrado na cafeteria, ficando ao meu lado com um olhar duro em seu rosto. Eu sorri, grata por ter um Moroi da realeza ao meu lado.

 

- Acho que sei, Ivashkov. – Jesse replicou, mas eu pude ver como sua cara tinha se tornado meio pálida com a chegada de Adrian.

 

 - Não, não sabe. – Pausei, e quando ele foi abrir a boca para falar novamente, eu o cortei. – Hey, como está seu rosto? Acho que não bati forte da última vez. Uma pena. Da próxima, vou me lembrar de dificultar as coisas para você. – O aviso foi muito óbvio, e se antes seu rosto estava meio pálido, agora estava completamente branco e lívido, como uma folha de papel. Era assustador falar daquela fúria e sede de sangue que eu havia sentido de novo, mas acabei fazendo um esforço para mencioná-la. Não ia deixar Jesse espalhar mais rumores sobre mim.

 

- É, bem, mais uma prova do quão psicopata você é! – Ele exclamou, e fez um sinal para que o outro garoto o seguisse. Os dois saíram, nos dando um olhar frio.

 

- Aqueles idiotas... Nunca sabem a hora de parar. – Adrian murmurou, e eu assenti.

 

- Nem me fale. Foi por causa daquela cerimônia de iniciação ridícula que tudo isso aconteceu. – Confusão encheu o rosto dele, e eu continuei. – A mágica ofensiva usada foi muito forte, e quebrou as wards. – Ele ficou de boca aberta; pasmo.

 

- Ninguém vai puni-los?

 

- Eu não sei. Acho que sim, embora não tenham provar para culpá-los. Deus, espero que paguem bem caro.

 

- Concordo.

 

Ficamos em silêncio por alguns minutos, encarando a porta por onde Jesse e seu amiguinho tinham saído. A cafeteria estava quase vazia, então não tínhamos causado um grande tumulto, apesar de algumas pessoas terem notado.

 

- Quem era o novo capacho do Jesse?

 

- Mark Conta.

 

- Parecia bem excitado em ficar com alguém tão estúpido quanto Jesse.

 

- Mark? Não, ele só está com Jesse por medo de ser rejeitado. – Adrian disse, se sentando na mesa que estava na nossa frente. Fiz o mesmo.

 

- Rejeitado? Ele é real, por que se sentiria assim? – Se Mark fosse um Ozera, eu entenderia. Afinal, Christian era totalmente rejeitado pela sociedade Moroi, por conta dos seus pais, que haviam se tornado strigoi por vontade. Um ato imperdoável e horrível. Por causa disso, Christian fora excluído de tudo, e era ignorado por todos ao seu redor, até que Lissa virou sua namorada. Isso abriu as portas para ele, mas as pessoas ainda tinham ressentimento.

 

- Porque ele está sozinho. Ninguém da família dele o quer por perto. Aparentemente, seu histórico é muito ruim. – Revirei meus olhos, mas estava começando a sentir um pouco de pena do garoto. Um pouco, pois andar com Jesse não adiantava nada.

 

- Ele está fazendo um ótimo progresso no seu currículo andando com o Jesse.

 

- De novo, concordo. – Suas sobrancelhas se juntaram, e sua voz se tornou pensativa. – Eu posso entendê-lo, apesar de tudo.

 

- Não. Olha, você tem um histórico péssimo, mas acredite em mim,não deve ser nada comparado a ele. Vamos, você é o preferido da rainha. – Embora odiasse a vadia, tinha que admitir que Adrian tinha um pouco de sorte.

 

- Como se isso fosse grande coisa. O único lado positivo é que consigo o que quero, e quando quero. – Ele me abriu um daqueles sorrisos conquistadores e comedores-de-mulheres, e eu levantei minhas sobrancelhas.

 

- Nem pense nisso. – Ele fez biquinho, e eu mostrei a língua a ele.

 

- E Eddie?

 

- Ele está bem. Eu o curei, embora não tivesse nada mais do que alguns cortes. Jesus, o garoto é persistente. Parecia minha avó, de tanto que ficava reclamando para eu ajudar outras pessoas. – Eu revirei meus olhos, aliviada por Eddie estar seguro. Tínhamos criado um senso de fraternidade um com o outro – nada romântico, é claro – mas eu sempre me preocupava com ele, e ele fazia o mesmo. Acreditava que esse tipo de ligação fora criado por Mason – pela sua morte, na verdade. Ainda sentia falta dele, e algumas vezes, o rosto de Isaiah e Elena me faziam ter pesadelos, porém tinha aprendido a conviver sem sua presença, por mais doloroso que isso fosse. Me sentia culpada pela sua morte, e aquele pensamento de “e se eu fosse mais rápida”, “e se eu agisse de forma diferente” ainda rondava minha cabeça.

 

- Bom. E os outros?

 

- Todos estão bem, graças a mim e Lissa.

 

- Convencido. – Brinquei, sabendo que era verdade. Embora o elemento tenha alguns efeitos drásticos, Espírito podia ser muito, muito útil.  Adrian deu um suspiro, exasperado.

 

- Parece que Kirova vai se aposentar. – Murmurou casualmente.

 

- O que?! – Eu aumentei minha voz mais do que precisava, surpresa

 

- Você não sabia? Todos no campus já sabem disso. É noticia fresca. – Balancei minha cabeça. – Parece que ela se cansou, e precisa se aposentar. Um outro diretor vai assumir, embora não saibamos quem, ainda. Vai chegar nas próximas semanas, ou no próximo mês, dependendo de como todos se recuperarem.

 

- É loucura! Precisamos dela! – Exclamei. Eu não gostava da Kirova, mas tinha que admitir que ela era uma diretora muito boa. Sabia tomar as decisões quando precisava – embora pisasse na bola algumas vezes – e era muito durona. Pensar na St. Vladmir sem ela... Era estranho.

 

- É, eu sei. – Ele deu uma olhada rápida no relógio que estava no seu pulso – de ouro, sem dúvida – e arregalou seus olhos. – Estou atrasado, muito atrasado. Se cuide, e tente não pensar muito em mim, ok? – Corei um pouco, e ele soltou uma risada leve, me abraçando. – E não entre em problemas, não em mais do que você já está. – Sussurrou no meu ouvido, e foi a minha vez de arregalar meus olhos.

 

- O que? – perguntei.

 

- Você vai ver. Não perca o controle. – Antes que pudesse fazer qualquer outra pergunta, Adrian tinha ido embora. Ótimo. Ia levar uma bronca enorme, e nem sabia por que. A vida não podia ficar melhor. Como uma deixa, fui puxada para a cabeça de Lissa.

 

Ela estava no sótão da igreja, conversando com Christian, o que não era novidade. As coisas ainda não tinham esquentado entre eles, então eu fiquei um pouco lá. A realidade dela era melhor que a minha, de qualquer jeito.

 

 

- Eu só queria que tudo fosse diferente... – Ela murmurou, se aconchegando nos braços dele. Era bom ela ter alguém para desabafar.

 

- Eu também, Liss... – Ele beijou o topo da sua cabeça, e uma sensação de inveja passou por mim. Era eu que devia ser sua amiga e ouvir o que ela quisesse dizer, não Christian. Bem, Christian também, porque ele era o namorado dela... Mesmo assim, não consegui evitar.

 

- Você acha que Rose está bem? Eu devia ir falar com ela... Me senti tão mal mentindo sobre Ralf.

 

- Não se sinta. Rose é durona, e aposto que ela já sabe da morte dele. – É isso aí, pensei, com aprovação.

 

- Tenho que ir. – Ela disse, tentando se levantar. O problema é, ela não queria se levantar, então estava fazendo corpo mole, esperando ele interferir. Funcionou.

 

- Não tem não... – Ele sussurrou, puxando-a de volta e dando um beijo no seu pescoço. Ela riu, e levantou seu rosto para que seus lábios encostassem-se aos dele. A sensação era tão boa, tão reconfortante...

 

Uh-oh, pensei, tenho que sair daqui. Me concentrei na minha própria cabeça, nos meus próprios pensamentos. A pele de Christian era macia contra a minha, enquanto eu tentava tirar sua camisa, e sua boca era tão macia... Eu to amava tanto que-

 

Eu voltei para meu corpo, me sentindo segura de novo. Já estava acostumada com a vida sexual de Lissa, mas a percepção era estranha. Fazer sexo virtualmente não era muito diferente disso. Estremeci com o pensamento de eu fazendo sexo com Christian. Definitivamente não.

 

Precisava distrair meus pensamentos, então saí da cafeteria, simplesmente pensando em dar uma volta para limpar minha cabeça. Só não esperava dar de cara com Dimitri. Ele parecia cansado, como todos os guardiões.

 

- Olá Rose. – Ele me cumprimentou formalmente. – Você está bem?

 

Assenti, dando um meio-sorriso para ele. – Você?

 

- Bem. – Eu quase podia ver as aspas no final da frase. – Kirova quer ver você.

 

Soltei um gemido, fazendo uma careta e cruzando meus braços.

 

- O que eu fiz agora? – perguntei, exasperada.

 

- Nada, na verdade. Ou, quase nada. Ela quer discutir o incidente com Zeklos, mas eu já expliquei a ela o que aconteceu. Acho que você só precisa dizer como se sentiu... – Virei minha cabeça para o lado, desejando morrer.

 

- Falar como me senti para a velha Kirova? Nem pensar! – Dimitri suspirou frustradamente. – Camarada, eu não falo meus sentimentos nem com Lissa, imagine com a Diretora? Vou acabar sendo expulsa.

 

- Você não vai ser expulsa. Só tente ser educada, ok?

 

- Tente ser educada? Puxa, obrigado! – Exclamei. Estava despejando toda a minha frustração nele, embora fosse errado. Só queria gritar para o universo, sem motivo algum.

 

- Você me entendeu.

 

- Ótimo. Eu vou, mas se isso resultar na minha expulsão, vou culpar você. – Disse, apontando um dedo em sua direção. Ele riu levemente.

 

- Não vou deixar você ser expulsa, Roza. Só relaxe. – A menção do meu antigo apelido fez borboletas voarem no meu estômago, mas me impedi de expressar qualquer sentimento, e o segui em direção ao escritório da velhota.

 

- Eu fiquei sabendo da morte de Ralf... – O corpo de Dimitri ficou tenso ao meu lado.

 

- E? – Ele perguntou hesitantemente.

 

- E... Não há nada para falar. Só sinto que é minha culpa.

 

Do mesmo jeito que ele fez depois de Spokane, o rosto de Dimitri se suavizou, e ele cobriu minha mão com a sua. Sua pele era quente e mandava ondas de eletricidade pelo meu corpo. Acho que sempre me sentiria desse jeito ao redor dele.

 

- Não é sua culpa. Rose, você precisa parar de se culpar por tudo que acontece nesse lugar.

 

Eu suspirei. Era um instinto, e eu não podia simplesmente descartá-lo. Esse senso de proteção sempre esteve enterrado dentro de mim, até com pessoas que eu odiava, como Ralf. Eu me arriscaria para protegê-lo, se fosse preciso. Eles vêm primeiro, eu dizia a mim mesma. Como fui criada pela Academia, isso sempre foi ensinado para mim como se fosse a coisa mais importante do mundo.

 

- Eu sei, mas não posso evitar. Só não consigo passar por isso... – Murmurei, e a mão de Dimitri apertou a minha com mais força. Nós continuávamos andando, e embora não tivesse muitas pessoas acordadas a esse horário, era errado nós andarmos com as mãos dadas, como se fossemos um casal. Ok, nós éramos um casal, mas ninguém sabia.

 

- Você vai conseguir passar por isso. Te disse, sempre vou estar aqui por você. Estamos juntos nessa – Não pude evitar um pequeno sorriso. Ouvir aquelas palavras de Dimitri era tão doce, e eu me sentia segura com elas, assim como me sentia quando estava perto dele.  De novo, ele estava arriscando muito por andar de mãos dadas comigo e dizer aquilo. Se alguém nos visse-

 

- Belikov! Rose! – Uma voz carregada pelo vento gritou através do corredor que estávamos passando. Paramos abruptamente, mas Dimitri não soltou minha mão; eu é que tive que me distanciar dele. Como uma deixa, minha mãe veio ao nosso encontro, me dando um aceno de cabeça, mas se dirigindo a ele. – O que você está fazendo? Pensei que Rose estava na enfermaria. – Sua voz estava baixa agora, cheia de desconfiança.

 

- A Princesa a curou, e ela foi liberada, Janine. Kirova me mandou para buscá-la, porque ela quer falar com Rose. – A voz de Dimitri, diferentemente da minha mãe, estava completamente controlada.

 

- Por que você não me avisou sobre isso? Eu pensei que Rose estava no hospital, em estado grave.

 

- E eu estou bem aqui. – Balancei minha mão até ter a atenção dos dois. Os olhos da minha mãe mostravam um pouco de ressentimento por trás da máscara de pedra que ela sempre usava.

 

- Eu posso te ver, Rose. – Ela murmurou cansadamente.

 

- Então por que continua fingindo que não está?

 

Tudo o que ganhei foi um rolar de olhos, e eu decidi ficar fora da conversa. Ela pareceu perceber a mudança, porque se virou para Dimitri de novo.

 

- Eu devo ir. Precisam de mim no dormitório. – Dimitri assentiu, e ela, sem olhar para mim, foi embora. Assisti sua partida balançando a cabeça. As coisas pareciam nunca mudar entre nós.

 

A porta do escritório estava aberta, e nós entramos sem fazer muito alarme. Kirova gesticulou para sentarmos nas cadeiras que estavam na frente da sua mesa.

 

- Sra. Hathaway, eu suponho que a Srta. tenha uma explicação muito boa para o que aconteceu com Sr. Zeklos.  – Ela tinha uma expressão dura no rosto, e eu estremeci. Antes de fugirmos da Academia, eu era levada para ela muitas vezes, já que causava muitos problemas. Kirova era uma última alternativa, quando um assunto era muito serio. Acho que espancar um Moroi real se aplica a essa categoria. Suspirei e tentei parecer indiferente.

 

- Eu estava... fora de mim mesma.

 

- Como? – Confusão se espalhou pelo seu rosto.

 

Eu rolei meus olhos. – Olha, eu sei que você sabe sobre os efeitos do Espírito, então por que continuar com esse interrogatório?

 

Ela se inclinou na mesa, e empurrou seus óculos. – Porque eu queria ouvir de você o que aconteceu. Guardião Belikov me disse tudo, e como aconteceu. Eu achei que era um pouco de exagero, mas depois de ver como o Sr. Zeklos estava, percebi o quão sério é essa situação, e devo confessar que pensei em providenciar ajuda.

 

Eu sabia exatamente que tipo de ajuda seria providenciado. Remédios, psiquiatra, psicólogo, e todo mundo me tratando como uma louca, mais do que já estavam me tratando. Arregalei meus olhos.

 

- É disso que tudo se trata? Você quer me mandar para algum tipo de médico? Eu não vou, não é algo que eu posso parar. – Protestei.

 

- Rose, só queremos ajudar. Os remédios auxiliaram Lissa durante muito tempo, e ela ficou controlada, você sabe disso. Talvez funcione com você... Nós podemos testar. – A voz de Dimitri era calma, e eu vi que ele estava falando a verdade. Mas isso não foi o bastante para me fazer esquecer do lado Rose Hathaway imprudente.

 

- Eu não sou um rato de laboratório, para que vocês fiquem fazendo testes em mim.

 

- Não foi isso que eu quis dizer, e você sabe. – Dimitri enfatizou a última palavra. Mas eu não podia entrar em medicamentos, senão ia perder o contato com Lissa, e era ela que seria influenciada pela escuridão. Eu preferia que fosse eu, e não ela. Então, ao invés de responder a Dimitri, me virei para Kirova.

 

- Eu não quero, e eu não vou tomar remédios. Ponto final. – Disse em uma voz baixa e um pouco ameaçadora. Ela não pareceu notar, e continuou seu falatório.

 

- Sim, você vai, Srta. Hathaway. Do contrário, não irá se formar, e certamente não irá proteger Vasilisa Dragomir.

 

Eu abri minha boca, incapaz de processa o que ela tinha dito. Era impossível... Minha vida toda, eu treinei para proteger Lissa, com quem eu tinha um laço muito raro. Kirova jogando tudo isso fora estava fora de questão.

 

- Você não pode! É meu futuro que está em jogo.

 

- Sim, e o futuro de Vasilisa também. Ela é uma princesa, uma que vai ser protegida por guardiões competentes. Se você quer ser a guardião dela, então faça por merecer. – Ela tirou seus óculos, e me olhou diretamente. – Se não fizer exatamente o que estou dizendo, então não vai passar nem pela experiência de campo. Rose, você está instável e precisa de ajuda. É o que estamos tentando te oferecer, aqui. – Havia preocupação na voz dela, e eu vacilei por um momento. Até ali, eu tomando remédios seria algo inaceitável, mas quando Kirova colocava as coisas desse jeito... Era Lissa ou meu orgulho.

 

Engoli, e devolvi o olhar. – Tudo bem, mas eu não estou fazendo isso por vontade própria. – Ela assentiu, e começou a anotar algumas coisas em um bloquinho. Olhei para Dimitri, esperando ver qualquer coisa que me ajudasse, mas seu rosto estava virado para o outro lado.

 

- Você vai tomar esses remédios. – Ela me deu uma lista com três remédios. Eu arfei, exasperada, e levantei minha cabeça.

 

- Três? Vou ficar o dia todo tomando remédios?

 

- Você pode tomar os três ao mesmo tempo, Srta. Hathaway, com intervalo de alguns minutos.

 

- É claro. – Que eu não vou tomar, adicionei. – Posso ir agora?

 

- Ainda não discutimos o tópico sobre Jesse Zeklos.

 

- Foi um ato impensado. Não era minha intenção, e como Dimitri deve ter te falado, eu estava sob os efeitos do Espírito, com uma raiva cega e sede de sangue. Eu sinto muito.

 

- Vamos torcer que não aconteça de novo. – O Se não eu vou tomar mais medidas estava claro na frase, e eu assenti, incapaz de fazer qualquer outra coisa. De agora em diante, ia ter que me controlar, senão podia acabar em uma camisa de força. – Guardião Belikov, eu queria falar com você também. É um assunto muito sério. – Eu já estava me levantando, mas Kirova gesticulou para eu voltar ao meu lugar. Estava curiosa, então obedeci rapidamente.

 

Dimitri estava confuso. – O que aconteceu?

 

Kirova respirou fundo, e franziu a testa profundamente. O que quer que tenha acontecido, não era coisa boa. Vários momentos pesados passaram entre nós, como se ela estivesse escolhendo as palavras certas para contar alguma coisa para Dimitri, e eu rezei para que ela não me expulsasse da sala. Eu estava muito curiosa, nesse ponto.

 

- Kirova? – Eu soltei, sem nem pensar. O olhar que Dimitri me deu era cheio de preocupação – por qualquer que fosse o problema – e gratidão, porque eu acabara de falar o que estava passando em sua cabeça.

 

- Dimitri, houve outro ataque. Na Sibéria. – Ela falou, e eu senti Dimitri congelar do meu lado. Qualquer máscara de guardião que ele tinha colocado havia caído, e seu rosto tinha uma expressão de choque, e medo. Medo por sua terra natal. Eu queria dizer para ele que tudo ficaria bem, mas para falar a verdade, eu não sabia se ficaria. Tudo que pude fazer foi olhar para Kirova e para Dimitri com olhos arregalados.

 

- O- Onde? – Ele perguntou.

 

- St. Basil. Foi por isso que eu te chamei aqui.

 

Eu estava completamente perdida. St Basil? Eu nunca tinha ouvido falar dessa Academia, muito menos sua conexão com Dimitri.

 

- O que? – Perguntei.

 

Dimitri respirou fundo algumas vezes, e quando falou comigo, tive que me esforçar para ouvi-lo. – É a Academia que minha irmã freqüenta.

 

- Oh – Foi o que consegui proferir.

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Tentei caprichar no final, e no próximo capítulo, vai ser explicado mais direitinho o que aconteceu na Sibéria... Me mandem reviews, ok? Esse capítulo já meio que introduziu o que vai acontecer na fic... =)

bjooos ;*