- Você topou?

- Por que não toparia?

- Mia! Vocês duas se detestam!

- Temos algo em comum: Detestamos Rebecca. Ah, não negue, Anna, você também quer ver aquela garota se dar mal.

- Não me unindo a Stacy. Mia! Ela é igualzinha à Rebecca, só que não namora o Justin.

- Olhe, nós vamos fazer o que precisarmos para tirar Rebecca da jogada, e depois lidamos com Stacy, tá legal? Por ora, ela é aliada. Não negue, não é má idéia.

Para quem ainda não entendeu, Stacy ligou para Mia depois da aula e contou sobre a idéia de uma trégua. Explicou que queria acabar com Rebecca e queria ajuda. Mia passou na minha casa para pegar os deveres e me contou que aceitou a trégua, então significava que estaríamos trabalhando junto com Stacy. Tentei, de todas as formas possíveis, fazer Mia voltar atrás, mas quem disse que ela me ouviu?

- Relaxe, Anna. Stacy e eu faremos a maior parte. Se acontecer alguma coisa, você não vai ficar mal na história.

- Não conte com isso, Stacy não vai me beneficiar.

- Eu lido com Stacy.

- Mia, não acho uma boa idéia.

Ela riu e se despediu de mim. Já tinha copiado tudo o que tinham passado naquela manhã (n/a: pra quem não lembra, Mia faltou à aula), e já estávamos conversando havia horas. Quando ela fechou a porta do meu quarto, eu me joguei na cama e fechei os olhos.

Acabei caindo no sono, e acordei no dia seguinte com o despertador tocando. Cheguei cedo na escola, e vi que todos estavam olhando, assombrados, para algum ponto no jardim. Segui os olhares de todo mundo e entendi o que os surpreendia tanto: Mia e Stacy estavam juntas, conversando e rindo, como se fosse natural para as duas. Todos sabiam o quanto se odiavam.

Elas me viram e fizeram sinal para mim, o que deixou o pessoal ainda mais desconfiado. Stacy notou e fez sinal para que todos voltassem a fazer o que estivessem fazendo e parassem de olhar. Todos obedeceram.

- Estamos planejando. – Stacy falou.

- O que pretendem? – Perguntei, curiosa.

- Nada muito humilhante, não temos nada para usar contra ela. – Mia deu de ombros. – Vai ser a humilhação básica, ou quase isso. Você verá. – Ela deu um sorriso maldoso. – Stacy concordou em te deixar de fora.

- Por quê? – Estranhei. – Não vou estragar tudo!

- Vai por mim, é melhor. – Mia falou. – Menos chances de você ser o novo alvo de Rebecca. Stacy não se importa mais, já foi atacada, e eu... Bom, que é que ela pode fazer contra mim? – Mia riu. – Enfim, o sinal já vai tocar.

As duas ficaram de pé e foram para dentro da escola, eu as segui. Não gostava muito daquilo, eu me sentia em segundo plano, mas preferi não reclamar. Estava ansiosa para saber como tudo acabaria.

No segundo horário, Stacy foi para a frente da sala. O professor de Biologia sentou para deixá-la falar.

- Como todos sabem, teremos o Baile de Máscaras nesse sábado. – Ela começou, e todos ficaram animados. – Sou chefe da comissão de eventos da escola, e queria saber se alguém tem interesse em ajudar. Só temos uma vaga.

Várias alunas levantaram a mão, inclusive Mia e Rebecca.

- Como vai escolher? – Uma amiga de Rebecca perguntou. – Sorteando?

Stacy gargalhou.

- Acha que vou deixar isso por conta da sorte? Quero competência, só isso. Mia, infelizmente, você é a única que sabe fazer alguma coisa. Está dentro.

Mia sorriu.

- Finalmente. – Falou, soando como se fosse algo que ela queria fazer há séculos. Eu sabia que Mia detestava organizar eventos, embora fosse realmente boa nisso.

Os alunos reclamaram, mas não adiantou nada. Quando fui para casa, comecei a suspeitar de que Stacy não precisava de mais nenhum membro na comissão de eventos, e sim, de uma pessoa para ajudá-la a tornar aquela festa o inferno para Rebecca.

Ah, eu não perderia por nada.