Sete Chaves I - acima dos Céus escrita por apequenaanta


Capítulo 12
Capítulo especial: Hollaback Girl.


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, esse capítulo se chama Hollaback Girl pois escrevi ele inteiro ouvindo essa musica. q
Mas enfim, Annabeth ganhou. Tentei ao maximo ver como ela supostamente pensa e transcrevi para o computador. Se não ficou de acordo com o que você esperava o pensamento dela, sinto muitissimo, mas dei o meu máximo.
E lembre-se, foi você que escolheu a Annabeth, então não me crucifique se ficou meio tecnico.

Espero que gostem.



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 CAPÍTULO ESPECIAL

Hollaback Girl.

 

 

Annabeth POV

– Vocês vão para o hotel a duas quadras daqui – eu mandei em quanto apontava meus dedos para Clarisse, Nico e Percy – O cara com quem eu irei conversar não gosta muito dos pais de vocês.

 Eles discutiram, reclamaram, fizeram tudo que tinham o direito de fazer, mas eu não dei brecha alguma. Somente permaneci com o olhar cético que possuía, pois sabia que ele funcionaria muitíssimo bem com o trio.

 Com uma relutância desnecessária, eles deram meia volta e se arrastaram desanimados em direção ao simplório hotel do qual eu havia passado as coordenadas.

 Após terem dobrado a esquina, Thalia virou-se para mim, e eu conseguia visualizar em seus olhos azuis, certa insegurança perante o lugar. Era compreensivo. Ambas sabíamos que haverias homens repugnantes ali dentro. E bem, ela era uma caçadora, evitava exatamente essa escória.

– Tem certeza mesmo que ele está ai dentro? – conseguia ver por trás dos seus olhos, um misto de esperança que eu estivesse enganada.

– Não. Mas vamos entrar de qualquer jeito.

 Ela suspirou tristemente e então abriu a porta do bar.

 O lugar era exatamente como eu imaginava. Chegava ser incrível a semelhança.

 Consistia em dez metros de grossura e mais ou menos, pelas minhas contas mentais, o dobro de largura. A arquitetura do bar era tão horrível quanto a decoração e dimensão dos espaços. O bar a onde o barman ficava, pegava pelo menos, a metade do estabelecimento, deixando somente algum espaço para as mesas de madeira antiga, ficarem dispostas pelo local.

Ao fundo, uma musica sertaneja meio antiga, tocava, dando aquele ar de bar de 1825 ao local.

 Assim que Thalia empurrou a porta, um sino preso à parede, tilintou, e dezenas de cabeças carecas e oleosas viraram para nos encarar. Um calafrio se passou em minha espinha, me fazendo duvidar da minha escolha de mandar Percy e os outros embora.

– Se lembre que você me deve um favor enorme – Thalia sussurrou desconfortável, após receber os olhares famintos dos homens.

– Eu irei me lembrar, pode ter certeza.

 Andamos de maneira desconfortável em direção ao bar, por causa dos olhares famintos e interessados das escórias presente no recinto, e eu pedi ao barman – que por acaso de chamava Jack – dois copos de uma bebida verde, que eu identifiquei como absinto.

 Não iríamos beber, claro que não, mas precisávamos nos misturar ao ambiente.

  O barman sorriu de maneira tão larga e maliciosa, que me fez perguntar mentalmente se isso iria rasgar seu rosto oleoso.

– São de maiores?

 Thalia olhou para mim, e o desespero tomou seu rosto maquiado.

– Sim, somos – lhe disse tirando da minha bolsa, nossas identidades falsas que eu havia mandado um garoto de Hermes fazer.

 Ele as pegou, as estudando por um momento. Olhei a Thalia, que estava quase gargalhando por causa da minha pequena arma escondida na manga, e a repreendi. Isso poderia nos delatar.

 O barman sorriu após parece satisfeito que ambas possuíamos 22 anos nas costas e me empurrou novamente as identidades.

– Dois copos de absinto – ele encheu dos copinhos minúsculos com o liquido verde e empurrou para Thalia e eu, piscando – por conta da casa.

 Pegamos agradecendo e eu pedi com o olhar para Thalia me seguir. Já conseguia distinguir entre os alcoólatras, exatamente o homem por que eu estava procurando.

 Ao fundo, sentado em uma das mesas solitárias, um homem de aparência de 40 anos, vestindo uma camisa social amarela, com flores rochas estampadas no tecido, estava Theodore Stilson. O meu meio-irmão meio sangue.

 Ele brincava de montar monumentos com uma porção oleosa e murcha de batatas fritas, e um copo de uísque estava ao seu lado, intacto.

– Theodore Stilson? – perguntei a ele.

 O homem não levantou a cabeça para me encarar e nem deu nenhum sinal de que estive me ouvido. Isso fez Thalia irritar-se.

 Ele escorregou para o lado dele, batendo a mão sobre a Torre Eiffel de batata frita que ele havia feito, o amassando inteiro, fazendo um purê.

– O velho meio sangue – ela começou com a voz ríspida – Nos estamos com um pouco de presa aqui, porque se você não percebeu, isso não é um lugar certo para uma caçadora e uma filha de Atenas.

 Theodoro não levantou o olhar, simplesmente ficou olhando sua Torre Eiffel purê.

– Você amassou minhas batatinhas.

– Amassei, e isso não teria acontecido se tivesse respondido.

– Você... Amassou minhas batatinhas – ele falou novamente, só que com uma voz ameaçadora – Sabe o que isso significa?

 Apesar da voz cheia de ameaçadas do homem, Thalia não moveu um músculo se quer.

– O que significa?

– Significa... – então ele olhou com aqueles olhos inteligentes para Thalia – Que terei que pedir outra.

 Pela cara de Thalia, parecia que se ela pudesse tacar uma cadeira nele, ela faria isso sem hesitar.

 O velho gargalhou com as nossas caras.

– Vamos, vamos. Era só uma piadinha – então ele apontou para as cadeiras em volta da mesa – Sente-se comigo. É sempre bom ter uma prima e uma meia irmã junto com agente.

 Confusas, nós no sentamos, depositando nossos copos de absinto intactos na mesa.

 Theodore pediu para o barman Jack, para lhe trazer mais uma porção, e depois, nos encarou com as mãos entrelaçadas em cima da mesa.

– Do que devo a honra?

– Como você sabia que eu era sua prima? – Thalia perguntou ignorando a pergunta dele.

 Ele lhe lançou um olhar, parecendo irritado por não ter a pergunta respondida.

– Seus olhos, seu orgulho e sua arrogância – explicou ele – São típicos de cria de Zeus.

 Os olhos de Thalia brilharam de fúria, e antes que ela pudesse retrucar, segurei seu braço e olhei para Theodore.

– Precisamos de informação – soltei de uma vez.

 Ele levantou uma sobrancelha.

– Que tipo de informação?

– Lendas, histórias, qualquer coisa que souber relacionado a alguma fortaleza prateada.

 Seus olhos acinzentados brilharam de forma intensa, me fazendo questionar se havia sido direta demais.

– Eu sei de coisas. De muitas coisas.

– Está disposto a falar? – Thalia rosnou.

– Sério, você está parecendo a Clarisse – falei a olhando. Ela cruzou os braços, aborrecida - Mas enfim, você ira falar, Theodore?

– Claro que irei! Mas antes – ele disse empurrando os copos de absinto para nós – Um brinde aos deuses.

 Thalia e eu trocamos olhares incertos.

– Não acho que será uma boa idéia, Theodore.

– Bobagem. É somente um gole, não ira faze mal a vocês – ele viu que não iríamos tomar e pressionou mais – Se não brindarmos, sem informações.

 Um rosnado escapou baixo da garganta de Thalia, que segurou o copo com força e levantou para cima.

– Um brinde – e então, o liquido verde brilhoso escorregou para a sua garganta – Ah, isso é azedo.

 Theodore riu da reação dela.

– Viu, não aconteceu nada. Sua vez – ele disse olhando para mim.

 Encarei o copo, analisando se seria seguro. Então olhei para Thalia, que estava completamente igual, como se nada tivesse acontecido. Não iria acontecer nada, é somente um copo.

 Imitei o gesto de Thalia, levantando o copo para cima.

– Um brinde – e então, virei o copo na minha boca.

Como eu não queria ter feito isso.

 

—----

 

– Eu vou te contar, aquele Percy é um leeeeerdo – reclamava para os gordinhos simpáticos do bar, que rodearam a nossa mesa assim que o começamos a falar alto sobre as nossas vidas – Não consegue identificar quando uma garota ta afim dele. Por isso, vai morrer sooozinho.

 Eles riram mais alto que o necessário, parecendo umas ienas gordas. Velhos bebados são legais. Não sei porque os julgamos tão mão assim no começo. Eles só querem ser felizes poxa e a bebida parecia trazer felicidade.

 Eu não sei quanto copos havíamos tomados, mas não eram muitos. Thalia e eu estávamos perfeitamente bem e estáveis, então eu não estava tão preocupada assim;

 Uma chuva pesada e feroz caia sobre o bar, e trovões ribombavam os céus violentamente. Zeus está zangado. Típico. Ele nunca fica feliz.

 Mais um trovão.

– Se uma garota como você tivesse afim de mim, eu não seria tão lerdo – o barman Jack sorriu para mim, enchendo meu copo até o topo do liquido verde. Virei ele com tudo, e senti o liquido quente e azedo escorregar pela minha garganta. No começo me incomodava, mas agora era quase como Nectar.

– Obrigada, isso foi muito gentil da sua parte Jack – seus olhos brilharam – Mas você é muito velho para mim.

 Mais uma risada coletiva foi ouvida.

– Ui, você foi má Annabeth – Thalia dizia entre os risos e os goles da garrafa – Mas você tem razão, se ele soubesse que temos...

Não deixei ela terminar de falar, e me atirei literalmente em sua direção, tampando sua boca com a minha mão. Ta legal que quase caímos de costas no chão, mas pelo menos eu calei a sua boca.

– Você é louca? – sussurrei olhando para o barman que se afastava de nós, cabisbaixo – Ele acha que temos 22 anos.

 Thalia olhou para minha cara e começou a gargalhar. Logo, sua risada havia me contagiado e éramos nós duas rindo como duas retardadas no meio de velhos bêbados.

 Thalia parou brutalmente de rir e olhou assustada para o seu lado.

– Annabeth... – ela cerrou os olhos – Eu estou vendo uma fada verde.

– Como ela parece? – perguntei correndo meus olhos pelo bar.

– Como um cara gordo e anão com asas. E é verde, muito verde. Parece a Juniper.

– Então é um monstro – deduzi com astúcia – Temos que ir embora daqui.

 Levantamos-nos da cadeira com rapidez e nos despedimos dos velhos. Procurei Theodore com os olhos, mas percebi que ele já havia sumido. Provavelmente viu a tribo do monstro fada verde e foi lutar com eles para nos salvar.

 Corajoso como um filho de Atenas.

– Tem certeza que já vão? – Jack perguntava desanimado – Podem ficar mais. Está chovendo.

 Balancei com a cabeça, negando.

– Chuva só molha. Não temos medo de água – respondi olhando para o lado, tentando localizar o monstro verde – Há coisas importante que precisamos fazer.

 Ele assentiu, chateado. Então entregou duas garrafas do liquido verde brilhoso para nós.

– Para minhas duas clientes preferidas.

– Annabeth. Vamos! – Thalia gritou da porta, abanando as mãos na frente do rosto, parecendo afastar algo – Ele está atacando.

 Peguei as duas garrafas e corri até ela para fora do bar. Brandi as garrafas na direção que ela apontava.

– Porque só você os vê?

– Eu não sei. Talvez ele seja algum inimigo de Zeus, e só seus filhos podem o ver. Ali, na esquerda!

– Qual esquerda? A minha ou a sua?

– A sua! – então eu bati a onde ela havia mandado.

 Ela pulou para o alto, dando um grito vitorioso.

– Tomem essa, borboletas verdes.

 Entreguei uma garrafa das garrafas para ela, que pulava e gritava insultos ás fadas verdes.

– A nossa vitória – e então, viramos a garrafas juntas.

Nessa hora, nos duas já estávamos completamente encharcadas, por causa da densa chuva que caia. Nossos pés chapinhavam nas posas de águas que as calcadas esburacadas das ruas de Los Angeles fazia.

 Zeus cortava os céus completamente negros com seus raiozinhos nervosos e Thalia ria disso como ninguém.

– Ele está bravo – comentei dando outro gole.

– Problema dele.

 Outro raio.

– Daqui a pouco ele derruba uma casa.

– Problema da casa.

 Isso nos fez rir como se milhares de galinhas estivessem esfregando suas penas em nós... E isso não fez o menor sentindo.

 Thalia estava com o braço por cima do meu ombro e tropeçávamos nos buracos das calcadas. Alguém tem que falar isso para o prefeito imediatamente. Isso pode matar alguém ainda.

– Sabe de uma coisa Thalia?

 Ela tirou a garrafa da boca e olhou para mim com interesse.

– Não, não sei – disse soltando uma gargalhada.

– Quando eu chegar no hotel, vou falar para Percy o que eu sinto.

– Isso, faça isso. Porque se depende daquele estrume de peixe, nunca vai sair da área da amizade.

 Então uma coisa veio a minha mente.

– E se ele não sentir a mesma coisa? – perguntei manhosa.

– Então ele é um retardado.

– Um completo retardado.

 E rimos novamente.

 Andamos mais algumas quadras, tropeçando e cambaleando pelas causadas de Los Angeles.

 Os outros pedestres nos olhavam tortos assim que passávamos e eu ficava me perguntando o por que. Quer dizer, era somente duas adolescentes normais andando pela chuva, completamente encharcadas.

 Então eu entendi. Eles nos olhavam tortos porque estávamos sem guarda chuvas. Fazia todo o sentido agora.

– Annabeth, você sabe qual é o quarto dos garotos? – Thalia perguntou assim que paramos na frente do hotel.

– Nop.

– Os deuses que estejam do nosso lado então.

 Ela tocou em seu bracelete, e o seu escudo assustador pareceu no lugar. Brandiu ele sobre o meio fio, quebrando em milhares de pedacinhos de concreto.

– As pessoas não ficaram felizes com isso – falei entre os risos.

 Thalia deu os ombros e pegou um pedaço mediano.

– Segura – falou me tacando o pedaço.

 Eu o segurei, meio desequilibrada, e a olhei com um ponto de interrogação na cabeça.

– O que vamos fazer com isso?

– Espalhar a dor e o caos. E avisar que estamos aqui.

– Em qual janela vamos começar então? – perguntei fitando as inumes janelas.

– Nas ultimas.

 Acertamos três janelas – que por sorte, assim que as pessoas dentro deles gritavam, Thalia e eu nos escondíamos, sabendo que não eram eles – até finalmente conseguirmos achar o quarto dos garotos. Percy debruçou-se sobre o para peito da janela, com a confusão pairando o seu rosto.

 Após olhar aquele rosto que eu tanto amava. O rosto que havia eu mesmo me via milhares de vezes perdida em um mar de admiração e sonhos, decidi não falar nada.

 Por que afinal, se ele não sentisse nada por mim, pelo menos, eu ainda teria a sua amizade e sendo assim, poderia admirar aquele seu rosto por toda a minha vida.


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Notas finais do capítulo

Não sei, simplesmente não sei como criei uma merda dessas, mas me diverti escrevendo. -q
Espero que tenham gostado e até mais.
bgsbgs:*