Namiville escrita por Sue Dii


Capítulo 3
Capítulo III. Parcerias


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san! Agradeço de coração às reviews, e eu digo aqui: não me assusto com a quantidade, mas me lisonjeio com a qualidade! Dômo arigatou!

Espero estar fazendo um bom trabalho e não decepcioná-los!

Estou com problemas para inserir a capa do capítulo, então deixarei aqui um link, espero que o nyah não avacalhe com isso também...

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Capítulo III. Parcerias

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Sentou-se sobre o menor sofá de Aria enquanto o desconhecido se sentava à sua frente, o chapéu não saía de sua cabeça mesmo quando ambos já estavam dentro de casa e Tsuna não deixou de estranhar esse comportamento. O homem que certamente era mais velho do que ele o encarou e ele automaticamente foi para trás, o outro balançou negativamente a cabeça em reação.

- Iemitsu me disse que você era um gatinho medroso, não pensei que ele estivesse falando sério... 

- Você... Conhecia o meu pai? – indagou, os olhos arregalando levemente.

- Vejo que ele estava levando a sério esse negócio de não dizer nada à família... – soltou, Tsuna abaixou a cabeça e fechou a mão sobre a coxa com força ao se lembrar do corpo de seu pai chegando sobre a carroça, dos gritos de sua mãe, a depressão, o enterro,...

- Não quero saber. – disse em baixo tom, o homem de preto à sua frente lhe dando maior atenção depois da afirmação. – Se é algo que pode fazer a mama ficar daquele jeito de novo, eu não quero saber! – dito isso, levantou-se e foi para o outro cômodo, não sem antes tropeçar num tapete e cair de queixo no chão.

Vendo-o sair da sala de visitas, o misterioso homem balançou a cabeça negativamente, sorrindo. “Ele é exatamente como você o descreveu, Iemitsu.”.

***

Não era comum ver os homens conversarem tão empolgados sobre a noite passada, e qualquer que fosse a confusão ocorrida no Varia, havia sido maior ou mais inusitada do que o que geralmente ocorria. Deixando de lado toda a conversa sobre o tal do novato e o escandaloso braço direito de Xanxus, o jovem correu à direção da moça que limpava apressadamente o vidro do pequeno restaurante na zona chinesa.

- I-pin! – a garota se virou mecanicamente ao ouvir o seu nome ser proferido, suspirando ao ver de quem se tratava.

- Lambo! Você não pode ficar me visitando assim! – repreendeu como sempre o fazia, sorrindo em seguida. – O que foi?

- Estou procurando trabalho, sabe se alguém aí pode me empregar? – indagou com um olhar sugestivo, a garota pôs as mãos na cintura antes de responder o que para ela era óbvio.

- Chineses contratando brancos? Pode conseguir coisa melhor, Lambo. – soltou, voltando-se ao vidro para finalizar a limpeza. – Além disso... – acrescentou – Você não é filho de um latifundiário? Por que quer emprego?

- É injusto que até você trabalhe e eu fique parado, não? – soltou com um tom que ele considerava charmoso, mas que apenas atiçou a jovem de origem chinesa.

- Até eu? Lambo, algumas pessoas não nascem em berço de ouro. Se você acha injusto ter nascido filho de um fazendeiro, sinto muito. – dito isso, adentrou o estabelecimento e bateu a porta antes que o rapaz pudesse segui-la, deixando-o acompanhado apenas do próprio suspiro.

“O que eu posso fazer?” perguntou-se, enfiando as mãos nos bolsos e saindo para procurar o boi, que sequer sabia onde havia deixado.

***

Olhou pela janela enquanto Gokudera, munido de seus óculos, fazia a conta do que ele teria que pagar pelos materiais. Deixou uma feição levemente desanimada transparecer, naquele dia choveria novamente, o que dificultaria o seu trabalho com o garimpo.

Deixando rapidamente a preocupação com o trabalho de lado, sua atenção foi tomada por Haru, e ele se perguntava se ela estaria bem, se já teria saído da igreja, o que estaria fazendo...

- 51 dólares e 500 cents. – ouviu-o anunciar, voltando à realidade e finalmente se virando para encará-lo, assustado com o preço.

- 51 dólares? Mas eu só pedi uma pá, um pouco de mercúrio e uma bacia... – protestou, no que seu novo amigo franziu o cenho, irritado.

- A bacia é 13 dólares e 500 cents, a pá é 11 dólares e o mercúrio é 27 dólares por causa da dificuldade de se conseguir. Só consigo o mercúrio porque conheço um médico... – explicou, tentando não transparecer a rabugice enquanto falava.

O indígena passou a mão no cabelo um tanto confuso, sequer havia decorado o preço de cada item.

- Haha, você tem mesmo jeito de ser careiro... – comentou, o de madeixas claras resmungou algo inaudível e acendeu o terceiro cigarro desde que Yamamoto havia entrado na loja. – Bem, o que acha de ser meu “meia-praça” então?

Fitando-o um tanto surpreso, Gokudera tirou o cigarro da boca, a expressão carrancuda se tornando novamente amigável com a proposta que no fundo sempre esperara de um garimpeiro. Sendo meia-praça, metade de cada “safra” era dele, sendo que quem teria o maior trabalho seria Yamamoto, e ele apenas forneceria os equipamentos.

- Fechado. - estendeu a mão direita para o amigo e nela cuspiu, incitando o outro a fazer o mesmo para fecharem o acordo.

- Haha, agora eu tenho que ir... – comentou, pegando os itens que já estavam separados e acenando para o comerciante que assentiu em resposta, deixando o local.

Quando passou pela porta da loja, não deixou de dar uma última olhada à janela situada sobre o escritório do sheriff, surpreendendo-se ao vê-la sorrir discretamente para ele.

***

Após arar toda a área de plantio da pequena fazenda, parou apenas para enxugar o suor antes de começar o plantio, quando os cães lhe chamaram a atenção, fazendo-o olhar para quem se encontrava ao portão de madeira.

Largou a inchada fincada na terra e correu até a entrada de sua fazenda, abrindo-a para que a inesperada visita adentrasse.

- E o Sawada? – perguntou preocupado, não estava nenhum pouco ofegante, mesmo após horas de esforço contínuo.

- Eu paguei sua fiança. – anunciou, no que o mais novo assentiu, conformado. – Terra nova? – indagou, apontando para o trabalho recém feito do fazendeiro.

- Eu tive que dar uma boa arada nela, agora eu vou adubar e plantar ao extremo! - Ryohei afirmou, Reborn apenas fechou os olhos e se permitiu sorrir perante tamanho entusiasmo.

- Bem, eu só vim para dar esse aviso. – afirmou, voltando-se a direção do portão e sendo acompanhado pelo dono das terras.

Quando pararam, no entanto, à entrada da fazenda, Reborn novamente voltou seu olhar para Ryohei, que o fitou confuso, como se perguntasse o que ele queria.

- Ryohei, você disse que viajou com o “Tsuna-imbecil”?

Sentindo o olhar de Reborn pesar sobre si e uma estranha sensação de perigo, fitou-o seriamente antes de responder.

- Sim, por quê?

- É só um detalhe interessante. – soltou, subindo em seu cavalo negro. – Fique esperto. – avisou propositalmente, sabia que no momento Ryohei não entenderia patavina alguma.

- Mande lembranças ao extremo pro Sawada! – soltou, Reborn assentiu em resposta antes de começar a correr e sumir de vista.

Ryohei, ainda do portão, voltou seu olhar para o trabalho já feito e sorriu, perguntava-se o que Kyoko diria quando fosse visitá-lo. Pensando nela, se perguntou sobre como ela estaria na igreja...

***

Não era novidade para o barman o comportamento retraído da pálida escravinha, a mulher recusava-se veementemente a trabalhar como mais uma das rameiras do saloon, aceitando inclusive o serviço de limpeza do local, executando-o sob os olhares de desprezo das outras mulheres que ali moravam e trabalhavam.

- Ai, ai... Desse jeito como vamos conseguir o dinheiro para soltar o Squalo? – indagou para os ares, quando a pergunta foi respondida num tom beirando a rudeza.

- Faça-a trabalhar como se deve, oras! Enquanto você aceitar essas imposições, ela sempre vai dar problemas e nunca vai trazer o dinheiro!

- Ah, claro! Mas os homens não a acham muito atraente, sabe... Ela é muito magra e só tem um olho, o outro lado está sempre coberto pelo tapa-olho... E, além disso, ela até que limpa bem esse lugar... – Lussuria argumentou, no que Mammon bufou.

- Limpeza não traz dinheiro, seus clientes não estão preocupados com isso... E depois, duvido que a maioria fique olhando para a cara dela durante os serviços. – replicou em tom maldoso, Chrome tremeu só de imaginar-se sob um homem que mal conhecia, despindo-a e a tratando como se ela fosse um animal. “Milord Mukuro...”.

Engolindo as lágrimas de pavor, ergueu-se de seu trabalho na limpeza do chão e correu para o porão em que dormia, pegando o moedeiro roubado de Tsuna, Olhando para o conteúdo dentro do pequeno recipiente, perguntou-se se aquilo seria o suficiente, se ao dar aquele dinheiro o pessoal da Varia a deixaria em paz.

“Milord, onde está, milord?” perguntou, um fio de lágrima escapando ao se lembrar de seu verdadeiro senhor, o homem a quem havia decidido dedicar a sua vida. Desde quando Rokudo Mukuro, o famoso ilusionista de New York havia sido emboscado em sua própria fazenda na Georgia, ela, o seu pertence mais precioso, havia sido levada e vendida a preço de banana ao barman daquele saloon, o que consequentemente a fazia uma subordinada de Xanxus. Depois daquele terrível dia, nunca mais havia visto Mukuro, mantendo consigo apenas a fé de que ele estaria vivo e bem.

Chrome, a escravinha, se perderia mais uma vez em seu devaneio, não fosse o som da entrada do porão se abrindo, alguém estava ali para cobrar dela que fizesse o trabalho necessário para o Varia.

- Chrome! – ouviu Lussuria chamá-la no típico tom afeminado e cantarolado – Eu já disse que o boss vai ficar muito irritado se você continuar rebelde desse jeito! Apareça de uma... – interrompeu-se quando a moça lhe estendeu o moedeiro, apanhando o objeto e começando a contar o dinheiro que ali tinha.

- Com isso eu posso...

- Dá para comprar uns três cavalos com esse dinheiro! Menina, onde você conseguiu isso? – indagou, Chrome se encolheu um pouco, confusa com o tom de voz usado pelo barman.

- Eu... Roubei. – respondeu por fim, e mesmo através dos óculos de lente escura que seu novo dono usava, podia-se notar que ele estava com os olhos levemente arregalados. “Então... foi esse o motivo da briga de Squalo?”.

Uma nova expressão tomou conta de Lussuria, que já sabia bem o que fazer quanto àquilo.

- Ótimo! Com isso dá para soltar o Squalo e sobra um pouco ainda... Agora, mocinha, eu tenho um serviçozinho novo para você!

A única coisa que Chrome entendeu, era que estava longe o dia de se ver livre do pessoal de Namiville, principalmente do pessoal do Varia Saloon.

***

Chegou ao quarto onde Aria dissera que sua mãe estaria, e lá encontrou não só a mulher adormecida como também sua prima Uni, dez anos mais nova que ele, uma moça de 14 anos. Ela sorriu ao vê-lo e ele lhe sorriu num cumprimento silencioso, encostando-se ao batente para observar Nana dormir e Uni voltar ao seu bordado.

- Minha mama disse que você vai trabalhar aqui na fazenda por enquanto, fico feliz que tenha se decidido por morar conosco. – comentou, Sawada sorriu.

- Sua mama sempre tem sorte com terras, meu pai me dizia isso... – comentou, no que Uni não deixou de desviar os olhos do bordado para seu primo, era visível a ela a amargura que ele tentava esconder.

- Vai ficar tudo bem, primo Sawada. – a convicção com a qual ela lhe disse aquilo o fez assentir e sorrir. Uni era muito adulta para sua idade, ele mesmo era bem mais infantil quando tinha seus 14 anos.

- Você cresceu.

- Mama brinca falando que já estou em idade de casar... – soltou; os dois começaram a rir daquilo. Era irônico para Sawada que uma garota dez anos mais nova já estivesse em idade de casar, aquilo o tornava praticamente um velho coroa!

- Vão acabar acordando a Nana se continuarem com esse barulho... – ouviram uma voz mais firme e voltaram a atenção para Ária, que chegava atrás de Tsuna.

- Desculpe-me, primo Sawada. – Uni se corrigiu, voltando o olhar para o bordado, enquanto o mais velho passava a mão na cabeça, sem jeito.

- E você, Tsunayoshi? Já falou com o Reborn? – indagou, no que o rapaz piscou os olhos algumas vezes, sem compreender.

- Reborn? A prima Aria fala daquele...

- Ele não quis nem me ouvir. – ouviram outra voz e tanto Aria como Tsuna voltaram os olhares para o sujeito de chapéu que se aproximava pelo corredor.

Vendo o sujeito chamado Reborn se aproximar, Tsuna virou o rosto para o quarto, voltando o olhar para sua mãe e Uni enquanto a mente o levava de volta à conversa de algumas horas atrás. Reborn havia dito conhecer o seu pai, e também havia falado algo sobre “Iemitsu manter silêncio da família”. Cerrou os punhos, chamando a atenção das primas e do sujeito misterioso que as conhecia.

- Prima Aria, eu já averiguei a terra, quando posso começar o trabalho? – indagou, mudando de assunto. – Vou até o celeiro, começarei agora mesmo! – soltou, saindo do local e deixando ali um homem e uma mulher preocupados, perante o olhar também apreensivo da garota que mantinha o bordado no colo.

- Dê um tempo a ele, acho que com calma ele ouvirá tudo. – Aria sugeriu, no que Reborn se encostou à parede do corredor e cruzou os braços.

- Não temos esse tempo. – afirmou – A verdade não vai esperar que o rapazote vire homem, nem eu.

- Tio Reborn... – ouviram a voz de Uni e o homem de preto voltou os olhos negros a ela antes de deixar mãe e filha sós no quarto de visita.

***

Saiu do aposento formalmente vestida após rezar o rosário das seis, passou pelo pequeno depósito da igreja e pegou uma vassoura, a partir daquele dia a igreja era sua casa também, e queria deixá-la o mais confortável possível para as pessoas que iam às missas, e até para aquelas que visitavam o local em ocasiões informais.

Passando a varrer, ficou tão concentrada que mal ouviu a grande porta da capela sendo aberta, parando para observar apenas quando um homem vestido elegantemente e uma mulher vestida “anormalmente” para a sociedade da época sorriram ao fitá-la.

- Eu posso ajudá-los? – perguntou gentilmente após fitá-los um tanto confusa, além de tudo, não era comum alguém ir à igreja à noite.

- Claro que pode. – a mulher respondeu num tom cantado, tinha um charme peculiar às cantoras que surgiam no leste do país.

- Vou deixá-la com você, Bianchi. – o homem de voz grave avisou, fazendo a mulher se virar para ele com um sorriso satisfeito.

- Tudo por você, Reborn...

O homem balançou a cabeça negativamente e deixou a capela, sequer havia tirado o chapéu ou feito alguma reverência costumeira às pessoas religiosas. Kyoko olhou de um a outro, ainda se perguntando sobre o que eles queriam com ela.

- Deixe-me me apresentar, sou Bianchi. E o seu nome?

- Kyoko Sasagawa.

- Kyoko... Seremos ótimas amigas! –exclamou, puxando-a pela mão e fazendo com que ela largasse a vassoura. – Vamos, quero lhe apresentar a alguém!

Ainda sem entender nada do que a mulher de nome Bianchi queria dizer, apenas assentiu e a seguiu, o olhar certamente expressava confusão.

Encostado ao batente da porta, o padre balançou a cabeça negativamente, dando um meio sorriso e voltando para o interior da capela, ele também tinha suas coisas a fazer.


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Notas finais do capítulo

Continua!
O terceiro capítulo é o mais curto de todos, acho que a diferença é de 1500 palavras mais ou menos, mas prometo que o próximo capítulo será bem divertido!
E, uma enquete: quem vocês acham que será a próxima capa?
=**
Jaa nee o>



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