-Hoje conversarei com Edward- eu disse assim que estacionava perto da escola.
Descemos e peguei nas mãozinhas de Carlie.
-Por quê?
-Ele me aconselhou sempre ver seu rendimento, como ontem não pude ver...
-Ah sim- ela sussurrou.
Entramos na sala (que não era dele) ela se sentou e eu chamei a professora no corredor.
-Oi?- a mulher chegou perto de mim.
-Como anda Carlie?- perguntei sem remediar

Ela sorriu.
-Um pouco peralta, mas o rendimento é ótimo. Andamos fazendo pequenos testes e ela se saiu ótima.
-Que bom- sussurrei- onde é a sala de Edward Cullen?
-Aquela- ela apontou para a sala silenciosa no final do corredor.
-Obrigado pela atenção. Tchau- sai e fui até a sala dele.
Não me interessava nenhuma outra pessoa a não ser Edward, ele queria que eu fosse uma ótima e pegajosa tia, bom eu serei.
-Venha aqui. -chamei Edward.
-O que?
-Quero saber as notas de Carlie.
Ele sorriu presunçoso e começou a tagarelar sobre o rendimento exemplar de Carlie, mas sem a rebeldia.
-Que bom. - eu disse por fim. - obrigado.
Virei-me e sai.
-Bella?
-Sim?
-Pode sair hoje à noite?
Pensei bem.
-Claro. Com quem?
-Comigo é claro- ele sorriu torto. - Passo em sua casa as nove.
-Acho melhor não, talvez outro dia- o rosto feliz dele desmoronou um pouco, mas me virei e fui para o jornal.

Uma semana se passou, eu sempre indo ver como Carlie estava na escola, conversava com a diretora, as crianças que sempre estavam ao redor dela e com Edward principalmente.
Ele era um cara legal até, um pouco exigente mas legal.
-Bella?- ele disse um dia quando não pude falar com ninguém só deixar Carlie na porta da sala.
-Sim?- me virei para vê-lo na porta.
-Pode sair hoje?
-A.Acho que sim.
-Passo em sua casa as 9:00- ele acenou e fechou a porta.
Balançei a cabeça incrédula comigo mesma por aceitar um convite desses sem reclamar ou ficar na duvida. Fui para o jornal pensando em Edward o tempo todo, quase não consegui me concentrar direito no trabalho pensando em como ele havia mudado daquele garoto idiota e popular da escola à hoje, um respeitado e jovem professor.
Ele era lindo desde a barriga de Esme (sua mãe) até os tempos de hoje, nunca uma espinha, nunca uma barba mal feita, nunca uma barriguinha, nunca um sorriso estranho ou feio, nunca um cabelo esquisito e fora de moda.
Ao contrario de mim que quando peguei os 15 anos que fui aprender como se penteava o cabelo, como se passava maquiagem, como emagrecer, como ter um cabelo bonito.
Ele era como um Deus Grego em todo o colégio, ele e seu irmão Emmett, eles eram lindos e populares, todas as meninas caiam aos seus pés, elas eram loucas por eles, só por eles terem carros bonitos.
Não vejo Emmett há algum tempo, deve estar maior do que a ultima vez, ele sempre foi o mais musculoso de todo o colégio, mais um atrativo para as oferecidas de plantão.
Mas o coração dele sempre pertenceu ao de Rosalie Hale.
A líder de torcida mais bonita e simpática, nunca me desprezou por ser estranha no colégio, mas também nunca foi minha amiga.
Só Edward era solteiro, sempre (quando não estava rodeado de meninas) ele era vazio, sem expressão, e por causa disso me deixou apaixonada e querendo o tirar desse poço durante dois longos anos.
Quando Jacob Black chegou.

Flash Back.
-Você viu o novo menino?- cochichou uma menina que eu mal sabia o nome no meu ouvido.
-Não, quem é?- sussurrei parando e encontrando Edward encostado em seu carro.
-Ele- ela apontou para um lindo menino de cabelos pretos e curtos, um sorriso estonteante, dentes brancos e pele avermelhada. Alto e musculoso caminhava sozinho olhando o mapa e sorrindo, provavelmente perdido em pensamentos.
-Vou ir vê-lo- pisquei para a menina e ela riu.
Normalmente eu me dava bem com as pessoas depois dos quinze anos é claro. Ainda bem que ele chegou nos meus 15 anos e 3 meses.
-Oi, sou Bella Swan. Você é novo?
Ele parou e me olhou, ficando serio, eu o analisei cada traço perfeito e definido do rosto.
-Jacob Black. Sim sou. Prazer- ele sorriu e assim começamos a nos conhecer.
Flash Back.

Ele me tratava maravilhosamente bem, e desde o dia em que nos conhecemos eu sabia que eu seria sempre dele, sem nenhuma exceção, sem nenhuma outra coisa para nos atrapalhar. A não ser a morte.

Flash Back²

-Alo?- atendi ao telefone que tocava a cada 5 minutos dentro da minha bolsa.
Segurava Carlie com uma Mao e a outra eu tentava atende-lo, mas sempre caia no ultimo toque.
-Senhorita Swan?
Uma voz grossa, eu a reconhecia, Kellan um chefe de policia de Seattle.
-Sim, Chefe Kellan?- perguntei pegando Carlie e a levando para um lugar menos barulhento do Shopping.
-Sim, Bella pode vir ao departamento de policia urgentemente?
-alguma coisa aconteceu?
-Sim, mas é melhor você estar aqui quando souber. Venha o mais rápido possível.
-Claro já estou indo.- desliguei e corri para o carro, liguei rapidamente, as perguntas de Carlie me irritavam mas ela não tinha culpa sobre minha sensação estranha e ruim.
Corri até o departamento o mais rápido que pude, chegando lá todos estavam como zumbis, quase mortos, um silencio esmagador.
-O que aconteceu?- perguntei colocando Carlie.
-Sente-se
Sentei-me e coloquei Carlie no colo.
-Pode falar.
-Bom- começou- eu sinto muito. Mas ele morreu.
Sim ele disse assim, curto e grosso, gelado como a manha de inverno.
Eu congelei na cadeira, Carlie fez o mesmo.
-Como?
-Jacob estava indo ver os pais em La Push certo?
Assenti petrificada.
-Um caminhão acertou o carro, ele morreu na hora.
O mundo desabou em minhas costas.
Não havia um mundo sem Jake, não havia felicidade sem Jake, não havia Isabella Swan sem Jacob Black.
Parecia mentira, mas tudo se tornou realidade aos poucos. E desde então nunca mais sorri.

Flash back.

-Bella?- minha assistente me sacudia.
-Oi?
-Carlie.
Essa única palavra me fez levantar e ir busca-la.
Cheguei minutos antes e fiquei no corredor olhando os papeis os troféus, já ganho aqui.
Edward passou, acenou e sorriu.
-Oi- sussurrei com os lábios.
-Tia!- Carlie grudou em minhas costas e eu me virei.
-Oi minhoquinha.
Ela riu.
-Vamos?
Ela assentiu, mas ao invés de irmos para a casa eu a levei ao shopping para comer.

-Tia, o que você acha? A violeta ou a rosa?
Carlie estava em duvida de qual sandália levar, as duas eram exatamente iguais, a não ser pela cor.
-Qual sua cor preferida?
-Azul- ela sorriu.
-Não, violeta ou rosa?
Ela pensou com a Mao no queixo.
-Violeta.
-Então vamos levá-la- sorri entregando para a atendente que foi em direção ao caixa.
-Mais eu não sei se quero a Violeta- ela resmungou.
-Você ficou 20 minutos olhando elas Carlie, por favor.
Paguei e assim fui para casa, eu precisava me arrumar para sair com Edward.

-Bell, o professor tá aqui!- Carlie gritou na porta.
Eu desci as escadas olhando Carlie que estava com Edward na porta, um encarando o outro em silêncio, ele com uma roupa elegante que combinava com a minha e ela com um pijama de bichinhos fofos para a idade dela.
-Oi- eu disse como sempre séria, a Edward que me encarava boque aberto.
- Que linda tia- Carlie soltou uma risadinha.
-Obrigado- olhei e abaixei para cochichar.
‘Mocinha, se comporte nada de passar trotes e nem ligar para a policia. Eu estarei às 23h30min aqui, as 22h00min eu quero você na cama.
Tranque a porta e tire a chave.
Eu te amo. Boa noite. ’
-Eu sei de tudo isso tia. Eu lembro quando você saia com Jake- ela foi para a sala, me virei para Edward que sorriu e ofereceu a Mao.
-Vamos?
-Claro.
Entramos no volvo e fomos a um dos restaurantes mais chiques de Seattle, era caro e bem concorrido, quase nunca tinha vagas disponíveis.
-Cullen- Edward disse à recepcionista que o olhou com cobiça e com nojo para mim.
-Aqui esta bem?- ele perguntou apontando para a mesa do centro do grande restaurante.
-Ótimo- forcei sorrir.
Pedimos pratos italianos, massas e mais massas para comermos, logo apareceram, antes mesmo da conversa pegar rumo.
Comemos em silencio, ele me olhava a cada minuto, algumas vezes sorrindo outras me reparando, e raramente cobiçando.
-Tenho alguma coisa de errado?- perguntei enquanto me ajeitava na cadeira, ele riu levemente.
-Esta belíssima.
-Obrigado, você esta muito elegante.
Uma musica lenta então começou a tocar vários casais começaram a dançar no centro e ele se levantou.
-Me daria esta dança?- ele sorriu estonteante, nunca em minha vida vi alguém tão sorridente.
E por livre e espontânea vontade eu sorri verdadeiramente pegando sua mão e indo dançar com ele.