Towards The End escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Notas no final, esclarecendo o porquê da demora e afins.



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  Assim que Damon caiu de joelhos no chão, algumas pessoas vieram até nós: os campistas de cima da colina, com exceção de Pollux e Samantha. Olhei para cima e vi que mais quatro vultos vinham correndo em nossa direção: três humanos e um centauro. Quíron.

  Travis e Clarisse ajudaram Damon a levantar, enquanto Percy pegava Heidi nos braços e os vultos vinham até mim — Thalia, Summer e Nico. Nico me pegou nos braços assim como Percy havia feito com Heidi e me deu um beijo na testa.

  — Você está bem? — Perguntou ele, ansioso. — Eles te machucaram? O que aconteceu?

  — Calma, garoto! — Eu respondi, tentando parecer despreocupada apesar da dor por causa dos tiros. — Eu estou ótima. Poderia estar melhor, claro, se não tivesse uma bala na minha coxa e uma no meu pé.

  O rosto de Nico ficou lívido. Eu ri da preocupação dele.

  — Precisamos levar você à enfermaria, logo! — Disse ele, já começando a subir a colina.

  — Não precisa se preocupar tanto assim comigo. — Eu falei, tentando tranqüilizá-lo. Não pareceu funcionar muito. — Se você soubesse o que já me aconteceu... Vaso ruim não quebra, querido.

  — Como assim “se eu soubesse o que já te aconteceu”? — Perguntou ele, ignorando a última parte.

  — Bom, eu não sei se nossa primeira missão serve de algum exemplo... — Ele estremeceu quando eu falei nisso. — Fora o azar que me acompanhou a vida toda... E, claro, o fato de eu ter sido arremessada contra um espelho e um monte de copos de cristal por uma dracaena na casa do Damon.

  — Você O QUÊ?!

  — Por que você não cala a boca, seu superprotetor idiota? — Perguntei com humor, vendo a cara dele.

  — Ok, desculpa se eu me preocupo com a minha namorada.

  — Te desculpar? É, vou pensar no seu caso.

  Pela primeira vez naquele dia eu o vi sorrir. Só aquilo já fez com que eu me sentisse muito melhor.

  Nico me levou até a enfermaria. Atrás de nós vinham Percy com Heidi e Travis e Clarisse com Damon. Além de nós, Samantha já estava deitada em uma cama, com dois filhos de Apolo colocando algumas ervas e outras coisas estranhas em cima da cabeça dela e cantando para Apolo. Incrível como eles conseguiam cantar bem até em cânticos para os deuses.

  Nico me deitou em uma cama. Assim que ele me soltou, percebi algumas manchas do meu sangue na manga do casaco dele.

  — Muito bem, o que temos aqui? — Perguntou em voz alta Will Solace, o líder do chalé de Apolo, se aproximando de mim. Will era um dos campistas de desde a época da luta contra Cronos. Era um homem de mais ou menos 20 anos alto e forte, muito parecido com Apolo. Era o melhor curandeiro do Acampamento, e fazia faculdade de Medicina para aprender melhor a medicina dos mortais para conciliar com a nossa.

  — Ela levou dois tiros. — Falou Summer, os olhos azuis brilhando para Will. Meus deuses, essa garota não consegue se controlar perto de nenhum filho de Apolo, só porque ele é deus do sol? E eu pensava que ela era ingênua...

  — Tiros? — Perguntou Will, com uma expressão concentrada. Nico pareceu mais ansioso com essa reação dele.

  — Um no pé direito e outro na coxa esquerda. — Falei. Nico me olhou com um pouco de agonia. Meu rosto provavelmente transparecia bastante a dor que eu sentia por causa dos ferimentos.

  — Hm... — Disse o filho de Apolo, pensativo, com uma mão no queixo. — Vai ser meio complicado tirar as balas do seu corpo com os recursos que nós temos aqui no Acampamento. Receio que tenhamos que levá-la aos hospitais dos mortais...

  Ah, que ótimo.

  — Mas... — Falei, tentando procurar um motivo para não sair do Acampamento. — Você não conhece nenhum feitiço nem nada assim que faça as balas simplesmente saírem de mim? Ou sei lá, algum outro método? Afinal, séculos atrás, logo que inventaram as armas de fogo, os mortais não tinham muitos recursos, nem mesmo os médicos...

  — Isso é verdade. — Disse ele. — Mas não, não conheço nenhuma mágica que faça as balas fazerem pop e saírem do seu corpo nem nada assim. Os monstros normalmente não usam armas de fogo, eles geralmente se contentam com armas como as nossas ou com as próprias garras, ou presas, ou veneno, ou algo assim. E, bem, você está certa sobre a parte de antigamente... Mas isso é meio doloroso e arriscado. A não ser que você queira que eu tire essas balas daí usando um facão aquecido com fogo.

  — NÃO! — Nico e eu gritamos ao mesmo tempo. Os curandeiros que estavam com os outros fizeram sinal de silêncio para nós. Lembrei das enfermeiras no hospital do meu sonho sobre Aaron.

  — Então nós vamos ter que fazer uma visitinha ao hospital normal? — Sussurrei.

  — Talvez. — Disse Will. — Vou dar uma olhada nos meus livros sobre o assunto. Rezar para o meu pai, talvez falar com algum filho de Atena para alguma idéia. Por enquanto, simplesmente descanse. Louis e Mark vão limpar seus ferimentos e pôr algo para fazer a dor passar. Em algumas horas eu estarei de volta com uma solução.

  Will chamou dois irmãos seus, os garotos chamados Louis e Mark, e saiu. Louis pegou uma pasta prateada estranha e passou no meu pé murmurando algumas orações enquanto Mark limpava o ferimento na minha coxa. Summer seguiu Will com os olhos quando ele saiu, e eu quase tive vontade de oferecer um babador a ela.

  — Cara, qual é a sua? — Perguntei a ela. — Você não consegue controlar os efeitos dos filhos de Apolo sobre você? Aliás, você já não tem aquele namorado com quem vive pra lá e pra cá?

  — O quê? — Perguntou ela, corando. — Eu... Eu não sei do que você está falando... Eu acho... Acho que vou dar uma volta. Pegar um pouco de... De sol. Melhoras, Mel.

  Quase comentei o duplo sentido de “pegar um pouco de sol” considerando o fato de que Apolo é o deus do sol, mas ignorei isso. Percebi o olhar significativo que Percy me lançou do outro lado da nossa pequena enfermaria, um olhar que parecia dizer “Quem falando...”. Eu o fuzilei com os olhos.

  — Então... — Disse Nico, se ajoelhando ao meu lado. — Como foi sua missão?

  — Tirando o fato de que eu fui arremessada contra um espelho e que tivemos que lutar contra um Leucrota no corredor de um prédio, tudo bem. — Expliquei. — Tivemos algumas surpresas, como Sam... Não sabíamos dela, mas recebemos um chamado quando estávamos saindo de Los Angeles. Ela foi criada no Monte Hood por Ida e Adrasteia.

  — As mesmas que criaram Zeus? — Perguntou Nico, surpreso. Ouvimos o som de um trovão.

  — Sim. — Falei, mais baixo. — Ela é filha de Gaia.

  Nico pareceu um pouco surpreso, mas não tanto. Oras, se já tínhamos uma de Nyx e uma de Hemera, encontrar filhos de deuses primordiais já não era mais uma surpresa tão grande.

  — Depois fomos para Las Cruces, e conseguimos pegar Aaron. Lá, nós lutamos contra o Leucrota, que vinha nos seguindo desde Los Angeles.

  — Leucrota?

  — Sim. — Eu suspirei. — É um monstro que imita vozes humanas. Ele quase me pegou, Nico.

  O rosto de Nico ficou chocado e preocupado, mas ele não disse nada, esperando que eu prosseguisse.

  — Primeiro ele usou a voz da minha mãe, depois a de Heidi. Até aí ele não havia conseguido me enfeitiçar. Mas aí ele usou a sua...

  Nico colocou uma mão no meu rosto e com a outra ele apertou a minha mão. Seus olhos eram emotivos. Eu não sabia bem que emoção era aquela, mas com certeza era algo... Intenso.

  — Por sorte Damon conseguiu me salvar. — Eu disse. — Aliás... Acho que seu pai descumpriu a promessa.

  — Promessa?

  — Sim. — Eu disse, revirando os olhos. — A promessa de que todos os semideuses deveriam ser reconhecidos até os treze anos. Eu acho que Damon é seu irmão. Você deve ter percebido como ele é parecido com você... Além do fato de ele poder abrir fendas para o Submundo.

  — Ah, isso não tem nada a ver. — Ele disse. — Você também faz isso.

  — Mas Damon não tem nenhuma lua na testa.

  — Isso pode ser diferente com os filhos homens de Nyx.

  — Não, Nico. Eu sei que Damon não é meu irmão. — Respirei fundo e, quando falei, minha voz era quase inaudível. — Quando me encontrei pela primeira vez com minha mãe... Ela me disse umas coisas. A maioria eu já te contei. Mas uma outra coisa que ela me disse foi que eu tenho uma irmã. Irmã, Nico, não irmão. Se eu tivesse um irmão, ela teria me falado.

  Nico assentiu devagar, como se estivesse digerindo as informações.

  De repente, alguém entrou na enfermaria. Um alguém baixinho fedendo a vinho com uma aura divina.

  — Você! — Disse o Sr D, apontando na direção de Nico. — Nicolau dos Anjos. Caso tenha esquecido, você tem uma missão daqui a menos de uma hora. Já que eu infelizmente ainda sou o diretor desta porcaria, eu tenho que ter certeza de que vocês sejam enxotados daqui no horário certo para ir buscar mais infelizes que tiveram o azar de ter pais divinos. Agora vai, seu grupinho está chamando você para tomar café.

  — Não estou com fome. — Replicou Nico.

  — Você tem uma missão, rapaz. — Disse o Sr D, seus olhos assumindo totalmente um tom assustador de roxo. — Vá. Agora.

  De má vontade, Nico me deu um beijo na testa e se levantou, saindo com o desagradável Sr D. atrás. Olhei ao redor, procurando alguém da outra missão para perguntar como havia sido, até que meu olhar encontrou os olhos azuis de Thalia. Ela veio até mim sem que eu precisasse dizer uma palavra.

  — Hey. — Disse ela. — Como estão esses machucados?

  — Doendo um pouco. — Respondi. A dor de fato havia passado bastante depois de os filhos de Apolo passarem aquela pasta nos machucados. — Espero não precisar ir ao hospital mortal. Will disse que vai ver o que pode fazer, mas que é difícil tirar balas com os recursos que temos no Acampamento.

  — Ah, aqueles malditos esqueletos. — Murmurou Thalia, parecendo realmente brava. — Já enfrentei eles antes. São os piores. O pior de tudo é que eles vinham nos seguindo desde a Filadélfia...

  — Falando nisso — interrompi sem querer —, como foi a missão de vocês?

  — Nossa ida foi tranquila. Celina agiu bem diferente de como eu pensava, ela aceitou tudo numa boa. Claro que ela ficou bem surpresa, mas não foi dessas que dizem que somos loucos até verem um centauro com os próprios olhos. Porém, quando nosso ônibus de volta fez uma parada, esses guerreiros esqueleto começaram a nos seguir, e tivemos que fazer a pé os últimos quilômetros até Nova York. De lá nós pegamos o táxi das Irmãs Cinzentas, mas elas pararam no meio do caminho para cá quando viram os esqueletos atrás de nós. Medrosas.

  — Wow. E... Celina? Vocês sabem de quem ela é filha?

  — Não. — Suspirou Thalia. — Travis e Clarisse acham que ela é minha irmã, porque ela é bem parecida comigo. Heidi acha que ela pode ser filha de Hermes, mas ela não tem nada de cleptomaníaca e os cabelos dela são completamente pretos... Como os meus e os do meu pai.

  — Nossa. — Falei, baixo. — Como você deve ter visto com o Damon... Ele é bem parecido com o Nico, não? E ele consegue abrir fendas para o Submundo. Acho que encontramos mais um filho de Hades por aqui.

  — Incrível. Não demorou nem dez anos e eles já descumpriram um juramento. Dois, na verdade... Afinal, o juramento dos Três Grandes ainda era válido quando Damon e Celina foram gerados.

  — Agora só falta Nico encontrar um filho de Poseidon na missão dele. — Eu disse, rindo. Thalia, ao contrário de mim, continuou séria e pensativa.

  — Eu não duvido. — Murmurou ela, mais para si mesma do que para mim.


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Notas finais do capítulo

Yeah, capítulos encheção-de-linguiça ownam.

A propósito, um esclarecimento sobre a demora pra postar os capítulos: povo, eu não vou mentir pra vocês, mas... Tenho andado meio desanimada com PJ ultimamente. Quer dizer, eu ainda amo a série e tudo o mais, mas todo aquele vício e aquela vontade doida de escrever sobre isso parece ter passado. Mas por favor, não me entendam mal. Eu não estou dizendo que estou abandonando a fic nem nada assim, apenas estou esclarecendo o verdadeiro motivo de por que os capítulos têm demorado tanto (Apesar de que eu REALMENTE tenho provas e uma vida além do Nyah). Assim que puder eu vou reler O Último Olimpiano para ver se minha motivação pra escrever sobre PJ volta. Mesmo se não voltar, eu vou fazer o possível para continuar a fic, nem que seja a passo de tartaruga. Seria uma pena abandonar esta fic, porque eu tinha planejado várias coisas interessantes para ela. Enfim, isto é só pra esclarecer e pedir que vocês sejam pacientes. Obrigada =)