Towards The End escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá povo! Desculpem pela demora. Eu queria ter atualizado outro dia, mas confesso que acabei esquecendo. Enfim, espero que o capítulo esteja bom. Desculpem se houver algum erro ou parte confusa, mas tenho prova amanhã e tive que postar correndo pra que minha mãe não me visse no computador :x Assim que tiver tempo eu reviso e respondo os reviews do capítulo anterior. Enjoy! =*



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  Acordei por volta das seis da manhã com o som de um grito no meu ouvido (literalmente). Apesar do susto, abri os olhos lentamente e olhei ao redor de um modo preguiçoso e sem pressa, totalmente contrário ao que se passava ao meu redor. Nosso carro estava parado, e percebi que estávamos na estrada a poucos metros da Colina Meio-Sangue, de onde Peleu nos observava com ansiedade. A porta do meu lado do carro estava aberta, e uma outra pessoa que não era Percy estava sentada no banco ao meu lado, gritando e sacudindo meu ombro.

  — ACORDA MELANIE! MAS QUE DROGA GAROTA, VOCÊ MORREU OU ALGO ASSIM?!

  Reconheci de imediato a voz de Heidi, e foi aí que acordei de vez.

  — Heidi? O que tá acontecendo? — Perguntei.

  — GRAÇAS AOS DEUSES! Melanie, você tem que nos ajudar! Estamos voltando da nossa missão e um grupo de...

  — HEIDI! — Ouvi uma voz masculina gritar. Segundos depois, Travis Stoll abriu a porta do assento do motorista, puxando Heidi para fora. — Deixa que eu acordo eles, os outros precisam da sua ajuda!

  Heidi me lançou um olhar ansioso, mas saiu correndo.

  Do lado de fora do carro, eu podia ouvir sons de luta: gritos, grunhidos não-humanos, barulhos de armas. Apesar de não conseguir ver o que acontecia devido ao fato de Travis estar na minha frente, eu podia perceber uma grande movimentação.

  — Travis, o que é isso?! — Perguntei. Olhei para o banco de trás. Estava vazio.

  — Estamos sendo perseguidos desde a Filadélfia por um grupo de monstros. — Respondeu o filho de Hermes, afobado. — Parecem coisa vinda do Hades, aqueles esqueletos gigantes. Eles parecem invencíveis, Mel!

  — Invencíveis?

  — Que tal ver você mesma?

  Travis deu a volta no carro e me puxou para fora, me fazendo observar a cena ao pé da colina: quatro guerreiros esqueletos gigantes lutavam contra os campistas que haviam saído em missão. Certo, não eram bem esqueletos. Eles pareciam ter carne, mas a carne deles parecia transparente, então eram basicamente esqueletos. Thalia, Samantha, Percy e Clarisse lutavam contra três esqueletos, e Pollux corria com três pessoas até o topo da colina enquanto Heidi ficava para trás, lutando sozinha contra o quarto monstro.

  — Por Nyx! — Exclamei. Imediatamente minhas asas brotaram das minhas costas e eu arranquei o pingente de lua do meu colar.

  Voei em direção ao esqueleto que lutava com Heidi, e Travis me seguiu após um momento de dúvida.

  Assim que me aproximei, Heidi deu um grito, brandindo sua cimitarra dourada no ar — provavelmente concluindo um feitiço. O esqueleto gigante ficou paralisado por alguns momentos. Eu o golpeei nas costelas, fazendo o esqueleto tremer e cair, os ossos desconectados do corpo.

  — Isso é o seu esqueleto invencível? — Perguntei ao Travis com uma sobrancelha arqueada.

  — Sim! — Disse ele, ainda afobado. — Você não entende, Melanie. Você pode fazer o que quiser com eles. Pode largar os ossos deles no mar, ou deixar as mãos na China e os pés no Brasil, não importa. Eles vão se reconstituir.

  Olhei confusa para ele. Reconstituir? Como assim?

  Então eu olhei para frente, e percebi o que Travis queria dizer. O esqueleto estava se reerguendo e se remontando todo. Que ótimo.

  Olhei para cima. Pollux estava quase no topo da colina com os três vultos. Ainda tínhamos um tempo.

  Peguei alguns ossos do esqueleto — as mãos, um fêmur, duas costelas e o crânio — e atirei longe, cada um em uma direção. Tudo bem que ele se reconstituísse de um jeito ou de outro, mas eu precisava de tempo. Corri até os outros quatro. Thalia atirava flechas elétricas contra um deles enquanto Samantha o paralisava com raízes e o açoitava com seu chicote; e Clarisse e Percy lutavam com o segundo enquanto o terceiro se reconstituía. Voei (literalmente) para esse terceiro e chutei a pilha de ossos, espalhando clavículas e falanges e outros ossos que não sei o nome por todo o gramado. O esqueleto que lutava com Samantha e Thalia virou o rosto de caveira para mim e, mesmo sendo impossível caveiras demonstrarem emoções, eu sabia que aquele monstro estava com muito ódio.

  O esqueleto fez um movimento brusco e seus pés se soltaram das raízes de Samantha. Ele tomou o chicote dela e enrolou-a nele, jogando-a com violência contra Thalia. O monstro me olhou e desembainhou uma espada que eu nem havia visto que ele tinha.

  Os monstros eram gigantes. Quer dizer, não gigantes, mas eles eram bem altos. Mais de dois metros eles tinham. Então, digamos que é algo meio assustador ver um esqueleto de dois metros e tanto correr para você, brandindo uma espada tão pequenina quanto sua altura.

  Mas... Eu já comentei que não me assusto fácil?

  Rolei para o lado quando o esqueleto deu um golpe no lugar onde eu estava. Eu ia dar um golpe que desconjuntaria toda sua perna direita e, consequentemente, todo o seu corpo, mas ele foi mais rápido. Com um movimento de sua espada gigante, ele tirou a lança das minhas mãos, e quase pisou uma delas. Levantei e resolvi usar meus poderes com aquele monstro, fazendo alguns pedacinhos de noite pegarem-no e arrancarem seus braços. Meus poderes, porém, estavam fracos, e logo percebi por quê: o sol já era visível no horizonte.

  Aqueles pedaços de noite que tentei invocar de nada serviram além de deixar o esqueleto ainda mais irritado. Várias vezes ele tentou me acertar, mas eu conseguia rolar ou pular para o lado antes que ele cravasse a espada no lugar onde eu me encontrava antes. Tirei meu bracelete e apertei um espinho, fazendo-o se transformar em um escudo. Atirei o escudo como um frisbee em direção à cabeça do esqueleto, e o escudo, como eu esperava, arrancou o rosto de caveira do monstro. Quando pensei que podia respirar aliviada, percebi que o corpo continuava se mexendo, e o pior: sem uma mente para controlar, o corpo fazia qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer direção.

  — Stamatíste! — Gritou alguém atrás do esqueleto, e este ficou paralisado. Heidi o golpeou por trás, e o esqueleto caiu como uma pilha de ossos no chão.

  — Vem, Mel! — Gritou ela, pulando por cima da pilha de esqueletos e me pegando pela mão. — Percy e Clarisse já conseguiram terminar com o outro. Já está todo mundo lá na Colina, só falta a gente. Vamos logo antes que eles se reconstituam!

  — Heidi, esper... — Eu tentei falar, mas ela me puxou com força e me arrastou numa velocidade digna de Hermes colina acima.

  Nossa corrida estava indo bem, e estávamos quase no topo, quando de repente eu senti algo puxando meu cabelo com violência. Caí para trás, me soltando de Heidi, e me virei para ver o que havia me puxado, e vi simplesmente... Uma mão. E atrás dela vinham vários outros ossos, provavelmente do mesmo esqueleto.

  Ouvi Heidi murmurar um palavrão e se virar para trás. Ela fez alguns movimentos com as mãos e tentou murmurar um feitiço, mas eu percebi o quanto ela estava cansada, e ela caiu desmaiada antes de concluir.

  Que legal, pensei. Olhei para o topo da colina, onde Peleu e mais alguns campistas me olhavam, ansiosos. Peguei Heidi e voei para eles...

  Ou pelo menos era isso que eu estava fazendo, até eu levar um tiro na perna. Sim, um tiro.

  Essa é mais uma das tantas desvantagens em ser uma meio-sangue. Monstros não podem se ferir com armas mortais, e mortais não podem se ferir com armas mágicas. Você, em compensação, é vulnerável aos dois.

  Caí na terra embarrada da colina, levando Heidi comigo. Rolamos um pouco no chão, e fiquei com medo de ter quebrado o pescoço dela ou algo assim, até me lembrar da invulnerabilidade dela. Ouvi mais tiros. Assim que consegui ficar parada, olhei para frente e vi dois esqueletos gigantes, um deles segurando uma arma na nossa direção. Fiz meu bracelete se transformar em um escudo e protegi a nós duas com ele. Alguns tiros pegaram nas pernas de Heidi, mas eles não causaram nenhum dano, simplesmente bateram nela e caíram no chão, como se ela tivesse pernas de ferro.

  Olhei novamente para o topo da colina, onde todos os meio-sangues nos olhavam. Era difícil dizer se o olhar mais ansioso vinha de Percy ou de Damon.

  Ei. Por que Percy estava ansioso? Será que...

  Hmmm. Acho que Heidi gostaria de saber disso quando acordasse.

  Espantei essas idéias da minha mente, tentando manter o foco. Meu momento de distração, porém, teve um preço, e eu levei um tiro no pé, e uma bala passou a pouquíssimos centímetros da minha cabeça.

  Peguei Heidi pelo braço e comecei a arrastá-la lentamente colina acima. As balas das armas dos monstros finalmente acabaram. Quando pensei que podia comemorar, abaixei um pouco meu escudo e vi que minha situação só havia piorado: um terceiro esqueleto havia se juntado a eles, e os três tinham espadas longas e afiadas.

  Percebi que eu não estava nem na metade da subida da colina, e bufei de raiva. Como eu podia ser tão lerda?! Sim, eu sei que eu estava machucada, mas e daí?! Eu podia ter, sei lá...

  É, eu não podia ter feito nada, mesmo.

  Fiz meu escudo voltar a ser um bracelete e me levantei, dando as costas aos monstros. Apoiei a desmaiada Heidi no meu ombro e comecei a subir a colina o mais rápido que eu podia (o que não era uma velocidade muito considerável). Olhei para cima e vi que nossos espectadores continuavam ali, mas Percy e Thalia haviam sumido. Percebi o olhar concentrado de Samantha, e olhei para trás. Os esqueletos estavam sendo enrolados por raízes tão grossas que pareciam quase troncos finos de árvores, só que mais maleáveis. Ao lado dela, Pollux e Clarisse discutiam, Aaron parecia que ia abrir o berreiro como uma criança de cinco anos, e Damon parecia que ia desmaiar.

  Apressei o passo, ouvindo os sons estranhos dos esqueletos atrás de mim — pareciam... Dentes batendo. Como se eles estivessem falando muito, mas sem emitir som algum. Achei isso curioso, mas minha vontade de salvar minha vida era maior que minha curiosidade, e eu continuei correndo... Ou me arrastando, tanto faz.

  Até que eu tropecei em uma pedra, e caí.

  Vi a expressão de choque nos rostos dos garotos no topo da colina. Eles começaram a gritar freneticamente para que eu me levantasse e prosseguisse, para que eu andasse mais rápido. Ué, mas Samantha não estava contendo os outros monstros? Virei o rosto para trás, confusa, e não gostei nadinha do que vi: um quarto esqueleto terminava de encaixar o crânio no pescoço, e vinha na minha direção com uma espada na mão.

  Continuei rastejando, mesmo que isso não adiantasse, e comecei a rezar para minha mãe e todos os (poucos) deuses que simpatizavam comigo. Rezei a Hécate também, afinal, eu estava com a filha dela. Eu podia sentir os passos pesados e sem pressa do esqueleto se aproximando de mim...

  Então eu ouvi passos mais leves e mais rápidos vindos do topo da colina. Abri os olhos e vi a concretização do meu sonho: Damon descia a colina correndo, com uma espada nas mãos e uma expressão furiosa nos olhos negros.

  Ele pulou por cima de onde eu estava encolhida com Heidi e praticamente se atirou contra o esqueleto que estava a alguns metros de mim. Damon e o esqueleto começaram uma luta que não durou muito: de repente, uma fenda se abriu no chão. De lá saíram labaredas verdes e azuladas de fogo infernal, que puxaram o esqueleto para baixo. O mesmo aconteceu com os três que Samantha tentava paralisar. Assim que acabou, Damon caiu de joelhos no chão, parecendo exausto.

  Parece que já sabíamos de quem ele era filho.


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