Mundos Distantes escrita por LauraPavessi


Capítulo 29
A conversa...


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 29. Esse será o penúltimo e é contado pela Duda também, ela que vai contar a história até o final. Fico feliz que estejam lendo e gostando! *-*/



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 - Eu só não tive forças para gritar. E você não ouviu meus sussurros. - Bill disse.

 

 - Você gritava muitas coisas ao mesmo tempo, eu não poderia entender. - falei. Ficamos em silêncio mais uma vez. Mas agora, era um silêncio mais amistoso do que antes. Talvez nessas poucas frases que eu tenha trocado com ele, todas as minhas feridas se cicatrizaram. O ódio pelos fatos que dois caminhos diferentes e distantes um do outro, me causaram, tinha se dissipado agora que o meu caminho voltou a cruzar com o dele. - Então, o que você fez esse tempo todo? - Eu disse, tentando lembrar como era conversar com ele.

 

 - Nada de mais... Gravei alguns CD's, fiz shows, dei entrevistas... Aprendi a dizer um pouco de não para as exigências dos produtores e passei e ficar mais tempo em casa. Além do cabelo, como você pode ver, que eu mudei. - Ele brinca, apontando pra cabeça. O cabelo continuava negro, mas era um pouco mais curto e agora ele não usava gel. - E você?

 

 - Bem... - Eu suspirei. - Eu comecei a andar com as pessoas erradas, deixei de lado os meus amigos e a minha família, passei a usar drogas e fumar cigarros. Arrumei uns namorados babacas e junto com eles, alguns chifres. - Disse, agora sorrindo. - Eu fiz muitas bobagens, tentando chamar atenção... Mas acho que sempre dá para largar a culpa pelos seus erros.

 

 - É, acho que sim. Ei, você tá com fome?

 

 - Ah... Um pouco.

 

 - Eu vou buscar alguma coisa para comermos, espera aí. - ele fala, já se afastando, sem me dar tempo para responder. Me perguntei se eu deveria esperar, se não era melhor ir embora enquanto as coisas estão tão bem, enquanto ele ainda é uma boa memória, agora. Por algum motivo, não conseguir ir embora. Fiquei pensando em como eu adorava a banda deles quando era mais nova, como idealizava o Bill em minha cabeça. E como fui descobrir que realmente o amava, ou pelo menos tinha absoluta certeza disso, quando o conheci. Sem ver o tempo passar, logo ele havia voltado.

 

 - Prontinho! - Ele fala sorrindo, me entregando um pacote meio engordurado. - Ih, não me lembrei de pensar se o seu estômago ia aguentar esse lanchinho...

 

 - Ficou doido, Bill? Claro que sim, não sou fresca como você. - Disse, e nós dois demos risada. Ele trouxe dois hambúrgeres, e enquanto nós comemos, nós conversamos mais.

 

 - E a sua banda, Duda? Como vocês acabaram?

 

 - Eles tinham um ritmo muito devagar para mim, e ninguém mais suportava meu mal humor.

 

 - Eles continuaram sem você?

 

 - Acho que sim. Soube que eles ainda tocam em alguns barzinhos de Porto Alegre. Ganham uns trocados pra sobreviver, conhecem gente nova quase todos os dias e tem todo o tempo do mundo pra usar como bem entender. E não tem que aguentar esses jornalistas irritantes. - Falei. Nós dois rimos, e ele balançou a cabeça em sinal de concordância. - Eles ainda tem a vida que eu queria.

 

 - A maneira ideal de fazer música.

 

 - Sim...

 

 - Me conte, e os seus namorados? - Ele disse, se ajeitando no banco em que estávamos sentados. - Eles eram meio doidos, bonitões...

 

 - Ou eram bonitões, ou muito conhecidos. - Falei. - E você, teve namoradas? Eu soube que você namorou a Sarah por um tempo...

 

 - Ela foi me contar muito depois que era sua... Sua melhor amiga.

 

 - É, ela era. - Disse, dando ênfase ao era.

 

 - Às vezes ela me lembrava você... - ele disse, estudando minha reação.

 

 - Acho que esse era o intuito. - falei. Nós dois já tínhamos terminado de comer e então, fomos andando para os corredores do hotel. Talvez ainda fosse cedo demais para dizer adeus.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Continuarei logo o último capítulo. Esse ficou curtinho mas é porque eu nem tenho mais criatividade. Dêem sugestões pro final, gente. Vou adorar idéias!