Subiu os corredores com o olhar sempre baixo, e tendo o cuidado de esconder o rosto. Pelo saguão do hotel, haviam algumas meninas que deviam ser fãs deles, e isso fez Bill estremecer um pouco. Elas não o reconheceram, para o alívio do mesmo. Enquanto andava, aquela cena não lhe saía da cabeça. Aquele fotógrafo era mesmo tão amigo de Duda... Será que ela teria alguma ligação com aquelas fotos? Talvez... É, talvez.

- Bill! Sr. Bill, onde o senhor estava? Está tudo bem? O que fize... – disse exaltado o segurança ao pé do elevador do andar que a banda havia alugado.

- Claro, está tudo ótimo! – acalma, Bill, com um leve sorriso no rosto. Por mais intrigado que estivesse, não conseguia esquecer o jeito meigo com que Duda sempre o tratava e agia, e isso estampava-lhe sempre um sorriso ao rosto.

  Andou mais um pouco, até chegar à porta da sala onde antes estavam todos reunidos. Ouviu os gritos e os barulhos que viam através da porta e pensou, que seria melhor ele ir para o quarto, já eram umas 7 da noite. Entrou no quarto, e foi tomar um banho.

  Enquanto isso, Duda havia chegado em casa e cumprimentado Maurício e a namorada Carol, que estavam olhando TV. Foi para o quarto, e sentou-se na cama, a pensar nos fatos que haviam ocorrido no dia. Mais tarde, alguém toca na porta.

- Entra!

- Duda, amor! – diz Sarah, a melhor amiga de Duda, que morava em outra cidade, enquanto abre a porta.

- AAAAAH, Sarinha, Sarinha! – fala exaltadamente Duda, levantando-se da cama em um pulo, e atirando-se ao abraço da amiga.

- Que saudades, minha pequena! Como tu estás, me conta tudo... Como... Como isso aconteceu?

- Não é fantástico? – interroga Duda, deixando Sarah perceber o quanto os olhos de Duda brilhavam como nunca haviam brilhado antes. Bill parecia mesmo fazer bem à ela, pensou.

- Como isso aconteceu? Quero que me contes tudo, Tim-tim por Tim-tim! – falou a amiga e confidente, sentando-se ao pé da cama com Duda.

  E ali passaram muito tempo, atirando-se aos risos por vezes, e por outras quase deixando escapar algumas lágrimas. Ambas sentiam muito a falta, uma da outra, e Sarah havia vindo para passar apenas aquele dia, para ver como Duda estava. Sarah era uma moça muito bonita, dos traços bem marcados, olhos azuis e cabelo avermelhado. Conheceu Duda nos últimos anos da escola, e desde então eram inseparáveis, até que tiveram de se distanciar por causa dos estudos. Mas nunca deixaram de ser amigas. Sarah fazia faculdade de moda, e era muito estilosa e inteligente. Duda simplesmente amava-a.

  E à algumas quadras dali, a campainha da porta de Bill tocava, acordando o moreno que estava jogado à cama, com a toalha enrolada à cintura. Havia adormecido ali, após o banho. Quase que resmungando, e já sabendo quem ali estava, falou:

- Entre, Tom.

Tom entra pela porta, e fecha a mesma, jogando um olhar de repressão ao irmão, jogado à cama.

- Bill, você sabe que o que fez hoje foi muito errado... – fala o loiro, esperando alguma reação do irmão, e não recebendo nenhuma palavra. – Tu deixaste a todos muito preocupados! A Eduarda, é uma menina linda, mas não deves-te deixar-se iludir por isso! Passe um tempo com ela, mas não leve assim tão a sério e não te ilude tanto! Ela é uma menina normal, tu não és um rapaz normal! – termina ele, fazendo o outro jogado à cama despertar, como que se essas fossem palavras mágicas, com um olhar de indignação.

- Como assim, eu não sou um rapaz normal? Porque eu não sou normal? Eu tenho dois braços, duas pernas, um nariz e dois olhos como todo mundo! Eu só quero ter o direito de poder amar alguém, e eu posso isso, eu sou um ser humano qualquer, eu preciso receber carinho de alguém, e eu posso!

- Não, você não pode! – exclama o mais velho, em um tom de voz consideravelmente alto.

Continua...