- Não, antes eu queria conversar um pouco contigo. Vamos ao meu quarto, pra não atrapalhar a tua acompanhante. – fala Bill, por uma fresta da porta.

- Tudo bem, podemos conversar aqui, estou só hoje.

- Ah, não me diga! O grande Tom Kaulitz passando uma noite após um show sozinho?! Você está doente? – debocha de Tom.

- Só quero passar uma noite só, não posso?

- Pode, claro. E é sobre esse assunto que eu queria falar.

- ...?

- Sobre hoje.

- ...?

- Hoje no corredor. – diz Bill. Tom imediatamente muda de cor, arregala os olhos e continua a fingir estar desentendido.

- Que corredor? Que hoje? Não invente coisas Bill, vá dormir e...

- Eu vi que tu tentaste beijá-la!

- Bei, bei, bem eu... eu achei ela uma menina bonita e...

- E viu depois disso que ela é diferente das outras, mas por este exato motivo agora tu estás aí verdadeiramente a...

- NÃO! Não é nada disso que tu estás pensando, tu estás errado! –interrompe Tom, imaginando errado o que o irmão diria.

- A...balado pelo fora. – fala Bill. Tom faz uma breve pausa de silêncio, respira fundo, forja um sorriso e diz:

- É, claro. Fiquei mesmo abalado. Quem é ela para me dar um fora?

- Sabe Tom... Eu não sou de confiar nas pessoas. Eu levo muito tempo pra conseguir ter algum tipo de afeto com alguém. Mas com ela tem sido diferente. Parece que eu já a conheço a anos. Eu tenho medo de que eu me engane a respeito dela, tenho medo que ela não goste de mim de verdade. E também que...

- Ok, já chega! – grita Tom, empurrando o irmão porta a fora – Já está tarde e eu quero dormir. Até amanhã! – e fecha a porta na cara de Bill, que fica estranhando o comportamento do irmão. Sempre pôde falar sobre tudo com Tom, o que havia acontecido?

Mesmo desconfiado, Bill foi se deitar e ficou lá, na sua cama relembrando o dia, os momentos com Duda e o show. Acabou adormecendo, e pouco tempo depois, teve de submergir dos seus doces sonhos e lembranças para a dura realidade.

- Como você, justo você Bill, faz-me uma burrada dessas?! – fala David Jost, o produtor dos Tokio Hotel, do outro lado da porta, que quase foi derrubada pela força do homem aos gritos.

- Ahm, do que você está falando? – resmunga Bill, indo calmamente abrir a porta.

- Disso! – e entrega a Bill cerca de sete folhas impressas e alguns jornais e revistas. Bill, ainda em silêncio lê as primeiras manchetes. “Vocalista de banda alemã estaria apaixonado por uma fã e também líder de um grupo musical brasileiro?”, “Bill Kaulitz e Eduarda estaria de romance?”, “Duda ganhou o coração do jovem mais cobiçado da Europa?”. Como esses sites e jornais conseguiram fotos da noite passada? Seriam mesmo paparazzi de plantão ou foram chamados por alguém? Eram respostas que Bill não conseguia responder.

- Eu... Eu realmente não sei como eles conseguiram estas fotos... – diz Bill, sentando-se em uma poltrona, completamente confuso.

- Não sabes? Ora Bill, esqueceu que mesmo no Brasil, você não é anônimo? Muito menos essa garota! Ela é cheia de fotógrafos em volta. Por favor, acorde e volte ao mundo real.

- Então você até já levantou a ficha dela? – fala Bill, em um certo tom de revolta.

- Eu tenho que me preocupar com isso, já que vocês quatro são desligados em relação a tudo. – Esta última frase de Jost deixa Bill a pensar. Ele estava certo, ele não é uma pessoa comum. Ele é uma celebridade pública. Estava se deixando levar muito pelo momento, afinal, Duda poderia não passar de uma interesseira. Ou não.

- Você acha que pode ter sido ela que... Não, não foi ela. Ok, me dê um tempo para processar isso tudo.

- Tudo bem, amanhã nós conversamos. Aproveite o dia de folga. Divirta-se, mas sem fazer mais bobagens! Você me pediu estes dias de folga, eu os concedi, mas se as coisas continuarem assim, estaremos no próximo vôo para a Alemanha. – e bate novamente a porta.

  É, tudo estava bom demais. Mas nem isso fez Bill parar de pensar em Duda; pelo contrário. Ela que, nessas alturas, ainda nem sonhava com estas “notícias”.

Continua...