Carta ao Saga escrita por litaa-chan, Mah Nunes


Capítulo 14
Athena, eu quero um cursinho de português




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-- Que droga não consigo falar com ninguém do Santuário. Nem mesmo Athena. Será que acharam que se eu não entrasse em contato não voltaria? Imbecis!

O geminiano olha o movimento nas ruas ao amanhecer crescendo perdido em pensamentos.

-- Como eles agüentam viver nessa agitação. É tanto barulho. – solta um longo bocejo – acho que vou passar no centro de pesquisas que Athena mantém aqui. Quem sabe finalmente tenham algo para que eu continue minha busca. Não aguento mais vagar por essa cidade esquisita.

Saga pega sua bolsa e caminha até a porta do quarto do hotel. Tranca e se vira para as escadas.

-- Que cara esquisito, estamos no 25º andar e ele vai pelas escadas?! – comenta a moça na porta do elevador vazio

-- Né?! De qualquer forma ele é lindo, parece até um escritor. – retruca a outra.

-- Povinho preguiçoso, não agüenta alguns lances de escadas. Não durariam meio dia no Santuário. – resmunga para si mesmo, depois de ouvir a conversa das mulheres.

Quando finalmente chegou ao lobby do hotel a recepcionista lhe chama a atenção

-- Senhor! Senhor! Há uma mensagem para o senhor. – Abanava um envelope com um sorriso maior que o necessário

-- Hmm. Obrigado – tomou o envelope das mãos dela, acenou com a cabeça e seguiu o caminho para a rua.

O porteiro lhe abriu a porta, os raios lhe atingiram no rosto cegando-lhe por um instante. Quando chegou a calçada pode ver claramente os carros se enfileirando a espera do sinal abrir. Ele se virou para a direita e segui seu caminho com calma.

Passava tranquilamente estava passando próximo a um beco pode escutar uma mulher pedindo ajuda, mas sendo silenciada.

-- Que energia maligna é essa que sinto de novo? Essa cidade tem muito dessas energias, alguém deveria fazer algo. -- pensou

Quando passou em frente ao beco viu uma silhueta escura sobre uma mulher caída ao fundo do beco.

-- Será que interfiro nisso? – em duvida parou alguns passos longe da entrada do beco – Sou um cavaleiro de Athena, devo ajudar! Ou pelo menos conferir se ela esta bem.

Chegou em sua velocidade de cavaleiro atrás do homem e percebeu que estava armado e começando a abrir o zíper da calça.

-- Maldito! OUTRA DIMENSÃÃOO!

O golpe atingiu o homem em cheio. Sem perceber que havia atingido a mulher também, se apressou e segurou-a. Entretanto o bandido havia agarrado a perna dela.

-- Criatura desprezível! – bravejou para o homem e chutou sua cabeça, forçando-o para o labirinto.

Saga apoiou a moça sentada e tocou de leve em seu rosto.

-- Γεια σας! Μ 'ακούς? Olá! Você consegue me ouvir?

-- O que? Quem é você?

Droga, esqueci que não falo português!

O geminiano tentou gesticular para ela esperando que ela entendesse sua pergunta

-- Você me salvou, muito obrigada – ela o abraçou forte mesmo sem entender o gestos estranhos dele.

Sem reação, o cavaleiro esboçou um sorriso e a ajudou a se levantar. Depois saiu dali, retomando seu caminho.

-- Acho que deveria ter trazido Aldebaran para essa viajem – pensou se lembrando das palavras da mulher. – Ela devia ter pensando que eu era o bandido, no começo. Povo estranho que sai abraçando desconhecidos.

Finalmente havia chegado à entrada do Instituto de Pesquisa da família Kido.

-- Ah, Senhor Saga. Estávamos telefonando para o senhor. Conseguimos aquilo que nos pediu há algumas semanas. – o rapaz estende uma folha com anotações – Ai esta o endereço, as coordenadas e uma foto da casa que precisava. Qualquer duvida, fale conosco que lhe ajudaremos.

Se a ajuda demorar tanto quanto esse pedido, prefiro nem pedir. Ao menos ele fala grego também.

-- Obrigado.

Bom, agora vamos em busca dessa tal fã. Acho que vou almoçar primeiro. – Saga toca seu bolso procurando pelo presente de Athena – Ah! Aqui esta. Esse cartãozinho até que é bem útil e de grande valor. Não importa a quantia, só ele vale mais do que aquele monte de moedas que carregamos quando íamos à vila próxima ao Santuário.

O geminiano se virou para a saída. Já na calçada procurou por um mapa da cidade em alguma banca. Conseguiu facilmente localizar seu alvo no mapa graças as coordenadas que recebeu.

Acho que vou procurar algum restaurante que esteja no caminho. Assim será mais fácil.

Quando chegou ao bairro vizinho, não muito longe da banca onde comprara o mapa, entrou no primeiro restaurante que encontrou. Enquanto almoçava observava as pessoas a sua volta imaginando como seria essa suposta fã. Havia alguns casais ali por perto com filhos. Algumas moças sentadas sozinhas em mesas próximas a janela.

Qual será sua idade? Como seria realmente sua aparência? Ela não deve ser muito criança – desviou o olhar das garotas que pareciam ter menos de 11 anos – Ela também não deve ser adulta ainda – Novamente evitou olhar para as garotas que pareciam ter mais de 18 anos

O homem soltou um longo suspiro frustrado. Fixou os olhos na comida e continuou com sua refeição. Na saída pagou com o cartão de crédito que Saori havia lhe entregado.

Seguiu em frente com sua busca pela casa da fã. Quando avistou uma lojinha charmosa, com cores suaves com adesivos de um tipo de comida engraçada. Um cone de uma espécie de bolacha e com uma cobertura que parecia ser fofa e toda desenhada.

O que será que é aquilo? Será que é de comer? Já não estou tão longe mesmo, vou experimentar isso e continuarei com a busca. – Saga olhou para o céu tentando adivinhar as horas pela posição do Sol – Aldebaran. Não lhe entendo, sentir falta de algo tão quente quanto aqui. Não faz sentido.

O cavaleiro moveu-se em direção à lojinha, mas havia algo em seu caminho. Uma garota.

-- Me syncho̱reíte? (Com licença?) – Acho que deveria ter usado o dicionário que comprei para falar em seu idioma. O que há com essa garota? Ela parece estar tendo algum tipo de surto ou ataque.

-- D-d-d-desculp-pe! Ah! Nossa... Eh... Ah! Você ainda quer passar... – Não entendo uma palavra que ela disse. Quando eu voltar ao Santuário irei sugerir à Athena que crie um curso de idiomas para os cavaleiros. - Ano... Bem, posso saber o seu nome? – Meu nome? Finalmente entendi algo

-- Saga

-- HAHAHAHAHAHAHAHAHA! - Ela riu forçadamente. - Cosplay, muito bom esse! HAHAHAHA! Saga, essa é boa. Você interpreta o papel muito bem, ein? JAA NE!

Que garota estranha. Falando coisas sem sentido para estranhos.

-- Treló korítsi. (Garota maluca.)

Bom, acho que vou ter que fazer igual àqueles turistas estranhos que visitam o vilarejo próximo ao Santuário fazem quando querem provar da comida.

Saga entrou deixando a porta fechar atrás de si. Dentre as várias geladeiras com vitrine e tantas plaquinhas com os nomes dos sabores. Ele acabou optando por uma bola de sorvete roxa e a outra marrom. “Esse sabor é muito popular” disse a atendente.

Agora posso seguir com a minha busca.

Alternando entre o sorvete, o mapa e as placas na rua, o geminiano foi atrás do endereço da tal fã.

Aquela garota veio correndo para essa direção. Será que ela poderia me ajudar a achar quem procuro?

Os passos do geminiano pararam em frente à um alto prédio branco com azul claro.

Águas Divinas estava incrustado com letras cursivas na fachada do edifício.

-- Posso ajudar – um homem baixinho, um pouco fora de forma, usando um uniforme.

Saga o olhou tentando parecer simpático e fez apenas um pequeno sinal com a cabeça, esboçando um sorriso. Então foi se afastando do homem e do prédio.

Acho que terei de trazer um daqueles inúteis para me ajudar aqui. De preferência aquele que entenda o que eu falo.


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