"Querida tia Ciça,

Como vai? Aqui em Hogwarts está perfeto. Não se preocupe, Draco tem feito todos os deveres!

Espero que não esteja se sentindo muito sozinha, afinal só nos veremos no Natal.

Mas estou escrevendo esta carta para lhe pedir um favor: gostaria que fosse até a minha casa o mais rápido possível e pegasse no antigo armário de minha mãe um frasco com a plaquinha "13/11-Hogwarts" e me mandasse. Se importa?

Beijos,

Sua sobrinha Isobel."

Isobel amarrou o pergaminho em uma das patas da coruja marrom e disse:

"Para a Mansão dos Malfoy, por favor." e colocou o pagamento no bico da coruja.

Nesse instante, Hermione apareceu na porta do corujal e congelou ao ver Isobel. Esta apenas sorriu e acenou com a cabeça. Hermione desviou o olha e se dirigiu para uma outra coruja, aflita.

Isobel foi até a porta e sumiu escada abaixo.

À noite, no Salão Comunal da Grifinória, Gina e Harry estavam frente a frente no sofá. Ela olhando para ele, com os olhos estreitos, e ele olhando para baixo.

"Gina, eu quero terminar." ele levantou a cabeça.

Ela não se pronunciou. Apenas estudou o rosto de Harry como se pudesse ler sua mente. Ele esperou por gritos e lágrimas, até lembrar-se de que Gina não era assim.

"É por causa da Isobel, não é?" ela não alterou a expressão.

"E se for?" ele estreitou os olhos como ela.

Gina balançou a cabeça e deu de ombros.

"Não vejo problema nenhum. Até porque, já que você não acredita em mim, eu quero ver a sua cara quando descobrir que você é uma das marionetes dela. Mas saiba que, quando você descobrir que ela não te ama, eu vou estar lá para você."

Harry suspirou.

"Está bem, Gina." disse ele, impaciente, se levantando e indo para a porta do Salão Comunal.

Gina sabia que aquilo iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas ela não iria desistir. Tinha que mostrar para Harry que ele não estava sendo amado, e sim manipulado.

Harry não estava com paciência para escutar aquele discuso de Gina todo de novo. Não conseguia acreditar nas palavras dela, não conseguia ver se era verdade. Talvez estivesse cego de amor, talvez fosse implicância de Gina, ele não sabia dizer.

***

"Lestrange, chegou para você."

Draco vinha descendo do dormitório masculino com um frasco na mão, entitulado "Isobel, 13/11-Hogwarts" com uma letra fina e elegante.

"O que é isso, hein?" ele perguntou, sentando-se ao lado da prima no sofá, aproveitando que estavam sozinhos.

"Lembra daquela minha idéia fantástica que eu te contei?" ela balançou o frasco, que transformou seu conteúdo de uma pequena névoa prata em algo branco e sólido, e sorriu vitoriosa.

"Ah, essa é a lembrança da sua mãe!" ele apoiou a cabeça no colo da ruiva.

"Exatamente, e é amanhã que Harry vai ver." ela encarou os olhos cinzentos do primo.

"De madrugada, não?" ele franziu o cenho.

"Claro. Já venho observando a Diretora, a senha é Godric Gryffindor." ela fez uma cara de desprezo.

"Então boa sorte." ele riu.

"Obrigada. Agora quer me fazer um favor e ir se encontrar com Hermione amanhã?" ela inclinou com a cabeça.

"Só com um beijo." ele chantageou.

Ela sorriu maliciosamente e se inclinou para frente para alcançar o rosto de seu primo em seu colo. Não foi um beijo como normalmente, mas muito mais apaixonado.

Depois dali, os dois foram dormir em uma longa noite de sono.

O dia seguinte amanheceu um pouco mais frio que o normal, mas não foi motivo para Isobel deixar de ir com sua habitual saia.

Ela e Draco se dirigiram para Poções, encontrando lá os habituais Grifinórios. Pura rotina.

O coração de Isobel disparou. Estava tão perto de conseguir o que queria que mal podia acreditar. Se sentou na mesa ao lado de Harry e Rony e cumprimentou-os. Slughorn se aproximou do trio com um ótimo sorriso.

"Festa no Clube do Slugue esse sábado, está bem, alunos?" falou ele.

Era o que Isobel precisava. No sábado, iria transformar a lembrança de sua mãe em uma versão real e sua. Era perfeito.

"Harry..." ela aproximou a boca do ouvido dele e sussurou "Sabe onde ficam as masmorras da Sonserina, né?"

Harry acentiu, arrepiado ao sentir o bafo quente da ruiva no lóbulo da sua orelha, e engoliu em seco.

"Então por que uma da manhã você não aparece lá? Preciso te mostrar uma coisa." ela sorriu, beijou a bochecha de Harry e se voltou para olhar para a frente da sala.

Harry estava em choque. A parte tocada por ela em sua bochecha queimava. Mas era uma queimação boa de se sentir. Deixava Harry com aquela habitual concentração de sangue em um lugar só.

À noite, como combinado, lá estava Harry com sua Capa de Invisibilidade, uma da manhã e na frente das masmorras. Isobel chegou algum tempo depois dele e entrou na capa.

Harry sentiu suor pingar na sua nuca. Estava muito perto dela, podia sentir seu olhar penetrar em seus pés.

Eles iam à sala da Diretora, guiados por ela, por mais que ele soubesse perfeitamente aonde era, ele não sabia que era pra lá.

"Ah..." ele pigarreou. "Terminei com a Gina." sussurrou.

Isobel abriu um sorriso tão grande que parou de andar. Não podia acreditar que tudo pudesse estar dando tão certo.

Harry acompanhou seu sorriso. Adorava ver que ela havia ficado feliz com a notícia. Significava que seu sentimento por ela era recíproco, não?

Ele teve o impulso de beijá-la. Mas não fez isso. Podia ser cedo demais? Talvez. Talvez ela não o desejasse tanto naquele momento quanto ele a desejava. Poderia assustá-la, e era tudo o que menos queria.

Pararam na frente da estátua que dava para a sala da Diretora e suspiraram.

"Na sala da Minerva?" perguntou ele, desapontado por não ver uma sala vazia ou algo do tipo.

"É, você vai adorar o que eu tenho pra você." ela sorriu.

Ele quase caiu pra trás. Não estava mais se aguentando.

"Godric Gryffindor." sussurrou ela.

A estátua começou a se torcer até formar uma escada. Os dois subiram e, ao ver que a sala estava vazia, sairam de debaixo da capa. Isobel caminhou calmamente até a Penseira e sorriu. Retirou o frasco de seu bolso, despejou seu conteúdo ali e chamou Harry com a cabeça. Finalmente, tocou com a ponta da varinha o líquido nevoado, transformando-o em branco e sólido.

Ela apontou para Harry e depois para a Penseira.

"Divirta-se."