Um mês depois, já era possível ver a diferença que Isobel estava fazendo em Hogwarts. Quando estava conversando com um grupo, outro chegava e se juntava, e assim por diante.

No final do mês, no jardim, Lufanos conversavam com Corvinais, que conversavam com Grifinórios, que conversavam com Lufanos. Alguns Sonserinos também estavam conversando com as três outras Casas, mas só com sangues-puros.

Era como se, numa escola trouxa, as tribos tivessem se misturado. As mesas do almoço de unificado. Desde o mais popular até o mais excluído.

Mas, acima de tudo, Isobel estava mais amiga de Harry e Rony. Tão amiga que Hermione se sentia incomodada e ia se juntar à Gina.

Pansy continuava com um ódio profundo por Isobel. Estava achando que seu império, o que nunca existiu, estava sendo roubado por uma traidora de sangue.

Draco continuava as escuras com a prima. Se gostavam de verdade. Mas não era coisa para se admitir.

O primeiro jogo de Quadribol da temporada era naquela tarde. Grifinória contra Lufa-Lufa. Harry e Rony pareciam muito animados. Afinal, depois de um intenso ano, voltariam o tão esperado Quadribol.

"Pra quem vai torcer, Isobel?" perguntou Rony, caminhando pelos corredores ao lado de Isobel e Harry.

"Pra Grifinória." afirmou ela, fazendo um sorriso brotar no rosto dos meninos. "Mas não contem pro Justin. Ele me mata." o trio riu. "Tenho que torcer para a Grifinória, até porque..." ela deu um empurrãozinho em Rony com o quadril. "Weasley é nosso rei."

Rony ficou com as orelhas muito vermelhas.

"Ah, ignore por um momento o fato de que sou da Sonserina. Até porque eu só sei a versão da Grifinória." alertou ela, deixando Rony ainda mais vermelho.

À tarde, o estádio de Quadribol estava lotado. Todas as Casas de Hogwarts foram assistir a grande estréia. Harry, Rony e Gina já estavam no vestiário. Toda a Grifinória relembrava os versos de "Weasley É Nosso Rei":

Weasley can save anything

He never leaves a single ring

That's why Gryffindor's all sing:

Weasley is our king!

Isobel cantarolava discretamente a música baixinho, por mais que estivesse no meio da torcida da Sonserina.

Os jogadores entravam em campo e a Grifinória cantou mais alto, fazendo Rony abrir um sorriso entusiasmado.

Weasley can save anything

Na arquibancada dos professores, um homem alto, por volta de uns 20 anos, ruivo e sorridente, muito conhecido e idolatrado pelos Grifinórios, com marcas da guerra espalhadas pelo corpo, inclusive a ausência de uma orelha, iria narrar o jogo.

Jorge Weasley.

He never leaves a single ring

Jorge se juntoy a torcida da Grifinória para cantar a música de seu irmão.

That's why Gryffindor's all sing:

Diretora Minerva pediu para ele se sentar e narrar o jogo quase começado, mas ele não sentou, tinha que terminar de cantar. O time da Grifinória riu.

Weasley is our king!

Jorge finalmente se sentou em frente ao microfone e o placar. A torcida da Grifinória aplaudiu e os times subiram ao ar.

"Olá minha querida escola!" começou ele. "É muito bom ver vocês bem. Sei que não nos vemos há uns três anos, mas eu não mudei nada. E vocês também não! Tá bem, Rony! Eu perdi uma orelha, grande coisa." disse o ruivo para o irmão que fazia gestos para a cabeça, perto das balizas. "Continuo com a mesma cara." ele deu de ombros.

"Vamos começar o jogo, vamos?" pressionou Jorge. "Então tá. A goles começa com a minha irmãzinha, ela ficou irritada comigo e passou para Cátia Bell, que UUH, perdeu a goles para Victor Scott. Agora está com os Lufanos."

A Lufa-Lufa estava cada vez mais próxima de Rony. O coro de "Weasley É Nosso Rei" estava cada vez mais alto. Harry tentava acompanhar a música no alto do campo, mas só percorria os olhos pela torcida da Sonserina atrás de um ponto vermelho. O que estava acontecendo com ele? Precisava se concentrar no jogo, claro!

Malfoy estava indiferente ao lado da prima. Isobel estava com o estômago na mão. Hermione olhava preocupada para o namorado. Rony suava frio.

"Weasley É Nosso Rei" ficou mudo de repente. Todos os torcedores prenderam a respiração. O chapéu com a cabeça de leão de Luna rugiu mais alto do que nunca. No segundo seguinte, o grito de Jorge era a única coisa que se escutava.

"QUE DEFESA, RONY!"

A torcida da Grifinória voltou o coro de "Weasley É Nosso Rei", comemorando aos pulos. Isobel se limitou aos aplausos. Cantar "Weasley É Nosso Rei" no meio da Sonserina seria uma péssima idéia.

Cadu Coote desviou um balaço que ia direto para Rony mandado por Sean Patrik. A goles voltou com Gina, que avançou significativamente para o campo da Lufa-Lufa, passando em seguida para Demelza Robins, que marcou dez pontos para a Grifinória.

Toda a torcida prorrompeu em gritos e aplausos, fazendo Harry acordar de seu transe sobre a vassoura, olhar fixo na Sonserina.

A goles foi retomada pela Lufa-Lufa, mas Draco não estava se importando com isso.

"Está torcendo para eles, Lestrange?" eles estavam de pé e debruçados sobre a grade da arquibancada.

"Sim, Malfoy. Rony quer que eu torça. E por que você me chama de Lestrange?" ela o encarou.

"Por que você me chama de Malfoy?" ele franziu o cenho.

"Porque se não fossem pelos nossos pais, nós teríamos o mesmo sobrenome, Black. Aí eu te chamaria de Draco. Mas já que são diferentes, é mais divertido te chamar de Malfoy." ela sorriu maliciosamente.

"Tem conversado muito com o Potter?" ele franziu o nariz.

"Sim. Ele é até legal. Deveria conversar mais com eles. Talvez com a Hermione..."

"A sangue-ruim?! Nunca!" ele se espantou.

"Malfoy, o Ronald se impressiona com qualquer garota bonita que chega perto dele. Para ele e Harry terminarem com a Hermione e a Gina não vai demorar. Talvez se você fizesse ela se apaixonar por você, ela viesse pedir ajuda pra mim, a única pessoa que pode ajudar ela. É genial. Eu ganharia a amizade dela sem esforço. Ela viria até mim. Malfoy..." ela suspirou "eu preciso da amizade da Hermione. Ela é inteligente demais."

"Devo beijar a sangue-ruim, então..." ele fez cara de sofrimento.

"Ia ser ótimo. E, fale a verdade, você gosta dela..." ela o encarou.

"Claro que não!" ele passou o braço pelos ombros da prima. "Sabe que eu gosto de você."

"Aham, Draco." (N/A Só faltou mandar ele sentar lá K) ela empurrou-o com um sorriso irônico no rosto. "Te conheço..."

"Nunca mais repita isso, Isobel Lestrange. Eu não gosto da sangue-ruim. Mas se vai te ajudar, eu enrolo ela."

"Obrigada." ela sorriu.

Ele se inclinou para beijá-la mas ela interceptou-o com uma das mãos.

"Nos odeamos, lembra?" ela arqueou as sobrancelhas.

"Ah!" exclamou ele "Bem lebrado!" e se afastou, indo na direção de uma morena de nariz em pé.

Isobel havia se esquecido de Pansy. Seria um ponto alto para Draco. Finalmente o livraria da "namorada".

O jogo acabou com Harry pegando o Pomo de Ouro e a Grifinória ganhando de 230 a 20. Rony era clamado em altos coros de "Weasley É Nosso Rei" enquanto os jogadores iam para os vestiários. Isobel se despediu de Draco e disparou pela arquibancada até chegar aos jogadores da Grifinória.

"Vocês. Foram. Ótimos!" ela pulou no pescoço de Harry e Rony ao mesmo tempo, fazendo os garotos engolirem em seco.

"Que bom que..." Rony pigarreou "você gostou."

"Você deu um show à parte, Rony. Foi incrível!" ela abriu um sorriso tão grande que ele ficou vermelho.

Harry acompanhou o sorriso dela. Era uma felicidade que não equivalia somente ao fato dele ter ganhado o jogo, mas ao fato de ver que Isobel havia gostado. Se sentia estranho, como se estivesse traindo Gina, mas sentir não é trair até você pôr em prática, não é?

Rony foi arrastado por uma multidão Grifinória, fazendo Harry e Isobel ficarem sozinhos. Alguma coisa incomodava Harry profundamente.

"Você..." ele começou, desconfortável. "Você estava falando com o Malfoy..." ele pigarreou "Se acertaram?" franziu o cenho.

Isobel sorriu em vitória. Harry estava com ciúmes, era claro.

"É, Harry. Somos primos, sabe?" ela deu de ombros "Um dia nos amamos, outro nos odiamos... Daqui a pouco voltamos a brigar, não se preocupe." eles riram juntos.

"Ah sim." Harry disse, envergonhado, tentando disfarçar passando a mão pelos cabelos para abaixá-los, sem muito sucesso.

"Não faça isso." Isobel pegou e tirou a mão de Harry dos cabelos dele, impaciente,e passou os próprios longos dedos gentilmente pelos fios rebeldes do moreno, fazendo-os ficarem mais arrepiados que o normal.

Harry lembrou-se de seu pai e de como ajeitava os cabelos quando jovem. Ele corou com a lembrança. Viu uma estranha movimentação no meio da muvuca de Rony, mas ignorou.

"Muito mais bonito." ela afirmou. "Vamos comemorar."

Ela segurou a mão de Harry e puxou-o para junto da roda de Rony. Harry já ignorava qualquer sentimento em volta. Sabia apenas que toda vez que encarava os olhos negros da ruiva, via um dia mais bonito, e seu corpo concentrava involuntariamente muito sangue em um lugar só.