Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 9
Capítulo 10




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Naquela noite, Eleonor vagava de pijamas pela casa, sua rotina de sono estava completamente bagunçada desde que chegara à casa.

Ela passeava pelos corredores escuros, ou simplesmente mal iluminados da casa, observando como tudo ficava mais interessante, e como a luz da lua refletida causava um efeito interessante às paredes de cores escuras.

Caminhando até um cômodo no fim do corredor, a porta estava entreaberta e ela se deu a ousadia de entrar.

Do outro lado, uma sala bastante aberta, tinha poucos móveis, todas as janelas estavam abertas, escancaradas, e as cortinas eram sopradas com insistência pelo vento do lado de fora. A visão de uma das janelas revelava um lago, o qual Eleonor não tinha consciência.

- O que faz aqui?

Oliver.

Eleonor virou-se o mais rápido que pode, onde, encostado a parede, olhando pra ela, Oliver permanecia parado da forma como estava desde que ela entrou.

- Eu não sabia que você estava aqui. – ela disse.

- Duvido que você viesse a prestar atenção na minha presença a menos que eu a chamasse. – ele diz, mudando seu olhar de direção, agora na direção de uma das janelas.

De fato, Oliver era silencioso o bastante para não ser notado ao entrar, sair, ou ficar em um ambiente; e se ele não a tivesse chamado, Eleonor não teria notado a sua presença ali.

Oliver atravessou até o meio da sala.

- Acho que você devia ir dormir. – ele diz, andando até uma das estantes da sala e pegando um livro, que estava um pouco mais alto do que se rosto.

- Não estou cansada.

- Como preferir. – ele diz, virando as costas e indo na direção da porta.

A atitude de mordomo de Oliver deixava Eleonor um pouco incomodada, ele sempre agia como um senhor de idade.

- Oliver. – ela chamou.

Ele parou na porta, virando-se com um olhar plácido.

- Sim?

- Quantos anos você tem?

- Setenta e quatro. – ele responde casualmente.

- O que?!

Não era possível, ele teria vinte, vinte e quatro no máximo!

- Minha vida é eterna, lembra-se?

Isso era verdade... Oliver iria viver exatamente com aquela aparência para todo o sempre...

Tinha alguma coisa em Oliver que empurrava as pessoas pra longe e as trazia pra perto ao mesmo tempo, e era essa coisa, ou essas coisas, que fizeram com que Eleonor de repente quisesse saber mais sobre ele.

Ao olhar novamente na direção da porta, ele já tinha saído... Ele realmente é sorrateiro...

Eleonor corre até a porta e olha o silêncio instalado naquela sala, até que este, é quebrado pelo som de passos.

Nathaniel.

- Nathaniel? – ela pergunta.

- Eu. – ele responde.

Nathaniel tinha olhos claros e azuis, e cabelos castanhos escuros levemente ondulados, ele lembrava Oliver, mas os olhos de Oliver eram acinzentados, e seus cabelos completamente pretos, com a mesma textura levemente ondulada.

- Eu só estava passando. – ela diz, apontando na direção do corredor.

Nathaniel deu passagem, encostando-se relaxadamente na parede na parede e dizendo:

- À vontade. – ele diz.

Nathaniel tinha um olhar de descaso naturalmente sarcástico, não que ele tivesse alguma antipatia por Eleonor, mas aqueles foi o olhar que lhe foi dado, o que ele poderia fazer?

Eleonor passou, ele continuou andando na direção oposta, a conversa deles foi a mais curta de todas as que ela teve na casa.

Chegando à sala, como sempre, Oliver estava sentado naquela poltrona próxima à janela, Eleonor se sentou em frente a ele, observando-o, tentando tirar qualquer emoção que fosse dos olhos dele... Sem muito sucesso.

- Sim? – ele pergunta.

- Você não fala muito, não é, Oliver?

- Se quiser falar com alguém, eu sugiro que seja com Yuri, ele é melhor nisso do que eu.

- Yuri está dormindo a essa hora...

- Não está não, ele está pintando.

- Pintando?

- Pintando. – ele repete.

- Não é bom eu ficar me enfiando no quarto dele durante a noite... – ela conclui.

- Faça como quiser. – ele concorda.

Eleonor suspira, Oliver é muito ruim em conversar, isso o tornava ainda mais interessante.

- Oliver.

- Hum?

- Você já se apaixonou por alguém antes?

Oliver parou sua leitura, dirigindo seus olhos a Eleonor.

- Por que a pergunta?

- Curiosidade. – ela da de ombros.

Oliver fecha o livro e coloca sobre a mesa.

- Não, nunca. – ele responde.

- Nem uma vez?

- Não.

- Por que não?

Novamente, um sorriso quase se forma no rosto de Oliver, mas como eu disse, só quase.

- Nunca achei ninguém que eu considerasse importante assim.

- Nem mesmo Katrina?

- Não, nem mesmo Katrina.

- Nossa... – ela diz.

- Por que o espanto? – ele pergunta.

Era a primeira vez que Oliver demonstrava mais do que um interesse monossilábico em Eleonor.

- Ela fez você... Então, achei que...

- Eu não fui feito por Katrina. – ele interrompe.

- Não?

- Não. O avô dela foi o responsável pela minha criação.

Lembrando-se que ele tinha setenta e quatro anos, não fazia realmente nenhum sentido que ele tivesse sido criado por Katrina... Eleonor se sentiu meio imbecil.

- Ah...

- O gene de Doll Maker pulou a geração do pai de Katrina, ele não tinha a habilidade de fabricar Dolls, como Katrina pode.

Eleonor permaneceu em silêncio.

- No ano em que ele ficou doente... – ele começou, olhando o brasão sobre a lareira. – Eu fui chamado ao quarto dele, no final.

Os olhos de Eleonor arregalaram.

- Ele pediu que eu me ajoelhasse próximo a ele, para que eu pudesse ouvir o que ele tinha a dizer, uma vez que já estava fraco demais pra falar alto. – Oliver cruza as pernas sobre a cadeira, depositando suas mãos sobre os tornozelos. – Ele pediu que eu estendesse as mãos, e me deu o anel dele com o brasão da família. Então ele olhou pra mim e disse: “Eu quero que você cuide de Katrina, da mesma forma que cuidou de mim depois da morte do meu pai, e também depois da morte de Evlyn... Agora eu vou encontrar os dois, não deixe Katrina desamparada Oliver... Não a deixe sozinha...”.

Oliver puxa o ar com pesar.

- E foi o que eu fiz... E pretendo continuar a fazer.

Depois Oliver se levantou, e começou sua caminhada até a escada.

- Oliver. – Eleonor chama. – Por que me contou tudo isso?

Oliver se vira, e diz.

- Por que não contaria? – ele diz, com simpatia nas palavras.

Depois virou-se novamente e recomeçou a andar.

 


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Notas finais do capítulo

Olá! Evlyn é a mãe de Katrina ^^
Os capítulos estão ficando enormes e gigantescos... Vou dar um jeito de deixar em um tamanho decente...



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