Voltando a Doll House, Eleonor entra pela porta e toda a conversa para e os olhares se dirigem a ela.

Ela atravessa a sala e começa a subir as escadas, Oliver interrompe sua subida dizendo:

- Eleonor.

- Sim? – ela responde.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, estou bem.

Os olhares de todos ainda estão parados nela, ela continua a subir as escadas, Oliver vai atrás dela.

- O que deu em você? – Oliver pergunta.

- Nada, só fui ajudar alguém que queria se matar... Isso é tão ruim assim? A vida dele já é curta o bastante sem isso...

- Claro que é! Ele é doido!

- Isso é o que você acha.

- Não! Isso é o que ele é!

- Desde quando você fala com ele sem fazer essa cara de ódio? Essa que você está fazendo agora.

- Eleonor, ele é perigoso.

- Não, ele não é. E eu quero conversar com você sobre o dia da morte do seu mestre.

- Por quê? O que ele disse pra você?

- Mas pra isso os 8 pares de olhos me encarando lá em baixo tem que parar.

- Certo, vem comigo.

Oliver guia Eleonor pelo corredor, descendo uma escada que ela nem sabia que existia, até uma porta muito pesada e enferrujada, que range ao ser empurrada.

- Muito bem, estou ouvindo.

- Oliver, seja totalmente sincero comigo, está bem?

- Certo.

- Como era o seu relacionamento com o seu irmão antes da morte do seu mestre?

- Normal, eu acho... Quer dizer, a gente não se falava muito por trabalharmos em horários diferentes, mas ele sempre pareceu estar bem com isso.

- Vocês costumavam se falar?

- Não muito, ele nunca estava por perto.

- Quando o seu mestre estava pra morrer, ele chamou vocês dois separadamente para ir vê-lo?

- Chamou, por quê?

- Como era o relacionamento do seu mestre com Dietrich?

- O mestre vivia brigando com Dietrich, nunca soube o motivo.

Eleonor suspira.

- Dietrich me disse, que o seu mestre o odiava. E que no dia em que morreu, sua última ordem foi fazer você odiá-lo a ponto de querê-lo morto.

- Isso não é possível... Ele deve estar brincando com você... e comigo.

- Você tem uma ligação mental com ele, me diga você.

- Agora... Ele está olhando o bilhete que... Você deixou pra ele?

- Como ele se sente?

- Ele ainda está triste... Mas hoje ele se sente melhor... Você o abraçou?

- Alguém tinha que abraçar...

- Legal, eu sou um irmão horrível. Será que da pra chegar logo no seu objetivo?

- Vá falar com ele, se ele estiver mentindo, você vai saber.

Oliver suspira.

- Está bem...

- Ótimo, você vem comigo.

- O que? Agora?

- Já.

- Não posso simplesmente sair.

- Pode sim, você que acha que não.

- Não, eu não POSSO sair daqui assim.

- Se você não for até lá, eu trago ele aqui. E ai você vai ter que dar um jeito de tirar TODO MUNDO daqui.

- Nem preciso me esforçar muito, Katrina e os outros querem viajar na semana que vem.

- Certo, ai nós vamos resolver logo isso.

- Se isso for deixar você mais feliz... – ele suspira.

- Vai.

O celular de Eleonor apita, olhando no visor um número desconhecido lhe mandou uma mensagem... Deve ser Dietrich.

“Por que você quer fazer com que Oliver fale comigo?”

“Espionar a mente dos outros é feio.”

“A recíproca é verdadeira.”

“Estou querendo te ajudar”

“Já disse que você não precisa se preocupar comigo, ontem foi um dia ruim, só isso.”

“Vocês são dois teimosos, sabia disso? Mas querendo vocês ou não, vocês vão conversar.”

“Faça como quiser...”

- (O que da o direito de bancar a reconciliadora? É obvio que nenhum dos dois quer ver o outro...) – Eleonor pensa.