Doll House escrita por Aleksa
- O que ele faz aqui? – Oliver pergunta.
- É minha responsabilidade.
Dietrich permanecia de olhos fechados com força, pingando, ensopado até os ossos.
- Vou pegar uma toalha, antes que ele congele.
- Você só pode ter perdido totalmente o juízo. – Oliver reclama.
- Então me interne. – ela diz.
Dietrich fica em pé, no meio da sala, com os olhos baixos enquanto todos os olhares se dirigem a ele.
Pouco depois Eleonor desce, jogando a toalha nas costas dele.
- Com esse frio a ferida vai acabar estancando. – ela diz, olhando o pulso quase estancado de Dietrich.
- Eleonor, eu não aprovo isso. – Katrina declara, se pronunciando pela primeira vez.
- Então eu vou com ele. – ela diz, pegando o seu guarda-chuva.
- Isso é suicídio! – Oliver diz.
Toda vez que Oliver falava, era como se alguém enfiasse uma agulha em Dietrich.
- Então avise o jornal, eles já têm uma matéria pra amanhã. – ela responde.
Eleonor não fazia ideia de por que ela acreditava tão cegamente no que Dietrich dizia, não era difícil que ele estivesse mentindo, mas alguma coisa a impulsionava a acreditar no que ele dizia.
Os dois saem pela porta da frente.
- Não precisa fazer isso... – Dietrich diz.
- Eu sei. – ela concorda. – Onde você mora?
- Eu moro muito longe...
- Eu vou com você. – ela declara, decidida.
- Por que está fazendo isso? E se eu estiver mentindo?
- Eu acredito em você. Deve ser por que você parece demais com o Oliver.
Chegando a casa de Dietrich, que era muito mais limpa, clara, e arejada do que Eleonor podia supor, ele se senta no canto do sofá, se encolhendo e abraçando os joelhos.
- Não está com sono? – Eleonor pergunta.
- Estou letárgico pela perda de sangue... Mas isso não é sono, eu acho.
- Também tem problemas pra dormir?
Dietrich acena negativamente com a cabeça.
- Pesadelos. – ele explica.
Eleonor senta no outro canto do sofá, aquela tinha sido a semana mais estranha e enlouquecida de sua vida inteira... E ela não se lembrava de parte dela. Aliás, desde que chegou a Doll House, nada mais foi normal de jeito nenhum... Mas ela estava encarando tudo muito bem.
E agora, lá estava ela, sentada na sala branca de um suposto assassino psicopata... Um assassino psicopata que parecia tão sozinho e desamparado.
- Você é muito gentil comigo Eleonor.
- Obrigada.
Ele tenta sorrir, mas parece tão mentiroso, ele ainda estava infeliz.
- Pode ir amanhã... Ou alguém vai vir te procurar. Não quero que eles saibam onde eu moro.
- Eu só vou se você estiver bem.
- Não precisa se preocupar comigo... Eu vou ficar bem...
Ela sorri melancólica.
- Você e Oliver são iguaizinhos.
- Oliver é muito mais forte que eu, e é uma pessoa melhor também... Talvez por isso o mestre gostasse mais dele.
- Não. Vocês são mesmo muito parecidos.
- Se você diz... – ele se encolhe.
- Vá colocar umas roupas secas, depois eu preciso ver esse buraco no seu pulso.
- Certo... – ele diz.
Dietrich entra pelo corredor, indo em direção ao seu quarto, Eleonor fica na sala, aguardando. O que será que acontece nas vidas desses dois que faz ambos infelizes de algum jeito...?
Dietrich chega, com uma roupa parecida com a que estava antes, mas seca.
- Sente no sofá que eu tenho que ver o seu pulso.
Ele atravessa a sala e se senta no sofá, estendendo o pulso ferido a Eleonor.
- Nossa... Está bem melhor...
- Minha cicatrização é mais rápida...
- Por que só a sua?
- Oliver não costumava ficar durante a noite... Era um pouco menos seguro do que é hoje... Eu tenho algumas cicatrizes.
- Ah...
Eleonor senta-se ao lado de Dietrich no sofá.
- Por que ficou calado tanto tempo?
- Senso de dever... Era uma ordem no fim das costas.
- Dietrich... Por que você vai morrer?... Eu sei que é uma pergunta ruim...
- Se Oliver não me matasse, o mestre colocou um prazo de validade a minha vida...
O peito de Eleonor aperta.
- Dietrich?
- Hum?
- Posso te abraçar?
Os olhos de Dietrich se voltaram quase inconformados na direção de Eleonor.
- Abraçar?...
- Isso. Desculpe se ofendi...
- Não me ofende... Pode sim. – ele sorri, ainda com tristeza.
Eleonor envolve os braços ao redor de Dietrich, que agora se sente um pouco mais feliz.
- Eu me sinto tão idiota. – Dietrich fala.
- Por quê?
- Faz cinqüenta e sete anos que ninguém me abraça... Parece um pouco estranho...
- Cinqüenta e sete?
- Foi quando o mestre morreu... E quando Oliver passou a me odiar.
Poucos momentos depois ele está dormindo. Eleonor o deixa dormir daquele jeito, pelo menos ele está com uma roupa seca.
Na manhã seguinte, Eleonor deixa um bilhete sobre a mesa, com o número de seu celular, caso ele precise de alguma coisa, e também dizendo que ele precisa comer alguma coisa.
Saindo e fechando a porta devagar.
- Durma bem... – ela sussurra.
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OI gentes ^^
eu estou com um problema d edição, tá msm complicado, acreditem
e eu sempre leio oa capítulos antes de ler, MAS msm assim essa birosca n funciona como deve
Por isso n queriam me matar, n eh minha culpa T-T