Doll House escrita por Aleksa
Na manhã seguinte, Oliver acorda e vai na direção da sala.
- Por que eu sinto que apanhei de umas sessenta crianças com bastões de hóquei?... – Oliver reclama.
- Vinho com anfetamina. – Gerrard diz. – Foi assustador... Você agarrou a Eleonor...
De repente Oliver parece completamente desperto, como se tivesse levado um balde de água fria.
- Eu o que...?
- Agarrou a Eleonor. – Yuri disse. – Quando a gente chegou vocês estavam aos amassos lá na cozinha.
- Ah não... – Oliver joga o rosto nas mãos.
- Tadinha... Entrou em estado de choque. – Dominik lamentou, mexendo a xícara de chá.
- Então, o que vai fazer agora, ein Oliver? – Gerrard pergunta.
Oliver toma fôlego.
- Eu não faço idéia... – Oliver diz.
- Você está brincando... – Yuri diz, certo de que não fosse sério, afinal, Oliver SEMPRE sabia o que fazer.
- Não. Eu realmente não sei o que fazer...
No quarto, Eleonor gritava com a cara enfiada no travesseiro, sua boca estava dormente e o cheiro do perfume de Oliver grudado em suas roupas... Ela ia queimar aquele pijama...
- Droga! Ele nem é humano! Como eu posso me apaixonar por ele?! Ele nem sequer gosta de mim!
Ela passa um tempo com a cara enfiada no travesseiro
- Mas ele também cheira bem... E beija melhor ainda... E... Droga! Eu já estou pensando coisas erradas...
O dia se passa com Eleonor em seu quarto e Oliver pensando como foi imbecil e antiprofissional por agarrar tão descaradamente uma moradora de Doll House.
Naquela noite, Eleonor já estava praticamente enlouquecendo de ficar em seu quarto, e também sabia que em algum momento teria de encontrar com Oliver, afinal, ambos moravam na mesma casa...
Saindo de seu quarto, ela olha para os dois lados do corredor, sentia-se praticamente uma fugitiva psicótica e maluca... Tudo isso era culpa dos clientes que mandam vinho envenenado... Ela ainda mataria aqueles infelizes!
Saindo do corredor e descendo as escadas, ela se depara com Oliver, olhando fixamente para um livro de capa preta e dourada, ela nesse momento, esperava e queria que ele não olhasse em sua direção, mas ela não tem tanta sorte, aqueles olhos acinzentados encontraram os dela e gelaram...
Um silêncio pesado e desconfortável se instala no ar...
- Oliver... – Eleonor diz, limpando a garganta e forçando um sorriso.
- Não precisa se forçar a sorrir... Eu sei que você está morrendo de vontade de correr desesperadamente escada acima...
- Estou. – ela concorda. – Mas acho que o clima ainda está estranho.
- Isso por que eu estava drogado e não prezava as minhas totais faculdades mentais.
- Jeito difícil de dizer que você estava chapado?
- É.
Eleonor respirou fundo e se sentou, ela estava certa de que aquele era o mesmo Oliver de olhos desinteressados de antes... Não aquela criatura de sorriso sarcástico assustadoramente cruel e de lábios adocicados... Apesar de ambos serem a mesma pessoa.
- Bem, não posso culpá-lo... Afinal, como você poderia saber?
- Se soubesse, eu não teria feito. – ele diz.
- Oliver, já entendi que me beijar foi uma experiência terrível pra você. Não precisa reinterar.
Oliver pareceu surpreso.
- Não foi isso que eu quis dizer... Quer dizer, não que tenha sido ruim... Mas... Você não é... – ele parecia procurar palavras.
- O seu tipo? Bonita? Interessante?
- Não! – ele diz, a cada minuto que se passava mais perdido em como explicar sensatamente a situação.
- Então você me acha bonita?
- Não! Quer dizer... Acho mas... – Oliver repira fundo, quanto mais ele falasse pior seria. – Será que podemos mudar de assunto?
- Oh! Oliver: “o senhor da sensatez infinita” não sabe o que dizer? – Eleonor reclama.
- Estou bastante perdido...
- Certo... Acho que entendo o que quer dizer... – Eleonor lamenta.
Era óbvio que ele não a via da mesma forma que ela o via... Aquela muralha era difícil demais de ser atravessada... Mas ela não ia desistir tão fácil. Ela o queria, e não desistiria sem lutar, humano ou não, Oliver ainda seria dela!
- Acho que vou dormir agora... – Eleonor suspira.
- Certo... – Oliver diz, observando-a se levantar.
- Só saiba uma coisa. – Eleonor diz. – EU gosto de você, e não pretendo simplesmente desistir.
Oliver parecia ter lavado um tapão, o segundo do dia.
- O que?...
- Exatamente o que você ouviu.
- Mas não há do que desistir... Eu nem sequer sou humano.
- Não me importa. Achei que importava, mas não importa.
Eleonor sobe, tão obstinada que até parecia estar marchando a uma batalha. E entrando em seu quarto, ela abandona Oliver, em todo o seu choque e desorientação, na sala, sozinho e perdido.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!