Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 13
Capítulo 14




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Na manhã seguinte, Oliver acorda e vai na direção da sala.

- Por que eu sinto que apanhei de umas sessenta crianças com bastões de hóquei?... – Oliver reclama.

- Vinho com anfetamina. – Gerrard diz. – Foi assustador... Você agarrou a Eleonor...

De repente Oliver parece completamente desperto, como se tivesse levado um balde de água fria.

- Eu o que...?

- Agarrou a Eleonor. – Yuri disse. – Quando a gente chegou vocês estavam aos amassos lá na cozinha.

- Ah não... – Oliver joga o rosto nas mãos.

- Tadinha... Entrou em estado de choque. – Dominik lamentou, mexendo a xícara de chá.

- Então, o que vai fazer agora, ein Oliver? – Gerrard pergunta.

Oliver toma fôlego.

- Eu não faço idéia... – Oliver diz.

- Você está brincando... – Yuri diz, certo de que não fosse sério, afinal, Oliver SEMPRE sabia o que fazer.

- Não. Eu realmente não sei o que fazer...

No quarto, Eleonor gritava com a cara enfiada no travesseiro, sua boca estava dormente e o cheiro do perfume de Oliver grudado em suas roupas... Ela ia queimar aquele pijama...

- Droga! Ele nem é humano! Como eu posso me apaixonar por ele?! Ele nem sequer gosta de mim!

Ela passa um tempo com a cara enfiada no travesseiro

- Mas ele também cheira bem... E beija melhor ainda... E... Droga! Eu já estou pensando coisas erradas...

O dia se passa com Eleonor em seu quarto e Oliver pensando como foi imbecil e antiprofissional por agarrar tão descaradamente uma moradora de Doll House.

Naquela noite, Eleonor já estava praticamente enlouquecendo de ficar em seu quarto, e também sabia que em algum momento teria de encontrar com Oliver, afinal, ambos moravam na mesma casa...

Saindo de seu quarto, ela olha para os dois lados do corredor, sentia-se praticamente uma fugitiva psicótica e maluca... Tudo isso era culpa dos clientes que mandam vinho envenenado... Ela ainda mataria aqueles infelizes!

Saindo do corredor e descendo as escadas, ela se depara com Oliver, olhando fixamente para um livro de capa preta e dourada, ela nesse momento, esperava e queria que ele não olhasse em sua direção, mas ela não tem tanta sorte, aqueles olhos acinzentados encontraram os dela e gelaram...

Um silêncio pesado e desconfortável se instala no ar...

- Oliver... – Eleonor diz, limpando a garganta e forçando um sorriso.

- Não precisa se forçar a sorrir... Eu sei que você está morrendo de vontade de correr desesperadamente escada acima...

- Estou. – ela concorda. – Mas acho que o clima ainda está estranho.

- Isso por que eu estava drogado e não prezava as minhas totais faculdades mentais.

- Jeito difícil de dizer que você estava chapado?

- É.

Eleonor respirou fundo e se sentou, ela estava certa de que aquele era o mesmo Oliver de olhos desinteressados de antes... Não aquela criatura de sorriso sarcástico assustadoramente cruel e de lábios adocicados... Apesar de ambos serem a mesma pessoa.

- Bem, não posso culpá-lo... Afinal, como você poderia saber?

- Se soubesse, eu não teria feito. – ele diz.

- Oliver, já entendi que me beijar foi uma experiência terrível pra você. Não precisa reinterar.

Oliver pareceu surpreso.

- Não foi isso que eu quis dizer... Quer dizer, não que tenha sido ruim... Mas... Você não é... – ele parecia procurar palavras.

- O seu tipo? Bonita? Interessante?

- Não! – ele diz, a cada minuto que se passava mais perdido em como explicar sensatamente a situação.

- Então você me acha bonita?

- Não! Quer dizer... Acho mas... – Oliver repira fundo, quanto mais ele falasse pior seria. – Será que podemos mudar de assunto?

- Oh! Oliver: “o senhor da sensatez infinita” não sabe o que dizer? – Eleonor reclama.

- Estou bastante perdido...

- Certo... Acho que entendo o que quer dizer... – Eleonor lamenta.

Era óbvio que ele não a via da mesma forma que ela o via... Aquela muralha era difícil demais de ser atravessada... Mas ela não ia desistir tão fácil. Ela o queria, e não desistiria sem lutar, humano ou não, Oliver ainda seria dela!

- Acho que vou dormir agora... – Eleonor suspira.

- Certo... – Oliver diz, observando-a se levantar.

- Só saiba uma coisa. – Eleonor diz. – EU gosto de você, e não pretendo simplesmente desistir.

Oliver parecia ter lavado um tapão, o segundo do dia.

- O que?...

- Exatamente o que você ouviu.

- Mas não há do que desistir... Eu nem sequer sou humano.

- Não me importa. Achei que importava, mas não importa.

Eleonor sobe, tão obstinada que até parecia estar marchando a uma batalha. E entrando em seu quarto, ela abandona Oliver, em todo o seu choque e desorientação, na sala, sozinho e perdido.

 


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