Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 14
Capítulo 15




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Na manhã seguinte, Oliver parece assustadoramente aéreo durante o café da manhã... O tapão (metafórico) que ele havia levado ainda não tinha se recuperado.

Todos dentro da casa comentavam a súbita mudança de atitude de Oliver.

- Oliver~! – Yuri chama, pela sexta ou sétima vez.

- Hum?... Ah, Yuri. O que foi?

- Oliver, você está molhando essas flores a trinta e cinco minutos, elas estão literalmente se tornando lacustres.

Oliver olha pra baixo, e vê as plantas ilhadas em uma enorme poça de água.

- Minha nossa! – ele se assusta.

- Foi o que tentei dizer... Mas você parecia TÃO distante...

- Minha mente anda meio distante... – ele diz, pousando o regador sobre o batente da janela.

- Tudo bem entre você e Eleonor?

- Quem me dera que estivesse... Ela decidiu que me ama. – ele diz, cruzando os braços e suspirando frustrado.

- Decidiu? Você fala como se fosse programado.

- Ela fala como se fosse! Sinceramente, eu não estou preparado psicologicamente pra ser objeto de amor de ninguém! Não sou bom nessas coisas... – ele diz, jogando o rosto na mão esquerda.

- E de novo você fala como se fosse uma coisa na qual você precisa ser qualificado a fazer pra que aconteça.

- Você é muito mais próximo disso do que eu! Não estou nem perto de alguém bom pra relacionamentos! Pelo amor de Deus! Nem humano eu sou!

- Oliver, nem eu. E eu não estou no meio de uma síncope...

- Desculpe... – Oliver diz, sentando-se em um dos bancos brancos do jardim. – Mas não sou bom em nada que envolva qualquer tipo de atitude emocional... E de repente eu levo um tapa no meio da cara como esse... Não sei o que fazer.

Yuri se senta ao lado de Oliver com um sorriso discreto no rosto.

- Nem sempre nós sabemos o que fazer.

- No meu caso, eu SEMPRE sei... Isso está me deixando perdido. E eu nem sequer já a olhei desse jeito, não posso simplesmente começar a... Sei lá, começar a ser emocional... - ele diz, como se fosse algo absurdo e impensável.

- Você está falando como se fosse obrigado a amá-la também.

- Não quero deixar ninguém infeliz por minha causa...

- Ah sim, então você será “Oliver: o mártir do sacrifício pessoal em prol da alegria alheia”.

- Yuri... Quando eu fui criado, ainda no começo, meu objetivo era servir e acompanhar os humanos, deixando a felicidade de meus mestres um patamar acima da minha... Como eu posso simplesmente ignorar isso?

- Ela não é sua mestra, e nós não estamos vivendo no passado. Como Doll, você devia saber que tempo é algo meramente ilustrativo quando se trata da nossa existência.

- Eu sei mas...

- Pare com isso. Você não precisa amá-la se não quiser, não é uma imposição, uma ordem, ou um caso de vida ou morte. Aliás, tenho certeza de que Eleonor nunca iria perdoá-lo se você ficasse com ela simplesmente para agradá-la. Ela confundiria a sua servidão com piedade.

Oliver suspira, ele nunca esteve em uma situação parecida antes... E sinceramente, não está gostando muito desta...

- Então o que eu faço?

- Continue fazendo o que sempre fez. – Yuri sorri.

- Falar é fácil... – Oliver diz.

Yuri da um último sorriso, se levanta e adentra as portas da casa. Passando por Eleonor no caminho.

Eleonor caminha até o jardim, sentando-se ao lado de Oliver, olhando para baixo e dizendo:

- Você não me parece bem...

- É... Sinto que estou um pouco perdido...

- Olhe, se é minha culpa, eu sinto muito. Não quero que você se torture por culpa dos meus sentimentos.

- Não! Não é sua culpa... Eu só... Sou um pouco fraco nessa história de sentimentos...

- Não se sinta forçado a corresponder nada do que eu disse.

Ele pensa: “Novamente, falar é fácil...”.

- Não me sinto... – ele mente.

- Que bom. – novamente instala-se um silêncio desconfortável. – Bem... Acho que vou entrar.

Eleonor se levanta e caminha na direção da porta... Novamente ele está sozinho no jardim, ocupando sua mente em: E AGORA?

 


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Notas finais do capítulo

Oliver: o mártir do sacrifício pessoal em prol da alegria alheia XD



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