Doll House escrita por Aleksa
Na manhã seguinte, Oliver parece assustadoramente aéreo durante o café da manhã... O tapão (metafórico) que ele havia levado ainda não tinha se recuperado.
Todos dentro da casa comentavam a súbita mudança de atitude de Oliver.
- Oliver~! – Yuri chama, pela sexta ou sétima vez.
- Hum?... Ah, Yuri. O que foi?
- Oliver, você está molhando essas flores a trinta e cinco minutos, elas estão literalmente se tornando lacustres.
Oliver olha pra baixo, e vê as plantas ilhadas em uma enorme poça de água.
- Minha nossa! – ele se assusta.
- Foi o que tentei dizer... Mas você parecia TÃO distante...
- Minha mente anda meio distante... – ele diz, pousando o regador sobre o batente da janela.
- Tudo bem entre você e Eleonor?
- Quem me dera que estivesse... Ela decidiu que me ama. – ele diz, cruzando os braços e suspirando frustrado.
- Decidiu? Você fala como se fosse programado.
- Ela fala como se fosse! Sinceramente, eu não estou preparado psicologicamente pra ser objeto de amor de ninguém! Não sou bom nessas coisas... – ele diz, jogando o rosto na mão esquerda.
- E de novo você fala como se fosse uma coisa na qual você precisa ser qualificado a fazer pra que aconteça.
- Você é muito mais próximo disso do que eu! Não estou nem perto de alguém bom pra relacionamentos! Pelo amor de Deus! Nem humano eu sou!
- Oliver, nem eu. E eu não estou no meio de uma síncope...
- Desculpe... – Oliver diz, sentando-se em um dos bancos brancos do jardim. – Mas não sou bom em nada que envolva qualquer tipo de atitude emocional... E de repente eu levo um tapa no meio da cara como esse... Não sei o que fazer.
Yuri se senta ao lado de Oliver com um sorriso discreto no rosto.
- Nem sempre nós sabemos o que fazer.
- No meu caso, eu SEMPRE sei... Isso está me deixando perdido. E eu nem sequer já a olhei desse jeito, não posso simplesmente começar a... Sei lá, começar a ser emocional... - ele diz, como se fosse algo absurdo e impensável.
- Você está falando como se fosse obrigado a amá-la também.
- Não quero deixar ninguém infeliz por minha causa...
- Ah sim, então você será “Oliver: o mártir do sacrifício pessoal em prol da alegria alheia”.
- Yuri... Quando eu fui criado, ainda no começo, meu objetivo era servir e acompanhar os humanos, deixando a felicidade de meus mestres um patamar acima da minha... Como eu posso simplesmente ignorar isso?
- Ela não é sua mestra, e nós não estamos vivendo no passado. Como Doll, você devia saber que tempo é algo meramente ilustrativo quando se trata da nossa existência.
- Eu sei mas...
- Pare com isso. Você não precisa amá-la se não quiser, não é uma imposição, uma ordem, ou um caso de vida ou morte. Aliás, tenho certeza de que Eleonor nunca iria perdoá-lo se você ficasse com ela simplesmente para agradá-la. Ela confundiria a sua servidão com piedade.
Oliver suspira, ele nunca esteve em uma situação parecida antes... E sinceramente, não está gostando muito desta...
- Então o que eu faço?
- Continue fazendo o que sempre fez. – Yuri sorri.
- Falar é fácil... – Oliver diz.
Yuri da um último sorriso, se levanta e adentra as portas da casa. Passando por Eleonor no caminho.
Eleonor caminha até o jardim, sentando-se ao lado de Oliver, olhando para baixo e dizendo:
- Você não me parece bem...
- É... Sinto que estou um pouco perdido...
- Olhe, se é minha culpa, eu sinto muito. Não quero que você se torture por culpa dos meus sentimentos.
- Não! Não é sua culpa... Eu só... Sou um pouco fraco nessa história de sentimentos...
- Não se sinta forçado a corresponder nada do que eu disse.
Ele pensa: “Novamente, falar é fácil...”.
- Não me sinto... – ele mente.
- Que bom. – novamente instala-se um silêncio desconfortável. – Bem... Acho que vou entrar.
Eleonor se levanta e caminha na direção da porta... Novamente ele está sozinho no jardim, ocupando sua mente em: E AGORA?
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Oliver: o mártir do sacrifício pessoal em prol da alegria alheia XD