Os dias passavam rapidamente... Ian deixava minha auto-estima lá em cima o que me fazia sentir pena de Rachel ao vê-la furiosa quando eu passava de mãos dadas com Ian e perceber que a guerra entre mim e ela finalmente estava cessando, mas ainda não era o suficiente para me fazer esquecer ‘aquele’ beijo.

“Então, talvez seja verdade que eu não posso viver sem você”.

As escavações estavam chegando ao fim, faltavam apenas a sala de banhos ser escavada pelos homens, pois Jeb deixou claro que o serviço era pesado e “ Trabalho pesado exaure da mulher forças que ela não recebeu em sua constituição feminina”, o que me deixava visivelmente chateada pois para nós almas todos éramos iguais, independente de sexo.

 Passei a dar aulas sobre toda a ciência básica que eu tive conhecimento sobre os humanos e logicamente sobre a minha filosofia de vida, ou melhor, de ‘vidas’, relutei muito para poder ensinar, pois ainda tinha medo de ser mal interpretada pelos meus ‘alunos’, mas como sempre, Jeb me convenceu do contrário. Confesso que as aulas eram maravilhosas, ao mesmo tempo em que passava as informações mais valiosas que eu tinha, eles me retribuíam com coisas tão incríveis sobre a terra, a cultura e os costumes dos humanos que me faziam imaginar em um espaço vago da minha mente coisas tão diferentes e fantasiosas.

“Há muito tempo para descobrir o resto da minha vida”.

E você já me pegou abrangido”.

- Bom, hoje iremos aprender sobre o mundo do Fogo e eu trouxe uma alma muito experiente que poderá nos contar sobre como é esse mundo. Cal?  - Queria apresentar algo diferente para meus alunos, inclusive Jamie.

- Olá pessoal! Bom eu vim do mundo do Fogo como todos sabem, dá pra perceber pelo meu cabelo não é? – Risos abafados -, alguém aqui poderia me dizer como deve ser lá? – Cal piscou pra mim em sinal de cumplicidade.

- Deve ser quente como o inferno! – Disse Enna, a namoradinha de Jamie.

- Sim, é realmente bem quente.- Cal sorriu e continuou. – O Mundo do Fogo não é nem um pouco confortável, por mais que seja cheio de luz, o calor é três vezes mais escaldante que esse deserto, o que já é normal para mim.

- Cal, qual é a temperatura de lá? – Agora foi Jamie que perguntou.

- Não sei ao certo, mas posso lhe afirmar que seja em torno de 190º a 200ºC. Eu ainda não me acostumei muito por aqui, no Mundo do Fogo pessoal, nunca escurece e a lua nunca aparece, ao menos que o Rei Sol queira namorar sua amada! – Todos riram e eu fiquei feliz por Cal descontrair a aula, contando um mito pertencente ao seu mundo, pisquei para Cal, o incentivando a continuar...

- Quem quer ouvir a história levanta a mão? – Era incrível como ele levava jeito com criança.

- Euuuuuuuuuuuuuuuuuu! – Os meninos fizeram uma cara de indiferença, talvez pelo romantismo da história, mas rapidamente se animaram para ouvir.

- Bom, a milhares de anos atrás, o Rei Sol vivia iluminando o mundo do Fogo cheio de solidão e tristeza, pois ninguém era capaz de aproximar-se dele, o calor era mortal. Até que um dia, surgiu uma forte ventania e o calor cessou. Todos estranharam, apesar de estarem se deliciando com aquela brisa suave que a noite trazia, a luz começou a se apagar, dando lugar à escuridão que irradiou um único brilho, o da Mãe Lua. Ela era linda e branca como a neve, quando o Rei Sol soube que ofuscaram sua luz ele se irritou profundamente, pois o Mundo do Fogo era pertencente apenas a ele. Quando a noite passou e deu lugar ao amanhecer o Rei Sol entrou em conflito com a Lua e disse severamente:

- Você não pertence a este mundo, está ofuscando a minha luz!

- Seja mais cavalheiro e de lugar ao luar que é tão belo, ouça o seu povo, eles gostam do meu brilho. A sua luz pode iluminar a todos, mas é sem vida e desconfortável...

 O Rei se sentiu confrontado e um choque de realidade lhe atingiu ele desculpou-se com a Mãe Lua e passou a corteja-la por todas as poucas horas em que podiam se ver, ao amanhecer. Até que um dia, um súdito se apaixonou pela Mãe Lua e o ciumento Rei Sol queimou metade do corpo deste que não resistiu e morreu. A Lua para penitenciar o Sol, proibiu de se encontrarem todo vez que o amanhecer surgisse, ao menos é claro quando ela quer vê-lo, quando sente a dor da saudade ofuscar seu brilho. E assim na maioria das vezes em que há um Eclipse no Mundo do Fogo, os dois se encontram e emanam luz e brilho para todos!

 A aula acabou e todos amaram a história. Cal veio em minha direção e afagou meu rosto:

- Peg, o que achou de minha invenção? – Rimos juntos.

- Sua imaginação é privilegiada Cal, parabéns! – Eu o abracei.

- Me inspirei em alguém. – Havia um tom de malícia na voz de Cal que eu não consegui desvendar, ao mesmo tempo em que ele acariciava meu rosto, Ian apareceu me pregando um susto.

- Meu am... – Ian paralisou e eu estranhei seu comportamento. – Como vai Cal?

“Eu me lembro de como você estava em nosso primeiro dia”.

Você entrou em minha vida

E eu pensei: "hey, sabe, isso pode ser alguma coisa”.

- Bem Ian. Estávamos dando uma aula as crianças sobre o meu mundo.

- Pensei que Peg conhecesse o Mundo do Fogo o suficiente! – Ian estava tão seco e arrogante.

- Eu conheço Ian, mas Cal era de lá então imaginei que ele explicaria melhor.

- Entendo. E então, como foi?

- A foi incrível! Eles são ótimos. Fazem muitas perguntas, são interessados. Bom, acho que já vou. Peg sempre que precisar conte comigo, estarei aqui! Até logo Ian. – Cal saiu da sala e Ian com passos largos veio me envolver pela cintura.

- Posso saber o motivo dessa cara de bravo? – Ian riu, desfazendo-se de uma expressão séria. Era bom vê-lo provar do próprio veneno, foi assim que me senti quando eu o vi com Rachel.

- Eu não..Não gosto de vê-la com o ruivo cabeludo. – Eu comecei a beijar seu pescoço bem devagar...Ian se arrepiou.

“Talvez dois é melhor do que um”.

- Por acaso está com ciúme amor? – Passei as mãos por dentro da camisa dele e arranhei suas costas ao mesmo tempo em que mordia sua orelha.

- Eu..Hã..Eu, Peg!  Vai me enlouquecer. – Sua voz estava rouca e num impulso Ian me levantou fazendo-me sentar sobre a mesa em que eu colocava os livros dos alunos. Nossos beijos eram mais intensos, eu logo perdi o fôlego, Ian mordeu meu lábio inferior, automaticamente gemi o nome dele, o que o fez ficar mais ‘alegre’.

“Você sabe que tudo isso me deixa sem ar”.

- Amor tem que ser aqui! – Ian perdia o controle comigo e eu adorava causar isso nele. No mesmo instante em que Ian me beijava apaixonadamente, alguém adentrou minha sala, por sorte estávamos vestidos, ainda.

- Ah, eu, eu...É que..Que, Jeb quer dar um comu, comuni...Cado! – Era Rachel, ela gaguejava sem parar o que me fez ficar no fundo feliz por faze-la perceber com aquela cena que Ian era só meu! – Automaticamente corei quando ela saiu da sala marchando. Eu e Ian rimos.

“Lembro-me de cada olhar, o seu rosto”.

O seu jeito de revirar os olhos, o jeito, o sabor.

Você torna difícil respirar”.

- Vamos amor! – Eu desci da minha mesa e ajeitei o vestido velho que usava.

- Vai me deixar assim? – Percebi sua excitação, o que me fez rir sem parar.

- Jeb nos chama, deixe aquilo pra mais tarde. – Se bem que eu o queria a qualquer momento do dia ou da noite.

“Porque quando eu fecho os olhos eu vou longe”.

Penso em você e tudo fica bem

Agora finalmente eu estou acreditando”.

- Bom, já que estamos todos aqui, prometo a vocês que serei breve. Finalmente o esforço de todos nós em construir nosso novo lar resultou em um trabalho magnífico, as cavernas estão prontas para serem habitadas. Faremos daqui a dois dias uma festa grandiosa para inaugura-la e quero que todos se divirtam muito, pois esta é uma nova era. À volta de nossa espécie extinta. – Me senti desconfortável. – E logicamente não será esse o motivo principal da festa! – Jeb piscou pra Ian num olhar cúmplice, eu não entendi.

- Voltem aos seus afazeres, enquanto a Ian, Peg, Sunny, Kyle, Jared e Mel, preciso de vocês para uma incursão, trarão tudo o que for necessário para a comemoração, desde comida a roupas e tudo o que acharem conveniente para o uso de todos nós em nossa nova casa! Descansem bem, pois partiram cedo, lembrem-se, quando mais cedo forem, mais cedo voltarão.

 Nos direcionamos ao nosso quarto. Eu ainda não conseguira assimilar todas essas informações. Qual será o tema principal da festa, mais importante que o acabamento da caverna? E porque Jeb e Ian piscaram um para o outro em sinal de cumplicidade? Tudo andava muito estranho ultimamente.

Ian interrompeu meus devaneios com um beijo de tirar o fôlego, tentei buscar ar e consegui quando Ian fechou a porta de nosso quarto e me tomou com vontade em seus braços para mais uma linda e romântica noite de amor.

“Mas eu descobri quando tudo estiver dito e feito...

 ... Dois é melhor do que um”.

Música:

Two Is Better Than One (Taylor Swift e Boys Like Girls).

Meninas o que será que tanto Ian e Jeb escondem hein? Qual será o real motivo da festa? Não queria deixá-las com uma puguinha atras da orelha, mas esse é o meu papel de cópia da Tia Step, kkkkkk.

Bjuuuu!

Comentem, critiquem, opinem, até porque eu não faço a fic sozinha, sem vsês eu nem ao menos escreveria!

xP