As Descobertas de Peg escrita por DrikaaH


Capítulo 12
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Lizzy, seu cap chegou!kkkk. Adorei a idéia da confiança então... Agradecendo imensamente a vocês que me acompanham sempre e a três novas leitoras (espero que continuem lendo): Liblika, Eduarda Pontes e a Feer_Sa... Bora ler pessoal!
;)



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De repente uma luz ofuscante bate em meus olhos. Será alguma alma que viu o acidente na estrada? Será algum policial? Definitivamente era o meu FIM!

 

- I..Ian?

- Sou eu meu amor, me perdoe, por tudo! Você esta toda machucada. – Nossas lágrimas se misturam em um pequeno beijo, cheio de carinho e saudade.

- Eu vou te tirar daqui Peg. – Ele me pegou em seus braços, mas o meu pé ainda se mantinha preso.

- Ai! Ian eu não vou conseguir... – A inconsciência era visível, Ian agora era uma longa forma embaçada e eu só sentia dor, uma dor terrível, o meu pé estava quebrado. - Ian chorava de desespero, o barulho da sirene de polícia ao longe me fez despertar do transe.

- Amor tem que sair daqui, eles estão vindo! Meu Deus se o senhor realmente existe então, por favor, me ajude!

- AH! É inútil Ian vai embora. Vá! – A dor voltava, mais intensa, mas não era física, era aqui dentro do meu peito, a sensação de perda era irreparável e angustiante. – Você..Tem..Q..Que...Ir! – Agora não era mais um choro e sim soluços constantes.

- Eu não posso..Eu atravessei o deserto inteiro, levei dois tiros (o braço e a perna estavam baleados) só por você meu amor... Então (selinho) não me faça (selinho) voltar (selinho) só! – Eu sorri em meio às lágrimas.

- Puxe minha perna Ian, use toda sua força. – A sirene estava cada vez mais próxima.

- Agüenta firme meu amor! – De uma só vez Ian puxou minha perna fazendo com que parte do tecido da minha pele fosse arrancado pelas ferragens, um grito de dor e agonia rompeu minha garganta, a última imagem que percorreu minha mente eram os olhos de neve, safira e meia-noite que me encaravam com sofrimento visivelmente estampados neles.

 

“Às vezes me sinto perdido Inquieto, só e confuso,

Então me junto às estrelas e ao mundo inteiro dou voltas”.

 

  O céu era extremamente alaranjado, deveria estar a pino, pois o calor era inconfundível. Estou novamente em movimento, eu sinto. Os olhos finalmente deixam de enxergar a luz e prestam atenção no tórax suado e incansável que carrega consigo o corpo hospedeiro dos olhos.

 

 

- Como se sente amor?- É ele? O dono do tórax coberto de suor e músculos é o meu Ian.

- Sim. – Nesse momento uma fiscada de dor atinge o meu pé. – Ai!

- Tem certeza? – Ele me dá um sorriso perturbado. Só agora percebo que Ian me carrega no colo no meio do deserto escaldante.

- Ian, me solte. Deixe que eu caminho! O que..Aconteceu?

- Peg você não vai conseguir andar. O seu pé... – Ele me olhou preocupado.

- Oh, Ian! – Meu pé estava inteiro, superficialmente! Ian o envolveu com um pano provavelmente para que a areia do deserto não grudasse no ferimento o que resultaria em inflamações. Meus braços e pernas estão arranhados, as costas doem profundamente, a cabeça gira, estou cheia de hematomas e cortes. Ian esta tão horrível quanto eu, tem o braço e a perna enrolado por pedaços de panos. Ele manca.

- Ian, você também esta muito machucado. E..O..Bu..Buscador? – Lembrei aflita.

- Depois que te tirei daquele carro você perdeu a consciência e pulei no Jipe com você, as almas encontraram o local do acidente, vi quando pararam a viatura, foi sorte. Não sei se ele sobreviveu.

 

“Procurando pela inocência tentando achar meu caminho,

Tentando fazer algum sentido”.

 

 

 Estávamos perto da árvore seca em que fui encontrada por duas vezes em que me deparei com a morte. Ian estava esgotado, mancava. Sentamos embaixo da árvore, apesar dela não encobrir o sol intenso.

 

- Amor bebe. Ainda tem um pouco aqui! – Ele apontou a garrafa pra mim.

- Não Ian, você andou a madrugada e o dia inteiro me carregando, precisa mais que eu. – Devolvi a garrafa mecanicamente.

- Peg, mas.. – Ian não discuta, beba, por favor! – Eu sorri quando ele acabou com o resto de água e bati palmas pra ele.

- Você é incrível! – Ele riu sarcástico. Aproximou-se de mim e sussurrou:

- Não sei o que faria se não tivesse te encontrado. Nunca mais vá embora Peg, por favor, não me deixe de novo! Você prometeu, não se lembra? – Ele pegou meu rosto entre suas mãos.

- Recordo-me Ian. Mas sabe que eu não sou a pessoa ideal pra você!

- Ah, e Rachel é? – Ele ironizou e rolou os olhos.

- Nesse caso, irei lutar por você, agora confio mais em mim. Se não sou a pessoa certa pra você, sei que não seria ela a ideal.

         

“Porque há alguma coisa que você fala pro meu coração”.

 

- Acho que já lutaram demais em seu lugar Peg, confesso que tem vantagem sobre Rachel nas condições em que ela está. – Um ponto de interrogação se formou em meu rosto, pois Ian logo me mostrou um sorriso torto e explicou.

- Mel andou chateada ao saber que foi embora e deu uma surra em Rachel.

- O que? Ah meu Deus, mas isso é loucura! – Confesso que dentro de mim algo gostou de saber da novidade.

- Foi merecido Peg. Rachel me agarrou, eu não tive tempo de explicar pra você o que realmen... – Shiiiii. Ian não se explique... Você veio atrás de mim, está baleado, correu por toda a extensão do deserto e nunca desistiu de mim em nenhum momento, quer prova de amor maior que essa? – Ele sorriu.

- Acho que posso demonstrar melhor. – Ele me beijou delicadamente e roçou a língua em meu lábio inferior, minha boca logo abriu passagem e me entreguei por completo as emoções daquele beijo. Ficamos ofegantes, as batidas de nossos corações eram descompassadas. E em um abraço forte e intenso, sussurramos um ao outro no mesmo momento “EU TE AMO”.

 

 

“Fala pra minha alma”.

 

 Já era noite quando chegamos de volta ao nosso lar. Fomos direto para o corredor que dava acesso à sala de Doc. Por mais que as outras necessidades de higiene e alimentação fossem importantes a dor transpassa os limites da fome e da sede. Estava tudo tão quieto, tão vazio. Deviam estar escavando, ou na sala de jogos.

 

“Todo mundo está buscando esse lugar,

Procurando pelo paraíso”.

 

- Doc? – Ele se virou bruscamente derrubando uma bandeja de bisturis, tesouras, injeções em que ele mexia na tentativa de limpa-las e esteriliza-las.

- Ah meu Deus! Peg! Ian! Não acredito. – Ele nos abraçou e logo mais os outros chegaram. Jeb, Mel, Jared e Jamie foram os últimos, mas os mais importantes. Soluçando em meio às lágrimas eu, Mel e Jamie nos abraçamos. Minha família estava novamente completa.

 

“A esse coração ferido

A música dá sentido

Nós damos com a voz suas asas

Nós damos a seus pés o caminho”.

 

- Perdoe-me, eu os amo muito, se resolvi ir embora, foi porque realmente eu não suportava mais.

- Nós te entendemos Peg, mas prometa nunca mais nos fazer passar por isso. – Jamie beijou minha mão.

- Eu prometo! Prometo! – Sorri e chorei imensamente feliz.

- Mas que lindo! – Olhei para o canto da sala e vi Rachel com hematomas pelos braços e sem o dente superior. Ela começou a aplaudir e rir sarcástica. – Peg você tem muito valor para todos eles, devia ter um pouquinho mais de compaixão, não pode sumir sem mais nem menos! Opa! Esqueci que você é só uma alma.

- Acho que você não se contentou em ter perdido só um dente não é? – Mel a encarou.

- Meninas não briguem. – Jeb veio apaziguar a confusão.

- Você devia manda-la embora! – Mel estava nervosa.

- Minha casa, minhas regras! – Jeb piscou cúmplice pra mim, sabe que eu odeio brigas.

- Doc pode cuidar de Ian?

- Acho que dos dois não? – Doc fez uma careta de preocupação pra mim.

- Concerteza! – Jamie, Mel e Ian disseram juntos, todos riram e foram embora.

 Doc cuidou de mim primeiro, depois de muita insistência de Ian.

 

“Tentando achar o melhor caminho

Então nós podemos sarar”.

 

Rachel sussurrou perto de mim (ela estava na ala hospitalar, com uma bolsa de gelo no olho, na verdade desde que chegamos):

- Se pensa que desisti de Ian está redondamente enganada! Isso só me faz ter mais força de vontade para tê-lo comigo!

- Você pode até tê-lo, mas os pensamentos de Ian estarão sempre em mim e os meus sempre nele! Você pode ter o corpo, mas a alma dele me pertence.

- Eu lutarei por ele até o fim!

- Idem! – Ian gemeu de dor e fui até ele. Doc estava retirando a bala de seus braços que sangrava muito.

- Vai ficar tudo bem meu amor! – Eu sussurrei em seu ouvido e o beijei.

- Se eu tiver uma enfermeira tão boa assim, vou me curar rapidinho! – Ele riu malicioso.

 

 Rachel me fuzilou com os olhos. Eu sorri cinicamente. Nesse momento percebo que os traços que ainda me denominavam interiormente como “ALMA”, se dispersou em meio aos meus pensamentos violentos sobre Rachel. Se for guerra o que quer é guerra que ela terá! A confiança dos laços de amor que me unem a Ian, me tornará mais forte!

 

“Procurando pelo paraíso”...


 Porquê o nosso amor é pra sempre!

 

Música:

Looking for Paradise ( Alejandro Sanz e Alicia Keys)


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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações?
Obrigada queriiidas! Esse cap foi totalmente de momento, ia escrever pouquinho e olhem só!kkkk, mas acho que ficou bom! Eu sei que vão me matar pela foto dos esqueletinhos, mas eu achei tão lindo! Pra sempre.kkkk.
Bju