Hatara olha assustada para Tammy, ela não poderia estar falando sério. Mais do que ninguém, mais do que qualquer outra pessoa do mundo, ela conhece o Rei Vegeta, sabe que ele não tem coração e nem piedade de ninguém. Ela deve saber também que o Rei Vegeta será capaz de matá-la sem pensar duas vezes antes que ela tente qualquer coisa.

Ela diz:

― Tammy, querida. Isso é loucura! Você não pode fazer uma coisa dessas!

Tammy diz:

― Por que?

― Já parou para pensar que se o Rei Vegeta imaginar o que você está tramando, ele vai te matar em um piscar de olhos?

― E você acha mesmo que a esta altura dos acontecimentos eu me importo com alguma coisa?

― Deveria, Tammy.

― Mas eu não me importo com mais nada... Não me importo em morrer.

― Mas deveria se importar, querida. Você está de cabeça quente e confusa. E, estas duas coisas não são boas conselheiras.

― Hatara, a questão não é essa.

― Então qual é a questão?

― A questão é que eu quero fazer a coisa certa. E a única coisa certa que eu posso fazer neste momento é salvar a irmã do Trunks.

― E por que você não diz ao pai dele onde está a menina? Isto é briga de peixe grande, Tammy. Deixe que eles se entendam!

― Não, Hatara! Se eu contar onde está a nave, é capaz de eles não acreditarem em mim, de pensarem que eu os estarei conduzindo a uma armadilha. E eu não os culpo por isso.

― Mesmo assim, Tammy. Você não pode arriscar a sua vida desse jeito! Você acha mesmo que a irmã do Trunks não está sendo vigiada? Você acha mesmo que conseguirá sozinha entrar naquela nave, salvar a menina e sair sem ser percebida?

Após ouvir as palavras de Hatara, Tammy para por um momento. De fato, não havia pensado neste pequeno detalhe.

Realmente, as chances de ela conseguir entrar na nave espacial do Rei Vegeta, resgatar a Bra e sair sem ser percebida são praticamente nulas.

Mas, mesmo assim, ela precisa tentar. Qualquer coisa para mostrar ao Trunks que ela não é este monstro que ele a acusa de ser. Qualquer coisa para mostrar a ele que, mesmo que ela tenha feito tudo o que fez, está arrependida de tê-lo feito. Se soubesse que o resultado seria este, teria se negado desde o início e tido uma morte rápida e letal nas mãos do cruel Rei Vegeta.

― Eu sei que tenho grandes chances de morrer, Hatara, mas, mesmo assim, eu preciso tentar. É a coisa certa a se fazer.

― Tammy, tem certeza de que arriscar a sua vida por uma loucura que tem 99,9% de chances de dar errado é a coisa certa a se fazer? Pense, querida, isso é uma coisa muito louca de se fazer. Deixe esse resgate por conta do pai do Trunks e dos amigos dele. Pelo pouco que eu pude perceber, eles são fortes. Podem ser tão fortes quanto o Rei Vegeta e os homens dele.

― Não, eu vou! E, não se preocupe, Hatara, não vou te pedir para vir comigo. Não sou louca a este ponto.

E, dizendo estas palavras, Tammy se prepara para sair.

Ela diz:

― Se eu morrer, eu espero sinceramente que você seja feliz, Hatara.

Hatara olha para Tammy e vê a moça sorrindo ao se despedir dela. Imediatamente, seus olhos se enchem de lágrimas ao ver sua irmã de coração ir sorrindo ao encontro da morte.

*****

Longe dali, na casa do Mestre Kame, Vegeta e Goku acabam de recuperar o radar do dragão.

Vegeta diz:

― Agora que o radar do dragão está em nossas mãos, podemos começar a busca pelas esferas do dragão.

Goku diz:

― Sim. Vou nos tele transportar para onde estão Gohan e os outros para traçarmos nosso plano de estratégia.

― Kakarotto, não precisamos de um plano de estratégia. Vamos logo reunir as esferas do dragão para descobrir onde está à maldita adaga saiyajin.

― Não, Vegeta. Você está nervoso e pensando errado.

― Kakarotto, seu inútil! Como você tem a cara de pau de dizer que eu estou nervoso e não estou pensando direito?

― Mas não é a verdade? – pergunta Goku com um ar inocente.

― É claro que não!!! Eu posso estar um pouco nervoso, mas, este pequeno detalhe não interfere em nada minha capacidade de raciocínio.

― Não mesmo? Então você já parou para pensar que é inútil todo o grupo ir atrás das esferas do dragão? Nós podemos nos dividir, Vegeta, e enquanto um grupo procura pelas esferas do dragão, o outro pode tentar investigar onde é o esconderijo do Rei Vegeta, para que possamos invadir e resgatar a Bra.

Vegeta olha furioso para Goku, realmente não havia pensando que o imbecil está certo.

― Mas que droga, Kakarotto, acho que dessa vez você está certo.

― Ótimo. Agora vou nos tele transportar para onde estão Gohan e os outros.

Vegeta coloca uma de suas mãos no ombro de Goku, enquanto o saiyajin mais forte de todo o universo coloca seus dedos indicador e médio em sua testa, ao mesmo tempo em que se concentra para sentir o ki de Gohan. No segundo seguinte os dois desaparecem.

*****

Gohan e os outros ainda estão parados, tentando decidir por onde querem começar. Tentam, inutilmente sentir o ki do inimigo, porém todo o esforço parece inútil.

― Como já devem ter notado. – diz Picollo – O nosso inimigo sabe ocultar o ki, o que significa que estamos praticamente na estaca zero.

Neste momento, chegam tele transportados Goku e Vegeta. Vegeta, como sempre, totalmente furioso.

― Vocês ainda estão parados neste lugar??? – esbraveja o príncipe dos saiyajins – Por que não estão fazendo algo de útil e procurando por nosso inimigo???

― Porque o inimigo sabe como ocultar o ki. – responde Picollo, sem se deixar intimidar pelo príncipe dos saiyajins.

― E isso lá é motivo para vocês ficarem parados? – continua Vegeta, furioso.

― E o que você faria em nosso lugar? – pergunta Picollo, começando a perder a paciência com o príncipe dos saiyajins.

― Calma aí vocês dois. – diz Goku, tentando acalmar os ânimos – Eu já disse que se não mantivermos à calma não conseguiremos chegar a lugar nenhum.

Neste momento, Goten escuta seu telefone celular vibrar em seu bolso, e estranha, quem poderia ser? Ele olha o visor e percebe que o número é desconhecido, mas mesmo assim resolve atender.

― Alô!

― Goten, você precisa me ajudar. – diz Hatara, desesperada do outro lado da linha.

― Eu o que? – diz Goten, confuso – Será que você pode me explicar o que está acontecendo?

― A Tammy resolveu ir sozinha até a nave do Rei Vegeta tentar resgatar a irmã do Trunks. – diz Hatara, com desespero em sua voz – Aquele homem vai matá-la!

― O que?!

*****

Andando sozinha e sem um pingo de medo ou arrependimento em seu olhar, Tammy observa atentamente a paisagem daquele lugar. As montanhas cercadas por vegetações cercam aquele campo aberto, onde apenas a grama preenche todo o lugar, até onde os olhos podem ver.

Ninguém imaginaria que uma grande nave espacial estaria em um lugar assim, tão óbvio. Mas estava, e Tammy já consegue enxergar a nave do rei dos saiyajins, e seu coração suspira aliado, ao saber que o rei dos saiyajins não mudou de esconderijo.

Porém, seu alivio dura muito pouco, pois na frente da nave espacial, está o Rei Vegeta, sorrindo para ela de forma má e cruel.

― Ora, ora, ora. – diz o rei dos saiyajins, com uma bola de ki em suas mãos – Então quer dizer que você resolveu voltar, não é, terráquea? Espero que não tenha nenhuma idiota em mente, ou terei que lhe dar o castigo que há tempos está merecendo.