Voltando no Tempo escrita por Anpa, Katie


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não me odeiem.
Sério. Eu tive um bloqueio imeeeeeeeeeeeeenso, e depois eu tive uns problemas com meu pc e uns pessoais, e quase pensei em desistir da fic, mas não o fiz devido aos muitos comentários que recebemos. Obrigada a todos e a cada um de vocês que leram a fic, e entendo se muitos desistirem de nos acompanhar aqui.
Escrever de uma forma - no mínimo - razoável não é fácil, e não adianta tentar forçar se não houver ideias em cima das quais a estória possa se desenvolver ou se não encontrarmos uma forma de colocarmos as ideias em palavras. Desculpem.
Só peço que deem uma última chance, e que não se incomodem tanto com a demora. O próximo capítulo é da Paula (talvez tenha um 'dedo' meu), então não posso prometer uma data para postagem.
Aos leitores novos, sejam bem vindos. Aos antigos, espero que retornem. Não temos respondido aos reviews, mas lemos cada um deles, ok? É só que há três segundos era outubro... Então eu cometi o erro de piscar e agora me vejo atolada em coisas que eu jamais imaginaria que tomariam meu tempo, de forma que acabei abandonando um pouco o mundo fictício.
Agora chega de seriedade e deixa eu ser felix:
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOIIIIIIIIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, PESSOAAAAAAAAAAAAAAAAAAS!
TUDO BOM COM VOCÊEEEEEEEES??*-* KKKKKKKKKKKKK
Sério, que saudaaaaaaaaade disso aqui DDDD:
O capítulo tá curtinho, e é todinho meu :D
Sei lá quanto tempo atrás eu pedi pra vocês adivinharem que parte era minha e que parte de um capítulo era da Paula, e devo dizer que TODO MUNDO errou! DD:
Ao que me parecem, vocês associaram as partes de 'ação' à Paula e as mais romantiquinhas a mim.... Posso perguntar por que???kkkkkkk É só que eu escrevo quase todas as batalhas daqui, então fiquei curiosa...
kkkkk
Enfim.... OOOOOOOOOOOOOBRIGADA A TOOODOS que comentaram, oks? E os que não comentaram também. Temos 275 reviews!!! E quatro recomendações!!!!!!!!!!!! :OO Geente, morri agr *-*
Eu nunca pensei que alguma coisa que me envolve teria tanto feedback, e eu realmente agradeço do fundo do meu pâncreas a todos que já passaram por aqui, ok?:)
THAAAAAAAAAAAAAAANKS, POTTERHEADS, e boooooooooooooooooa leitura!!! ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥
Aaaaaaah, e desculpem pelos erros ortográficos, etc. :$
Aaaaaaah², e uma enquete rápida. Vocês vão notar que eu passei a usar os nomes em inglês. Eu particularmente prefiro assim, mas eu não sei vocês. Então, eu gostaria que vocês me respondessem: querem que continuemos com os nomes originais ou os preferem em português?
Espero que gostem!
Beeeeeeijinhooooooooooooos *-*
Katie!♥



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No capítulo Anterior…


Harry se despiu e murmurou um rápido ‘Reparo’ apontando a varinha para suas vestes, que logo tiveram seus rasgos concertados, e, com um feitiço — ‘Limpar’ —, os trajes assumiram uma limpeza que deixara de ter no momento em que o rapaz se embrenhara na luta.

Com um suspiro, Harry Potter se preparou para as inúmeras perguntas que sabia que receberia, e saiu da cabine, andando até encontrar o grupo de seus pais e amigos.

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Capítulo 13

Na cabine, Harry acabava de contar uma desculpa qualquer para explicar o seu desaparecimento periódico, enquanto os Marotos, Lene e Lily o ouviam atentamente. Alguns minutos antes de o moreno chegar, Alice se despedira dos amigos e, não agüentando mais a distância, pegou seus pertences e foi procurar Frank na cabine que este dividia com alguns amigos.


— Então... O Professor Dumbledore pediu que você o ajudasse a encontrar um chaveiro? — perguntou Lily em um tom cético, claramente duvidando da desculpa que Harry dera a eles.


— É. — confirmou o garoto, lutando para esconder o riso e manter uma expressão indiferente.


— E por que ele não usou um feitiço de convocação? — questionou Remus com um sorriso maroto, desacreditando, assim como todos os outros, que Harry teria sido chamado à sala do Diretor para ajudar o dito-cujo a encontrar um simples chaveiro.


Harry simplesmente deu de ombros e virou seus olhos para a janela, onde a paisagem passava rapidamente à medida que o trem avançava.


— Quem foi a garota? — James encarou o ‘primo’ com um sorriso idêntico ao de Remus.


— Que garota? — rebateu Harry, confuso com as palavras de seu pai.


— Não finja que não sabe, Pronglet! A garota com quem você estava, ora! — exaltou-se Sirius. — Dumbledore não te chamaria no escritório dele apenas para encontrar um maldito chaveiro. Ele é louco, sim, e meio desequilibrado, mas ele poderia facilmente encontrar qualquer coisa que ele quisesse, então não me venha com essa desculpa, e diga logo que garota foi o ‘alvo’ da sósia do Jay-Jay aqui!


— É, — concordou James, mas logo sua expressão se fechou, e ele se virou para o amigo — isso aí... Hey! Jay-Jay, Padfoot? Sério mesmo?


Harry apenas riu e, com uma expressão angelical, perguntou:


— Mas por que vocês acham que tem alguma garota envolvida?


— Porque você é um Maroto, oras! — respondeu Remus, falando como quem declara o óbvio.


— E você é parecido demais com esses dois para não ter alguma garota envolvida na sua ausência. — completou Marlene, indicando os outros dois morenos com um meneio de sua cabeça.


Harry se preparou para retrucar, mas antes que pronunciasse algum som, a porta da cabine se abriu, e uma primeiranista loira com vestes da Sonserina adentrou o recinto com a face muito corada.


— D-Desculpem. — ela gaguejou, estendendo uma mão, que segurava um pedaço de pergaminho. — Pediram que eu viesse aqui entregar esta carta a Sirius Black.


Sirius apanhou o envelope com um ‘obrigado’, e a garota saiu correndo, fechando a porta atrás de si. Os olhos de todos se viraram para o moreno Black enquanto ele abria o pergaminho e se deparava com uma caligrafia muito conhecida.


Sirius,

Mamãe me mandou uma carta. O Lord irá até nossa casa na véspera de Natal, e será quando eu receberei a Marca.

Eu pensei sobre o que você me disse, e eu aceito. Espero que a Tia Dorea não se importe, mas... Eu não quero me juntar aos Comensais da Morte. Por favor, Sirius, não deixe que isso aconteça; ajude-me a fugir.

Um dia antes de o Lord me Marcar, mamãe e papai irão a uma convenção do Ministério, e Kreacher passará a noite na casa do tio Cygnus e da tia Druella para o jantar de noivado da Narcissa com o Lucius.

Cissa não quer que eu me torne um dos seguidores do Lord, então eu contei sobre a fuga. Ela não ficou feliz, mas concordou em ajudar como puder. Kreacher indo para a casa do tio Cygnus foi ideia dela. Nós dois fingiremos uma briga, e isso me dará uma desculpa para não ir ao jantar.

Não posso mais escrever muito. Meus amigos saíram da cabine, e já devem estar voltando. Vou procurar alguém para lhe entregar a carta.

Até Breve, meu irmão.

Regulus.”


Sirius encarou as palavras do irmão com um sorriso que indicava um misto de choque e alegria.


— Hey, Padfoot! O que foi? — quando não recebeu uma resposta, James tomou a carta das mãos do amigo e a leu em voz alta.


— O quê? — exclamou Lily. — Isso é loucura! Vocês vão mesmo tirar o garoto da casa dos pais do Sirius?


— Ele concordou com isso, Lils. — explicou Harry. — E pense... Se seus pais te obrigassem a se aliar ao Voldie, você não iria querer fugir?


A ruiva encarou o garoto seriamente, e meneou a cabeça em afirmação. Peter {N/Katie: Alguém se lembra que ele existe? Eu, certamente, quase esqueci... Coitado! D:}, que se encontrava encolhido num canto da cabine, empalideceu à menção dos Comensais da Morte.


Mal os Marotos sabiam, mas certo grupo de ex-sonserinos o haviam abordado em sua visita a Hogwarts um tempo antes, e lhe convocado para servir ao Lord. Rabicho pensara sobre os Marotos, seus amigos e companheiros de quarto desde que ingressara no Hogwarts Express em seu primeiro ano, e se viu prestes a recusar, quando Lucius murmurara ácidas palavras sobre como Peter jamais pertenceria totalmente ao grupo, sobre como os Marotos abusavam dele, com todas as exigências e brincadeiras cruéis. Independente disso, Rabicho se manteve firme em sua recusa... Até que a vida de seus pais foi ameaçada. Lucius e Bellatrix, irritados com a relutância do Grifinório, prometeram que se este recusasse prestar sua lealdade ao Lord, os Comensais da Morte iriam atrás do casal Pettigrew, e o ‘encontro’ não seria... Prazeroso... Aos pais de Peter. Então, derrotado e com imenso pesar e culpa, Rabicho concordou em se unir ao lado do Lord das Trevas e trair os anos de amizade com os Marotos.


De volta ao trem, Peter Pettigrew se levantou e saiu sorrateiramente da cabine, mal sendo notado pelos Marotos e pelas garotas... Bem, com exceção de certo viajante do tempo. Apesar de ter notado a saída de Rabicho, Harry ignorou o outro garoto e voltou a focar sua atenção na conversa que se desenrolava entre os demais.


— Como vocês irão tirar o Regulus de lá? — perguntou Marlene. — Certamente, mesmo com a casa vazia, Órion Black sempre teve seus truques, e tia* Walburga jamais deixaria a própria casa desprotegida, principalmente com o precioso Regulus sozinho.


{* N/Katie: Gente, eu não lembro se isso já foi comentado aqui, mas nesta fic, a Lene é uma puro-sangue, prima de segundo grau do Sirius, ok? Pensem nela como uma suposta neta da Cassiopeia, apesar de não haver nada na Árvore Genealógica da família Black que diga que ela se casou, mas, de qualquer forma, eu quero a Lene sendo prima do Six e do Jay, então imaginem que a Cassiopeia se casou com algum Black — talvez, quem sabe, Lycoris Black (tio-avô do Sirius por parte de pai) — e teve uma filha. Aí Lycoris pode ter morrido, ou sei lá, e a filha dela se casou com um McKinnon, que nesta fic é um puro-sangue, mas mais como os Potter, ok? E lembrando: a Cassiopeia é irmã da Dorea, que é tia-avó do Sirius por parte de mãe.}


— Certamente. — disse Sirius pensativo. — Meus “queridos” pais não deixariam meu irmão desprotegido, mas ele deve ter alguma forma de fugir. Deve haver alguma forma.


— Eu não sei, mas acho melhor não falarmos sobre isso aqui. — disse Remus.


— Mas, por... — começou James, animado com a conversa, querendo discutir as possíveis ideias de fugas com os amigos.


— Remus está certo. — cortou Lily. — Este é um tópico um tanto... Delicado, e eu acho que todos concordam que ninguém mais precisa saber dos planos que iremos fazer. Quando tivermos algo concreto, nós podemos mandar uma carta ao Regulus. Até lá, é melhor discutirmos isso apenas quando chegarmos à sua casa, James, e não houver perigo em sermos ouvidos.


James a olhou por um momento, apreciando tanto a beleza quanto a inteligência que tanto o cativaram desde que podia se lembrar, e em seguida acenou, acomodando seu corpo no encosto do banco com os olhos fechados e puxando a ruiva pela cintura.


— Que seja, Lils. Me acorde quando chegarmos, tá? — ele disse com um sorrisinho maroto, apertando seus braços ao redor do corpo esguio da garota, que apenas suspirou e deitou sua cabeça no ombro do moreno.


Os demais ocupantes da cabine sorriram para a cena, e cada um voltou a seus afazeres. Sirius dobrou a carta de seu irmão e colocou-a em seu bolso, se virando em seguida e pegando um tabuleiro de xadrez bruxo em uma mochila. Marlene sorriu para o moreno Black e se juntou a ele numa partida do jogo. Remus apanhou um livro qualquer e se recostou no banco para ler, enquanto Harry observava a todos com um sorriso alegre brincando com seus lábios.


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O resto da viagem se passou sem grandes acontecimentos, e logo o trem começou a perder velocidade à medida que se aproximava da Plataforma. Remus, o único do grupo a se manter alerta durante a viagem, acordou os amigos para que estes trocassem suas vestes.


As garotas saíram da cabine, e logo voltaram usando vestimentas trouxas, assim como os garotos.


— Hey! — exclamou Sirius quando todos pegavam suas bagagens após a parada do trem. — Alguém viu o Rabicho?


O grupo se entreolhou, enfim notando a ausência dos pertences do mais baixo dos Marotos, mas dando de ombros em seguida, assumindo que o garoto saíra da cabine mais cedo para encontrar seus pais, de forma que os Pettigrew pudessem engatar logo em sua viajem.


Harry, contudo, sentia sua desconfiança aumentar rapidamente com os atos do Maroto, mas preferiu, por enquanto, ignorá-los, e se focar em suas missões fora da escola. Além de participar das batalhas com a Ordem, Harry já saíra algumas vezes em busca das Horcruxes.


O moreno sabia que sua presença neste tempo alteraria o rumo do futuro, e por isso resolveu agir de forma clandestina, não confiando suas informações a ninguém. Desde o início de sua busca, Harry já conseguira tomar posse do Medalhão de Slytherin — se utilizando da ajuda de um dos elfos da escola para que ele pudesse beber a poção e sair de lá a salvo, seguindo os passos que Kreacher lhe relatara durante sua estadia em Largo Grimmauld com Rony e Hermione — e do anel de Marvolo Gaunt.


“Duas eu encontrei”, pensou ele. “Eu só preciso da Espada de Gryffindor, e então eu poderei destruí-las e procurar as outras”.


Mas os pensamentos do garoto foram interrompidos quando a figura de Charlus Potter se fez presente na Plataforma. Lily e Lene acenaram ao longe para Alice, e seguiram os quatro garotos muito sorridentes até o patriarca dos Potter.


— Tio Charlie! — exclamou Sirius em sua melhor imitação de uma criança, correndo até Charlus e jogando todo o peso de seu corpo nele, de forma a desequilibrar ambos.


— Sirius! — riu-se Charlus, retomando sua postura. — É bom te ver também, pirralho.


— Hey! — reclamou Sirius. — Pirralho?


Charlus apenas sorriu e ignorou o rapaz, abraçando o filho e Harry em seguida.


— Olá, garotos! Mal dá pra acreditar que as férias de Natal já chegaram. Dorea está eufórica com a presença de vocês. Como vai, Remus? — o garoto retribuiu o cumprimento, e Charlus se virou para as garotas, envolvendo Marlene num abraço caloroso. — Lene, quanto tempo! É bom te ver, garota!


A morena riu e abraçou o homem de volta.


— É bom te ver, também, Tio Charlus. — ela se virou para a ruiva. — E esta é...


— Lily Evans, estou certo? — sorriu o Potter mais velho, apertando a mão da garota. — É um prazer enfim conhecê-la. Sou Charlus Potter; James fala muito sobre você desde a primeira vez que ele te viu no trem, no primeiro ano de vocês; Dorea sempre reclamou para mim que as cartas dele falavam mais sobre você do que sobre ele mesmo.


A ruiva corou ao comentário, e Charlus riu.


— Não se preocupe, Lily. James é um tanto obcecado quando o assunto é você, mas...


— Pai! — interrompeu James com as bochechas rosadas — Já chega, ok? Vamos embora!


O sorriso de Charlus aumentou e, com uma piscadela a Harry, ele anunciou:


— Ok, então, vamos. Eu e sua mãe preparamos uma surpresa para vocês.


Os olhos de Sirius se acenderam em curiosidade.


— Que tipo de surpresa? — questionou Harry com um sorriso maroto.


— Só... Digamos que teremos uma ‘hóspede’ em casa por alguns dias. — respondeu Charlus com o mesmo sorriso do futuro neto.


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— Uma criança? — exclamou James, boquiaberto. — Como assim? De onde ela veio?


Os seis adolescentes se encontravam na sala de estar da Mansão Potter, com Dorea e Charlus presentes; Anne (N/Katie: Lembram-se dela? O Charlus e o Harry a encontraram na batalha, e o Charlus levou ela pra casa dele...) tomara lugar no colo de Harry, escondendo seu rosto na curva do pescoço do moreno de olhos esmeralda.


— Anne perdeu a família dela quando o povoado em que eles viviam foi atacado por comensais. Dorea e eu concordamos em mantê-la aqui até que o Ministério decida o que fazer.


Um silêncio recaiu sobre o grupo enquanto James processava a situação.


— Ok, então. Acredito que não faça muita diferença. — ele suspirou. E depois encarou os cabelos castanhos da garota. — Mas... Você já a conhecia, Harry?


Harry deu um meio-sorriso em direção ao pai, e negou com a cabeça.


— Não nos conhecíamos, Prongs, mas eu não posso fazer nada se sou tão irresistível que nem mesmo uma garota de quatro anos consiga ficar longe de mim. — o moreno piscou de forma marota, arrancando risos dos rapazes e homem ali presentes, e fazendo as garotas e Dorea revirarem os olhos.


Lily se aproximou de Anne lentamente, acariciando-lhe os cabelos de forma terna e carinhosa, fazendo a garota levantar os olhos violeta para a ruiva, que lhe deu um sorriso maternal, transmitindo conforto.


— Olá, Anne! — disse a ruiva com um tom de voz calmo, sem tirar um sorriso simpático de seu rosto. — Meu nome é Lily Evans. É um prazer conhecê-la.


Anne olhou para Lily com olhos confusos, virou-se para encarar James e, parecendo ainda mais confusa, retornou seu olhar a Lily.


— Por que ele não gosta de mim? — seus olhinhos se encheram de lágrimas, e Lily a encarou piedosamente.


— Não diga isso, querida — murmurou Remus suavemente, se aproximando de Harry, Anne e Lily. — Ele só está... Surpreso com a sua presença; é só isso.


— E quem é você? — perguntou Anne ao Lupin.


— Sou Remus Lupin, amigo da Lily e do Harry. — ele sorriu e apontou aos outros três adolescentes. — E aquela garota ali é a Marlene McKinnon, mas a chame de Lene, ok? O garoto que parece o Harry é o James, e o de cabelos compridos é o Sirius. Nós somos todos amigos, e vamos passar um tempo aqui com você, ok? — ele sorriu.


Anne encarou Lene e James, e o último sorriu tentativamente para ela, enquanto a garota McKinnon acenava amigavelmente. Anne lançou um sorriso radiante aos dois e, por fim, olhou para Sirius, inclinando sua cabeça levemente para o lado, como que o julgando. Após alguns segundos, ela aumentou seu sorriso e estendeu seus braços para o moreno Black.


— Cachorrinho! — ela exclamou, fazendo todos rirem abertamente.


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Os dias se passaram rapidamente, com várias brincadeiras dos adolescentes, que, se possível, se viram mais ainda próximos uns dos outros com as férias. Lily mostrava aos amigos vários aspectos do mundo trouxa, levando os amigos e a ‘nova Potter’ para assistirem um filme — “Tubarão” —, que fora lançado havia não muito tempo no cinema de um vilarejo não-bruxo. Sirius, James, Anne e Marlene se viram fascinados pelas imagens, e a pequena criança — assim como Sirius — se assustara tanto com o filme que o grupo acabou saindo antes do término do longa-metragem, rumando em direção a uma sorveteria, onde James e Remus puderam tirar sarro de Sirius por tamanho medo de algo ficcional. Tudo corria bem.

O Natal, contudo, se aproximava, e em todas as noites os Marotos (com Harry incluso) e as garotas se reuniam ao casal Potter após Anne — que logo se tornara a ‘mascote’ e uma espécie de irmã mais nova do grupo — ter ido para a cama para discutirem e armarem um plano para o resgate de Regulus, até que, por fim, o dia anterior à véspera de Natal chegou, e trouxe consigo toda a ansiedade e expectativa de sucesso ou falha de tal plano.


No dia anterior, Sirius mandara um curto bilhete a Regulus, com os simples dizeres: “Se prepare, seja prático. Carregue apenas uma mochila, e nada mais. Chegaremos às 23h30 de amanhã”, recebendo como resposta um breve “Estarei pronto” na caligrafia de seu irmão.


Então, naquela noite anterior às comemorações pré-natalinas, Dorea Potter colocou Anne em sua cama às vinte e uma horas, e encostou a porta do quarto, murmurando alguns feitiços protetores e saindo logo dali, descendo as escadas rapidamente logo em seguida.


Quando a bela mulher de cabelos negros e com os olhos de um azul marinho profundo característicos da família Black* irrompeu pelas portas duplas da sala de estar da Mansão Potter, Lily, James, Marlene, Sirius, Remus e Harry se encontravam em um semicírculo; todos silenciosos e com semblantes sérios que não condiziam com suas respectivas idades e personalidades.


Enquanto isso, Charlus repassava seu plano com alguns aurores amigos deles, estes que se viam sob um feitiço um tanto complicado, sendo impedidos de mencionar os fatos seguintes àquela reunião para quem quer que fosse. Dorea se juntou aos adolescentes e apenas observou enquanto o marido fazia suas explicações, estipulando que quando seu sobrinho-neto fosse resgatado, fagulhas vermelhas deveriam ser atiradas para cima, e todos deveriam aparatar para um lugar qualquer antes de retornarem à Mansão.


{* N/Katie: Eu não lembro se eu ou a Paula já descrevemos a Dorea aqui, mas, pra todos os efeitos, essa é do jeito que eu coloquei aí, oks? Ah, e um simples detalhe: ela, como uma Black, era da Sonserina, tá? Então não estranhem quando houver menção da Casa das Cobras}.


Já passava das dez e meia quando todos, por fim, se viram com o plano memorizado, e Dorea se juntou a Elladrix, a elfa doméstica que ajudava — sendo paga para isso — na casa, para servir um lanche leve, de forma que todos estivessem mais dispostos para o que eles fariam dali a pouco.


Quando, por fim os ponteiros do relógio indicaram 23h, o grupo, tenso, se dirigiu aos pesados portões de ferro da mansão, e seus integrantes se dividiram como fora previamente combinado. O que eles não viram ao saírem da sala foi um pequeno pedaço de pergaminho, com uma caligrafia elegante de um adolescente da alta sociedade bruxa em plenos 16 anos, se materializar onde, segundos antes, Sirius Black estava parado, contendo apenas quatro palavras: “Não venha. Estão observando”.

Já fora da Mansão, com uma última olhada para esta, Dorea juntou um de seus braços ao de Lene, que ainda era menor de idade, e, segurando a varinha de forma firme em sua mão, aparatou. Então, o caos se instaurou.


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Harry sabia que algo estava errado. O garoto podia sentir que alguma coisa estava... Estranha na atmosfera. Algo em meio a toda a expectativa gerada pelo resgate a Regulus. Alguma coisa não se encaixa, mas o garoto Potter do futuro não conseguia discernir o que era. Então, sem dizer nada, Harry aparatou ao lado de Lily para a casa do Largo Grimmauld que se tornara tão conhecida a partir de seu quinto ano escolar.


Contudo, assim que seus pés tocaram o chão, o moreno dos olhos verdes sentiu seu estômago revirar, e a sensação que tivera antes de saírem da casa de seus avós aumentou. Harry teve apenas algumas frações de segundos para se recuperar da confusão que lhe tomou, quando, em sua visão periférica, algo se moveu, e um raio de luz verde veio em sua direção; o garoto Potter reagiu instintivamente: puxou Lily, que ainda estava ao seu lado, para trás de si e, tão rapidamente quanto aprendera em anos de batalhas, sacou a varinha, já pronunciando o feitiço:


– Expelliarmus! – sua voz ecoou pelos arredores, e vermelho e verde colidiram em um jogo de luzes que, para quem não sabia mais, poderia ser considerado espetacular.


Então, de um súbito, os aurores e adolescentes se viram cercados por vultos negros, e a batalha começou.


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Sirius ouviu a voz de Harry e sacou sua varinha de imediato. Já esperava por isso; nada escapava dos olhos atentos de sua mãe, e, como o garoto Black sabia, seu precioso irmão Regulus jamais seria deixado desprotegido.


O moreno suspirou pesadamente e se aproximou de Lene, que era a pessoa mais desprotegida dali, sem tirar os olhos das sombras. Foi de repente que ele viu vários vultos negros se materializarem à sua frente, fazendo um sorrisinho maroto se desprender em seus lábios. Era hora de lutar por seu irmão. Era hora de agir, deixar seus medos para trás, e encarar aqueles que se unissem ao lado das Trevas... Sirius pensou em Regulus, e soube que estava pronto para o que viesse.



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Regulus sentiu a adrenalina provida pelo medo se misturar ao seu sistema. Era tudo sua culpa. Ele deveria saber que sua mãe não permitiria que ele ficasse sozinho. Estava tudo... Fácil demais. Então, quando uma horda de Comensais se postou a frente de sua casa, Regulus correu ao andar de cima, adentrou seu quarto rapidamente e se pôs a procurar um pedaço de pergaminho qualquer, pena e um tinteiro. O caçula dos Black escreveu rapidamente quatro palavras que, com um pouco de sorte, impediriam seu irmão de resgatá-lo.


O moreno apanhou sua varinha e executou um feitiço que aprendera alguns anos antes, e assistiu enquanto o pergaminho em sua mão sumia para, se o encantamento estivesse correto, se materializar onde quer que Sirius estivesse. Agora, tudo o que tinha que fazer era esperar. Deitou-se na cama e cerrou os olhos, mergulhando no silêncio obscuro daquela casa tão antiga.


Alguns minutos depois, o desespero do caçula apenas aumentou quando ouviu indicações de lutas vindas de sua janela; ao espiar pela mesma, pôde ver jatos de luzes coloridas partidas daquilo que, a olhos desavisados, seriam apenas sombras. Mas Regulus sabia melhor.


— Droga. — apertando os olhos, amaldiçoou em nada mais que um sussurro. — Merlin, que sejam os comensais brigando entre si.


Não eram. Quando ficou clara a disputa entre os comensais e a guarda que Sirius e seus amigos provavelmente haviam trazido como uma precaução um tanto profícua, Regulus apanhou seus pertences e sua varinha; em momento algum ele se preocupou com o Feitiço Rastreador do Ministério, sabendo que o fato de que a luta que ocorria a alguns metros dali mascararia qualquer magia proferida por ele.


Respirando fundo, Regulus desceu as escadas apressadamente e, com um último relance a casa onde crescera, abriu a porta e se misturou ao jogo de luzes que ocorria no campo de batalha, desviando de feitiços e se ocultando ao máximo da vista dos comensais; após alguns segundos naquela cacofonia de feixes de luz e gritos vindos de todos os lados, Régulo notou, com surpresa, a presença de Lucius e Bellatrix ali. É, definitivamente o jantar de Cissa fora deixado de lado. Se apressando ainda mais, Regulus continuou a se embrenhar por entre aqueles que batalhavam.


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Ali perto, Harry podia ver Sirius, Remus e James lado a lado com Marlene e Lily, lutando com tudo o que tinham.


Com um suspiro pesado, o Potter de olhos verdes se embrenhou na batalha com mais ferocidade. Cada minuto que se passava parecia equivaler a anos. Sua mente trabalhava incessantemente com os feitiços mais eficientes que conseguia encontrar para manter-se à frente de seus oponentes; jamais proferindo quaisquer palavras que denunciassem seus próximos passos, Harry forçou-se a por em prática toda a Oclumência que conseguia realizar, impedindo mesmo os mais talentosos seguidores do Lord de conseguirem prever seus movimentos.


O garoto, imerso em batalha, mal notou quando uma pessoa foi lançada em sua direção e caiu desacordada à sua frente. Reconhecendo a pessoa de imediato, Harry sorriu e se inclinou discretamente, pegando a varinha e um fio de cabelo do Comensal. Olhando em volta para ver se ninguém o notava, ele aparatou, deixando para trás o corpo desacordado de Lucius Malfoy.


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Cada um dos adolescentes se entregou à luta. Lily lançava feitiços atrás de feitiços, seus olhos atentos a qualquer ameaça que aparecesse. A ruiva atingia qualquer Comensal que entrava em seu caminho, alguns perdendo seus capuzes, mostrando rostos de pessoas que constantemente tinham suas fotos no Profeta Diário, outras simplesmente sem donos; todas desconhecidas, exceto...


Expelliarmus! — Lily gritou para mais um vulto que se fazia ver no breu daquela noite, acertando o feitiço habilmente, fazendo o Comensal da Morte em questão ser derrubado pela força do feitiço, perdendo o capuz com o ato.


A princípio, Lily não prestou muita atenção ao rosto do encapuzado, mas, quando se virava para partir para outro oponente, sua mente fez um rápido reconhecimento da pessoa que fora atingida. Imediatamente, seu corpo congelou.


— Severus? — sua voz saiu fraca, incrédula, com um leve tom de desapontamento se fazendo ouvir aos mais atentos.


James, que estava a pouca distância dali, virou-se e viu Lily parada, encarando um corpo caído. Sua mente se retraiu em fúria voltada para o jovem quase desacordado. Contudo, logo ele voltou à ação e se aproximou de Lily, envolvendo sua cintura com um braço protetor e reconfortante.


A garota, ainda em choque, recostou sua cabeça ao peito do moreno brevemente, antes de lançar um último olhar de desapontamento e desprezo a Snape e voltar à luta sem mais palavras e com mais ferocidade do que antes. James fez o mesmo, deixando o outro moreno caído no chão, quase inconsciente, sentindo com imenso pesar certos olhos verdes queimarem seu interior com uma intensidade excruciante.


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Um olhar feroz se fazia ver nos olhos de Sirius Black. Sua determinação em resgatar Regulus movendo-o em direção àqueles que se punham em sua frente. “Estupefaça!”; “Bombarda!”; “Reducto!”; “Riddikulus!”; “Encarcerous!”. Sua mente rodava com os mais variados feitiços que ele conseguia lembrar, disparando-os seguidamente na direção daqueles que o impediam de ter seu irmão de volta.


Sirius mantinha sua concentração dividida entre as batalhas que travava — estas muito breves, acabando com o moreno tirando ainda outro oponente da luta —, sua preocupação com seu irmão, e Marlene McKinnon, que se encontrava a alguns metros dali, disparando feitiços corajosamente, não se deixando perder o foco, independentemente de quantas vezes fosse atingida.


O moreno se viu encarando a garota com deslumbre, permitindo-se abaixar a guarda momentaneamente. Foi o que bastou.


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Regulus desviava das pessoas focadas em suas batalhas, passando por muitas delas lesionadas — em sua maioria os Comensais —, e, pelo que lhe parecia, ainda não houvera mortes.


O sextanista procurava avidamente por qualquer sinal do irmão, até que ele o viu: Sirius estava parado, encarando abobalhado uma Marlene McKinnon lutando bravamente. Aparentemente, um dos comensais — que, pela estatura, Regulus reconheceu como Yaxley, um rapaz desprezível — notou a ausência de ação do filho mais velho de Walburga e Órion Black, e aproveitou para pronunciar rapidamente a maldição:


Avada Kedavra! — a voz do comensal soou baixa sob os sons da luta intensa.


— NÃO! — gritou Regulus, desespero consumindo sua voz enquanto suas pernas corriam ao máximo para alcançar Sirius antes que fosse tarde demais...


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— NÃO! — foi tudo o que Sirius ouviu antes de ser tirado de seu transe por um corpo se chocando contra o seu de forma a ambos serem arremessados ao chão, perdendo por centímetros um feixe de luz verde.


— Mas o que...? — balbuciou Sirius, confuso, só então notando que quem se atirara contra ele era... — Regulus! — um sorriso se espalhou pela face do irmão mais velho, enquanto este envolvia o outro moreno num abraço apertado, ambos ainda caídos ao chão. — Até que enfim!


Regulus sorriu para o irmão como não fazia desde muitos anos antes de Sirius ir parar na Grifinória e a tensão dentro do número doze do Largo Grimmauld se intensificar, retribuindo o abraço fervorosamente. Enfim poderiam ser Regulus e Sirius novamente. Apenas dois irmãos.


Sem perder tempo, Sirius levantou-se e puxou Regulus para onde Marlene estava, livrando-se de um ou outro comensal que tinha a audácia de cruzar seu caminho.


— Lene! — Sirius chamou com um sorriso largo, indicando seu irmão com a cabeça. — Regulus está aqui! Vamos logo acabar com isso antes que as pessoas comecem a morrer.


Marlene sorriu de volta em direção ao moreno e cumprimentou Regulus com um sorriso terno e um aceno de cabeça, enquanto Sirius apontava sua varinha para o alto e conjurava as fagulhas vermelhas previamente estipuladas por Charlus (acrescentando o barulho do estouro de fogos de artifício para obter a atenção daqueles que lutavam) e em seguida segurava os braços de Regulus e Lene, já aparatando para longe daquele rinque de duelos mágicos.


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Remus estava absorto em seu duelo, rindo ao praticar — num comensal qualquer —alguns dos feitiços usados pelos marotos em Hogwarts contra os Sonserinos, observando enquanto seu oponente tinha sua pele alterada para uma cor indefinida, seus braços e pernas transfigurados em tentáculos escamosos, e ainda sob o efeito do feitiço Tarantallegra*; o Grifinório sentia-se feliz. Estava ali, lutando ao lado aqueles que importavam para ele, sem se importar com os perigos que o cercava, apenas se divertindo como se estivesse nos corredores do Castelo que acabara por virar a casa daqueles que ali estudaram.


O lobisomem permaneceu azarando quem quer que fosse o desafortunado à sua frente, relembrando de todos os anos como um Maroto, sentindo a magia revigorante fluir por seu corpo até que o barulho de fogos de artifício foi ouvido, e fagulhas vermelhas foram vistas no breu daquela noite.


{* N/Katie: Para quem não lembra: Tarantallegra = O alvo desse feitiço começa a dançar descontroladamente, sem conseguir parar}.


Com uma última olhada para seu oponente, Remus olhou em volta e ouviu diversos estalos enquanto aqueles que iam contra o Lord das Trevas aparatavam para longe dali. Encontrando o olhar de James e Lílian, o setimanista deu uma piscadela para o maroto e desaparatou.


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Algumas horas depois, a sala de reuniões da Mansão Potter estava, mais uma vez, cheia com pessoas, desta vez com sorrisos enormes estampados em seus rostos apesar dos ferimentos e anomalias que cobriam agora seus corpos. A noite fora um sucesso, e muitos dos combatentes ali se viram deleitados por terem conseguido a chance de azarar alguns ‘estúpidos acéfalos’ seguidores do Lord das Trevas.


Apesar de não terem obtido mortes em seu lado da luta, alguns dos aurores ali se viam com ferimentos graves resultantes das batalhas intensas — mas rápidas — travadas em frente ao número doze do Largo Grimmauld. Dorea, sendo uma renomada curandeira do St. Mungo’s, corria de um lado para o outro com Lily (que tivera, junto a Marlene, algumas sessões de ensinamento sobre curas e doenças mágicas com Madame Pomfrey no ano anterior) em seu encalço, ajudando o maior número de pessoas possível.


Em um dos cantos da sala, Sirius e Regulus estavam sentados muito próximos, ambos com sorrisos idênticos de euforia, enquanto conversavam animadamente com os outros adolescentes. Apesar de agir como um Sonserino típico em Hogwarts, blasfemando Grifinórios na primeira oportunidade, Regulus estava se provando ser muito semelhante ao irmão, parecendo, pela primeira vez em tempos, feliz ao se deparar livre do terror que sondava sua vida na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black.


Marlene estava ao lado de Regulus, cuidando dos ferimentos do garoto com quem passara anos de sua infância, enquanto este apenas olhava para o irmão com a admiração de uma criança encarando seu herói. James conversava animadamente com Remus, relembrando das azarações que o último lançara nos Comensais, periodicamente lançando olhares de adoração a Dorea e Lily. O que nenhum deles notou foi a ausência de Harry e Charlus.


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Longe dali, Charlus Potter, junto a Alastor Moody e Kingsley Shacklebolt, se encontrava no gabinete do Diretor Albus Dumbledore, discutindo os acontecimentos daquela noite, enquanto Minerva McGonagall os assistia recostada à parede.


— Conseguimos capturar treze deles, Albus. — dizia Shacklebolt, a sombra de um sorriso vitorioso quebrando o aspecto sério de sua face. — Era um grupo maior do que pensávamos.


— E o garoto Black? — questionou o diretor com uma expressão cansada.


— Em minha casa, com Sirius. Dorea e Lily Evans estão cuidando dos feridos. — respondeu Charlus prontamente.


— E os nossos números? — tornou a perguntar o diretor.


Charlus e Kingsley se entreolharam e Moody encarou o diretor com sua severidade cotidiana.


— Nos falta apenas um dentre os que foram ao ataque. — respondeu Olho-Tonto.


— E quem seria? — perguntou Dumbledore, se endireitando em sua cadeira, uma tristeza não-característica do velho diretor.


O gabinete caiu em silêncio por alguns momentos antes de Alastor anunciar com um suspiro sombrio:


— Harry Potter.


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No silêncio da noite, um homem andava a passos rápidos pelo Beco Diagonal, uma capa negra cobrindo seu rosto. Devido ao horário tardio, poucos eram os atendimentos abertos; dentre estes, os principais eram o Caldeirão Furado e o Banco de Gringotes. Alguns barulhos de conversas, xingamentos e risadas se faziam ouvir, estes vindos da Travessa do Tranco, mas o homem passou reto por ela. Seu objetivo era o Banco.


O misterioso encapuzado subiu as escadas de mármore e passou pelo duende em guarda após o último receber um breve relance da face do visitante. O homem sorriu e seguiu pelo longo corredor até o balcão onde se um duende observava o maior rubi que o misterioso já vira.


O duende olhou para cima ao notar a presença do encapuzado.


— Eu gostaria de visitar o meu cofre. — disse o homem.


O duende arqueou as sobrancelhas e disse, numa voz áspera:


— E qual é o seu nome, senhor...?


O homem sorriu e abaixou o capuz.


— Malfoy. Lucius Malfoy.


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Harry aparatou de volta ao Largo Grimmauld, ainda sob o efeito da Poção Polissuco que roubara da sala do professor Slughorn, sentindo o peso do Diário de Tom Riddle no bolso do seu casaco. Pela primeira vez, invadira o Gringotes sozinho, sob disfarce, e fora mais bem sucedido do que quando o fizera com Rony e Hermione, tendo conseguido entrar no cofre dos Malfoy sem quaisquer problemas, e deixando uma réplica do objeto no lugar do original.


Agora, o garoto retornara à cena de batalha — que se encontrava de forma muito mais pacífica, sem as luzes da batalha a iluminando — para devolver a varinha a seu dono.


Em questão de poucos minutos, o garoto achou o local onde deixara o corpo inerte de Lucius, e o encontrou ainda ali. O moreno (com os cabelos agora compridos e loiros, sob efeito da poção) via, ao longe, alguns Comensais sondando poucos corpos que ainda se encontravam jogados na grama ensanguentada. Harry depositou a varinha ao lado do corpo do dono e levantou-se rapidamente, um sorriso vitorioso estampado em seu rosto.


“Com esta são três de sete.” Ele pensou, sorrindo com confiança. Agora restavam apenas o diadema, a taça, Nagini e o próprio Voldemort, visto que, naquela época, Harry ainda não era uma das Horcruxes, e a profecia ainda não fora feita. Com o sorriso ainda maior, Harry desaparatou.


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— HARRY!


A primeira coisa que o moreno viu ao abrir a porta do salão da Mansão Potter foi a cabeleira ruiva de sua mãe se chocar contra ele, os braços da garota o envolvendo com força, num abraço de tirar o fôlego que o lembrou claramente da Sra. Weasley. Harry sorriu e abraçou a mãe de volta.


— Onde esteve? Eu estava tão preocupada! Nós achamos que você tivesse sido levado por aqueles, aqueles... — a ruiva retomou, se preparando para um discurso repreensivo, ainda sem se desfazer do abraço.


Harry riu abertamente, se soltando do aperto de Lily, vendo os demais adolescentes — incluindo Regulus — se aproximarem.


— Relaxe, mamãe. — ele disse num tom brincalhão ao revirar os olhos, sorrindo divertidamente para a ironia... Se ao menos eles soubessem... — Eu estou bem. Eu só... Quis dar uma volta depois daquilo. Só isso.


— Bem, tente avisar da próxima vez. — James disse num tom repreensivo, com uma nota de alívio ao ver o ‘primo’ à sua frente — Nós achamos que os Comensais tivessem te levado, e Lily já estava entrando em desespero, achando que você estivesse morto.


Harry riu para a preocupação do futuro casal — este que agora, Harry notou, tinham suas mãos entrelaçadas num aperto subconsciente —, mas logo seu fôlego foi cortado por um abraço de Dorea, tão apertado quanto o de Lily.


— Harry Potter! — a bela mulher esbravejou ao soltá-lo. — Como ousa desaparecer desse jeito, sem avisar ninguém?


Harry sorriu para a avó que nunca tivera a chance de conhecer, e olhou para ela e para Remus, Sirius, James, Lily, Marlene e mesmo Regulus, sentindo uma felicidade imensa por estar ali, mas um pouco de tristeza ao pensar em Rony, Hermione e Ginny (Ah! Ginny! Como sentia falta dela...), e ao saber que logo tudo estaria acabado e que ele teria que voltar a seu tempo...


— Hey! Relaxem, ok? — o garoto sorriu. — Eu sei que vocês me amam, mas vocês não precisam se preocupar toda vez que eu sumir. Eu só quis passear um pouco. Espairecer. Eu estou bem. Mesmo.


As garotas olharam para ele desconfiadas, mas deixaram o assunto de lado. Eles haviam conseguido. Regulus estava a salvo, Sirius estava radiante, e o Natal se aproximava.



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