The Hearts Light escrita por Tay_DS


Capítulo 11
XI – Fuga




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87442/chapter/11

Capítulo 11 – Fuga

- O que vamos fazer? – perguntou Lilian, tentando não deixar o medo escapar pela voz, apesar de ter sido em vão.

- Venham por aqui. Rápido! – disse o Sr. Castor, abrindo uma pequena passagem em um canto escondido que dava para um túnel subterrâneo.

Os irmãos Pevensie desceram primeiro por uma corda que levava à passagem, seguidos por Lilian e Zack. A Sra. Castor tomou a dianteira do grupo, que esperava o Castor fechar bem a porta. O casal tomou a frente do grupo, com o Sr. Castor como guia.

- Eu e o Texugo cavamos isso. Vai dar perto da casa dele. – comentou o Castor.

- Você me disse que saia na casa da sua mãe! – disse a mulher.

- Bem...

Antes que o marido pudesse dizer algo, um baque surdo se ouviu. Lúcia havia caído no chão. Susana, que estava atrás, foi auxiliar a irmã, enquanto percebia a aproximação de Pedro. Zack e Lilian pararam, em parte para tomar ar.

Porém, um ruído distante fez o sangue de Lilian gelar. Parecia vir de algum lugar atrás deles.

- Eles estão no túnel... – sussurrou a moça.

- Vamos, não temos tempo a perder! – disse o Sr. Castor.

- Rápido! – completou a Sra. Castor.

Lúcia se levantou num salto e o grupo continuou a correr. O túnel parecia ser interminável. Os irmãos, Zack e Lilian tinham certa dificuldade pelo teto ser baixo e várias raízes no topo.

- Rápido! – reforçou Pedro, tentando não parecer assustado.

Não precisava de aviso, pois os ruídos aumentavam o que dava para perceber que a polícia secreta estava se aproximando rapidamente deles. Não iria demorar muito para que eles alcançassem o grupo.

- Devia ter trazido um mapa! – disse a Sra. Castor, quando eles pareciam estar perdidos.

- Não teve espaço perto da geleia! – falou o Castor. – Mas não se preocupem. Venham. – continuou ele, abrindo o que parecia ser uma passagem para fora do túnel.

O Sr. Castor foi na frente, e abriu a passagem de tamanho para que o grupo pudesse passar sem muita dificuldade.

A Sra. Castor foi a primeira a sair, e se juntou ao marido para dar suporte. Susana saiu primeiro e deu suporte a Lúcia. Lilian foi logo atrás da irmã caçula dos Pevensie. Zack não tardou a sair. E por último, Pedro emergiu para fora.

Os dois rapazes e o Sr. Castor arrastaram alguns barris e entulhos próximos para selar a passagem. Ganhariam algum tempo para fugir antes que a polícia secreta chegasse.

Lúcia deu um passo para trás e acabou por tropeçar em algumas pedras. Contudo, quando analisou melhor no que tropeçara, ela viu que não eram pedras. Eram estátuas.

Os irmãos trocaram olhares. Lilian analisou o grupo de estátuas onde Lúcia caíra, enquanto Zack apenas olhava para a situação. A face do Sr. Castor mudou completamente. Antes era de um medo com uma mistura de alívio, e agora ela passava a ser abalada e raiva. Ele se aproximou de uma das estátuas, na qual lembrava muito ao Castor.

- Texugo... – disse ele, com a voz sumindo.

- Sinto muito querido. – disse a esposa tentando consolá-lo.

- Ele era o meu melhor amigo. – comentou o Castor.

O grupo deu uma olhada em volta e havia mais estátuas ali de animais diferentes. Tudo parecia uma pequena coleção de animais empalhados feitos de cimento e pedra num jardim coberto de neve.

- O que aconteceu com eles? – perguntou Zack, tocando em uma das estátuas.

- Isso é o que acontece com quem desafia a Feiticeira. – disse uma voz masculina.

Lilian e Zack invocaram as suas keyblades num gesto automático, preparando-se para uma possível hostilidade. O dono da voz era de uma raposa de pelagem alaranjada. Ao ver Oblivion e Oathkeeper, ele recuou um passo, mas não demorou em que seguisse andando.

- Mais um passo, e faço pedacinho de você, seu traidor! – disse Sr. Castor, tentando avançar contra a raposa, mas sendo impedida pela esposa.

- Não tema, eu sou um dos mocinhos. – disse a raposa calmamente.

- Para mim você me parece um dos maus. – revidou o Sr. Castor.

- Uma infeliz semelhança familiar. – continuou ele, revirando os olhos.

Lilian e Zack abaixaram a guarda ao perceber que a raposa não faria mal. As duas keyblades sumiram.

O grupo não dera conta da noção do tempo. Ouviram latidos aos longes. A polícia secreta aparentemente havia chegado à passagem pela qual eles saíram.

- Qual é o seu plano? – perguntou Pedro apressadamente.

A raposa sorriu e acenou para que os seguisse.

Foram até a uma árvore próxima e mandou que as crianças e os castores subissem e permanecessem em seus galhos até a raposa se livrar da polícia secreta.

Não havia tempo para questionar. Lilian subiu primeiro com a ajuda de Zack e logo tratou de ajudar Lúcia a acompanhar a moça. Susana teve a ajuda de Pedro para chegar a um dos galhos. Os rapazes e os Castores foram por último, acomodando-se no galho. Lilian e Zack ficaram num galho localizado a direita, enquanto os irmãos ficaram a esquerda.

A raposa se virou bem a tempo de a polícia secreta acabar com a barricada improvisada. Não demorou muito e os lobos logo cercaram a raposa, que se encolhia tentando recuar, porém em vão.

- Ora, senhores. Meus queridos primos. – começou a raposa. – O que os trazem aqui? Perderam algo?

- Não se faça de gentil. – disse um dos lobos, que parecia ser o superior da polícia secreta. – Sei de sua falsa lealdade. – continuou. – Estamos procurando por humanos.

- Humanos? Em Nárnia? – falou a raposa, fingindo um tom surpreso pelo que o lobo dissera.

Um dos lobos do grupo avançara por atrás.

Nesse momento, Lúcia teria entregado a posição do grupo com um pequeno grito, na qual foi impedido a tempo por Pedro.

- Não me venha com enrolação. – disse o lobo ríspido. – Essa informação é muito valiosa, não acha? Sua recompensa será viver!

A raposa parou por alguns instantes para pensar no que faria. Precisava dar tempo aos irmãos Pevensie e teria que dizer algo convincente para que o soltassem.

- Onde eles estão? – perguntou o lobo ficando furioso, fazendo a raposa sair de seus pensamentos.

Ele não teria tempo, precisava dizer algo. Soltou um longo suspiro e por fim, rendeu-se.

- Norte! – disse. – Eles foram para o Norte.

Não sabia dizer se o lobo estava satisfeito, mas devia dar algum tempo para o grupo chegar à Mesa de Pedra.

- Fareje-os! – ordenou o líder.

O lobo que segurava a raposa o jogou de lado e a polícia secreta começava a se distanciar.

As crianças ficaram na árvore ainda, olhando para a situação que acabara de ocorrer. Demorou um tempo para que todos descessem sem que os lobos pudessem aparecer novamente.

Lúcia foi a primeira a reagir. Correu para a raposa em seu auxílio, seguido pela Sra. Castor e Susana. O Sr. Castor pedira alguns galhos para que pudessem fazer uma fogueira. Não levou mais do que alguns minutos para que os rapazes trouxessem galhos.

- Fire! – Lilian fez a sua keyblade aparecer e disse o feitiço, na qual viu uma pequena rajada de fogo saíra e começava a incendia os galhos.

Todos se acomodaram ao redor das chamas para se aquecerem, enquanto a Sra. Castor tomava conta da raposa.

- Eles estavam ajudando Tumnus, mas a Feiticeira chegou primeiro. – a raposa começou a relatar, porém, fora interrompido por um próprio gemido de dor.

- Você está bem? – perguntou Lúcia.

- Gostaria de dizer que cão que ladra não morde... Ow!

- Pare de se mexer. – disse a Sra. Castor. – É pior do que o Castor em dia de banho.

- O pior dia do ano... – resmungou o Castor.

- Agradeço a gentileza, - começou a raposa. – mas ficarei bem. O tempo irá curar as feridas.

- Você já está de partida? – perguntou Lúcia.

- Sim, minha rainha. Foi um prazer, mas o tempo corre e preciso reunir mais tropas a mando de Aslam.

- Você viu Aslam? – perguntou o Castor.

- Como ele é? – interveio a Sra. Castor.

- Ele é como tudo que já ouvimos. Creio que entre nós, eu não fui o único a vê-lo. – disse a raposa, virando o seu olhar em direção a Lilian. – Jovem Lilian, Aslam agradece que tenha vindo em nosso auxílio.

Lilian sentiu seu rosto ruborizar levemente. Ela tentou dizer algo, mas a raposa riu e balançou a cabeça.

- Não diga nada a mim. Diga a Aslam. – falou ele. – Todos nós ficaremos felizes por tê-los ao nosso lado.

- Mas não pretendemos lutar com nenhuma feiticeira. – disse Susana.

- Vocês têm que ir! A profecia! – lembrou a raposa. – Rei Pedro...!

- Não podemos ir sem vocês. – disse o Castor.

- Nós só queremos o nosso irmão de volta. – falou Pedro.

- Não vamos mais discutir isso hoje, está bem? – interviu Lilian, olhando para todos. – Devemos dormir. Foi muita coisa para uma única noite. Amanhã cedo nós partiremos para essa tal Mesa de Pedra.

- Mas... – Susana tentou argumentar.

- É o único jeito de trazer o Edmundo de volta. – interrompeu Lilian.

Susana não disse nada, apenas ficou em silêncio fitando o fogo. Pedro parecia pensativo no que deveria fazer, enquanto Lúcia apenas observava os irmãos mais velhos.

- O tempo corre. Preciso ir. Espero vê-los na Mesa de Pedra, majestades. – disse a raposa, fazendo uma breve reverência e sumindo no escuro.

E tudo voltou a ficar em silêncio novamente. Zack e Lilian se ofereceram para ficar de guarda enquanto as crianças e os Castores dormiam. Lúcia tentou protestar, mas nada conseguiu.

Alguns minutos a mais, todos estavam dormindo, enquanto Zack e Lilian decidiam turnos para a guarda, onde a moça ficaria acordada para fazer a primeira vigília.

Zack não parecia querer dormir. Algo o incomodava. Talvez seja tudo o que aconteceu, ou melhor, o que aconteceu a Lilian durante a sua ausência. Não era possível negar que a garota melhorara muito entre o tempo que ficou em Ivalice.

Ele se levantou e encarou Lilian, que parecia estar quase adormecendo de costas para ele. Aproximou-se e se sentou ao lado dela, o que a fez despertar.

- Você devia ir dormir. – sugeriu o rapaz.

- Não. Ainda não acabou o meu turno. – disse Lilian, soltando um bocejo. – E porque você não está dormindo?

- Sem sono, eu acho...

Então voltou o silêncio. O fogo crepitava e as fagulhas eram levadas pelo vento, que estava gelado naquela noite.

- Lil, o que aconteceu? – perguntou Zack de repente.

- O que? – a amiga disse sem entender, encarando o rapaz.

- Você mudou. Parece estar mais forte. – ele comentou. – E como aprendeu a usar magia?

Lilian não pode conter uma pequena risada. Ela lembrou que não havia contado para o amigo o que acontecera durante a ausência dele. Pensou um pouco, mas não havia muito que contar. Deu um longo suspiro.

- O que você acha que eu fiz enquanto você estava em Ivalice? Eu treinei arduamente com o Rei Mickey.  – falou Lilian. – Ele me ensinou várias coisas, como magia. E também técnicas de luta usando a Oathkeeper.

- Que bom...

- Posso te ensinar a usar magia, se quiser!

Aquilo pegou Zack de surpresa. Não pensou que teria que fazer um treinamento para empunhar a Oblivion. Sabia usá-la em combate, o que ficou mostrado quando ele lutou com o Riku, pois Hayner e Seifer o ensinaram antes de morrerem em Twilight Town.

Zack por fim aceitou a proposta da amiga. A noite passou com as explicações teóricas de Lilian em como usar a magia, e falou várias coisas que o Rei havia dito e ensinado para ela enquanto Zack estava em Ivalice.

x-------------------------x------------------------x

Os primeiros raios da manhã atingiram os Pevensie. Lúcia tentou esconder o rosto e Susana parecia resmungar pela luz. Pedro abriu os olhos lentamente enquanto olhava ao redor. Nada daquilo havia sido um sonho afinal.

Pedro procurou os Castores, que começavam a se mexer não muito longe de onde havia uma fogueira na noite anterior. Olhou em volta mais uma vez e seu olhar caiu sobre Zack e Lilian, que acabaram por adormecer um ao lado do outro.

- Acho que devemos acordá-los. – disse Lúcia ainda sonolenta, se aproximando de Pedro.

O irmão mais velho assentiu e aproximou-se da dupla que dormia. Cutucou Lilian, enquanto Lúcia se dirigiu a Zack. A primeira coisa que ouvida era um resmungo de ambos.

Lilian abriu os olhos. Tocou chão fofo e gélido e percebeu o que havia acontecido. Ela se sentou rapidamente e esfregou os olhos. Zack estava se sentando também, mas ainda tinha os olhos fechados.

- Ah, sinto muito! – apressou-se Lilian em dizer. – Deveríamos ter feito a vigília, mas acabamos dormindo.

- Não se preocupem. – tranquilizou Pedro. – Não precisavam ter feito isso. Somos gratos pelo menos.

- Se vocês não se importarem, é bom apressarem. – interveio o Sr. Castor, tomando a direção na qual deveriam seguir.

As crianças assentiram e se levantaram enquanto limpavam a neve de suas roupas.

Caminharam por um longo pedaço. O sol não estava tão alto quando o grupo chegou à beirada de um grande monte, onde havia uma vista para panorâmica para toda a Nárnia no oriente.

- Aslam nos espera na Mesa de Pedra. – comentou o Castor. – O lugar fica além do rio.

- Rio? – perguntou Pedro arqueando a sobrancelha.

- Não se preocupe, ele está congelado por cem anos. – disse a Sra. Castor.

- Parece tão distante. – comentou Zack.

- É o mundo. – falou a Sra. Castor. – O que esperava? Que ele fosse pequeno?

- Menor. – comentou Susana olhando para Pedro.

O grupo desceu o monte com certa dificuldade. Pedro e Zack revezavam para ajudar Lúcia a descer as partes íngremes. Os Castores tinham facilidade com aquilo e tentava incentivar para que fossem mais rápidos, mas era em vão.

Quando finalmente conseguiram chegar ao rio congelado, o frio já não era intenso e uma pequena pontada de calor podia ser sentido pelos jovens que usavam os casacos pesados.

Nem chegavam à metade e Lúcia começava a demonstrar sinais de cansaço. Zack se ofereceu para carregar a irmã menor nas costas, e foi decidido que ele e Pedro revezariam em quem carregaria a menina.

- Vamos, crianças! – gritou o Castor em incentivo, que estava um pouco à frente do grupo. – Vamos enquanto somos jovens!

Susana, que estava à dianteira dos jovens, olhou para trás e parou. Lilian logo parou ao seu lado e Zack começava a demonstrar sinais de cansaço carregando Lúcia.

- Se ele nos apressar mais uma vez, eu juro que o transformarei em um grande chapéu. – praguejou Pedro.

- Transforme-o em uma bola de pelos para que eu possa arremessá-lo para longe. – comentou Zack, que parou e pôs Lúcia no chão.

Agora era a vez de Pedro de carregar a irmã nas costas.

- Vamos! Rápido! – gritou o Castor, que teve uma pequena mudança no tom de voz.

- Ele está ficando mandão... – comentou Lúcia, mas a Sra. Castor o interrompeu.

- Atrás de vocês! É ela!

As crianças olharam para trás e viram o que parecia ser cervos se aproximando. Não pensaram duas vezes e o grupo começou a correr. Pedro pousou Lúcia no chão e ajudou a irmã a correr. Os gritos dos Castores para serem mais rápidos apenas aumentavam o medo crescente neles.

Eles já estavam para terminar de atravessar o rio, com os sons semelhantes a sinos ficando mais alto, anunciando a aproximação.

O grupo atravessou o primeiro grupo de galhos, que davam entrada para um bosque. Os Castores corriam para o que parecia ser uma pequena descida, onde havia uma espécie de pequena caverna.

- Vamos, entrem! – falou o Sr. Castor, empurrando as crianças.

E dali, o grupo ficou em silêncio absoluto.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E mais um capítulo semanal ^^ Bem, eu penso em fazer duas atualizações semanais, mas isso ainda realmente é um caso a pensar >.>
Anyway, para todos os efeitos, o suspense em Nárnia ainda se mantém no ar, não? Mas para quem já viu o filme sabe o que vai acontecer, o que nem tem graça, né? xDD Enfim, eu já disse que amo Nárnia? *-* Sério, to louca pra que chegue logo o capítulo em que o Ed aparecerá novamente >< Sério, eu adoro ele *o*
Enfim, sem delongas, ok? Preciso pedir coments? xDD Deixem-me felizes e be happy! =DD
Bye Bye Beautiful!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Hearts Light" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.