Catherine levantou-se bem cedo e se dirigiu ao salão de refeições e lá estava Lúcia e Edmundo sentados a mesa.

             -Bom dia Ed, bom dia Lu. O café já está pronto? – Perguntou cordialmente

             - Ainda não, mas logo estará. – Respondeu Ed

             - Como você passou a noite? – Perguntou Lúcia a Cathy

             -Maravilhosamente, obrigada. O dia está tão lindo lá fora, acho que vou caminhar um pouco. Logo estarei de volta. – Falou Catherine retirando-se

           Após desejarem um bom passeio, Edmundo e Lúcia se olharam daquele jeito. Em seguida o Grande Rei entra:

             -Bom dia. Já mandaram chamar as meninas?

             -Bom você sabe que a Susana não acorda antes das dez, nestas condições. E Catherine acabou de sair. – Respondeu a rainha

             -Para onde?

             -Ela disse que ia caminha e que logo voltaria – Disse Ed.

           Passado alguns minutos, Pedro constrangido com os olhares de seu irmão e de sua irmã, perguntou:

             -O que foi?

             -O que você estava fazendo ontem à noite? – Perguntou Lúcia, fazendo o irmão corar pela primeira vez na vida

             -Eu estava tomando um ar apenas. – Respondeu Pedro

             -Hum, sei – disseram em uníssono, e Edmundo acrescentou rindo – Como se não houvesse ar aqui dentro, não é mesmo?

***

           Catherine caminhava pensativa pelos bosques nas imediações do castelo. Não sabia ao certo se o que ocorreu teve realmente um significado ou se fora tudo ocasionado por um mero impulso. Essas dúvidas enchiam-lhe a cabeça de tal maneira, que ela resolveu descansar encostada numa árvore antes de retornar.

           Sentou e fechou os olhos por apenas alguns segundos e quando abriu os olhos, percebeu que já não estava naquela floresta cheia de vida e sim num velho bosque familiar. Ela vestia suas roupas inglesas novamente, e perceber essa realidade a fez chorar em silêncio.

­­­­­*** Segundos em nosso mundo, anos em Nárnia ***

             -Edmundo! Já está anoitecendo e ela não voltou! – Exclamou Pedro

             -Eu estou tão preocupado quanto você! Há horas mandei que procurassem por ela. – Respondeu Edmundo nervoso

             -Desculpe Ed. É que temo pelo pior...

             -Você acha que aquele cara que escapou do Monte Piro, pode ter tentado algo contra ela?

             -Bom, não podemos descartar essa possibilidade – Falou Pedro

           Todos procuraram Catherine em todos os lugares e não a encontraram em parte alguma.

           Após alguns dias do desaparecimento da garota, o Rei Pedro decidiu por caminhar pelas matas em que sua amada sumira talvez para sempre.  Ele, ainda em choque, tentava compreender o que acontecera.

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           Percebeu o quanto sentia falta do seu olhar irônico e divertido, também das discussões que tinham, do tom autoritário de sua voz, e do coração justo que possuía como líder. E principalmente, ele sentia falta das batidas de seu coração que ele sentiu ao abraçá-la e do doce sabor de seus lábios.

           E foi pensando nessas coisas, que ele sentou-se recostando numa árvore. E ao sentar-se sentiu um objeto duro e pequeno, pôs a mão por entre as folhas no chão e achou um colar. . Mas não era um colar qualquer, era o colar de Catherine.

           Os anos que se seguiram foram repletos de aventuras, entretanto os moradores de Cair Paravel, sentiam como teria sido se ela estivesse lá. E é claro, um dia numa caçada ao veado branco, os Pevensie voltam para a Inglaterra.

*** Um longo ano se passa na Inglaterra para Catherine e para os Pevensie ***

           Catherine voltou correndo para o SCY, com o rosto vermelho e foi para o quarto e não disse uma só palavra até que, na hora do jantar, sua amiga Marrie Anne perguntou-lhe o que acontecera. Cathy recusou-se a dizer algo. Então, sua melhor amiga leu um papel que havia sido escrito por Catherine naquela mesma tarde:

             -Bom, então se não se importa, eu irei ler isto:

Será que você me vê como mulher? Ou como menina? Como algo mais ou só amiga? Não sei prever o futuro Queria ser igual aos outros Cair no amor e não ter medo Mas,tenho medo de você em relação a mim. Será que estou louca? Por que fui me apaixonar? Tenho medo do futuro Tenho medo de me machucar e de ferir a última ponta de esperança que guardei pra mim Lágrimas caem do céu As palavras pesam no meu coração Sinto você,sua respiração,mas não sai da minha cabeça as palavras  doces que você diz pra mim Sozinha escrevo esses versos na noite escura Uma parte de mim pede pra fugir,mas a outra quer sentir sua pulsação,seus lábios,sua doçura em relação a mim Agora eu acredito no amor Mas ele é tão exigente Do nada escolhe a gente E depois você não está mais aqui E num piscar de olhos estou sozinha novamente Perco o brilho nos olhos Você se vai e nem olha pra trás Mas pra onde vai? Pra onde eu irei depois daqui? Fico navegando e do nada sou presa numa ilha, onde você não está

Cathy, o que aconteceu?

             -Ainda não sei se posso contar-lhe o que realmente aconteceu, por isso prefiro nada dizer a contar mentiras. – Respondeu Catherine

            -Entendo – Falou a amiga, e acrescentou para distraí-la – Minha irmã mais nova, Mabele, virá estudar conosco no ano que vem e...

***

           Pedro aproveitou a estádia na casa do professor, pois era o lugar que se sentia mais próximo de Nárnia, mesmo deixando-o com saudades. Mas voltar ao colégio era infinitamente pior, principalmente quando seus amigos perguntavam como ele havia passado a temporada e ele sempre respondia:

             -Nada de interessante, como sempre.

             -Ei Pedro, mudando de assunto, eu acho que aquela amiga da sua irmã, Sarah, gosta de você. – Disse um de seus amigos, Augusto

             -Serio? Bom, não estou interessado. – Respondeu Pedro friamente

           Essa resposta causou um espanto em seu outro amigo, Eduardo:

             -Ora, mas o que deu em você? Você nunca dispensou uma garota desse jeito, muito menos uma garota bonita como aquela. Algo de muito de estranho deve ter acontecido, para você estar assim...