Vivimi escrita por Igorsambora


Capítulo 16
Fúria e Rebeldia


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que eu estive postando há apenas dois dias atrás

eu sei que prometi um capitulo todo de Seth e Sara, mas esse cap da Rachel e Paul exigiu ser escrito hoje.

não sei se alguem já se sentiu assim, mas quando eu tenho um capitulo assim ele fica me pertubando e me impedindo de escrever qualquer coisa diferente dele.

espero que voces gostem e que eu volte em breve...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87217/chapter/16

POV Bella

Chegamos felizes a casa de Jake e descemos tranqüilas ainda implicando umas com as outras. A pequena Sarah estava completamente escarlate por conta da enormidade de besteiras que Leah conseguia falar por segundo. Mas o momento foi quebrado por um uivo que ecoou por toda reserva. Não sabia o que fazer...

- Leva Sarah pra casa Bella, eu vou ver o que está acontecendo e você nos encontra depois se precisar. – não foi um pedido, Leah estava exercendo seu comando de Beta.

Dirigi como um Cullen até a casa de Emily e a mesma já esperava nós duas á porta da cabana.

Não entendi direito o que Amy tentou me dizer, mas pesquei três palavras que me fizeram explodir automaticamente ao sair do carro: Problema, Jake e casa. Ao me transformar, fui inundada por sentimentos diversos enquanto Seth parecia confuso e Leah estava com uma compulsão assassina, Embry se encarregou de me contar o que havia acontecido:

Oi Bella, está a maior confusão na reserva. Parece que o Paul encontrou a Rachel na praia e tinha uma gangue de abutres em cima. Você sabe como são as mulheres quileutes né? Elas atraem os homens como enxames em volta do mel. Parece que um mais abusado tinha sentado ao lado dela e tava jogando um papinho em cima quando o Paul resolveu mostrar que ela estava acompanhada, parece que o cara estava com uma galera, todo mundo entrou na dança e a Rachel ficou puta com ele. Ela se escondeu na mata de novo e o Paul foi pedir ajuda pra encontrar, mas o Quill já tinha delatado pro Sam que agora está caçando o coitado. Jake pediu que o encontrássemos primeiro, enquanto ainda era possível salvar alguma coisa dele.” – O namorado de Leah tinha um humor bem parecido com dela mesmo. Ele me contou isso quase as gargalhadas.

“Mas como a Rachel fugiu do Paul a pé?” – eu não conseguia entender isso já que ele é um lobo e mesmo em sua forma humana era extremamente rápido.

“É que a Rachel encheu a mão na cara dele” – Completou, as gargalhadas, o lobo caramelo – ”A cara de pastel que o Paul ficou valeu por uma semana”

“chega de história” – com esse comentário seco, a nossa beta colocou a matilha novamente em foco no rastro dos dois perdidos.

Não tivemos que correr muito e já estávamos à frente da casa dos Black. Quando tivemos a visão da cena,a sensação foi aterradora. Paul estava em sua forma humana quando tentou segurar o braço de minha cunhada. Esta, por sua vez, girou o corpo atirando um tapa em direção do rosto do lobo, que facilmente se defendeu e puxou ela para um abraço intimo. Rachel se debatia ferozmente e, de forma incrível, acabou se soltando e deu um forte chute no tronco dele. Este golpe foi tão surpreendente que arremessou Paul para  fora da casa. Estávamos todos muito chocados para ajudar de qualquer forma e fiquei estática quando a minha cunhada, que devia ser só um tantinho maior que eu, se avolumou pra cima daquele homenzarrão aplicando-lhe contínuos socos e chutes que estavam  fazendo estrago real no lobo.

A cena era irreal. Uma frágil humana montada no abdômen de um lobo aplicando um castigo digno daquelas lutas que Jake e Embry gostavam de ver na televisão. Quando finalmente Seth saiu do torpor e foi segurar Rachel ela voou pra cima dele com um chute que tirou o pequeno do ar.

Foi exatamente nesse momento que chegaram Sam, Jake e Jared com os meninos mais novos e Rachel se dobrou sobre seu corpo sentindo uma dor muito conhecida de nós todos. Era a gênese de uma nova loba ruiva.

POV Paul

La estava eu novamente observando aquela linda menina desfilando calmamente por first beach. Do ponto onde eu estava tinha visão livre para aquele corpo moreno, confortavelmente esparramado sobre uma esteira enquanto lia vorazmente um livro do tamanho de um tijolo.

E lá estava ela muito consciente da minha observação e mesmo com os olhos cobertos pelos óculos de sol, tenho certeza que seus olhos negros fugiam em minha direção ocasionalmente.

Eu queria desvendar esse mistério que atendia pelo nome de Rachel. Ela não facilitava em nada meu intento agindo dessa forma. Se agora posso afirmar que ela está despejando seu charme e encantando metade da praia com aqueles seios firmes e grandes, de pele morena que ela insiste em cobrir com esse biquíni amarelo que praticamente salta aos olhos, na maioria das vezes, ela passa por mim olhando pelo canto do olho como se tivesse se escondendo de mim.

Ainda estava perdido nessa linha de pensamento quando um palhaço sentou lá do ladinho dela. E começou com uma conversa mole pra cima da minha flor. Quem ele acha que é? Tá achando que é assim? Vai se chegando nas meninas da reserva, começa com papinho de cidade grande e logo depois já tá com elas no bolso?

- Com a Rachel não, vagabundo! – minha mente voou longe e eu já podia ver ele passando a mão nas pernas dela. Mas parece que ela não gostou do abuso. Ela tentou levantar e ele a segurou com força sentada na esteira.

- ...pra que a pressa? Nós ainda estamos conversando! – falou ele cheio de dentes querendo pular da boca.

- Tira essa pata imunda dela palhaço! – meu corpo tremia e eu cruzei os braços sobre o peito para disfarçar o efeito vibracall.

- Eu to falando com essa florzinha, brutamontes. Vai arranjar outra pra você. – não resisti e peguei o safado pela camiseta e atirei longe da Rachel.

Os amigos dele vieram cheios de atitude, mas eu tinha apenas que me segurar pra não machucar muito eles e estaria tudo bem. Eles me cercaram e eu botei dois pra dormir, um eu atirei longe e o ultimo saiu correndo de medo. É melhor eles temerem mesmo a gangue de La Push.

Virei pra perguntar se estava tudo bem, quando vi que tinha pisado no livro dela. Nem tive tempo de pensar em alguma desculpa ou gracinha. Ela simplesmente me deu um tapa no pé da orelha que me fez ver estrelas. Mas como assim? Ela devia ter machucado a mão e eu não devia ter sentido nada. Porque com o Jake foi assim. Então, não devia ser o mesmo para mim?

Pra piorar a menina corria como se tivesse um t-rex atrás dela. Pelo meio da mata, descalça, sem tropeçar em nada e mais rápida que eu. Só podia estar sonhando pra estar tão devagar.  Tava ficando puto com isso e resolvi correr de verdade, mas ainda assim não alcancei ela antes dela chegar em casa.

Chegando lá, ela parou um instante para respirar e isso me deu a chance de pegar em seu braço e dizer algo:

- Eu compro outro livro pra você. Desculpe. – eu jamais faria algo para machucá-la conscientemente. Ela tinha que entender que eu queria o melhor pra ela. Que ela era o meu mundo agora.

- Enfia o livro... – ela respondeu já tentando me bater de novo, mas eu estava esperto agora e aparei seu golpe trazendo-a para um abraço. Nos filmes, sempre é assim. Quando uma mulher surta de repente o herói lhe dá um abraço, ela se debate, chora e depois fica tudo bem.

Achei que daria certo já que ela estava cedendo e resolvi afrouxar um pouco o abraço.  Rachel me surpreendeu com um chute no tronco que me atirou lá fora da porta e uma sequência de socos e chutes violentíssima. Simplesmente desliguei do que estava acontecendo. Tinha certeza que só podia ser sonho. Ela montou em mim e batia furiosamente, mas a dor que eu sentia na minha alma era mil vezes pior que a do corpo, que eu sabia estar se curando enquanto era surrado.

Eu desejei que fosse um pesadelo e fiz força pra acordar, por que aquela não era a minha flor. Ela parecia estar possuída por uma macumba sinistra do inferno. Era como se ela estivesse sobre o domínio de uma besta interior. Ela estava fora de controle como eu um dia estive. Ela era a flor do jardim dos lobos.

POV Rachel

Desde que eu voltara pra casa minha vida tornou-se uma bagunça permanente. Teve visita daquele crápula gelado do Andy, eu acho que descobri um dos velhos espíritos lendários e parece que desenvolvi um pequeno tombo por ele. Logo agora que eu queria ficar um pouco comigo mesma. Esse ar de La Push mexeu comigo, me fazendo sentir melhor as coisas, não só no sentido de organizar melhor as idéias, mas principalmente no sentido literal.

Tenho percebido que consigo ver melhor à noite, mesmo com pouca luz, sentido os odores a minha volta com mais facilidade, e principalmente a noite, quando tudo é mais silencioso, consigo ouvir os carros na estrada e os casais conversando na praia. Tirando essa febre esquisita e uma sensação de perder o controle de vez enquanto posso dizer que nunca me senti tão bem.

Acordei cedo naquele dia e resolvi curtir um pouco de tranqüilidade na praia. Coloquei um biquíni novo que eu comprei em Port Angeles, me fiz acompanhar por um velho exemplar de uma coletânea de estórias onde eu queria ler algo que me distraísse, e uma velha esteira que eu costumava dividir com Rebecca quando ainda morávamos aqui.

Logo que cheguei à praia, percebi os olhos de Paul me seguindo. Não dei muita bola pra isso já que estava num lugar público e ele estava apenas olhando de longe. Não chegava a ser um dia cheio, mas tinha bastante gente na praia e logo um grande grupo de surfistas começou a jogar piadinhas. Resolvi ignorar pra não me aborrecer, porem não nego que senti uma raiva dentro de mim por me acharem como mulher objeto. Eu era muito mais que um corpinho bonito e bronzeado. Eu tinha sonhos, fantasias e queria ser respeitada.

Comecei a ler meu livro e acabei me distraindo deles. Vez ou outra, olhava de soslaio para Paul que ainda permanecia exatamente no mesmo lugar de olhos fixos em mim e com seu peitoral maravilhoso a mostra. Era impossível não se perder naquela massa de músculos perfeitamente alinhada. Chegava a dar calor!

De repente um dos surfistinhas resolveu me amolar com aquele papinho de  “você vem sempre aqui?” pelamordedeus! Se eu estivesse sempre aqui ele com certeza saberia. Afinal, não faz nada de útil com essa merda de cérebro que não seja pegar onda aqui em first beach. Quando ele tentou passar a mão em mim, deixei ele falando sozinho e resolvi procurar um outro canto para aproveitar o sol e a vista.

Fiquei possessa quando ele pegou no meu braço. Não fui clara o suficiente quando o ignorei e resolvi ir pra outro canto? Era necessário desenhar com neon colorido pra ele entender?

Daí chegou o Paul pra festa. Ele foi um grosso com o moleque e quando eu percebi, ele já estava atirando ele longe e se pavoneando todo. Não pude desassociar a imagem do Andy. Era como se o meu guardião sarado fosse uma espécie de quarterback da selva. Não podia deixar outro homem fazer o inferno na minha vida de novo. Nesse momento senti que algo dentro de mim estava se soltando. Como se estivesse esperando muitos anos para acontecer.

Larguei o Paul lá batendo em todo mundo e sai correndo. Meus pés se mexiam com uma força própria e eu voava pela floresta como se estivesse de moto, mas eu estava a pé e logo percebi que tinha companhia. Então ele apertou o passo e eu fiz o mesmo. Não me perdi nem por um segundo apesar de estar me sentindo como co-pilota em meu próprio corpo. Estava sendo capitaneada pelo meu lado obscuro. Aquele que se manifestava com saudades de La Push quando eu estava na faculdade, que colocava medo nos assaltantes de Pullman e que fazia Andy tremer quando eu o ameaçava. Era uma força estranha que habitava dentro de mim. Mas nunca fora como agora. Eu estava fora de controle.

Senti quando ele me alcançou na porta de casa e falou algo sobre o livro. Não sei bem o que respondi, mas eu queria descontar essa raiva irracional que borbulhava em mim. Lembrei de ter batido em alguém lá na praia e resolvi tentar novamente, mas Paul era muito rápido e forte pra mim. Ele me prendeu em um abraço firme me trazendo lembranças que eu preferia esquecer, como as vezes que Andy me tomou a força. Lembrei também como ele falava do meu sangue imundo. Respirei por uns segundos tentando fazer passar essa sensação de descontrole. Coincidiu com o momento em que Paul foi me largando, mas a partir daí meu corpo se moveu por conta própria. Eu chutei meu lindo porta a fora e queria extravasar. O modo que eu achei foi destruindo a pessoa que estava próxima e por mais azar ainda era ele. Eu bati nele como uma maquina. Lembro de até ter sentado em cima dele pra ficar mais confortável pra bater.

Minha mente pensava que era um desperdício destruir um rosto perfeito como o dele, mas eu não conseguia me controlar. Era como eu estivesse possuída. Percebi outro rapaz se aproximando mais eu pulei em sua direção e o chutei com toda força que eu pude. Nem vi o estrago que causei, só senti uma dor profunda e me encolhi. Tinha certeza que morreria naquele instante, pois algo dentro de mim estava rompendo com tudo para fora e fiquei desnorteada por um tempo. Nada fazia sentido ali então resolvi correr para longe de tudo. Eu estava fora de controle e acabaria matando alguém assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cuidado com ela...

se eu fosse o Andy, agora eu estaria correndo para os volturi e implorando pra morrer, porque imagina quando ela lembrar que seu dever é matar seu ex namorado abusivo?

agora, tadinho do Paul... apanhou de gaiato no navio!

Na próxima eu colocarei uma conversinha muito esclarecedora entre Sam e Jake e talvez um vislumbre do plano de Victória.

Bjos a todas...

Matilha unida é matilha forte!