Calma, Alicia. Respira! Vai ficar tudo bem. Você vai ligar pra recepcionista e mandar procurarem a sua mala. Kenny deve ter deixado no salão de festas.

Eu liguei pra lá, mas nada de acharem. Droga! O que eu ia fazer?! Bom, vestir então a minha roupa suja. Eu voltei ao banheiro procurar as roupas no chão, mas elas estavam molhadas. A besta aqui, quando saiu da banheira, saiu molhando todo o chão. O jeito então seria sair só de roupão? Merda! Eu abri a porta devagar, com cuidado, pois Justin estava no quarto ao lado. Caminhei nas pontas dos pés até o fim do corredor e desci o elevador. Por azar, o elevador se abre. Por azar maior ainda, quem entra no elevador são dezenas de indianos. Todos eles me olham como se eu fosse a pessoa mais estranha do mundo. Dava pra ficar pior? Eles começam a rir da minha cara. Fica pior ainda? Quando eu chego ao andar do salão, ultimo lugar que eu vi a minha mala, bato com a cara em... Usher.

- Ouch! – grito.

- Calma garotinha de... roupão? O que--

- Usher?

- Se você é mais uma fã maluca, saiba que meus seguranças estão por perto!

- O que?! Não, não sou maluca e nem vou fazer nada contra você! Eu só estou procurando a minha mala.

- Mala?

- Sim, eu devo ter esquecido aqui.

- Aqui? Impossível, aqui é só... Como perdeu sua mala?

- Sou retardada. – disse baixinho.

- Qual o seu nome?

- Alicia.

- Hum, Alicia. – ele pausou se lembrando de algo e então começa a rir. – Alicia?! Não creio! Você é a garota do Justin?!

- Acho... que sim.

- E você esta de roupão, procurando sua mala nesse hotel gigante?! – continuava gargalhando.

- Sim. – disse me enfurecendo.

- Ai, ai! – gemeu colocando a mão na barriga. – Nunca ri tanto na minha vida!

- Então é melhor parar de rir antes que morra. – tinha duplo sentido.

- Espera. – disse ele respirando fundo. – Parei.

- Acho bom.

- Onde esta sua mala?

- Você acha que eu sei?! – gritei irritada.

- Hey, olha como fala!

- Desculpa. – abaixei a cabeça.

- Eu acho que sei onde esta sua mala.

- Aonde?!

- Com o Justin.

- O QUE?!

- Ele subiu agora com uma mala na mão.

- Droga, tenho que subir! – disse correndo até as escadas.

- Foi um prazer te conhecer, Alicia! – ele gritou e voltou a rir.

Subi as escadas porque chegaria mais rápido que o elevador, mas foi uma péssima idéia. Subir 25 rolos de escada? Que idiotice, Alicia! No 10ª andar, quando já estava morta e precisando de outro banho, apanhei um novo elevador, e ao chegar na cobertura, bato na porta de Justin. Não me importava mais que ele me visse de roupão, só queria minha mala e um novo banho.

Ele abriu a porta e, quando me viu de roupão, fez uma cara confusa, mas ao mesmo tempo de safado.

- Ér, Justin...

- Alicia? Por que você esta--

- Pode me devolver a minha mala, por favor?

Então ele começou a gargalhar, me deixando furiosa.

- Você ri? Eu passei por muitas hoje, sabia?! Eu cruzei o hotel de roupão, encarei uma dezena de indianos rindo da minha cara; Ah, conheci seu amigo também, Usher! Ele também riu da minha cara. E agora você? Mas pode rir, Justin. A essa altura, EU JÁ NÃO ME IMPORTO MAIS! – berrei.

Depois de ouvir a minha história cômica e trágica, ele começou a rir mais ainda, quase se jogando no chão.

- Pare de rir! Eu quero a minha mala!

Então ele parou de rir e me olhou sedutoramente.

- Quer a sua mala? Entra.

- Justin – forcei calma. – por que você não trás ela até mim?

- Por que? Ta com medo?

- Medo? De entrar no seu quarto? Com licença. – disse orgulhosa entrando no quarto.

Eu fui até perto da sua cama, onde estava a minha mala. Pronto, agora é só da o fora.

- Alicia, eu queria te falar uma coisa. – Justin me parou.

- Tem que ser agora? Não pode esperar até eu trocar de roupa?

- É importante, Scooter esta me cobrando isso. Eu queria te contar só hoje a noite... – disse ele. O que teria hoje a noite? Então, depois de uma pausa, ele continuou com um sorriso malicioso. -... E eu não me importo de ver você desse jeito.

Justin Bieber realmente era safado, fato! Ajeitei rapidamente meu roupão e me sentei em uma cadeira, longe dele. Ele, então, chegou perto de mim.

- O que foi, Justin?

- Eu tenho que ir essa semana até Los Angeles fazer um clipe.

- Você vai a Los Angeles? Mas e eu...?

- Eu quero que você venha comigo. – disse.

- Como?

- Alicia, você... faria o clipe comigo?

Gelei. Um clipe com o Justin Bieber? Pensei um pouquinho antes de dizer:

- Sim! Quer dizer... Obrigada! Eu vou estragar o seu clipe e logo depois você vai ter que chamar outra garota pra atuar, então na edição vai recortar a minha cabeça e colar no corpo dela, mas eu não vou ligar. – disse rápido enquanto ele ria. – Obrigada!

- Não tem o que me agradecer, eu é que te agradeço.

Então, eu peguei minha mala fugitiva. Eu o abraçaria como forma de agradecimento depois, quando estivesse vestida. Corri até meu quarto, antes que ele falasse mais alguma coisa. Entrei no banheiro e tomei outro banho. Agora eu estava com a minha mala e vesti uma roupa. Quando eu saio do banheiro, encontro Justin sentado na minha cama.

- Meu Deus! – berrei.

- Desculpa, te assustei? – disse se levantando da cama.

- O que você ta fazendo aqui? Não acabei de falar com você?

- Ah, se você não quer falar comigo... – disse indo até a porta, mas eu segurei seu braço.

- Não, não é isso. Como entrou no meu quarto?

- Eu tenho a chave do seu quarto. – retirou o cartão do bolso.

- Isso não é justo! Também quero sua chave! – soltei seu braço.

- Não precisa, quando quiser entrar no meu quarto é só pedir que eu deixo. – Ele me analisou dos pés a cabeça. Eu usava um short e camisa, pois fazia muito calor em Las Vegas. - Você já sai do banheiro vestida?

- Ah, não faço isso sempre. Eu tinha entrado com a mala e o banheiro é tão grande!

- Aaah... – disse desanimado.

Ele foi até a TV e se sentou no chão pegando o controle e passando os canais rapidamente, parando quando viu uma entrevista sua. Depois zombou de si e voltou a trocar de canal. Ele parou na Discovery Channel, com uma reportagem sobre a Amazônia.

- Olha, é seu país.

- Ahaam, a Floresta Amazônica. – disse me sentando ao seu lado.

- Isso é legal! Quando eu for ao Brasil, me mostra?

- Eu nunca fui à Amazônia e... você vai pro Brasil?

- Claro, prometi as minhas fãs! Lá deve ser lindo e também preciso conhecer onde você nasceu.

- Vai a Recife?

- Recife? É, vou. E a Amazônia também.

Eu ri do jeito que ele falou Recife e Amazônia, ele falou errado! As fãs iriam me agradecer por levar Justin Bieber a Amazônia. Justin trocou de canal e parou em um filme antigo de romance. Ele deixou o controle de lado e se deitou no meu colo. Eu comecei a ficar nervosa, mas forcei a minha mão a alisar o seu cabelo. Seu cabelo era macio e liso, escapava dos meus dedos. Enquanto eu fazia cafuné, Justin agarrou a minha mão e levou até o seu rosto.

- Alicia. – disse se levantando do meu colo, mas ainda segurando a minha mão. – Estou feliz que esteja aqui.

- Também estou feliz de estar aqui.

- Geralmente é mais fácil, mas você é diferente de qualquer pessoa! Sinceramente, por que você me deixa tão nervoso? – ele perguntou, mas parecia que a pergunta era pra si mesmo.

 - O que é facil? – diz que me ama, diz que me ama!

Ele me olhou fundo e começou a chegar perto de mim no chão. Eu senti a sua colônia, Dulce & Gabanna, a mesma do nosso ultimo encontro, exala pelo meu nariz. Estávamos tão pertos que achei que não conseguiríamos, mas conseguimos.

Nossos lábios se encontraram tão suavemente, gentis, até começar a esquentar. Ele colocou sua mão na minha nuca, me trazendo pra mais perto. Minha mão descasou no seu colo. Eu tive a impressão de que o casal no filme também se beijava. Ele forçou a minha boca a se abrir, ou eu que a abri? Só sei que de repente nossas línguas entraram em completa sintonia. Meu primeiro beijo de língua foi doce e molhado.