Uma semana depois...

Bom, uma semana depois do encontro muita coisa mudou. Muita mesmo. Pra começar, Justin voltou à turnê, porem me ligava quase todos os dias. Na segunda-feira, Kevin continuava meio estranho comigo, principalmente por eu e Justin termos saído em uma revista:

- O que é isso aqui? – perguntou ele jogando a revista na mesa em que eu estava sentada na biblioteca.

- Uma revista? – disse ironicamente.

Ele abriu a revista e folheou as paginas, procurando uma foto em que estava eu e Justin comendo salsichas na rua.

- Isso, Alicia.

- Eu não acredito! Eu estou na revista? Que incrível! – saltei.

- Você disse que ia pra casa. – falou ele.

- Justin ficou com fome. – menti.

- E o que foi aquilo dele colocar a mão na sua perna?

- O que?! Kevin, não vem não! Eu sou SOLTEIRA. – enfatizei a ele. – Não devo explicações a ninguém e muito menos a você.

- Você ainda não percebeu? Ele quer se aproveitar de você! Ele nem deve saber o seu nome! Alicia, será que não percebe que ele esta com segundas intenções? Pensa bem: você é bonita e brasileira. Todo homem fica excitado com isso!

- Brasileira? Qual é o problema disso, Kevin? Ta me dizendo que só porque eu sou brasileira eu sou uma oferecida? Que eu nasci em país de prostitutas? É isso?! – berrei.

- Eu não disse isso.

E então a bibliotecária nos expulsou da biblioteca.

No resto da semana, Kevin tentou se desculpa comigo, mas eu quase não falei com ele. Sam era a única ponte que me ligava com o Kevin, ela falava com ele o tempo todo. Eu não estava mais tão chateada assim com ele, mas estava orgulhosa de mais pra pedir desculpas. Não, ele que deveria pedir desculpas! Se ele achava que o Justin era quem queria se aproveitar de mim, estava enganado. Lucky era quem queria fazer isso. De vez em quando ele soltava umas piadinhas pra mim, mas eu fingia não ouvir. Na quarta, ele passou por mim no corredor vazio da escola e agarrou meu braço:

- Hey, baby, não fala mais comigo?

- Me larga, Lucky!

- Calma! – ele chegou mais perto. – Eu sei o que você quer. Eu posso te dar. Se você--

Então dei um chute entre as pernas dele e ele caiu no chão gemendo. Eu aproveitei e sai correndo até a minha sala, ouvindo ele me xingar de todos os palavrões em inglês que eu sabia.

Eu também arranjei um emprego! Sim, na lanchonete dos pais da Sam. Ela também trabalhava comigo. Bom, o salário não era lá grandes coisas, mas dava pra eu me ajeitar aqui nos Estados Unidos e a minha mãe já podia parar de me mandar dinheiro. Eu sabia que ela precisava do dinheiro.

O meu trabalho de meio-expediente na lanchonete era tranquilo. Os pais da Sam, Sr. E Sra. Lewis, eram muito legais e não cobravam muito de mim. Eu e Sam acabávamos aprontando muito na lanchonete e nos divertíamos bastante. Variávamos de garçonete a faxineiras.

Tia Sarah começou a sair com o Joseph. Era engraçado vê-la cantarolando pela casa. Eu estava conseguindo me firmar aqui em São Francisco, mas toda noite, Justin me ligava e sua voz me fazia viajar a lua.

Ah, e a Ashley? Sim, ela ainda existe, mas nunca mais falei com ela. Acho que Kevin não contou a ela do encontro que nós tivemos com o Justin, pois ela teria vindo brigar comigo.

P.O.V. Justin

- Sim, eu já entendi que ela é linda! – disse Ryan, meu amigo, depois do meu comentário sobre a Alicia. – “Ah, a Angie é tão linda! Ela veio do Brasil! Ah, eu queria muito estar do lado dela nessa hora. O que será que ela esta fazendo? Acho que vou ligar pra ela.” – disse ele imitando a minha voz.

- Eu não falo assim! – soquei seu braço.

- Não fala? Cara, eu devia gravar você falando, então. Não é difícil prever o próximo momento. Você fala dela a cada cinco minutos!

- Eu não paro de pensar nela. – disse sentando na cama do hotel.

- Então por que não beijou ela logo?

- Ta maluco?! Eu não posso namorar ela, Ryan, eu não tenho tempo.

- Você não beija ela, mas passa a mão na perna dela? Acho que ela já sacou o que você quer.

- Não posso evitar! Quando eu estou com ela, a única coisa que eu quero é beijá-la, abraçá-la. Eu esqueço que não posso.

- Ih, Romeu, outra garota fisgou seu coração? Senta que lá vem história.

- Ou outra música. – disse Scooter entrando no quarto. – Justin, você tem uma entrevista em 15 minutos. Depois temos que ir ao local do show fazer o teste de som e luz e depois ir escolher as roupas para o próximo clipe. Ah, sessão de autógrafos amanhã depois do show.

- Eu não disse, Ryan? Muito ocupado para namoros.

Scooter saiu do quarto e Ryan foi até a escrivaninha pegar algo. Ele começou a discar nesse algo. O que era? Me estiquei um pouco pra ver o que ele segurava. Era meu celular.

- Alô? – disse na linha.

- O que você esta fazendo? – perguntei.

- É a Alicia? – ele disse ao telefone.

Eu pulei da cama e corri para pegar o celular da sua mão. Ficamos lutando em silêncio enquanto ele falava com a minha garota e ria de mim.

- Não é o Justin, não. É o Ryan, amigo dele.

- Ryan, para com isso! – cochichei.

- E ai? Eu só to ligando pra dizer que o Justin quer falar algo pra você. – pausa enquanto ele esperava ela falar. - É. Ele não tem coragem pra falar então deixa que eu conto, ta bom?

Mas eu consegui tomar o celular dele antes que ele falasse mais alguma coisa.

- Alicia? – disse ofegante.

- Justin? – ela perguntou.

- Sou eu. Não liga pro Ryan, não, ele é idiota!

- Tudo bem. – ela riu.

- E então, como anda as coisas por ai?

- Ah, bem. E os shows?

- Eu tenho um amanhã. Por sinal, vou ter que sair agora pra uma entrevista e teste de som. Eu te ligo mais tarde, ok?

- Tenha um bom dia!

Eu desliguei. Em seguida, fui em direção ao Ryan matar ele. Ele saiu correndo que nem um cachorrinho assustado e eu ri. Então fui cumprir as minhas tarefas do dia.