Fathers Day escrita por Swann


Capítulo 2
Shiba Kaien


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira vez que eu escrevo algo sobre o casal Kaien e Miyako É que a inspiração foi tanta e parecia que ficaria tão fofo que eu não consegui me conter e já escrevi. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87195/chapter/2

O décimo terceiro esquadrão estava em profundo silêncio, pois todos os subordinados foram até a casa dos Shiba a mando de Ukitake-taichou parabenizar o tenente Kaien pelos dois meses de vida de seu primeiro filho. Miyako ainda estava de resguarda e, em seu lugar, Rukia assumia o terceiro posto do esquadrão provisoriamente.

 

Miyako recebia a todos com um sincero sorriso no rosto. Estava muito feliz por ter seu filhote dormindo em seus braços. Sempre dizem que filho é ruim, que dá trabalho, que ocupa toda a vida dos pais. Apesar de o povo exagerar sempre, desta vez não era mentira. Muito pelo contrário, tudo era absolutamente verdade, mas não há nada melhor que se ter um filho com alguém que se ama.

As dores do parto? Sim, insuportáveis, mas fazia parte. Pelo menos a recompensa valia à pena – e como valia.

 

Depois que todos foram embora, ficaram apenas os familiares. A pequena e inexperiente Rukia sorria feito boba enquanto Kaien dobrava as roupinhas do bebê, colocando-as em pilha no guarda-roupa. O pequeno quarto possuía as paredes azuis com um pequeno berço abarrotado de ursinhos de pelúcia no centro. Brinquedos espalhados pelo chão e alguns quadros infantis enfeitando o ambiente.

 

- Como é ter um filho, Kaien-san? – Indagou a baixinha, pegando um dos ursos para examiná-lo melhor. O patinho amarelo fez os olhos da pequena shinigami brilharem de emoção. A primeira coisa que veio em sua mente foi o pequenino Shiba brincando e rindo com ele na mão.

- O melhor é beber o leite dele – o tenente do décimo terceiro esquadrão gargalhou da careta que sua subordinada fizera ao ouvir sua afirmação.

- Como pode dizer uma coisa dessas? – A menina estava inconformada.

- Ah, é bom! Agente divide – ele continuou com o sorriso rasgado no rosto, mostrando que realmente estava radiante por ter a companhia de seu filho. Sentia-se nas nuvens quando o balançava em movimentos ritmados na inútil tentativa de fazê-lo dormir.

- Não entendo o senhor – a pequena balançou a cabeça negativamente, fazendo os negros cabelos oscilarem.

- Não fui feito para ser entendido – coçou a parte de trás da cabeça e riu mais uma vez.

- É, dá para notar – depois de dito, Rukia ouviu seu taichou chamá-la. – Hora de voltar – ao dizer, fez uma pequena e desnecessária reverencia e saiu do cômodo.

- Arigatou, Rukia-chan – ele agradeceu com o mesmo sorriso estampado no rosto. Kaien sempre foi um rapaz sorridente. Sua alegria era contagiante.

 

Ukitake e Rukia voltaram para o quartel do décimo terceiro esquadrão e na casa ficaram apenas o casal e seu filho. Miyako notou seu marido entrar no quarto deles e sorriu abertamente. Nunca cansava de contemplá-lo. Ele sempre foi seu porto seguro e ela o amava com todas as forças que possuía em seu ser. Jamais se cansou de olhar para aquele corpo másculo que ele possuía. O aroma do perfume a embriagava, deixando-a totalmente entregue a ele. O cítrico cheiro que seus cabelos emanavam ao serem tocados por suas delicadas mãos a deixava ainda mais louca por ele. Era algo surreal. Não conseguia explicar o porquê de amar canto uma pessoa. Apenas o amava.

 

- Miyako – ele a chamou outra vez, desta acordando-a de seus pensamentos.

- Hai? – tentou recuperar o ar perdido enquanto estava em transe. Agora ele estava sentado ao seu lado.

- Pode ir tomar o seu banho, eu dou a mamadeira para ele – sugeriu, levantando-se para pegar uma toalha limpa no guarda-roupa. A shinigami arqueou uma sobrancelha, mas resolveu não discutir. Seria bom tomar um relaxante banho.

- Tudo bem, então – concordou finalmente, dirigindo-se para a cozinha para esquentar o leite que havia aproveitado naquela manha. Por mais que seu filho mamasse, o leite continuava a vazar.

 

Voltou com uma mamadeira de bico pequeno e entregou para o tenente. O leite estava mordo, na temperatura ideal para que seu filhote não se queimasse. Kaien o pegou da cama e o acomodou em seu braço esquerdo, pegando a mamadeira e colocando o bico na boca dele.

 

- Cuidado para ele não se engasgar – avisou, já entrando no banheiro.

 

O Shiba não respondeu, apenas ficou observando o filho sugar a mamadeira com vontade. Parecia que a criança nunca havia colocado algo no estômago. Estava começando a achar que toda aquela gente que veio visitá-lo o deixou com fome. Riu ao pensar na hipótese. Se fosse o caso, ele puxara o pai. Meio distraído, Kaien sentiu algo molhar seu braço e, quando olhou, viu um fio de leite que havia escorrido da boca do bebê.

 

- Mas nem começou e já está jogando fora? – Brincou, limpando-o com uma toalhinha. Testou colocar o bico de volta na boca dele, mas ele colocou para fora o leite outra vez. – Ah, se você não quer, o papai toma – sorriu, levantando-o para encostá-lo em seu peito. Começou a dar tapas suaves para que ele arrotasse e depois que o fez, colocou-o deitado novamente e começou a balançá-lo em um ritmo constante.

 

Olhou para a mamadeira e sorriu. Ele não havia tomado nem a metade do leite e claro não deixaria desperdiçar algo tão valioso. Levou o objeto até os lábios e bebeu o liquido rapidamente. No momento em que ele terminou e colocou o objeto sobre o criado-mudo, Miyako entrou no quarto enrolada na toalha branca que ele havia lhe dado. Enquanto ele observava atentamente o corpo de sua mulher, ela se vestia. Num instante terminou e se encaminhou para a cama, onde seu marido a esperava com um sorriso no rosto.

 

- E então? Ele tomou tudo? – Indagou, acomodando-se ao lado dele. Kaien olhou para a mamadeira e suspirou.

- Tomou. Esse menino é um comilão – ele sorriu, ainda balançando-o em seus braços.

- Que bom – foi a única coisa que disse.

 

Os segundos passavam enquanto eles se olhavam em silêncio. Miyako acabou tendo uma idéia e sorriu por dentro. Com um movimento quase imperceptível, ela escorregou para trás dele e começou a distribuir-lhe beijos no pescoço e na nuca. Completamente arrepiado, Kaien suspirou e abaixou a cabeça, fechando os olhos.

Uma das mãos dela segurou-lhe o queixo e o fez erguer a cabeça para encará-la. Aproveitando que estavam tão próximos, ela o beijou. Um beijo casto e lento. As línguas se tocaram, causando-lhes as sensações tão conhecidas de ambos; um para com o outro. Miyako mordeu o lábio inferior de seu tenente e sorriu ao se afastar, deixando-o com um semblante confuso enquanto a encarava.

- Eu sabia que você havia bebido o leite dele – ela acusou, passando o polegar sobre o lábio inferior para secar a saliva causada pelo beijo.

- Ah, mas ele não queria – fechou a cara. Não estava conseguindo acreditar que ela só havia lhe beijado para comprovar se ele tinha, ou não, bebido o leite.

- Dava para aproveitar – Miyako suspirou em desistência –, e antes que pense, não o beijei apenas para provar que você bebeu o leite – ao dizer, ela cruzou os dedos.

- Você tem para dar e vender. Olha – ele apontou, ignorando o que ela havia dito. -, seu kimono está até molhado.

 

A ocupante do terceiro posto baixou os olhos para tirar a prova e realmente seu kimono estava molhado. Pegou a frauda de seu filho e passou no tecido limpo que acabara de vestir.

 

- Desse jeito ele não vai dormir – cuspiu as palavras, pegando-o do colo do pai e deitando-o em seus próprios braços. Nada melhor que os braços da mãe. Com a intenção de ver se ele ainda estava com fome, começou a amamentá-lo. – E ele não queria – disse ríspida. Kaien suspirou exaustivamente.

- Mas ele não queria àquela hora. O que eu posso fazer? – Defendeu-se enquanto fazia gestos com as mãos. – Por falar nisso... – Ele sorriu. – Não fiquei totalmente satisfeito. Só tomei meia mamadeira e como meu filho e eu dividimos tudo... – Miyako arqueou uma sobrancelha, confusa. – Você poderia me dar um pouquinho do seu leite, ?

 

Ao dizer, a mulher olhou para baixo e notou seu filho sugando o leite que vinha de seu interior. Só então percebeu o que ele queria. Corou intensamente com o pedido e pegou um travesseiro, jogando com força em cima dele.

 

- Pervertido! – Exclamou, jogando mais outro.

- Hoje é dia dos pais – tentou ele. – Você deveria fazer tudo que eu quero – fez beicinho.

- Você não é meu pai – depois de dito, ela sorriu. – É meu marido, então... Nada feito.

- Faz sentido – concordou com uma cara de taxo –, mas, mesmo assim, não é justo - suspirou, cruzou os braços e fez um bico enorme, fazendo sua esposa dar uma risadinha abafada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Espero que eu mereça algum review.
Beijão e até a próxima.