Depois de devorar lentamente o meu delicioso sanduíche, saí da lanchonete e caminhei pela calçada, sem rumo.

Precisava esfriar a minha cabeça e acalmar os nervos que, desde o dia do incidente, estavam à mil. Hoje, encontraria Nick e conversaríamos sobre a nossa situação.

Não, eu não sabia como dizer tudo o que sinto por ele, por conta da minha timidez.

Fiquei vermelha só de imaginar a cena. Nós dois, conversando e de repente… estaríamos juntos novamente.

Estava tão absorta em meus pensamentos que sequer notei o celular tocando no bolso do meu casaco.

Tirei e dei uma olhada no identificador. Era Nick.

Será que já havia sido liberado do hospital? Atendi.

- Olá – Falei, tentando parecer relaxada.

- Olá. Sabia que você fica melhor com jaquetas jeans? – Disse ele, dando um risinho no final da frase.

No começo não entendi muito bem, mas depois olhei bem à minha frente e lá estava ele.

Parado, perto de um Starbucks. Estava tão distraída, que sequer notei o quanto havia caminhado. Sequer notei que ele havia me seguido, é.

Andei rapidamente até ele, e sem dizer nada, o abracei.

Não era preciso explicar ou conversar sobre algo que estava diante de nossos olhos.

Me deixei levar por aquele momento, e pelo o visto ele também.

Depois de alguns instantes, Nick se afastou e pegou na minha mão direita.

- Nick, eu não quero falar sobre isso. – Falei, com a voz trêmula.

Ele sorriu e respondeu:

- Nem eu. – E foi tudo como na primeira vez. Ele me abraçou e me beijou, fazendo o tempo parar.

Era como se nada ao redor existisse, além de nós dois.

A partir daquele momento, descobri o verdadeiro amor. Aquele que você não precisa descrever, ou melhor, aquele que você não consegue descrever, porque a única forma de fazê-lo existir, é sentindo.

Caminhamos por longos minutos. Minutos que eu desejaria se prolongarem para sempre. Olhei para nossas mãos juntas e percebi que se encaixavam perfeitamente. Sorri.

De agora em diante, permaneceríamos como nossas mãos: Inseparáveis.

Porque o sentimento que nos unia era o encaixe perfeito das nossas vidas.