He Could Be The One. escrita por Alien


Capítulo 2
Terceiro Bimestre.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87147/chapter/2

 O dia seguinte foi bem cheio. Meu primeiro dia de aula do 3º bimestre ainda nem havia começado direito, e eu já estava me sentindo sobrecarregada.

 Tive que deixar minha gata, Aphrodite, no veterinário antes de ir em uma loja comprar meu material escolar.

 Caraca, a loja era enorme. Mas, como dizem, quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade. Não haviam fichários legais, e os lápis não eram número 2.

 Andei pelo o centro uns instantes, e adentrei em uma lojinha pequena e de espaço bastante apertado.

Tirei minha lista do bolso, e andei pelas prateleiras com meu olhar pousado sobre o papel, quando esbarro em algo.

 Meu olhar encontrou o dele. Aimeusantodeus.

- Desculpe não ter lhe visto aí – balbuciei feito uma retardada. Eu precisava pensar e analisar melhor as coisas antes de falar.

- Não tem problema. Então, veio comprar suas coisas da escola? – Nick tinha o sorriso mais lindo que eu já vira. Não parecia com aqueles Bad Boys metidos a garotões.

Ele era doce e gentil. Tradução = Perfeito.

- Sim! Mas essas lojas de departamento escolar – morri, o que eu disse?! “Loja de Departamento Escolar”? Me enterre, por favor. – Digo, ahn, bem, esses lugares nunca têm o que eu realmente preciso.

 Eu pensei por um minuto que ele fosse dar uma desculpa qualquer e sair de perto de mim, como se eu tivesse uma doença e depois espalhar para todos que eu era uma idiota.

Bem, eu acho que essa última parte todos já sabem, então, eu não me importaria com isso. Ao invés do que eu imaginei, ele sorriu novamente e pegou delicadamente a lista das minhas mãos e passou seus – lindos – olhos pelo o papel.

- Acho que você veio ao lugar certo. Já comprei esse e esse – ele dizia apontando para os itens.

 Sem perceber, eu estava de boca aberta e com uma cara totalmente débil.

- S-sim, vou ver se encontro mais destes por aí.

Santo Deus, eu precisava aprender a agir diante de um garoto.

 Não conseguia tirar meus olhos de Nick, e corei instantaneamente por isso.

 Quando de repente uma súbita onda de desespero me atacou, quando o vi aproximando-se.

- Eu reparei na sua lista, que ela exige lápis números 2, não é? Aqui estão alguns.

 Aimeusantodeus! E comecei a orar mentalmente para não estar parecendo uma retardada.

- Obrigada Nick, obrigada mesmo.

 Eu sabia que não devia ter dado tanta ênfase ao obrigado. Não queria parecer ter segundas intenções, apesar de elas existirem.

 Nick fazia o 3º ano na High School Tennesse. Raramente nos encontrávamos nas aulas, pois, eu costumava faltar, devido à vida agitada da minha família.

 Voltei para casa ainda sentindo minhas bochechas levemente esquentadas, comi alguma coisa e peguei o ônibus escolar.

A primeira coisa que vi quando adentrei minha sala de aula, foi Leslie entupida de lenços assoados. Uma cena totalmente deprimente.

- Oi Leslie!

 Depois de muitas tosses, ela respondeu meu cumprimento. Aquilo fez eu me sentir culpada por forçá-la a falar, nessas condições.

- Oi Miley! Me sinto bem melhor!

Espremi meus olhos tentando parecer concordar com aquilo. Coitada.

- Sim. Nossa, que fichário mais lindo!

 Leslie sorriu e por um instante me senti útil em tirar minha amiga daquela situação triste que era vê-la tossindo.

- Sim! Você gostou? Eu encontrei uma loja bem próxima daqui. Você encontra todos os tipos de artigos escolares que possa imaginar. Até isso, olha.

 Ela estendeu na minha direção um apontador em formato de Britney Spears.

Que tipo de pessoa tem um apontador em formato de Britney? Uma fã, claro.

- É realmente demais! – forcei um entusiasmo. Não, eu gostava muito de Britney Spears, mas acho exagerado esse fanatismo.

 O professor Paul entrou na sala, e instantaneamente, todos calaram a boca.

 Ele era lindo. Seus olhos eram verdes como esmeralda, o que me causava uma crise patética de suspiros, entre outras coisas débeis.

 Por um momento achei que minha amiga fosse espirrar o pulmão para fora, de uma vez só, quando o – gato – Paul a alertou:

- Leslie, acho melhor você ir para casa. Além de estar causando perigo de contágio aos seus colegas, pode piorar violentamente de hoje para amanhã.

 Meu Deus, ele era fantástico.

Leslie seria uma boboca se recusasse.

E por um momento me assustei com a possibilidade de ela ter lido meus pensamentos.

- Claro, professor. Estou indo para casa agora mesmo.

 O intervalo entre uma aula e outra foi totalmente chato.

Os alunos pareciam esquilos malucos conversando entre si. Na verdade, aquilo me causava um pouco de inveja, porque meu grupo de amigos se resumia somente à Leslie.

 Não, eu não achava isso ruim, de forma alguma.

Sabia muito bem, que minha melhor amiga era uma ótima pessoa, e sempre muito, muito fiel.

 Procurei desviar meus pensamentos disso enquanto comia meu lanche. A primeira coisa me veio em mente foi Nick.

Qual é, ele era totalmente gato e me fazia ficar atordoada / imbecil quando estava por perto. Uma situação bastante constrangedora.

Minha próxima aula seria de Educação Física. O professor era um maluco viciado em bombas e musculação, que sempre conseguia um jeito de misturar esporte com musculação nas aulas. Argh.

- Olá, alunos – ele soou um tanto desconfortável, o que ficou totalmente aparente que ele não tinha o costume de dar aulas, como o restante dos outros professores.

Bom dia professor Drake – todos disseram em sincronia. Eu fiquei calada, e me arrependi furtivamente por ter feito isso.

- Quem é você aluna? – Ele disse arrogantemente. Limpei a garganta com vigor antes de falar, e balbuciei meu nome. Minha voz soou trêmula. Ora essa, ele é apenas um professorzinho.

- Venha cá agora.

Aquele cara já estava me dando nos nervos.

Me levantei da lateral da quadra e parei ao seu lado, percebendo que ele tinha muitos músculos. Muitos mesmo, se eu não soubesse que ele tomava remédio pra ficar bombadão, diria que tudo ali era uma anomalia ou deficiência.

De repente, meu estômago embrulhou. Aqueles músculos eram equivalentes à força, muita força.

 Ele caminhou um pouco e levantou com facilidade uma maromba de 1 quilo.

Meus olhos ficaram enormes e eu tive que segurar minha vontade de sair dali correndo.

- Levante este peso, agora. – Ele ordenou ferozmente. Porque ele estava fazendo aquilo?

- Eu? Não vou fazer isso. – As palavras saíram cuspidas da minha boca e novamente, tive que me conter para não levar minhas mãos à ela e em seguida correr dali.

- Você parece ser bem mal-educada. Não responde aos cumprimentos de início à aula, e ainda não obedece as minhas ordens. Ponto negativo!

Dei de ombros e voltei para o meu lugar.

 Drake mandou que todos nós fizéssemos reflexões e polichinelos.

Ao término de toda aquela palhaçada, eu mal conseguia chegar ao vestiário de tão cansada.

Voltei para casa por volta das 5 horas da tarde.

 Chequei meu celular e minha mãe havia me telefonado.

 

Miley, seu pai e eu chegaremos tarde hoje. Tem jantar no fogão.

 

Mãe.

 

 Sentei no sofá e liguei a TV, quando me assustei com um barulho vindo da porta.

Instintivamente peguei o taco de golfe que meu pai havia colocado como enfeite na parede, e segui em direção à porta, tentando fazer o mínimo de barulho possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comente deixando sua crítica ou sugestão. Sua opinião é de extrema importancia para a continuidade da Fanfic.