He Could Be The One. escrita por Alien


Capítulo 1
AniversárioPesadelo




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  Aniversários sempre foram chatos. Eu que o diga. Nunca gostei muito dessas datas comemorativas. Principalmente quando se trata do MEU aniversário.

Minha mãe estava arrumando a decoração da casa, enquanto eu bufava de tédio, sentada no sofá.

- Miley, por favor, me ajude a colocar essa cortina, sim?

 Involuntariamente me levantei e fiquei de pé ao seu lado. – Nós realmente precisamos fazer isso? – Argumentava enquanto segurava a barra da cortina.

- Sim! Temos.

 Grunhi e falei deixando transparecer minha raiva e aversão por aniversários, mais do que gostaria:

- Não vejo motivos para fazermos isso, mãe.

 Minha mãe era uma pessoa extremamente teimosa. O que me irritava. Ultimamente, nem minhas chantagens emocionais estavam funcionando. Totalmente frustrante.

- Eu não vejo motivos para NÃO fazermos, filha.

 Ouvi um barulho na sala e corri para ver o que era.

- Pai! – Meu pai era um sujeito legal. Nunca estava muito presente na nossa vida, mas havia uma explicação lógica para isso. Ele era famoso. Sim, meu pai cantava Country e fazia muito sucesso. Eu sentia um orgulho excepcional dele, apesar de não ser muito adepta do seu estilo musical.

 Na minha concepção era um estilo de música cafona. Tá, eu nunca fui a melhor pessoa para julgar algo cafona ou não, pois eu sempre me vesti mal. Ok, eu reconheço isso. Pelo menos estou sendo honesta comigo mesma. Existem pessoas que não nascem com um senso de moda, e uma delas sou eu.

 Meu estilo era resumido em: Botas, Roupas com babados, calças jeans boca-de-sino e acessórios pra lá de chamativos. Fora minhas camisetas de bandas que eu a-d-o-r-o.

- Como você está, pai? Me conte tudo sobre o show!

 Eu me sentia mal por, às vezes deixar muito aparente que eu sempre gostei mais do meu pai do que da minha mãe. Não que ela fosse ruim, jamais. O fato é, que ele sempre me deu mais liberdade, e se hoje eu tenho coisas legais e consegui tudo o que queria, o mérito é todo dele.

- Ah filha, foi como todos nós esperávamos. Os fãs sempre são muito colaboradores e amáveis. Essa é uma das coisas mais gratificantes do nosso trabalho.

 Enquanto eu ouvia meu pai falar sobre suas viagens e fãs enlouquecidos, minha mãe permaneceu organizando as coisas para a festa. Ai, meu estômago doeu só em pensar nas pessoas que viriam hoje.

 Minha tia Paola que era um amor, e que adorava trazer presentes legais estaria aqui logo mais, o que fez eu me sentir mais aliviada.

- Nós convidamos o vizinho também, aquele garoto… ahn… o Nick.

 Caramba! Eu não acredito que minha mãe fez isso?! Eu tinha uma queda (e das grandes) por aquele garoto. Mas, o que fez minha adorável mãe convidá-lo para um dos eventos que eu mais detesto nesse mundo? Argh.

- Como se já não bastasse toda essa história de aniversário, ainda vou ter que dar de cara com aquele insuportável – resmunguei tentando encobrir meus reais sentimentos.

 Meu pai, como todo bom esposo que é, foi para o lado da Sra. Insistente e disse, autoritário:

- Sua mãe sabe o que faz, não quero que fale assim das decisões dela. Sua obrigação é respeitá-las e agir corretamente.

- Tá, pai. Que mais eu posso fazer? Ela já convidou mesmo.

 Fui para o meu quarto escolher uma roupa. Eu senti uma aflição só de olhar para o meu armário. Nada que favorecia a ocasião. Resolvi pegar minha camiseta dos Ramones, um short jeans preto e meu allstar de cano longo favorito.

 Tomei um banho e hesitei em descer. Eu sabia que meus pais me obrigariam a trocar de roupa, porque, eles são evangélicos. Isso significa, que eu nunca na vida, deveria sequer sonhar em usar roupas curtas. E por acaso, o short era uma dessas peças proibidas.

Mas eu estou fazendo 16 anos hoje. Acho que eles devem compreender que estou mais madura e posso usar o que eu quiser.

 Desci as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível. Fui até a cozinha, onde os dois estavam, e parei na porta igual uma pateta.

- Então?

Os olhos da minha mãe pareciam que a qualquer momento iriam explodir, e meu pai virou o rosto balançando a cabeça negativamente.

- O que deu na sua cabeça em usar isso? – Ela disse apontando para a peça proibida.

 Respirei fundo, e contei até 10 mentalmente. Ultimamente minha paciência tem estado muito curta, e minha terapia, na maioria das vezes é essa. Contar até 10.

- Mãe – falei limpando a garganta – Hoje é meu aniversário de 16 anos. Já estou madura o suficiente para usar o que eu quero. E não é uma peça de roupa que vai me dizer se tenho caráter ou não.

 A expressão da minha mãe era incontestável. Por um momento pensei em dar meia volta e colocar uma calça ou seja lá o que for, mais longo do que aquele short. Mas, percebi que meus argumentos estavam começando a ficar melhores.

- Tudo bem. Pode ficar com esse short. Só não quero que você se torne mais uma oferecida no mundo.

 Eu realmente tive que me segurar para não pular em cima da minha mãe e gritar Muito Obrigada, Muito obrigada mesmo!

- Valeu mãe – resfoleguei tentando conter minha – tamanha – alegria.

 

 

A festa foi bem legal.

Mentira, foi um saco.

 Nick passou o aniversário inteiro me olhando, o que foi bem desconfortável.

 No instante em que todos se reuniram para cantar “parabéns” ele ficou bem junto de mim. Por um momento pensei que meu pai tivesse percebido a presença do garoto, mas logo apaguei esse pensamento da minha cabeça, quando um largo sorriso brotou em seus lábios.

 O primeiro pedaço do bolo foi para o meu pai, claro. Depois eu entreguei o segundo para a minha mãe e em seguida para minha tia, Paola.

 Nossa mãe, ela me trouxe um Scarpin caríssimo! Eu realmente amo muito aquela mulher.

 Antes de dormir, liguei para Leslie, minha melhor amiga. Ela estava doente e por isso não havia comparecido ao evento. Minha festa teria sido mais animada, se ela estivesse conosco. Mas depois, pensei bem. Ela era apaixonada por Nick, assim como eu.

 Não, eu não havia contado sobre minha paixão platônica por ele, pois eu sabia que seria decepcionante e totalmente inapropriado falar disso com ela.

- Leslie?

- Feliz aniversário, Miley! – Ela disse em meio a tosses –> pausa –> tosses.

- Obrigada, querida. Então, você está melhor? – Leslie havia pego uma gripe desde que resolvemos sair à noite de casa sem casacos de frio. E olha que meu pai ainda nos alertou.

- Estou sim. Tomei uma tacada de remédios para tosse, e estou me sentindo melhor. Caraca, como eu detesto esse gosto de Framboesa falsificada.

 Não tive como não rir. Apesar de tudo, Leslie era uma ótima pessoa, e sempre me fazia ficar bem em duas ocasiões: Triste e deprimida, ou no meu Aniversário. É.


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Notas finais do capítulo

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