POV Bella

   Eu ainda não conseguia acordar.

 Mas a dor havia diminuído...nunca sumindo....porem diminuído.

    Após acordar e voltar a dormir,sempre na escuridão,as coisas que aconteciam ao meu redor ficaram mais nítidas.

    Após mais algum tempo,eu já conseguia escutar e sentir.

  Eu estava deitada na minha cama.

    Eu já tinha me cansado de contar minhas respirações,quando eu senti alguma coisa me tocando.

   Minha mente registrou,talvez lentamente,que era uma mão.Mas era quente.

   Ela só ficou ali por um tempo,parada.

  Lentamente,quem quer que fosse começou a fazer carinhos circulares na palma da minha mão.

   Minha respiração ficou um pouco irregular quando eu percebi que aquele simples toque não doía.

   Ficou assim,apesar do toque quente o gesto era delicado.

  Uma respiração se aproximou de mim.

    -Bella....

   A voz soava estranha.Como se aquela pessoa tivesse chorado.

    -Bella...por favor....não morra....fique...

     Ficou um silencio desconfortável.

       Um silencio em que eu queria abraçar quem quer que fosse que estivesse ao meu lado e consolá-lo dizendo que eu não iria morrer.

    -Não morra Bella...

   Sua mão apertou a minha e depois soltou.

     -Não morra Bella...por mim.

  Então foi embora.

    Acho que nunca detestei tanto  a escuridão como agora.

     Fiquei lá,encarando o nada escuro da minha mente.

  POV Edward

  A rua atrás do hotel,era perfeita.

    Tinha apenas três postes com lâmpadas funcionando...e funcionando mal.

   Uma garota se aproximou de mim.

   Grande erro.

    Eu ri internamente.

  Ela até era bonita.

  Mas tinha algo errado com ela.

   ‘Ela não é a Bella’.Minha mente registrou.

  Não tinha nada nela que lembrasse a minha Bella.

   Mesmo assim...

  Lhe lancei um sorriso.

   -Olá...

  Sua voz soou atrevida...porem também um pouco assustada e temerosa.

   Ela vestia um short jeans,meia calça arrastão,e uma bota de salto alto.

   A sua blusa..bem...era uma blusa preta com um decote em V que deixava quase que todo o seu peito á mostra.

  -Oque você quer mocinha...?

   -Eu preciso da sua ajuda...tem um cara batendo na minha amiga,e eu não sei o quanto mais ela pode agüentar...

  Eu avaliei ela.

   Ela estava verdadeiramente assustada e seu tom de voz tinha mudado.

-Ok,vamos lá...

  -Muito obrigada...

Ela chegou perto de mim.

  Pegou minha mão e colocou em volta da sua cintura.

  Eu me esquivei um pouco do seu toque.

  Ela me avaliou um pouco e depois desviou o olhar.

   -Desculpe-me... é que meu ‘chefe’ tem espiões...

   Eu segurei mais firme em sua cintura.

  Aproximei minha boca do seu ouvido.

   -Você tem nome?

  Ela estremeceu,mais manteve o rosto virado para a frente enquanto me levava até aonde a sua amiga estava.

  -É Danny.

   -O verdadeiro.

   -Esse é o verdadeiro.As meninas não mudaram pois acham que Danny já é nome.Para nós,pelo menos.

     Eu percebi que ela evitava falar oque era,por mais que estivesse na cara.

    Seguimos em silencio o restante do caminho e ela não me perguntou meu nome.

  Nós nem tínhamos chego ainda e  eu já conseguia escutar os gritos abafados.

    Danny tirou minha mão da sua cintura um pouco antes de chegarmos.

    -Eu não posso ser vista ai...

   Acenei.

    -Muito obrigada....nós devemos as nossas vidas a você...

   Ela se aproximou e beijou minha bochecha.

    Independente do que ela era,aquele beijo foi inocente e de puro agradecimento.

    Eu continuei avançando até entrar no beco escuro á minha frente,deixando Danny para trás.

    A escuridão não me assustou,afinal eu conseguia enxergar.

  Oque eu vi na minha frente,tirou todo o pouco controle que Danny tinha me dado.