O Nosso Segredo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 20
CAPITULO 20 – O CAMINHO QUE ESCOLHEMOS parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/86951/chapter/20

Para protegê-lo eu havia sacrificado a minha própria felicidade, e eu tenho intenções de continuar fazendo-o, mesmo que todos, incluisve o Naruto, pensem que sou uma covarde por não enfrentar o mundo para ficar ao lado da pessoa que eu amo. Somente eu sei as razões que me sustentam a minha decisão.

Sai do banheiro do hospital e no caminho até a sala de emergência cruzei com a Shizune que trazia em mão cinco grossas pastas com o histórico médico dos pacientes.

- Sakura, que bom que a encontrei. Aqui está.

Ela me entregou as pastas.

- Você vai atender no ambulatório em uma hora – ela seguia andando e falando - Recomendo que verifique o histórico médico desses pacientes. A sala dos médicos está vazia.

Sem chance de contestar, eu segui as ordens e carregando as pesadas pastas fui para a sala dos médicos. Ao entrar joguei as pastas sobre a mesa e tranquei a porta; sentei-me e peguei uma das pastas, meus movimentos se paralizaram no momento em que meus olhos viram o anel de diamantes em minha mão. 

A pedra de diamante brilhava tanto quanto o sorriso de Naruto. Um sorriso tão sincero e radiante que simplesmente não se podia esquecer.  E como ele estava sorridente enquanto me acompanhava de taxi até o hotel onde eu ficaria hospedada no Canadá.

Flashback

 O sorriso não saiu dos lábios de Naruto desde saímos do aeroporto. Cada vez mais eu sentia que estava certa ao pensar que a razão do treinador dele ter me contado aquela mentira era porque o Naruto estava sentindo a minha falta.

Eu que havia ficado tão ansiosa com o momento em que fosse reencontrá-lo, por não saber o que eu deveria dizer ou como deveria agir quando estivéssemos os dois a sós, fiquei mais tranqüila depois do encontro. E também fiquei mais distraída, pois me esqueci completamente de avisar o Sasuke que eu estava no Canadá.

O hotel ficava bem próximo ao alojamento onde Naruto morava.  Como era época de Natal tinha uma enorme árvore enfeitada no hall de entrada.

- Quarto andar, apartamento 412 – indicou-me o recepcionista do hotel – O bellboy já levou sua bagagem, senhorita.

- Obrigado.

Girando os calcanhares aproximei-me de Naruto que olhava atentamente o aquário que continha espécies variadas de peixes.

- Você vai subir comigo?

Ele me olhou curioso, e por instantes receei receber uma resposta negativa a minha pergunta.

- Hoje eu não tenho mais treino.

- Então por que não fica para jantarmos? – convidei-o de maneira informal.

- OK – ele concordou de pronto.

Naruto subiu comigo e assim que eu abri a porta foi o primeiro a entrar no quarto. Ele tirou a grossa jaqueta que vestia e jogou-a na poltrona que ficava ao lado da porta, em seguida se jogou na cama.

- Que cama legal!

Ele se jogou na cama fazendo o colchão afundar no meio.

- O que pensa que está fazendo na minha cama? – eu perguntei brava enquanto tirava a minha jaqueta e a colocava sobre a poltrona que ficava ao lado da janela.

Eu desejei mandá-lo sair antes que o cheiro de seu perfume ficasse impregnado nos tecidos e me causasse insônia, mas eu não consegui.

- Aquele velho tarado pegou no treino de hoje. Tô quebrado!

Sentei-me na beirada do colchão e deixei minha cabeça tombar até que encostasse à travesseira. Fiquei de costas para ele, desse jeito era mais fácil conversar.

- Você vai para a casa da Hinata no Natal? Ela mora em Quebec, não é mesmo?

Naruto se mexeu na cama.

- Os pais da Hinata vão levá-la para os Estados Unidos nesse Natal. Eles ainda querem me separar dela – a última frase saiu num tom jocoso.

- Vocês um dia vão se casar – eu acabei falando sem pensar.

A mão de Naruto tocou na parte posterior de meu ombro e numa reação natural eu virei-me para o outro lado. Eu não havia percebido que nós estávamos tão próximos, nossos corpos ficaram a centímetros de distância e eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Meu coração acelerava o ritmo ao mesmo tempo em que eu submergia em seus olhos oceanicos.   

Os lábios dele se uniram aos meus, e eu não mostrei nenhuma resistência ao beijo. Sua mão desceu por meu braço e parou em minha cintura puxando para mais junto de seu corpo, o beijo se tornou mais urgente e intenso. Bruscamente, ele interrompeu o beijo.

-Sakura, nós...

Eu encarei-o séria.

- Se disser que nós somos irmãos num momento como esses – eu beijei seu queixo - Eu nunca vou te perdoar.

Ele riu e eu colei meus lábios nos dele. Um novo beijo começou.

Os movimentos de mãos se tornaram mais apressados e aos poucos começaram a seguir um ritmo para nós ainda desconhecido. Naruto deitou-se de costas no colchão e eu me sentei em suas pernas. Olhei-o encabulada, me sentia estranha por estar fazendo aquilo com ele, afinal havíamos crescido como irmãos.

Rapidamente tirei minha blusa de malha rosa ficando apenas de sutiã. A temperatura do quarto estava agradável por causa do sistema de calefação.

Naruto sentou-se e seu rosto ficou em frente ao meu, por instantes pensei que ele fosse falar algo, mas seus lábios silenciaram-se no momento em que eu o beijei. Eu não queria que houvesse uma conversa naquele momento sobre o quão certo ou errado estávamos em nos deixar levar por nossos sentimentos, e tampouco queria pensar se haveria arrependimentos quando o dia amanhecesse.

Aos poucos as roupas saíram de nossos corpos e caíram no chão de madeira do quarto. Os movimentos desajeitados começavam a se coordenar à medida que as carícias e o desejo aumentavam.

Suas cálidas e gentis mãos se posicionaram em minha cintura enquanto nos beijávamos. Já não havia mais roupas em nossos corpos, apenas um edredom enroscado em nossas pernas como se fosse uma corda que limitava nossos movimentos. Suas mãos começaram a se movimentar por meu corpo, no entanto, às vezes, acho que por medo, nervosismo ou simplesmente para me provocar ele as detia na região entre a minha lombar e meu abdomen. Seus lábios desceram por meu pescoço até meu coração e ali pararam por algum tempo.

- Essa deveria ser a nossa primeira vez - eu não consegui deixar de dizer o que eu pensava.

- Essa é a nossa primeira vez - ele retrucou enquanto descia seus lábios até meus seios.

Seus lábios roçando em meus seios me provocaram cócegas, eu acabei rindo; ele pareceu gostar de ver a minha reação.

- Tem razão – eu disse abrindo um sorriso - Essa é a nossa primeira vez.

Eu sempre achei que me entregaria pela primeira vez para o homem que eu amaria por toda a minha vida. A gente lê conto de fadas demais quando se é criança, por isso passa a acreditar que o primeiro amor é para a vida toda. Naruto não era o meu primeiro amor, mas definitivamente era o homem que eu amaria pelo resto da minha vida; e sei que o Naruto pensava a mesma coisa a meu respeito. Afinal, nós não estavamos ali por prazer, apenas queríamos consumar a paixão que ardia em silêncio em nossos corações; para mim não importava se quando passássemos pela porta daquele quarto voltássemos a ser apenas irmãos.

No fundo, eu sentia que o Naruto também me amava de igual maneira. E que nós não estavamos nos entregamos um ao outro por prazer, nós simplesmente queríamos ver até que ponto a nossa paixão podia chegar. Eu queria provar a mim mesma que o Naruto era o único homem que eu poderia amar e que estar com ele era a coisa certa a se fazer; mesmo que quando passássemos pela porta daquele quarto voltássemos a ser apenas irmãos.

Nos braços dele os segundos viraram minutos e os minutos horas, não sei ao certo quanto tempo se passou, mas até hoje acredito que naquele momento o tempo parou dentro daquelas paredes. Entre os beijos doces que o Naruto depositava em meu corpo, e os beijos que eu lhe retribuia, chegamos ao clímax, eu me deitei no colchão, o pingente de floco de neve escorregou para a lateral de meu pescoço. Ele se pôs sobre meu corpo, tentei relaxar e senti-o dentro de mim.

De uma forma que eu não consigo explicar, eu senti-me, pela primeira vez, completa; nada mais faltava. Acabei chorando de felicidade, Naruto me puxou pelos braços e ele me abraçou.

- Não chora, Sakura.

Eu abracei forte sua cintura.

- Está tudo bem, Naruto. Eu estou chorando porque estou feliz.

Cansados, nos deitamos lado a lado com as mãos atadas uma a outra. Ele nos cobriu com o edredom.

Após um longo silêncio, Naruto começou a falar.

- Eu estava pensando em ir para a Inglaterra quando terminar o campeonato.

Eu fechei a cara e virei-me de lado.

- O que pretende fazer na Inglaterra? – eu perguntei brava.

Naruto também se virou na cama para me olhar.

- Sei lá, buscar alguma coisa sobre os meus pais. Eles eram ingleses, não é mesmo?

- Não sei - respondi controlando minha raiva - Aliás, eu nem sei o que você quer fazer na Inglaterra. Seus pais estão mortos. Você não tem família lá.

- Mas se eu tiver algum parente lá?

Larguei a mão dele e sentei-me na cama.

- Um parente que prove que você não é meu irmão? - perguntei irônica - Quer tanto que descubram a verdade?

Ele sentou-se na cama e começou a balançou as mãos tentando se justificar.

- Não é isso, Sakura... -

- Então esqueça essa ideia. Eu sou sua única família - eu falei a última frase de maneira firme e convincente.

Voltei a me deitar, só de costas para o Naruto. Em pouco tempo, senti-o me abraçando pelas costas e não pude deixar de sorrir, só que mantive o meu sorriso em segredo. Lembrei que certa vez eu escutara que quando se dá as costas para alguém é porque se confia nessa pessoa, eu nunca dei as costas para o Sasuke quando estávamos na mesma cama.

Pela manhã, eu fui a primeira a acordar.

Deitada em seu peito sentindo seu coração bater acelerado, eu percebi que finalmente havia encontrado o lugar em que eu sempre desejara estar; no entanto, aquele lugar era proibido.

Levantei-me e vesti minhas roupas. Fui para a janela e fiquei em pé observando a cidade coberta de neve que começava a acordar.

-Sakura – escutei a voz sonolenta de Naruto me chamar.

Virei minha cabeça em sua direção.

- Eu estou aqui – respondi abrindo um discreto sorriso.

Naruto abriu um largo sorriso, era notável o quão feliz ele estava. Colocando-se em pé, ele começou a vestir sua roupa.

- Você não tem treino hoje? – eu perguntei.

- Não. Hoje é véspera de Natal.

- É verdade.

Ele ficou me olhando a distância com um sorriso bobo nos lábios.

- O que foi? - eu perguntei encabulada.

- Eu te amo, Sakura – a declaração dele me surpreendeu e ao mesmo tempo me entristeceu.

- Eu também – eu respondi baixinho.

Naruto atravessou o quarto e veio até mim. Inclinando a cabeça, ele me beijou.

Empurrei-o para que se afastasse.

- O que vamos fazer, Naruto?

-Fica comigo, Sakura. Nós podemos ir para Londres.

- O que tá dizendo? – eu fiquei nervosa - Isso é loucura!

Num sinal de nervosismo eu mexi em meus cabelos.

- Por que eu não posso ficar com você?

- Que tipo de pergunta é essa? Você sabe muito bem porque não podemos ficar juntos.

- Nós não somos irmãos! – ele gritou também nervoso.

Uma lágrima escorreu por minha bochecha.

Eu não havia pensado nas consequências de dormir com o Naruto, não pensei que ele pudesse ficar mais confiante em nossos sentimentos e com isso querer lutar por nosso amor. Eu achei que ele havia entendido que nós não podíamos ficar juntos.

- Eu estou saindo com o Sasuke – foi difícil dizer aquilo, mas era a única coisa que nos salvaria de cairmos na tentação de lutarmos por nosso amor.

Os olhos de Naruto se arregalaram e em silêncio ficamos nos encarando. Gradualmente os olhos de Naruto foram se fechando e passaram a demonstrar a tristeza que havia em seu interior. Demorou a que ele dissesse algo a respeito.

- Você ainda o ama...

- Sabe o que eu sinto por você - apesar de tudo, eu não podia negar o que eu sentia por Naruto.

- Mas você está com ele - a decepção era clara no rosto de Naruto.

- Eu te amo, Naruto.

Ele me segurou com violência pelo braço.

- Sakura, eu não gosto de pessoas que mentem para si mesmas!

Eu fiquei assustada ao vê-lo reagir daquela maneira, mas logo entrei na defensiva.

- Amar o Sasuke é mais certo do que amar você!

Senti a pressão dos dedos de Naruto em meu braço diminuírem. Eu continuei.

- O nosso amor só existe entre quatro paredes.

 Naruto se afastou e caminhou até a porta.

- Aonde você vai?

- Acho que nunca vou entender esses sentimentos confusos.

Naruto saiu me deixando sozinha no quarto.

 Fim do flashback

Sentimentos confusos? Eu estava certa do que sentia por ele.

Eu ainda não havia conseguido perdoar o Sasuke pelo passado, mas eu havia aceitado voltar a ser sua namorada. Entretanto, bastou um telefonema para me levar de volta aos braços do Naruto e eu cedi ao desejo que por tanto tempo neguei; a verdade que eu não neguei o que eu sentia, eu apenas não entendia que eu o amava mais do que tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

nota da autora: Naruto e Sakura tem sua primeira noite juntos.

Naruto deseja lutar pelo amor dos dois, mas assim como antes Sakura não aceita e acaba contando que ela está saindo com o Sasuke novamente e isso deixa o Naruto irritado.

Será que houve uma maneira de salvar aquele Natal deles.


Grandes surpresas pela frente.


NÃO DEIXEM DE COMENTAR!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Nosso Segredo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.