O Nosso Segredo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 11
CAPITULO 11 – O PRIMEIRO BEIJO




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Fiquei por quase uma hora em pé na janela observando os raios de sol tocarem a superfície das plantas e as aquecerem, aos poucos o orvalho desaparecia e qualquer sinal da tempestade da noite era apagado. Os raios de sol também tocavam a minha face e provocava uma sensação, era quase como se eu recebesse um beijo.

 

Durante esse tempo que fiquei ali olhando a manhã nascendo, eu pensei em muitas coisas, mas o que não me saia da cabeça era o alistamento de Naruto e nem que em breve voltaríamos a ser dois casais diferentes: o Naruto com a Hinata e eu com o Sasuke; assim como havíamos sido no passado.

 

— Os pinheiros estão bem altos... Logo será Natal.

 

Lembrei-me de meu Natal aos 16 anos que fora bem marcante, primeiramente porque foi o primeiro Natal que passei fora do orfanato e segundo porque... Bem para entender o que realmente aconteceu, e como isso me marcou, é preciso que eu conte o que aconteceu um mês antes.

 

Acho que ainda se lembram de que o Naruto e o Sasuke haviam brigado porque o Sasuke me havia oferecido uma carona em sua moto na noite em que eu havia ido ao cinema como umas garotas mais velhas do clube de ciências. O Naruto não havia gostado do fato do Sasuke ter me trazido de moto baixo a forte chuva que caia, no entanto o que ele realmente não havia gostado foi de ver-me tão próxima ao Sasuke.

 

Duas semanas depois do ocorrido, Sasuke me entregou um bilhete quando passou por mim no corredor, no pequeno pedaço de papel estava escrito que ele queria conversar comigo depois da aula. Enganando o Naruto dizendo que eu ficaria até mais tarde na escola por causa do clube de ciências, eu fui me encontrar com o Sasuke no campo de futebol que ficava atrás da escola. O local marcado foi embaixo das arquibancadas.

 

Meu coração batia forte à medida que eu caminhava ao encontro dele. Era como um sonho que se realizava.

 

— Oi Sakura – ele me saudou assim que cheguei.

 

— Olá Sasuke. Você disse que precisava falar comigo...

 

Eu sentia meu rosto tão quente e minha mente era incapaz de controlar o turbilhão que havia em seu interior. Eu pensava em mil coisas para dizer a ele: queria contar que eu o amava desde o orfanato e que pensava nele mesmo quando estávamos longe. No entanto, não tive tempo de dizer nada disso, pois fui surpreendida por um beijo que fez minha respiração parar e meu corpo enrijecer.

 

Ele simplesmente havia dado três passos a frente e inclinando-se havia encostado seus lábios aos meus, no momento em que eu cedi e abri meus lábios, ele me tomou em seus braços e sua língua invadiu minha boca. Eu estava tão inebriada por seu beijo que não conseguia expressar qualquer reação. Sua saliva era como um veneno que tão poderoso havia paralisado meus músculos deixando-me a mercê de sua vontade.

 

Não sei quanto tempo o beijo durou, só sei que pareceu eterno. Quando ele me soltou, eu tive dificuldade em me manter em pé e minha primeira reação foi tocar meus lábios.

 

— Está surpresa? – ele me perguntou de forma tranqüila.

 

 — Sim – confessei – Eu não esperava que você sentisse o mesmo por mim.

 

— Na verdade eu achei que não sentia, mas percebi que não queria ficar sem você.

 

A melhor, ou pior, coisa de se estar apaixonada é que você se torna incapaz de acreditar além daquilo que você deseja acreditar como sendo a verdade.

 

— E o que faremos?

 

Eu ansiava saber se haveria um futuro para nós.

 

— Sakura, eu quero que seja minha namorada – ele disse mantendo os olhos estáveis e sérios.

 

Eu achei que poderia morrer naquele momento que não me arrependeria de nada na minha vida, aquele estava sendo o momento mais feliz de toda a minha vida. Esse é o típico pensamento adolescente, e hoje eu agradeço aos céus por não terem me matado depois daquele beijo.

 

— Sim – eu respondi de forma boba.

 

E como retribuição a minha resposta positiva, Sasuke voltou a me beijar novamente, só dessa vez pareceu-me que havia mais amor e menos ansiedade.

 

— Eu te levo para casa – ele gentilmente me ofereceu uma carona.

 

— Não – eu senti que seria melhor recusá-la – Eu não quero que você e o Naruto briguem novamente.

 

Sasuke passou o braço por trás de minhas costas e me puxou.

 

— Seu irmão terá que aceitar que somos namorados.

 

Eu estava tão feliz com a idéia de ser namorada de Sasuke que lhe dei total razão.

 

Ao chegar a casa, Sasuke parou sua moto no driveway e eu desci primeiro, logo em seguida ele desceu e fez questão de me dar um selinho.

 

— Nos vemos, Sakura – ele disse com um sorriso discreto nos lábios.

 

Montando em sua moto e dando a volta, ele saiu acelerando-a rua abaixo.

 

Ao virar-me para trás eu vi Naruto esperando-me a soleira da porta, ele tinha uma expressão de chateação no rosto. Girando os calcanhares, ele entrou.

 

— Naruto, espere.

 

Corri para dentro de casa, e fechei a porta as minhas costas. Voltei a chamá-lo.

 

— Naruto!

 

Ele deteve seu caminhar no primeiro degrau da escada, e virou-se para mim.

 

— Eu fui até a escola – ele me contou num tom de voz baixo e triste – No clube de ciências disseram que você não estava lá. Sakura, você poderia ter me contado a verdade.

 

— Eu e o Sasuke estamos namorando.

 

Foi mais difícil do que eu pensei contar isso para o Naruto, mesmo assim eu preferi que ele soubesse disso por mim.

 

— Fico feliz. Você sempre gostou dele.

 

O olhar triste dele e seu sorriso falso fizeram com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo, de alguma maneira, eu sentia que eu o estava traindo. Procurei manter minha mente focada unicamente na felicidade de estar namorando a pessoa que eu mais amava em todo o mundo, pelo menos amava naquela época.

 

No dia seguinte quando cheguei à escola todos já estavam sabendo que eu e o Sasuke estávamos namorando, e ao invés de me sentir envergonhada, eu me sentia orgulhosa disso.

 

A Ino surtou quando soube, e ficou sem falar comigo dizendo que eu era uma traidora; ao contrário do que eu pensei, não houve nenhuma matéria no blog dela, o Blond Girl, sobre o meu namoro com Sasuke. Eu continuei na equipe de cheerleaders com ela, mas toda vez que passava por mim, ela virara a cara e me olhava de forma superior; porém eu nem me importava.

 

Os dois meses que se seguiram passaram bem rápido. Eu e o Sasuke mal tínhamos tempo para nos encontrar devido aos treinos de hochey que haviam se intensificado por conta do Christmas Break, uma vez que nesse período os treinos e as atividades escolares eram interrompidos por conta das festas de fim de ano. Pela mesma razão eu também pouco me encontrava com o Naruto, ainda que morássemos na mesma casa; ele chegava bem depois de mim e se enfiava no quarto para mexer no computador ou jogar vídeo-game.

 

E assim o Natal chegou. Aquele seria o primeiro Natal desde a morte de nossos pais que nós passaríamos em casa, porém nem eu e nem o Naruto nos mostrávamos muito inclinados a passar o Natal em casa. Havia lembranças demais rondando aquele lugar.

 

Kiba, Shikamaru e Shino nos convidaram para dar uma volta pela cidade e ficarmos de boa um tempo no píer. Achei a idéia legal, e na véspera de Natal eu coloquei um lindo vestido bordo de veludo e um sobretudo preto, já Naruto, como sempre, não se importou com o visual e colocou sua jaqueta de moletom laranja favorita com uma calça preta e botas. Nós nos encontramos com os garotos o píer, Sasuke também estava lá ao meu convite, afinal ele também conseguido a emancipação e estava morando sozinho desde que completara 16 anos; porém havia uma convidada inesperada: a Hinata. Eu sabia perfeitamente porque ela estava ali, e isso não me agradou nem um pouco.

 

— Que bom que chegaram – Kiba estava bem animado.

 

— Vocês demoraram – reclamou Shikamaru que esfregava as mãos na inútil tentativa de aquecê-las.

 

Eu fui até o Sasuke e me posicionei ao seu lado.

 

— Oi Naruto – Hinata o saudou no seu habitual tom baixo de voz.

 

Olhei para Hinata da mesma maneira que a Ino passara a me olhar desde que descobrira do meu namoro com o Sasuke: com desprezo. Eu não podia imaginar como aquela garota tão tímida e reservada pretendia namorar um garoto tão hiperativo como o Naruto. Seria como tentar misturar água e óleo.

 

— Oi Hinata – ele respondeu a saudação dela sorrindo.

 

Achei que ele estava apenas sendo gentil.

 

Andamos pelas calçadas das cidades enquanto conversávamos e nos divertíamos. Sasuke ficou calado boa parte do tempo e preocupou-me que ele não estivesse gostando do passeio, por outro a Hinata parecia feliz andando lado a lado com o Naruto, e ele, por sua vez, estava bem à vontade rindo e brincando o tempo todo com ela. Sinceramente pensei no que eles tanto tinham em comum para conversar.

 

— Hey! Olhem aquela casa. – apontou Kiba chamando a atenção de todos.

 

A casa, aparentemente vazia, não tinha nada de especial: a pintura amarela estava desbotada, as janelas de madeira se mexiam conforme o vento soprava, o gramado estava mal cuidado e as decorações nas janelas e na porta eram bem modestas. Aquele lugar serviria bem para um filme de terror natalino.

 

Kiba pegou a mão de Hinata e puxou-a até a porta de entrada. Toda tímida ficou parada ali de costas para a porta de entrada.

 

— O que está fazendo? – ela perguntou entre os dentes.

 

— Kiba, pare com isso – disse Shikamaru num tom de voz de desagrado.

 

— Não se mexa – Kiba pediu para Hinata.

 

Eu olhei para cima e vi um ramo de visco pendurado sobre a cabeça dela e na hora adivinhei o que viria na sequência. Franzi o cenho em sinal de impaciência, segurei-me para não comentar nada; eu não queria passar novamente pela “mãe chata” do Naruto.

 

Kiba empurrou o Naruto para que ele ficasse de frente para a Hinata e correu de volta para perto de nós. Shino riu baixinho, era bom saber que alguém mais além do Kiba estava se divertindo com aquela brincadeira estúpida.

 

— Hey, Naruto você conhece a tradição – gritou Kiba.

 

"A mulher que estiver debaixo de uma árvore que possua visco, não recusará o beijo de um homem". Era essa a tradição. O antigo povo druida realizava cerimônias de casamento embaixo do visco que crescia nas árvores, e tempos depois o visco passou a ser pendurado na porta da casas das pessoas na época de Natal.

 

O rosto de Hinata ficou mais vermelho depois de ouvir seu amigo gritar sobre a tradição do visco. O meu rosto também estava igualmente vermelho, pois eu o sentia bem quente, entretanto o meu rosto não estava assim por vergonha, e sim por raiva. Eu girei o corpo um pouco para a lateral, porém Sasuke passou seus braços por trás das minhas costas e me puxou para junto dele, acabei ficando de frente com a cena a qual eu desejava não ter que presenciar.

 

— Isso vai ser interessante – Sasuke comentou baixinho sem desviar seu olhar do Naruto e da Hinata.

 

Engolindo a saliva, Naruto inclinou seu corpo para frente e encostou seus lábios nos lábios da Hinata. Eu assistia ali o primeiro beijo entre os dois.

 

Kiba e Shino vibraram com o beijo, já o Shikamaru parecia não estar gostando de estar ali vendo aquilo. Eu me sentia igual ao Shikamaru.

 

Meus olhos se fixaram no visco pendurado na porta, o vento fazia-o ir para frente e para trás. Sabe o que há de curioso sobre o visco? É que ele cresce em árvores velhas e doentes como se fosse um câncer. Tentando relacioná-lo com o beijo e descobri que o visco não esteja relacionado bem com um beijo, símbolo do amor, e sim com o próprio amor; pois talvez seja o amor também um mal que cresce em nós assim como o visco na árvore.

 

Desviei meu olhar momentaneamente para o Sasuke. Quem se importa se o amor é uma doença ou não quando se está perdidamente apaixonado como eu estava por ele.

 

Naruto virou para trás e eu pude ver seu rosto corado. Sem jeito, ele colocou as mãos atrás da nuca, mas rapidamente as abaixou e fechou a expressão ao ver Sasuke com o braço por sobre os meus ombros. Por instantes, senti que estávamos quites.

 

Sasuke girou o corpo arrastando-me junto.

 

— Eu te levo para casa.

 

— Sim.

 

Agradeci em pensamentos por ele estar me tirando daquele lugar. O que eu não precisava ver era o que aconteceria depois que o Naruto e a Hinata voltassem ao grupo. Kiba deveria estar muito feliz, afinal ele havia conseguido o que tanto queria.

 

Nós andamos um tempo pelas frias ruas da cidade, até o Sasuke resolveu quebrar o silêncio que havia se formado entre nós desde que havíamos nos afastado do grupo.

 

— O que foi Sakura? Ficou chateada porque o seu irmão beijou aquela garota?

 

— Não. Na verdade acho que os dois combinam. A muda e o palhaço – eu repeti os insultos usados por Ino na lanchonete – Serão o casal mais popular da escola.

 

Sasuke me segurou pelo braço e me puxou até uma casa. Ele me posicionou de costas para a porta de entrada. Escutei as pessoas rindo e cantando alto no interior da casa.

 

— Sasuke, nós temos que sair daqui – eu sussurrei meio sem-jeito.

 

Eu estava morrendo de medo que alguém da casa abrisse a porta.

 

— Não sem antes cumprir a tradição.

 

Olhei para cima e vi um ramo de visco pendurado sobre a minha cabeça. Antes que eu pudesse racionar direito, senti os lábios dele me beijando. O beijo que o Sasuke me dera era mais ardente do que o beijo singelo e infantil trocado entre a Hinata e o Naruto. Passando os braços por sobre os ombros dele, eu me entreguei ao beijo e mais tarde naquela noite eu me entreguei a ele.

 

Sasuke me levou para seu apartamento, e na véspera de Natal eu tive minha primeira vez. Tudo era mágico demais para que eu pudesse ver qualquer defeito ou pudesse sentir que eu estava fazendo a coisa errada.

 

O fato do Naruto ter começado a namorar a Hinata depois do beijo que eles deram não me agradou, mas eu não podia recriminá-lo. Entretanto, eu não consegui aceitar a idéia de que o Naruto tinha uma namorada, e até hoje eu não consigo aceitar isso. Dói saber que eu não sou a única que pode tê-lo para si.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Acho que mtos leitores pensaram que eu iria contar como foi o primeiro beijo entre o Naruto e a Sakura, mas não foi isso... Bom, vcs já sabiam que antes do primeiro beijo do nosso casal protagonista veio o beijo entre a Sakura e o Sasuke e do Naruto com a Hinata...

Espero que gostem do cap mesmo assim. Eu preciso contar algumas coisas do passado para que vcs possam entender e ver a razão pela qual eles esconderam o segredo e tb para dar um maior impacto qdo por fim eu revelar o que eles tanto escondem.



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