Alec já estava se preparando para ir de encontro à Renesmee quando Charlie bateu na porta. Alec não entendia o que o trazia até sua casa, no entanto, foi rapidamente atendê-lo.

-Investigador.- Alec o cumprimentou.

-Sr. Volturi.

-Em que posso ser útil?- Alec fez sinal para Charlie entrar.

-Tenho algumas perguntas a fazer.

-Terei prazer em responder.- Alec não tinha nada a esconder.

-Conhecia Anita Russel?- Charlis abriu seu bloco de folhas, pegando a pena e o tinteiro.

-De vista.

-Tem conhecimento sobre os sentimentos dela por vós mi cê?

-Sim. Russel a ofereceu a mão dela ao meu pai.

-Vós mi cê não se interessou?

-Sem dúvidas ela era muito bela, porém já estou cortejando outra dama.

-Podes me dizer quem?

-Renesmee Cullen.- Charlie anotava tudo, tentando ligar alguns fatos soltos.

A conversa durou mais de uma hora. Alec respondera a todas as perguntas, agradando Charlie que anotou tudo. Charlie avisou que iria a casa de Renesmee, e que de preferência preferia que Alec não fosse. Alec não gostou, mas concordou.

-Diga a Srtª. Que após o almoço passarei por lá.

-Certamente.- Charlie acenou montando em seu cavalo.

Renesmee estava desligada do resto do mundo. Tinha uma sensação estranha em seu peito. Sentia falta do Alec que não veio lhe ver. Sentia medo de que o Jacob nunca mais a procurasse. Renesmee sabia que não podia ficar pelos cantos se agarrando a ele, mas também sabia que não ia suportar não vê-lo sorrindo..

Nunca fora de cumprir regras e agora fez questão de cumprir. Não conseguia deixar de culpar. Afinal ela sedia todas as vezes que ela a beijava. Tinha algo naquele beijo. Renesmee queria correr até o acampamento e dizer que ele podia tomá-la nos braços agora mesmo, mas fazendo isso, ela se rebaixaria a uma cortesã.. E ainda tinha Alec, ela gostava do par de olhos azuis.

-Renesmee, tem um investigador na sala.- Alice disse assustada.

-Um investigador? O que ele quer?- Renesmee ajeitou a longa trança e seguiu Alice até a sala.

-Disse que está investigando a morte de Anita.- Renesmee não compreendeu o que a morte de Anita tinha a ver com a sua família.

-Bom dia.- Renesmee se curvou.

-Bom dia Srtª Cullen.- Charlie era extremamente educado.

-Alice peça a Sue que prepare um café.- Renesmee pediu, Alec se direcionou a cozinha.

-O que o trazes aqui?- Renesmee se sentou, acenando para Charlie sentar-se também.

-Sou o investigador Charlie. Estou na cidade para solucionar o assassinato de Anita Russel.

-Achas que eu possa ter tido algo a ver com isso?- Renesmee ergueu uma das sobrancelhas. Ela não tinha o que temer, afinal nem conhecia Anita pessoalmente.

-Estou apenas fazendo meu trabalho. Se não se importar, tenho algumas perguntas. – Charlie estava encantado com a beleza da menina em sua frente. Ela realmente era tudo o que ouviste na cidade. Uma deusa.

-Claro.- Renesmee reparou no olhar enfeitiçado do homem, quase sorriu em troca.

-É É.. A Srtª conhecia Anita Russel?

-De vista, as vezes a cumprimentava na cidade. Não tínhamos nenhum tipo de laço afetivo.

-Está sendo cortejado por Alec Volturi?- Renesmee não gostou de ter sua intimidade envolvida, mas não protestou.

-Sim.

-Chegou ao seu conhecimento que Russel, em nome de Anita, ofereceu a mão da mesma ao Sr. Volturi?- Não era de se espantar Alec é muito bonito e Russel interesseiro.

-Não. Mas não me incomodaria, afinal é Alec quem faz o cortejo.- Renesmee empinou o nariz.

-Então não faz gosto do cortejo?

-Me agrada sim, mas se ele optasse por Anita, no dia seguinte minha porta estaria cheia de outros pretendentes.- Renesmee deu os ombros.

-Soube que a Srtª, cedeu suas terras aos ciganos. Pode me dizer o motivo?

-Eu gosto de vê-los dançar.

-Com licença.- Sue entrou na sala, trazendo o café. O serviu rapidamente e voltou para cozinha. Esses poucos segundos foram suficientes para permitir a Charlie se encantar com a mulher de traços delicados.

A conversa voltou a fluir, e depois de anotar tudo o que julgou necessário, Charlie se despediu.

-Agradeço pela boa vontade.

-Estou as ordens.

-o Sr. Volturi pediu para avisar que passará aqui mais tarde.- Renesmee sorriu.

-Obrigada.- Renesmee fechou a porta sem entender o motivo de tantas perguntas.

Jacob não quis almoçar, estava atordoado. Queria ver Renesmee, queria vê-la rir e exigir respeito dele. Queria olhar seus pálidos seios serem espremidos. O que estava acontecendo com ele? Ele nunca pensou em alguma mulher além de como seria levá-la para sua cama, mas com Renesmee era diferente. Ele pensava em como seria despir o corpo pálido, beijar cada centímetro dela. Tomar seu corpo virgem para si. Em meio a esses pensamentos, ele também tinha pensamentos simplórios, que ainda assim o fazia sorrir. Lembrava do sorriso dela, do modo como ela cerra os olhos quando está irritada, o modo como perde a respiração com medo dele...

Jacob se levantou, passando por Rachel que estava preocupada com o irmão.

-Jacob! Vai dar aulas a Renesmee? –Rachel se aproximou com passos rápidos.

-Ela não quer mais me ver.- Jacob bufou.

-O que vós mi cê fez?- A voz de Rachel era forte e carregada de autoridade, Jacob se virou. Rachel estava com a mão na cintura e uma das sobrancelhas erguida.

-Eu a beijei e ela gostou.

-Ela não é como a Leah.- Rachel advertiu.

-Eu sei. Ela não quer mais me encontrar, a não ser que eu a corteje.- Nesse momento Sam se aproximou deles juntamente com Paul.

-O que vai fazer?- Rachel sentia que essa era a hora de Jacob.

-Andar por ai.- Jacob voltou a andar com passos largos e fortes.

-Ela vai cortejá-la?- Tinha um misto de raiva e inveja na voz de Sam.

-Jacob? Não creio.- Paul riu, porém, tanto Rachel quanto Paul ficaram pensativos.

A família Volturi estava à mesa, Demetri queria falar, precisava.

-Aro, se me permite.- Demetri pediu.

-A vontade.- Aro ergueu a taça de vinho.

-Vós mi cê e Sulpicia me criam desde que tinha oito anos. Assim que Cheguei aqui Alec era apenas dois anos mais jovem do que eu, e Jane um bebê de colo. Na medida em fui crescendo rodeado por amor e carinho, acabei me incluindo nessa família. Alec se tornou meu irmão. Coma chegada  da juventude, comecei a me esforçar para retribuir ao favor feito por toda a sua família, me entreguei ao trabalho ao seu lado. Os anos passaram e fui vendo a pequena e delicada Jane desabrochar, como uma linda rosa. A menina levada de cabelos loiros de tornou uma bela jovem. Não sei explicar quando nem como, mas sou completamente apaixonado por ela.- Ao terminar de falar, Demetri viu uma Jane com envergonhada e uma Sulpicia com lágrimas nos olhos.

-Vejo que vais pedir a mão dela?- Aro tinha o semblante sério.

-Não teria como viver sem ela.- Demetri olhava para Alec que sorria.

-Como demoraste!- Aro gargalhou.

-Como?

-Desde que Jane começara a usar anáguas vós mi cê já vivia suspirando pelos cantos. E apenas esperava que tomasse coragem para desposá-la. Aro riu.

-Vós mi cê vai me conceder?- Demetro tinha lagrimas nos olhos.

-Jane, minha menina, tens algo a falar?- Aro tinha conhecimento do amor mutuo de ambos, mesmo antes que eles próprios descobrissem.

-Eu o amo.- Jane falou coma voz baixa e olhando as mãos.

-Teremos algumas regras. Vós mi cê terá que se mudar, até o casamento ocorrer. Não quero minha filha vitima das más línguas. – Demetri estava tão feliz que não conseguia prestar atenção em nada.

Renesmee olhava as nuvens, sentada sobre uma manta na grama. O sol estava fraco e parecia atiçar fogo em seu cabelos. Escutou o trote de algum cavalo se aproximando, reconheceu o alazão como sendo o de Alec. Sorriu acenando. Alec amarrou o cavalo se dirigindo até ela.

-Boa tarde.- Ale se sentou ao seu lado.

-Boa tarde.- Renesmee sorriu.

-Enquanto cavalgava, tive a visão do paraíso.- Alec era extremamente cavalheiro.

-Tenho certeza que não fora. – Renesmee riu baixo, pensando em coisas imprudentes.

-Tive tanto medo de tê-la perdido.- Renesmee viu tristeza nos olhos azuis.

-Nunca tenhas medo.- Renesmee pegou a faça de Alec com uma das mãos, o aproximando de sei.

-Não me torture.- Alec pediu com a voz baixa.

-Beije-me.- Renesmee uniu os lábios ais dele, o beijo calmo e delicado a fez sorrir. Era tanta paz que vinha desse momento. Não tinha fogo como os beijos de Jacob, mas tinha carinho e ternura.

Jacob cansara de andar e resolveu ir até a burguesa. Ele tinha tantas dúvidas e uma única certeza: Ele precisava vê-la. Não sabia o que iria falar ou fazer, apenas queria provocá-la, fazê-la rir. Na medida que se aproximava da casa grande, viu Renesmee sentada ao lado de Alce. Seu sangue ferveu ao ver que eles tinham os lábios unidos. Não entendia porque essa sensação de posse estava tomando conta de si, mas não teve outra reação a não ser chutar o chão e voltar para o acampamento.

Ao chegar, fora direto até a barraca de Leah. Ele estava irritado, furioso. Como ela pôde? Como deixou aquele frango a tocar? Como? Ele não falou nada, apenas invadiu a barraca, Leah estava costurando. Jacob a puxou para si, já rasgando seu vestido. Não sabia o porque estava possuindo-a de tal forma, tão fria e violenta. Leah gostou de ser tomada dessa forma.

Após se saciar, Jake prendeu os olhos no teto. Leah se aconchegou em seu peito, mas ele não via graça nisso. Não estava feliz, apenas menos irritado. Seu coração estava apertado e a face de Renesmee não saia de seus pensamentos, nem mesmo enquanto possuía Leah. Foi em Renesmee que pensara todo o tempo. Isso não estava certo.

Renesmee se despediu de Alec, estava contente mais não completa. Sentia a falta das aulas de danças, sentia falta de Jacob. Dos olhos negros, da pele quente, do sorriso safado...

Rose estava acabando de dar a janta de Danniel, Emmeti saiu do escritório com os olhos inchados e vermelhos. Rose pediu para a empregada acabar de alimentar Danniel e correu até Emmentt.

-O que está havendo? Não me esconda.- Rose se sentou no sofá trazendo Emmett para si.

-Quando seu pai me cedeu sua mão, eu prometi que te trataria como a princesa que és.- Emmet tinha a voz cansada.

-E é isso que vós mi cê faz, todos os dias ao dizer que me ama.- Rose beijou sua bochecha.

-Ninguém vive de carinhos, temos um filho.- Emmett tentava não demonstrar tanto desespero.

-As pragas não estão sendo contidas?- Rose perguntou acariciando a face de Emmett.

-Elas foram contidas, mas precisei usar muito dinheiro. Dinheiro que não tinha.

-Como conseguiu?

-Hipotequei a fazenda.- Emmett sussurrou, com vergonha do que tinha feito.

-Não está conseguindo pagar as parcelas?- Rose prendia as lagrimas.

-Não. Meu amor... temo perder a fazenda.- Emmett se abria com a esposa.

-Podemos usar o dinheiro da safra.- Rose tentava acalmar Emmett.

-Não teremos safra. Só na próxima, isso se as pragas não voltarem.

-Seu pai?- O pai de Emmett era um dos mais poderosos fazendeiros.

-Já tentei, ele não vai ajudar. Disse que já sou homem para lidar com isso.- Rose sabia o verdadeiro motivo pelo qual o pai de Emmett se negava a ajudar. Assim que eles se casaram, o pai de Emmett tentou bulir em Rose, que o agrediu e jurou contar ao marido se isso se repetisse.

-Vamos consegui.- Rose acariciava os cachos negros de Emmett. No dia seguinte procuraria Renesmee, talvez houvesse algum dinheiro guardado que poderia pegar emprestado.

Jacob socava e chutava uma das árvores próximas a fogueira, todos olhavam assustados, porém, ninguém tinha coragem de ir até ele. Todos conheciam sua fúria, não queriam acabar machucados. Rachel olhava prendendo as lágrimas, queria ir até ele, mas Paul a impedia. Seth já não suportava ver a cena e correu em direção a Jacob.

-Moleque!- Paul chamou, mas Seth fingiu não ouvir.

-Deixa ele.- Rachel pediu, sabia que o irmão nunca machucaria uma criança.

Jacob só pensava em como queria que aquela árvore fosse Alec. Ele estava tocando nela, tocando na burguesa! Jacob nunca fora rejeitado, também nunca se sentira assim. Por que tinha que se envolver desse modo logo por essa burguesa idiota?

-Jacob.- Seth falou baixo, se mantendo afastado.

-Vá-se embora!- Jacob gritou.

-Não.- Seth se sentou na grama, Jacon ainda socou a árvore algumas vezes antes de desistir e se sentar na grama.

-O que está havendo?- Seth perguntou enquanto mexia na grama.

-Estou descontando minha raiva.- Jacob alisava as mãos, que estavam feridas.

-Que raiva?

-Renesmee.- Jacob rosnou.

-Ela não quer mais lhe ver não é?

-Ela disse que eu não poderia tocá-la, mas estava aos beijos com o frango.- Seth também sentiu raiva de Alec.

-Alec?- Seth parou de mexer na grama, encarando Jacob.

-Ela só pensa em dinheiro e classes sociais.- Jacob deu os ombros.

-Ela não é assim! Já pensou em cortejá-la?

-Vós mi cê não disse que estava apaixonado por ela? Por que então não vai lá e a corteja?- Jacob riu, estava mesmo ouvindo conselhos de um moleque de 14 anos?

-Eu queria, queria muito! Mas não sou tolo, é de vós mi cê que ela gosta.

-Achas que ela gosta de mim? Pois não parece.- Jacob resmungava.

-Olhe como vós mi cê a trata, como se ela fosse um cortesã. – Seth revirou os olhos.

-Nunca senti isso, está bem? Não sei como agir.- Jacob estava abrindo seu coração para Seth. Ambos estavam apaixonados pela primeira vez.

-Vós mi cê está apaixonado.- Seth parecia um tanto experiente, sabia enganar bem.

-Virou professor?- Jacob riu.

-Não me provoques. Estou tentando te convencer a ir até lá e pedir permissão para cortejá-la.- Seth sentia o peito doer, mas ele sabia que não tinhas chances com Renesmee. E queria ver ambos felizes.

-Achas que devo?

-Vós mi cê vai suportar não vê-la mais? Ou vê-la nos braços de Alec?- Seth erguia uma das sobrancelhas. JAke riu.

-Obrigado moleque.- Jacob se levantou bagunçando o cabelo de Seth e correndo para o acampamento.

Paul viu Jacob se aproximar correndo e sorrindo e cutucou Sam.

-Seth fez milagre!- Ambos riram.

-O que houve?- Paul perguntou a Jacob, o fazendo parar.

-Não acredito que estou ouvindo conselhos do Seth!- Jacob riu. Voltando a andar.

-Onde vais?- Sam tinha a voz risonha.

-Cortejar Renesmee.- Jacob se virou, andando de costas e rindo.

-Como?  Sabes que se corteja apenas quando se quer casar?- Paul riu.

-Então vou me casar.- Jake deu os ombros, correndo na direção dos cavalos.

-ela não pode aceitar.- Sam falou serio.

-Ele vai desistir assim que a levar para a cama.- Paul riu.

Renesmee estava acabando de ajudar a Claire a tirar a mesa quando ouviu a voz de Jacob a gritando. Uma explosão de felicidade tomou seu coração, Largou os pratos sobre a mesa e correu até a porta. Antes de abrir, parou respirou e ajeitou a trança. Jacob estava de pé, bem em frente a porta. Sua camisa estava suja e amarrotada.

-Jacob?- Renesmee não entendia o motivo dele estar tão desarrumado.

-Renesmee.- Jacob sorria ao ver a face dela se contorcer, empinando ainda mais o delicado nariz.

-O que fazes aqui?- Renesmee estava contente, mas não queria demonstrar.

-O que me disseste para fazer.- Renesmee não compreendeu. – Venho lhe pedir permissão para o cortejo.- Renesmee sentiu o ar faltar, se segurou firme na porta. Seu coração agredia o peito.

-Vós mi cê quer me cortejar?- Renesmee gaguejou.

-Na verdade, quero lhe beijar, lhe ver sorrir. Mas se para isso tenho que te cortejar e quem sabe casar, estou disposto.- JAcob nunca se vira tão estranho como agora.