Renesmee fechou a porta atrás de si, completamente atordoada. Queria gritar de felicidade e ao mesmo tempo se esbofetear por ter aceitado a corte de Jake. Se sentou atômica no sofá. Não tinha como voltar atrás. Ela queria voltar atrás?

 

Renesmee olhou para uma Claire e uma Alice parada diante dela, ambas com os olhos arregalados e molhados pela curiosidade. Renesmee respirou fundo.

 

-Jacob irá me cortejar.- Alice deu um salto, ficando de pé.

 

-Onde estas com a cabeça? Como pode ter cedido? Alec não irá gostar! Papai irá ficar furioso! O que todos da cidade vão pensar? E pior o que vão comentar?

 

-Sinceramente? Não me importo.- Renesmee deu os ombros.

 

-Rose vai colocar juízo nessa sua cabeça.

 

-Veremos.- Renesmee rosnou e subiu as escadas com pressa, pisando com força em cada degrau. Entrou no quarto e se jogou na cama. Claire entrou em seguida.

 

-Se veio me julgar pode sair.- Renesmee bufou.

 

-Queria lhe contar sobre meu casamento, mas se estas nervosa de mais volto outra hora.- Claire já ia saindo quando Renesmee se sentou.

 

-Volte Claire, não estou com raiva.- Claire sorriu se sentando ao lado de Renesmee.

 

-A casa e o vestido já estão prontos. Quil irá amanha falar com o padre.- Claire sorria tão docemente que Renesmee se esqueceu de tudo que estava havendo.

 

-Que bom Claire!- Elas se abraçaram.

 

-Já escolheram os padrinhos?- Renesmee estava mesmo empolgada.

 

-Quil vai chamar Sue e vosso pai. Eu estava pensando na Srª e no Alec.

 

-Não acho justo. Alec não tens laço algum com  vós mi cê.- Renesmee não queria assumir um compromisso desses ao lado de Alec. – Alice e Jasper devem adorar

 

-Vós mi cê não ficarás chateada?- Claire escolhera Renesmee pelo laço de amizade tão forte entre as duas.

 

-Não. Podes se preocupar apenas com os comes da festa.- Renesmee sorriu.

 

-Não haverá festa.- Claire deu os ombros, mas seu sorriso se apagou.

 

-Como não? Vós mi cê e Sue vão preparar os comes e os demais empregados servirão a festa.- Renesmee sorriu. Não permitiria que Claire se casasse sem uma festa.

 

-Mas...

 

-Essa casa tem uma dos maiores salões de festas da cidade, além disso, as bebidas serão por minha conta.- Claire já chorava.

 

-Não posso...- Claire não queria abusar da boa vontade de Renesmee.

 

-Já chega Claire.- Renesmee se levantou, estava animada.

 

-A situação de vós mi cê não está tão farta para bancar uma festa para sua criada.- Claire ousou falar.

 

-Claire!- Renesmee a fuzilou com os belos olhos castanhos.

 

-Desculpe.- Claire saiu as pressas.

 

Realmente a situação de Renesmee não era uma das melhores, a família não tinha mais os ouros de antes. Apenas tinham o bastante para ostentar sua fama. Renesmee ainda tinha seu dote intacto, um dote um tanto alto, não faria falta tirar alguns dólares para ajudar na festa. Pelo menos fora o que Renesmee achara.

 

 

 

Na manha seguinte, assim que Renesmee terminou o café, Rose apareceu. Tinhas os olhos fundos e a face abatida. Não era comum de ver Rose assim, sempre fora tão vaidosa. Renesmee só se lembra de tê-la visto assim quando Bella morreu.

 

- O que está havendo?- Renesmee se trancou com Rose no escritório. Achava que Alice ainda era muito nova para participar dessa conversa.

 

-Renesmee...- Rose começou a chorar.- Vamos perder a fazenda.- Resnesmee se assustou.

 

-Como assim?

 

-Emmett teve que hipotecá-la para poder controlar as pragas, agora não temos como pagar.- Rose se jogou nos braços da irmã, encontrava ali seu refúgio.

 

-Papai não tem nenhum dinheiro que possa me emprestar?- Rose pediu.

 

Renesmee sabia que não havia dinheiro algum. Não tinha como ajudar Rose. Ver sua irmã tão aflita a estava deixando louca, daria sua vida para ver sua família feliz. Pensou em Danniel... apenas uma criança. Suspirou e chegou a uma conclusão.

 

-Temos uma quantia, mas tem que se nosso segredo.- Rose sorriu.

 

-Na próxima safra nos vamos pagar! Eu juro!- Rose chorava, ao mesmo tempo que sorria.

 

-Não tenhas pressa.- Renesmee pegou no cofre da família uma quantia alta. Dois terços de seu dote. Com o que sobrara pagaria a festa de Claire e guardaria o resto. Sabia que nenhuma mulher conseguiria se casar sem dote, mas isso não a importava. Sua irmã sim a importava.

 

-Que dinheiro é esse Renesmee?- Rose sabia que as coisas não estavam muito boas com os negócios da família.

 

-Não interessa. Vá e pague a hipoteca.- Ambas se abraçaram e sorriram.

 

 

 

Um homem bem vestido se aproximou do acampamento, Carlisle logo foi o receber.

 

-Olá.- Carlisle o cumprimentou.

 

-Bom dia. Sou o investigador Charlie. Gostaria de conversar com todos aqui presente.

 

-Sobre a moça que morreu?- Carlisle o conduzia ao centro do acampamento.

 

-De fato.- A conversa foi duradoura. Muitas pessoas e muitas perguntas. Agora era a vez de Jacob.

 

-Conheceste Russel?

 

-Ele esteve aqui, nos expulsando.- Jacob falou serio. Charlie percebeu que ele tinha ódio nos olhos.

 

-Pensou em se vingar?

 

-Eu não sou assassino.- Jacob falou serio.

 

-Não estou dizendo que tenha sido vós mi cê.

 

-Se eu quisesse me vingar, atiraria nele não na filha.- Jacob se levantou, queria ver Renesmee. Charlie ficou pensativo. Esse cigano tinha muita ousadia.

 

 

 

Jacob já estava a poucos metros da mansão de Renesmee quando parou. Pela primeira vez em sua vida ele estava cortejando alguém. Não sabia o que fazer ou como agir. Estava nervoso, logo, Renesmee perceberia que ele não era um cavalheiro, não sabia como se portar diante de uma dama.

 

Mesmo com tantas dúvidas Jake respirou fundo e abaixou-se, arrancando uma pequena flor do gramado. Jake nunca desistiu de nada em sua vida, nunca falhou. Renesmee não seria sua primeira falha.

 

Antes de alcançar as escadas, Renesmee surgiu na porta, juntamente com uma loira deslumbrante. Jake se afastou, se escondendo na lateral da casa, não queria atrapalhar. Renesmee se despediu da mulher que entrou em uma carruagem bem extravagante. Assim que a carruagem se afastou Jake voltou-se na direção de Renesmee.

 

-Jacob?- Renesmee se espantou, Jacob sorriu, adorava esse efeito que provocava nela.

 

-Renesmee.- Jacob esticou uma das mãos em sua direção.

 

-Senhorita.- Renesme bradou, mas colocou sua mão sobre a de Jake.

 

-Vamos dançar?- Jacob esticou a outra mão, oferecendo a Renesmee a pequena flor. Renesmee arqueou as sobrancelhas.

 

-Uma erva daninha?- Renesmee pegou a pequena e delicada flor roxa.

 

-A flor que mais se assemelha a vós mi cê.- Jacob começou a conduzir Renesmee em direção aos pastos.

 

-Sou uma praga?- Renesmee não compreendia.

 

-Uma erva daninha possui aparência delicada e frágil, mas é ardilosa e perigosa.- Jacob sussurrava.

 

-Não sou frágil.- Renesmee bradou.

 

-És linda.- Jacob a puxou para seu peito. Renesmee pensou que ele a fosse beijar, e se animou com a idéia, porém Jacob começou a conduzi-la para uma dança.

 

Logo, ambos estavam cansados  e acabaram sentados na grama. Renesmee observava a pequena flor. Jacob acariciava as mãos pálidas de Renesmee, que parecia não reparar. Ele começou a deslizar os dedos pelo antebraço dela, o que a fez puxar o braço. Embora gostasse do carinho, não gostava das reações que ele provocava em seu corpo. Quase perdia o controle.

 

-O que há?- Jacob se inclinou sobre a grama, usando um dos braços para apoiar sua cabeça.

 

-Claire vai se casar.- Renesmee tinha se esquecido que dera seu dote, que sua irmã estava preocupada em perder a fazenda, apenas pensava nas coisas boas que estavam acontecendo. Uma delas era estar ali, ao lado de Jacob.

 

-Claire?

 

-Minha ama, minha amiga.- Renesmee sorriu- Acho bom vós mi cê aprontar uma roupa decente, pois todo o acampamento está convidado.

 

-Não deveria ser a Claire a escolher os convidados?

 

-Ela tem um coração enorme, não se importará com nada.- Jacob não gostava de festas burguesas.

 

-O Volturi virá?- Jacob desenhava na grama.

 

-Obviamente, ele me corteja.- Jacob ergueu a sobrancelha, encarando Renesmee.

 

-Não comeces a me julgar.- Renesmee se defendeu.

 

-Se iria continuar permitindo o cortejo dele, porque permitiu o meu?- Renesmee riu das pequenas rugas que se formavam na testa de Jake.

 

-Tens medo do pequeno burguês?- Renesmee se inclinou sobre a saia volumosa, acariciando a face de Jacob.

 

-Não temo nada.- Jacob sorriu, se aproximando de Renesmee.

 

-Deveria me temer.- Ela tocou levemente os lábios nos dele, se levantando em seguida.

 

-Vais me provocar?- Jacob se ergueu também, batendo as mãos na roupa para tirar as folhas de grama.

 

-Vais tolerar?- Renesmee começou a andar, mas Jake a segurou.

 

-Não quero ser agredido novamente.- Ele sussurrou no ouvido de Renesmee. O cheiro que Jacob exalava era tão bruto, tão masculino que fazia Renesmee se desconcentrar.

 

-Até amanhã.- Renesmee se esforçou para se soltar dos braços de Jacob e voltou a caminhar, com a pequena flor nas mãos. Jacob riu, essa burguesa havia conquistado-o.

 

 

Alec bateu a porta de Renesmee, ela mesmo atendeu. Assim que cruzou a sala, Alec notou um pequeno vaso branco com apenas uma delicada flor. Ao se aproximar notou que era uma erva daninha.

 

-Colhe ervas daninhas?- Alec questionou.

 

-Fora presente de Jacob.- Alec viu a visão ficar turva.

 

- Te trago flores das mais caras e raras e vós mi cê sempre as descarta! Basta um cigano lhe trazer uma única erva daninha roubada de alguns de seus pastos que você aceita?- Alec questionava Renesmee que mantinha os olhos cerrados.

 

-Nunca lhe pedi flores caras ou raras! Pensou que me compraria com buquês magníficos? Não me importas quanto podes gastar com uma dúzia de flores, e sim com o porquê escolhera aquela espécie de flores!- Renesmee abriu a porta, dando passagem a ele.

 

Se dando conta que estava provocando outra briga, Alec tentou se acalmar. Respirou fundo.

 

-Não quero provocar outra discussão.

 

-Então vá, não quero mais prosear por hoje.- Renesmee insistiu. Alec já estava do lado de fora, quando ousou olhar mais uma vez a beleza de uma Renesmee irritada.

 

-Acho melhor saber por mim do que pelas línguas dos demais. Jacob está me cortejando.- Ao terminar a frase Renesmee fechou a porta e Alec socou a pilastra que ostenta o telhado da varanda.

 

Alec não conseguia acreditar no que acabava de ouvir. Queria esmurrar a porta e forçar Renesmee a ouvir que ele nunca pensou em comprá-la, exigir que ela lhe explicasse o motivo que aceitou ser cortejada por um ladrão. Depois iria até o acampamento com os empregados de seu pai e acabaria com o cigano imundo. Mas não fizera nem um nem outro.

 

Alec tentou pensar, se sentou nos degraus apoiando os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. Lembrou-se da conversa que havia tido com Damon. Não poderia discutir mais uma vez com Renesmee, muito menos enfrentar diretamente o cigano. Precisava lutar pela amada, mas sem demonstrar a fúria que sentia. Decidiu que voltaria amanhã, fariam as pazes e daria um jeito de tirar o cigano do caminho.

 

 

 

Duas semanas se passaram, Renesmee era fielmente cortejada por ambos, enquanto ajudava Alice na organização da festa de casamento. Jacob se deitou com Leah duas vezes nesse tempo, mas sempre pensando em Renesmee. Alec ouvia conselhos de Damon e fingia não se importar com as aulas de dança de Renesmee.

 

Renesmee se via cada vez mais envolvida pelo cigano e mais descrente de Alec.