Precisava ir pra casa, afinal não ia ser hoje que a minha mãe seria compreensiva ao máximo por eu ter ficado fora de casa estava de 'castigo'.

Desci da árvore e fui pra casa, cegando lá encontrei o Bê, minha mãe não estava em casa.

- Oi, onde esteve? - perguntou me abraçando, intimidade é mesmo uma merda

- Na casa do Sandro, por que?

- Por que estava com ele? - me soltou e me fitou numa expressão de repreensão.

- Que isso ciumes? Fala sério né?

- Você ficou na casa dele a tarde toda, o que estava fazendo lá? - falou atrás de mim me seguindo até a cozinha

- Fui conversar com ele, precisava resolver uma parada. E por que mesmo eu estou te dando explicações?

- Por que estamos juntos? Ou esqueceu o que fizemos ontem?

- Aquilo foi um erro Bê, não deviamos ter feito isso. Você não deixou de ser meu primo, não tem como continuarmos com isso.

- Mas Ju, a gente se dá bem, qual o problema de ficarmos juntos, eu gosto de você e.. - se aproximou de mim com uma cara confusa e triste. Não queria magoá-lo

- Bê me desculpa, desculpa mesmo, mas o que sinto por você é amor de primo, você entende? Vai ser difícil pra todos aceitarem algo entre nós, por favor não torne as coisas más difíceis pra mim, não quero te magoar, quero que continuemos os mesmos primos de antes, bom, com um cadinho menos de implicancias. Eu gosto de você, mas isso não é o certo. Me perdoa.

- Eu não entendo Ju, desculpa mas não entendo.

- Você deve ter confundido seus sentimentos, deve gostar de mim como prima mesmo mas de um outro jeito. Somos ligados mas não como você quer.

- Não fale mais comigo, eu .. eu preciso pensar. Você me magoou Juliana. - disse saindo da cozinha e de casa.

- Quanta maturidade! - subi pro meu quarto e dormi o resto da noite.

***

Acordei e olhei pro relógio. 3h da manhã. Não ia conseguir dormir agora.

Rolei na cama de um lado pro outro, mas o sono não vinha.

Joguei o edrdon longe me virando de barriga pra cima, levantei e desci, estava escuro e ouvi um ronco baixinho. Bernardo.

Deve ter chegado e eu dormia. Queria poder conversar direito com ele.

Pra mim ele ainda era aquele pirralho chato e pentelho que implicava comigo por causa das minhas bonecas mas, o vendo ali dormindo, depois de ter feito amor com ele ontem parei e pensei que não ia encontrar outro primo desses na vida. Sorri ao vê-lo se mexer e ficando de boca aberta. Boca essa, que eu beijei. Me apoiei no braço do sofá e fiz carinho em seus cabelo, ele sussurrou algo que eu identifiquei como sendo meu nome e voltou a dormir. Eu o tinha magoado, tinha ferido seus sentimentos, mas era tinhamos feito uma coisa errada, não ia saber como enfrentar minha tia quando vê-la, ela não poderia saber que transei com seu filho, meu primo, próprio sangue.

Sentia um afeto imenso por ele, sempre senti, nossas brigas e implicancias, os xingamentos e chiliques de ambas as partes faziam parte de uma convivencia significante, nos amávamos de qualquer jeito.

Andei até ele e o cutuquei, ele abriu os olhos e me olhou surpreso. Fiz menção de me deitar ao seu lado e o olhei procuranco aceitação.

Ele chegou mais pro canto abrindo seus braços e me deitei de costas pra ele. Me abraçou forte e disse:

- Sinto muito por ter sido tão infantil na cozinha, só não queria ter que perdê-la, essas semanas com você me fazem bem.

- Você não vai me perder seu bobo - falei virando-me pra encará-lo - Estarei sempre ao seu lado, sou sua prima rabugenta ou não sou?

- Queria que não fosse minha prima, assim poderíamos ficar juntos. - baixou os olhos em sinal de tristeza - Mas você não deixa de ser rabugente. - sorri, ele havia entedido

- Ei, qual foi? - dei um tapinha em seu braço - Sinto muito.

- Tudo bem. Ju .. - colocou a mão em meu rosto acariciando - Eu te amo, sua velha. - Depois dessa conversa sei que voltaríamos a ser como antes, ele não deixou de ser meu pirralho.

- Por incrivel que parece, em meio a tantos elogios né? - falei com ironia - Eu também te amo seu pirralho.

Ambos sorriram e eu adormeci em seus braços.